O fim do ano está entre nós, querido leitor do CinePOP. Como diz a canção: “esta é a época mais maravilhosa do ano”. É a época das festividades de fim de ano. Época de comer comidas e bebidas deliciosas, e de trocar presentes. É verdade. Mas o significado da data vai muito além disso. É um momento de união, de perdão. De fazer o bem, não importando a quem. Época de alegria, de estendermos a mão e abaixarmos a guarda. De nos conectarmos com aquele parente ou amigo do qual andávamos distantes por qualquer divergência. Época de tentarmos ser pessoas melhores.
Depois de nos reunirmos à mesa, comermos e rirmos ao lado de nossas famílias e amigos queridos, o fim de noite sempre pede uma reunião em frente à TV para assistirmos a clássicos natalinos. A verdade é que os cinéfilos sempre arranjam uma desculpa para poderem assistir aos filmes que tanto gostam, seja na ceia do dia 24, ou o almoço do dia 25. Seja como for, este ano a Amazon Prime Video está nos ajudando nessa tarefa de dicas, com lançamentos em seu acervo de novos clássicos da década de 2000. Sendo assim separamos seis filmes de gêneros e tipos diferentes, que têm a ver com a data. Confira abaixo e programe-se.
Um Duende em Nova York (2003)
Estrelado por Will Ferrell, este longa natalino se tornou um dos maiores sucessos da carreira do humorista – e ainda não sabemos como não gerou uma continuação depois de todo esse tempo. O filme está completando 20 anos de sua estreia em 2023. Muitas produções focadas no Natal contam sobre o Papai Noel, mas são poucas que focam nos elfos e duendes, os seus ajudantes. Esse é um que resolveu colocar as criaturas pequenas de orelhas pontudas em primeiro plano.
No filme, Ferrell é uma destas criaturas, no entanto, ele é diferente de todas as demais. Isso porque na realidade ele é um humano, que foi criado junto aos elfos, sem perceber, até que ficou grande demais. Sabendo da verdade sobre seu passado, ele decide buscar sua verdadeira família, indo ao encontro de seu pai biológico em Nova York.
O Expresso Polar (2004)
Primeiro filme cem por cento de animação dirigido por Robert Zemeckis (sem contas ‘Uma Cilada para Roger Rabbit’ – que tinha personagens humanos), realizado com a técnica que captura de movimento. ‘O Expresso Polar’ se tornou um novo clássico para a data do Natal, um filme perfeito para as exibições da época. No filme, Tom Hanks (que já havia trabalhado com Zemeckis em ‘Forrest Gump’ e ‘Náufrago’) dá vida a três personagens diferentes, entre eles um menino e o condutor do trem (seu personagem principal no filme).
Papai Noel às Avessas (2003)
Outro filme com a temática natalina, que está completando 20 anos de sua estreia em 2023. Este, no entanto, não é recomendado para toda a família, por não possuir um teor, digamos, muito amigável e de censura baixa, recomendado para todos os públicos (como os dois primeiros itens acima). Muito pelo contrário, ‘Bad Santa’ (no título original, algo como ‘Papai Noel Malvado’) é incorreto até a medula e talvez não desça tão redondo hoje em dia, nestes tempos politicamente corretos. Os que não ligam tanto para isso talvez não vejam grandes mudanças no filme.
Quem estrela é Billy Bob Thorton como o pior Papai Noel de todos os tempos: um vigarista beberrão, que vive de dar golpes na época em que as pessoas estão mais vulneráveis e caridosas. Ele conta inclusive com um parceiro de falcatruas, um baixinho que trabalha como seu assistente duende. Ele termina se afeiçoando a um menino rechonchudo que sofre bullying e servindo de figura paterna para ele. Uma continuação foi lançada em 2016, mas quase ninguém viu ou sabe de sua existência.
