segunda-feira , 23 dezembro , 2024

‘101 Dálmatas’ | Clássico da Animação da Disney Completa 60 anos

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Animação é uma das principais do período clássico da Disney

Uma característica comum alcançada pela maior parte das animações da Walt Disney, principalmente no período dos anos 50 e 60, é a dispensa de maiores apresentações graças ao elevado nível de identidade cultural alcançado por eles. Mogli – O Menino Lobo, Robin Hood, Peter Pan e outros se estabeleceram como filmes essenciais na infância de muitos por suas canções, cores e heróis.



Seus vilões igualmente possuem tais definições, muitos dos mais icônicos da empresa surgiram nesse período e foram imortalizados pelas mesmas características mencionadas e com o ingrediente a mais de serem maus por prazer. De Malévola ao Capitão Gancho, a Disney apresentou um trabalho exemplar em que seus antagonistas poderiam praticar atos bastante vis (quando se para e pensa neles) sem serem censurados pela audiência do período.

Desse conjunto a que imediatamente se destaca não poderia ser outra senão Cruella De Vil, a eterna nêmesis dos carismáticos cachorros em 101 Dálmatas. Em 1961 o estúdio do Mickey já era uma força mais do que dominante no mundo da animação hollywoodiana, famosos principalmente pelo milagre alcançado com Branca de Neve e os Sete Anões nos anos 30.

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“Branca de Neve e os Sete Anões” solidificou o império de animações da Disney

Uma estratégia comum a todas as suas produções era adaptar livros já existentes ou histórias famosas (nesse sentido os contos de fada eram os prediletos) para o formato animado, não diferente da maioria dos longas da época que visavam em livros famosos ou em evidência um material base para seus roteiros. Por volta de 1956 foi publicado 101 Dálmatas sob autoria de Dodie Smith voltado para o público infantil.

Esse foi o segundo romance publicado pela autora, que em 1949 já havia lançado I Capture the Castle, uma obra narrada sob o ponto de vista de uma jovem protagonista que vive junto com a família em um castelo caindo aos pedaços, enquanto o clã também sofre com dificuldades financeiras, durante os anos 30. Essa é uma obra que gera análises até a atualidade pois pode ser interpretada tanto como um enredo infanto-juvenil atrelado ao período da publicação como um comentário sobre enredos conduzidos por personagens adolescentes.

Enfim, quando chega o ano de 1956 Smith já possui uma certa experiência para então lançar sua obra definitiva. Parte da inspiração partiu da própria vida privada da escritora, que criava nove dálmatas em casa, e isso é perceptível no estilo de narrativa do livro, que conta com um ponto de vista dos mencionados cachorros em que eles interpretam os humanos como sendo seus bichinhos de estimação.

Dodie Smith: a criadora dos 101 Dálmatas

Uma abordagem que, de uma certa maneira, foi transmitida para a animação principalmente na parte inicial em que Pongo tenta escolher uma companheira para Roger (que não aparece no livro, sendo substituído pelo sr. Dearleys). A famosa Cruella também figura como a antagonista da obra, se mantendo bem fiel ao que foi retratado na adaptação tanto em personalidade como no objetivo de ter o tão sonhado casaco de pele.

Como se tornaria comum da Disney algumas décadas depois, 101 Dálmatas nasceu de um ambiente em crise; A Bela Adormecida não tinha sido o sucesso esperado nas bilheterias de 1959 e uma corrente interna que defendia menos foco em animações e mais nos live actions e parques temáticos ganhava mais força. Até mesmo havendo desde aquela época a eterna ameaça de fechar definitivamente o departamento de animação.

Qualquer que fosse o próximo projeto, ele deveria enfrentar uma difícil realidade: a fim de evitar um novo fracasso o orçamento da vez foi bem mais contido. Dessa maneira, a equipe de produção precisou trabalhar pela primeira vez com a tecnologia de fotocópia. Isso foi importante para a empresa pois até então o modelo de animação utilizado era o do tipo feito a mão; essa opção tinha elevado custo pois necessitava de mais artistas, coloristas e mais materiais desenhando e pintando cada frame dos filmes.

“Bela Adormecida” foi um fiasco financeiro para o estúdio

A chegada da tecnologia de fotocópia poupou uma quantidade considerável de tempo e, acima de tudo, dinheiro pois seu processo se resumia a uma tecnologia de xerox que inseria as ilustrações diretamente nas células, eliminando a necessidade de que houvesse toda uma longa cadeia a ser seguida entre os ilustradores e coloristas. 

