Quem nunca parou para refletir sobre filmes que mostram médicos (de qualquer especialidade) e suas relações com seus pacientes? Conflituosas em muitos sentidos, sempre conseguimos entender um grande contexto envolvido nos milhares modos de pensar essa relação. Para você que se interessa pelo assunto, separamos abaixo uma lista com filmes bem diferentes um do outro, que nos mostram algumas reflexões nos relacionamentos entre pacientes e médicos:
O Charlatão
A pior punição é ter uma escolha. Representante da República Tcheca ao Oscar em 2020, O Charlatão, trabalho da veterana cineasta polonesa Agnieszka Holland conta partes de uma história real de um homem, sua intuição, sua fé, seu amor proibido e sua ciência que atravessou passagens da antiga Tchecoslováquia nos períodos antes da Grande Guerra, durante a ocupação nazista e a administração comunista. Atendendo centenas de pacientes por dia e taxado de Charlatão pela Imprensa e grande parte dos que desconfiavam de sua ciência, o protagonista, introspectivo, parece perdido dentro de seu egocentrismo e isso é notório nos flashbacks que chegam como preenchimentos de lacunas deixadas pelos arcos iniciais. Tem na Prime Video.
Sibyl
As portas que se abrem na luta constante pelo equilíbrio. Sibyl, exibido no Festival de Cannes em 2019, possui um engenhoso roteiro, onde disseca a personalidade de uma protagonista complexa que de maneira egoísta e inconsequente caminha por realidades longe da sua. Provocativo, reflexivo o projeto consegue em suas entrelinhas criar inteligentes paralelos sobre a rejeição em várias óticas que navegam pelas vidas dos personagens. Escrito e dirigido pela cineasta Justine Triet, também abre espaço para reflexões sobre conflitos éticos bem pra lá da linha tênue imposta na não explícita relação entre paciente e profissional de terapia. Conforme vamos acompanhando a obsessão da terapeuta pela história de sua paciente, a primeira vai abrindo portas bem fechadas de suas memórias que de alguma forma possuem paralelos com o que vemos no presente da segunda. Tem no Telecine.
As quebras de paradigma e as aberturas para reflexões através de conversas. Dirigido pela cineasta francesa Manele Labidi, em seu primeiro longa-metragem, Um Divã na Tunísia nos mostra a saga de uma mulher forte, destemida, corajosa e deveras solitária. O roteiro mantém-se em tom reflexivo, o riso chega mais para os que alcançam as entrelinhas dentro de um contexto sobre problemas, feridas emocionais e razões/emoções sobre a indefinição do destino. A trilha sonora assinada pelo dinamarquês Flemming Nordkrog dita o ritmo desse recorte cultural com tons em vertente da psicologia. Tem no Telecine.
4 Reis
Quase sempre precisamos chorar para entender melhor a vida. Em seu primeiro longa-metragem, lançado no ano de 2015, a cineasta alemã Theresa von Eltz mostra uma parte da trajetória de quatro jovens com problemas em seu presente buscando respostas e ajuda para enfrentarem as dificuldades em uma clínica intensiva. Há vários contrapontos interessantes, como ignorar o assunto ou assumir a responsabilidade, o que acaba sendo um embate diário para alguns deles. Tentativa de suicídio, ataque de pânico, bullying, vemos de tudo um pouco através da ótica dos próprios jovens e de um psiquiatra próximos dos pacientes, com vontade de ajudar. É um projeto profundo, com intensas atuações.
Insubstituível
O melhor médico é aquele que mais esperança infunde. Chegou aos cinemas anos atrás o drama com pitadas cômicas, Insubstituível. Escrito e dirigido pelo cineasta francês Thomas Lilti (do interessante Hipócrates), o longa-metragem de 102 minutos é filme maduro sobre a última idade e o profissionalismo em uma carreira onde o carinho precisa ser um dos complementos diferenciais. No papel principal, o astro francês François Cluzet, em ótima atuação.
Baseado no livro A Terapia do Amor, assinado por Patch Adams e Maureen Mylander, esse longa-metragem é emocionante do seu início ao fim. Contando a saga de um homem que após traumas vai para a faculdade de medicina e se forma, redescobrindo a alegria de viver ajudando os pacientes de maneira pouco convencional. Indicado a uma categoria do Oscar no ano de 1999, na categoria de Melhor Trilha Sonora. Robin Williams emociona em muitas cenas mostrando toda sua versatilidade como ator. Tem na Star +.
Os confrontos com o eu, o seu, o meu. Disponível no catálogo da Apple Tv +, O Canto do Cisne possui um roteiro engenhoso onde é preciso muita paciência para um entendimento completo do que acontece. Falando sobre família, escolhas, dores e amores, o projeto escrito e dirigido pelo cineasta irlandês Benjamin Cleary nos leva a uma jornada existencial em um futuro não longe daqui. No papel principal um dos mais competentes atores do momento Mahershala Ali que mais uma vez emociona do início ao fim na imersão profunda de um personagem extremamente complicado.
Tickle Head, O Melhor Lugar Da Terra
E vem diretamente do Canadá um dos filmes desconhecidos mais divertidos dos últimos anos. The Grand Seduction, no original, trabalho do diretor Don McKellar, é uma aula de cinema em muitos aspectos. Primeiro, conseguiu reunir um elenco maravilhoso (de conhecidos e desconhecidos artistas), segundo porque possui um roteiro brilhante que transforma o filme em diversão para todas as idades e terceiro porque no final da história você quer conhecer pessoalmente aquela comunidade que tanto emociona nossos corações.
Um Golpe do Destino
Em 1991 chegou aos cinemas de vários lugares do mundo o longa-metragem Um Golpe do Destino. Dirigido pela cineasta Randa Haines e protagonizado pelo incrível ator William Hurt (que recentemente nos deixou) o filme nos mostra a história de um renomado médico, completamente egocêntrico, que começa a ter mais empatia por seus pacientes quando é diagnosticado com uma horrível doença.
Dirigido pela atriz e cineasta Penny Marshall, Tempo de Despertar nos leva até os anos 60 onde um médico neurologista entra em uma verdadeira batalha para impor o melhor tipo de tratamento para seus pacientes em um hospital psiquiátrico. Um dos filmes mais profundos da carreira de Robin Williams.