Ponte para Terabítia (2007)
Agora chegamos a um dos filmes mais lacrimosos não apenas dos anos 2000, mas de todos os tempos. ‘Ponte para Terabítia’ não é necessariamente um filme natalino, pois não passa na época citada. Seja como for, é perfeito para a ocasião, pois fala sobre amizade, o nascimento do primeiro amor, entre dois adolescentes e traz uma das mensagens de superação mais poderosas de uma obra mirada para toda a família. Com certeza a geração que cresceu com o longa conhece muito bem a sua fama de destroçar nossas emoções, nos fazendo debulhar em lágrimas.
Quem protagoniza é Josh Hutcherson, de ‘Five Night sat Freddy’s’, ainda na infância como o pequeno Jess, um menino que vive numa pequena cidade rural com sua família. O garoto tem crush na professora, papel de Zooey Deschanel, mas vê despertar com Leslie (AnnaSophia Robb) uma grande amizade. Os dois criam seu próprio mundo de ilusão em um terreno próximo à suas casas, o qual eles chamam de Terabítia, repleto de fantasia e criaturas fantásticas. Apesar deste teor mais infantil, o filme lida com questões muito adultas, e sobre amadurecimento, em especial a morte. Esteja preparado, pois o final surge como um verdadeiro soco no estômago, que desgraçou a mente de toda uma geração (no bom sentido).
Antes de Partir (2007)
Aqui temos um filme do mesmo ano de ‘Ponte para Terabítia’, que também não é necessariamente um filme de Natal, pois não usa a data como pano de fundo. Porém, assim como o item acima, é mais que perfeito para a data. ‘Antes de Partir’ é quase a antítese do longa acima, embora ambos abordem dramas centrados na morte. Enquanto ‘Terabítia’ fala sobre juventude, descoberta de sentimentos e amadurecimento (mesmo precisando lidar com questões bastante traumáticas), ‘Antes de Partir’ fala sobre finitude, sobre uma vida completa e muito bem vivida. Sobre a velhice e despedida.
E de forma irônica e coincidente, a despedida acontece dentro e fora das telas. Isso porque protagonizando o longa temos o monstro sagrado Jack Nicholson, hoje aposentado e afastado da atuação. O ator até chegou a participar de ‘Como Você Sabe’, “dramédia” de 2010, mas ‘Antes de Partir’ foi seu último filme como protagonista. Ele interpreta um sujeito bem de vida financeiramente, mas que recebe a notícia que está com os dias contados devido a uma doença terminal. Assim, ele recruta um colega que conheceu no hospital, papel de Morgan Freeman, para riscar todos os itens da lista, antes da despedida. Sim, já vale só para ver Nicholson e Freeman juntos em tela pela primeira e única vez.
Onde Vivem os Monstros (2009)
Fechando com o terceiro filme que não passa na época do Natal, mas é uma produção perfeita para a data, temos a adaptação do celebrado livro infantil ‘Where the Wild Things Are’, que igualmente fala sobre amadurecimento de um menino, aprendendo a lidar com suas sensações, incluindo a raiva, insegurança e o sentimento de perda. E para a surpresa de todos, o filme “infantil” foi dirigido por ninguém menos que Spike Jonze, um dos diretores mais diferenciados de todos os tempos – que sabe como ninguém traduzir sentimentos em forma de filme, vide ‘Ela’ (2013), ‘Adaptação’ (2002) e ‘Quero Ser John Malkovich’ (1999).
‘Onde Vivem os Monstros’ ainda é um filme subestimado, pois não emplacou junto ao grande público como deveria, apesar de ter seu status de cult. É um filme que traz monstros de mais de três metros de altura como personagens principais, e talvez isso tenha afastado parte do público. No entanto, é um filme que fala sobre sentimentos e emoções, mais do que qualquer outra coisa. Na trama, o menino Max se revolta de ciúmes porque sua mãe arrumou um namorado. Na sua cabeça, é um substituto para o pai. Assim, ele foge de casa e termina encontrando um lugar mágico com monstros. Mas as criaturas são doces e irão lhe ensinar muito sobre a vida e os sentimentos.