A compra dos direitos de adaptação do livro de Dodie Smith aconteceu imediatamente após Walt Disney ler a obra e é dito que a própria autora desejava que os estúdios do Mickey fossem responsáveis por adaptar sua obra. Na direção do projeto foram contratados três nomes, algo comum em animações da época, e dois deles foram responsáveis pelas grandes produções do estúdio alguns anos antes.

Clyde Geronimi dirigiu As Aventura de Peter Pan e Pinóquio; Hamilton Luske que possuía no currículo Cinderela e Alice no País das Maravilhas; completando a trinca com um ainda um tanto inexperiente, na área da direção ao menos, Wolfgang Reitherman que poucos anos mais tarde seria considerado um dos nomes mais pesados das animações da Disney.

O formato final do roteiro manteve muito do material base, tendo modificado apenas da dinâmica de Pongo com sua parceira, que no livro não é Prendinha e esta é apenas um terceiro cachorro que surge no decorrer da trama. Outros detalhes pequenos relacionados a personagens secundários também podem ser observados como no longa haver apenas uma babá dos filhotes enquanto originalmente eram duas ou a mudança do nome do capanga Saul (nos livros) para Horácio.

Após seu lançamento em janeiro de 1961, 101 Dálmatas se tornou a animação mais lucrativa da história até então, quase se tornando a maior bilheteria daquele ano se não fosse por Canhões de Navarone lançado poucos meses depois. Mesmo assim, o desempenho foi positivo o suficiente para salvar o departamento de animação.

Culturalmente o filme entregou uma vilã inesquecível, tanto em visual quanto em trejeitos (inspirados na atriz Tallulah Bankhead) e visuais que, para uma criança que fosse assisti-lo, poderiam facilmente causar medo e apreensão como no design do castelo Hell Hall de Cruella e toda a sequência final em que a mesma caça implacavelmente os cachorros pelas estradas do interior da Inglaterra.

O legado de produções vindas dessa marca também é conhecido como um dos mais extensos da Disney tendo gerado uma continuação direta em 2003, uma série animada entre 1997 e 1998, uma versão live action em 1996 com uma sequência em 2000 e uma nova série animada em 2019. Além disso, mais recentemente uma prequel que reimagina a origem de Cruella também foi produzida com uma sequência já confirmada.

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Seus vilões igualmente possuem tais definições, muitos dos mais icônicos da empresa surgiram nesse período e foram imortalizados pelas mesmas características mencionadas e com o ingrediente a mais de serem maus por prazer. De Malévola ao Capitão Gancho, a Disney apresentou um trabalho exemplar em que seus antagonistas poderiam praticar atos bastante vis (quando se para e pensa neles) sem serem censurados pela audiência do período.

Desse conjunto a que imediatamente se destaca não poderia ser outra senão Cruella De Vil, a eterna nêmesis dos carismáticos cachorros em 101 Dálmatas. Em 1961 o estúdio do Mickey já era uma força mais do que dominante no mundo da animação hollywoodiana, famosos principalmente pelo milagre alcançado com Branca de Neve e os Sete Anões nos anos 30.

“Branca de Neve e os Sete Anões” solidificou o império de animações da Disney

Uma estratégia comum a todas as suas produções era adaptar livros já existentes ou histórias famosas (nesse sentido os contos de fada eram os prediletos) para o formato animado, não diferente da maioria dos longas da época que visavam em livros famosos ou em evidência um material base para seus roteiros. Por volta de 1956 foi publicado 101 Dálmatas sob autoria de Dodie Smith voltado para o público infantil.

Esse foi o segundo romance publicado pela autora, que em 1949 já havia lançado I Capture the Castle, uma obra narrada sob o ponto de vista de uma jovem protagonista que vive junto com a família em um castelo caindo aos pedaços, enquanto o clã também sofre com dificuldades financeiras, durante os anos 30. Essa é uma obra que gera análises até a atualidade pois pode ser interpretada tanto como um enredo infanto-juvenil atrelado ao período da publicação como um comentário sobre enredos conduzidos por personagens adolescentes.

