sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica | Katy Perry volta para as pistas de dança com o narcótico e borbulhante single “Smile”

Um ano depois de lançar a vibrante “Never Really Over” e algumas semanas depois de resgatar uma de suas melhores eras com “Daisies”Katy Perry pediu mais um momento da nossa atenção com o lançamento de “Smile”, novo single oficial de seu próximo álbum de estúdio homônimo – e, basicamente, a música é tudo o que mais queríamos e precisávamos nesse momento.

Perry teve certas “complicações”, por assim dizer, pouco depois do lançamento de ‘Witness’. As críticas ferrenhas ao subestimado álbum e até mesmo a decadência mercadológica que experimentou seguindo quatro discos de puro sucesso colocaram a artista em um patamar reflexivo que começaria um capítulo renovado de sua própria vida. “Never Really Over”, como supracitado, foi o prólogo de uma era que há tempos era esperada por seus fãs – e até mesmo por aqueles que sentiam falta de sua colorida e dançante identidade sonora.

O novo single, por mais que não alcance o mesmo patamar de outras clássicas canções, como “Dark Horse”“Roar”, é o mais recente indício de que Katy está de volta para uma aventura escapista, nostálgica e narcótica em seu âmago, nos convidando para uma jornada que atravessa sua história na esfera fonográfica e olha para um brilhante futuro que tem tudo para dar certo – e, se não der, ao menos saberemos que ela está mais feliz do que nunca.

“Smile” é uma homenagem aos anos 1980 e à comovente estática de ‘Prism’ (sua melhor incursão até hoje); mais do que isso, assina uma colaboração bastante bem-vinda com o produtor Josh Abraham, que já trabalhou com nomes bem conhecidos e renomados da música, incluindo P!nkKelly Clarkson – e sua produção automaticamente reconhecível se mostra exuberante e borbulhante logo nos primeiros segundos, marcado pela impactante e ressonante presença dos sintetizadores e de um deep-house pop apaixonante do começo ao fim.

Como se não bastasse, Perry brinca sagazmente com a mensagem que explora por trás desse saudosista upbeat: ela reconhece todas as dificuldades pelas quais passou, toda a montanha-russa em que sua vida havia se transformado antes de “voltar à forma” e conseguir colocar um sorriso no rosto – falso ou não, as ácidas metáforas das quais ela se vale são inteligentes o bastante para nos manter presos à história que se é contada.

Enquanto o liricismo e o instrumental casam perfeitamente e seguem uma progressão prática e viciante, pronta para ser levada para as pistas de dança ainda que se renda a certos convencionalismos do panorama mainstream, o que fala mais alto são as inflexões oitentistas que nos arremessam de volta para as lendas do dancefloor, como Diana RossGloria Gaynor em todos os seus espectros – a semelhança da canção com “Upside Down” é arrepiante e inquietante pelos motivos certos.

Talvez o único “deslize” cometido por Perry seja a curtíssima duração da track, o que por um lado é bom e, por outro, nos faz ansiar por mais. De qualquer forma, estamos diante do que pode vir a ser o álbum mais coeso de uma diva que ainda tem muito a nos oferecer – mesmo que as pessoas não acreditem mais em seu potencial.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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