terça-feira, abril 23, 2024

Crítica | A Bela e a Fera

Fantasia, magia, diversão… Muitos de nós devemos à Walt Disney grande parte das alegrias da nossa infância. O estúdio foi responsável por filmes que nos marcaram e nos fizeram chorar e sorrir com princesas guerreiras e animais encantadores.

Após décadas realizando as animações de maiores bilheterias da história, a Disney viu uma nova oportunidade no mercado: criar remakes live-action de suas maiores produções, nos brindando com ‘Malévola‘, ‘Cinderela‘ e ‘Mogli – O Menino Lobo‘.

Após quatro anos em produção, o estúdio finalmente lança seu projeto mais ambicioso até a data: a reimaginação live-action de ‘A Bela e a Fera‘. O filme original foi lançado em 1991 e se tornou a primeira animação a concorrer ao Oscar de Melhor Filme, arrecadando US$ 425 milhões mundialmente e se tornando um clássico instantâneo.

O novo filme traz quarenta minutos de cenas inéditas, unindo as tramas da animação com o musical da Broadway, o que rende novos números musicais e a adição de novas subtramas.

A Bela e a Fera‘ é um deleite visual orgástico, com uma fotografia digna de Oscar e cenas que enchem os olhos e nos encantam. Mas nem tudo são flores. A mensagem que o filme tenta passar pode ser aplicada nele mesmo: “Quem vê cara, não vê coração!“. Por fora belíssimo, por dentro falta sentimento.

Comandado pelo mediano Bill Condon, de ‘A Saga Crepúsculo – Amanhecer‘ e ‘Dreamgirls‘, o filme falha ao nos entregar emoção. Os diversos números musicais parecem ter saído diretamente do palco da Broadway, sendo extremamente teatrais e pouco inspirados. Ao invés de ajudar a trama, a cantoria acaba nos entediando e entregando partes importantes do enredo de uma maneira pouco interessante.

O roteiro escrito por Stephen Chbosky (‘A Série Divergente: Converge’) e Evan Spiliotopoulos (‘O Caçador e a Rainha do Gelo’) oscila entre momentos inspirados e diálogos desnecessários e repletos de clichês, como a necessidade de mostrar que a Bela é uma “mulher à frente de seu tempo” porque todos em sua cidade acham que ela “é estranha“, e que ela deveria se casar com Gaston porque se ficasse solteira seria uma “indigente pedindo dinheiro para os outros na rua“.

Emma Watson entrega uma protagonista insossa e com poucas expressões faciais. Prejudicada pela direção preguiçosa de Condon, a atriz não consegue convencer como Bela. Sentimos, em alguns momentos, que estamos assistindo Hermione em uma nova aventura mágica com uma Fera. Avada Kedavra!

Não deixe de assistir:

Watson está totalmente travada durante as canções, com expressões corporais mecânicas. Os números musicais que deveriam trazer animação e euforia, deixam os cinéfilos bocejando de tédio. Uma pena, visto que esse era o grande diferencial da animação original.

Dan Stevens surpreende ao entregar uma Fera (sem as presas de baixo) mais humana e aprofundada, o grande acerto dessa produção. O personagem tem novos momentos no filme que mostram sua visão da história e seus sentimentos, incluindo um novo número musical (pouco inspirado, mas revelador).

O elenco de apoio é o grande destaque da produção. Josh Gad está hilário como Le Fou, o primeiro personagem gay da Disney (na verdade, o filme tem DOIS!). Ele traz um alívio cômico delicioso para o filme, com cenas divertidíssimas ao lado do Gaston – vivido sensacionalmente por Luke Evans, em uma ótima atuação.

Vale ressaltar também o ótimo trabalho de dublagem de Emma Thompson, Ian McKellen e Gugu Mbatha-Raw.

A Bela e a Fera‘ deve agradar por trazer de volta lembranças da nossa infância, mas mostra que a Disney tinha um grande potencial em mãos e deixou de aproveitá-lo por medo de se arriscar. É um filme visualmente encantador, porém mediano, que falha em nos entregar EMOÇÃO!

Assista nossa crítica:

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