Enfim, quando chega o ano de 1956 Smith já possui uma certa experiência para então lançar sua obra definitiva. Parte da inspiração partiu da própria vida privada da escritora, que criava nove dálmatas em casa, e isso é perceptível no estilo de narrativa do livro, que conta com um ponto de vista dos mencionados cachorros em que eles interpretam os humanos como sendo seus bichinhos de estimação.

Dodie Smith: a criadora dos 101 Dálmatas

Uma abordagem que, de uma certa maneira, foi transmitida para a animação principalmente na parte inicial em que Pongo tenta escolher uma companheira para Roger (que não aparece no livro, sendo substituído pelo sr. Dearleys). A famosa Cruella também figura como a antagonista da obra, se mantendo bem fiel ao que foi retratado na adaptação tanto em personalidade como no objetivo de ter o tão sonhado casaco de pele.

Como se tornaria comum da Disney algumas décadas depois, 101 Dálmatas nasceu de um ambiente em crise; A Bela Adormecida não tinha sido o sucesso esperado nas bilheterias de 1959 e uma corrente interna que defendia menos foco em animações e mais nos live actions e parques temáticos ganhava mais força. Até mesmo havendo desde aquela época a eterna ameaça de fechar definitivamente o departamento de animação.

Qualquer que fosse o próximo projeto, ele deveria enfrentar uma difícil realidade: a fim de evitar um novo fracasso o orçamento da vez foi bem mais contido. Dessa maneira, a equipe de produção precisou trabalhar pela primeira vez com a tecnologia de fotocópia. Isso foi importante para a empresa pois até então o modelo de animação utilizado era o do tipo feito a mão; essa opção tinha elevado custo pois necessitava de mais artistas, coloristas e mais materiais desenhando e pintando cada frame dos filmes.

“Bela Adormecida” foi um fiasco financeiro para o estúdio

A chegada da tecnologia de fotocópia poupou uma quantidade considerável de tempo e, acima de tudo, dinheiro pois seu processo se resumia a uma tecnologia de xerox que inseria as ilustrações diretamente nas células, eliminando a necessidade de que houvesse toda uma longa cadeia a ser seguida entre os ilustradores e coloristas. 

A compra dos direitos de adaptação do livro de Dodie Smith aconteceu imediatamente após Walt Disney ler a obra e é dito que a própria autora desejava que os estúdios do Mickey fossem responsáveis por adaptar sua obra. Na direção do projeto foram contratados três nomes, algo comum em animações da época, e dois deles foram responsáveis pelas grandes produções do estúdio alguns anos antes.

Clyde Geronimi dirigiu As Aventura de Peter Pan e Pinóquio; Hamilton Luske que possuía no currículo Cinderela e Alice no País das Maravilhas; completando a trinca com um ainda um tanto inexperiente, na área da direção ao menos, Wolfgang Reitherman que poucos anos mais tarde seria considerado um dos nomes mais pesados das animações da Disney.

O formato final do roteiro manteve muito do material base, tendo modificado apenas da dinâmica de Pongo com sua parceira, que no livro não é Prendinha e esta é apenas um terceiro cachorro que surge no decorrer da trama. Outros detalhes pequenos relacionados a personagens secundários também podem ser observados como no longa haver apenas uma babá dos filhotes enquanto originalmente eram duas ou a mudança do nome do capanga Saul (nos livros) para Horácio.

Após seu lançamento em janeiro de 1961, 101 Dálmatas se tornou a animação mais lucrativa da história até então, quase se tornando a maior bilheteria daquele ano se não fosse por Canhões de Navarone lançado poucos meses depois. Mesmo assim, o desempenho foi positivo o suficiente para salvar o departamento de animação.

Culturalmente o filme entregou uma vilã inesquecível, tanto em visual quanto em trejeitos (inspirados na atriz Tallulah Bankhead) e visuais que, para uma criança que fosse assisti-lo, poderiam facilmente causar medo e apreensão como no design do castelo Hell Hall de Cruella e toda a sequência final em que a mesma caça implacavelmente os cachorros pelas estradas do interior da Inglaterra.

O legado de produções vindas dessa marca também é conhecido como um dos mais extensos da Disney tendo gerado uma continuação direta em 2003, uma série animada entre 1997 e 1998, uma versão live action em 1996 com uma sequência em 2000 e uma nova série animada em 2019. Além disso, mais recentemente uma prequel que reimagina a origem de Cruella também foi produzida com uma sequência já confirmada.

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