sábado , 21 dezembro , 2024

Crítica | La Chimera – Josh O’Connor em Dose Dupla ao lado de Carol Duarte em Filme Sobrenatural

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Josh O’Connor é dotado de um sorriso brilhante. Ao lado de Zendaya e de Mike Faist, ele tem elevado a temperatura nas salas de cinema com um personagem sensual e carismático. Antes desse filme, porém, o ator já havia chamado a atenção em outras produções, como no papel do Príncipe Charles na série ‘The Crown’ e também na minissérie ‘Os Miseráveis’, em que falava inglês e francês. E entre seus projetos de destaque também está ‘La Chimera’, filme italiano em que ele é protagonista e que teve sua estreia mundial em 2023 durante o Festival de Cannes. Felizmente, este filme chegou no último final de semana aos cinemas brasileiros, trazendo uma dose dupla de O’Connor no circuito exibidor.



Arthur (Josh O’Connor, atualmente em cartaz nos cinemas com ‘Rivais’) está voltando para a casa de sua avó, Flora (Isabella Rossellini, de ‘O Homem Duplicado’) depois de um longo tempo longe. O local está completamente caindo aos pedaços numa região afastada na Itália, mas Flora mantem-se ali, afundando junto com a casa, na companhia de muitas de suas filhas e também de Itália (Carol Duarte, de ‘A Vida Invisível’), uma imigrante que tem o sonho de se tornar cantora profissional e por isso trabalha de graça na casa de Flora, na esperança de que ela a treine. Sem dinheiro e sem perspectiva de vida, o retorno de Arthur fará com que outras pessoas no vilarejo voltem a praticar uma atividade proibida: o roubo de túmulos e covas com o intuito de saquear o local, retirando objetos de valor e obras de arte. Porém, essa atividade, além de criminosa, colocará em xeque a paranomarlidade de Arthur, que passa a ser utilizado pelos amigos para encontrar esses tesouros escondidos.

Caminhando entre o terror sobrenatural e a fantasia, a história escrita e dirigida por Alice Rohrwacher flerta com a arte clássica italiana para construir personagens etéreos, como um grupo de musas que só aparecem em conjunto; ou o protagonista Arthur, apenas um ser humano com um dom especial para “sentir” a presença dos mortos; ou ainda a personagem Itália, cujo carisma de Carol Duarte confere ares primaveris a esta ninfa que assume certo compromisso em ensinar o herói como se comportar entre os humanos.

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Nesse limbo atemporal, os personagens tentam se entender e flanar por uma Itália de outrora, cavando buracos para desenterrar segredos e artefatos cujos valores somente a especulação do mercado clandestino consegue impor. Entre sonho e realidade, entre o hoje e o ontem, há espaço para absurdos criativos, como a personagem Itália ser interpretada por uma brasileira e que ainda por cima ensina italiano a Arthur. Em uma hora e meia, seguimos Arthur, do auge de um forasteiro na própria terra à degradação humana de um pária.

Experimental e envolvente, ‘La Chimera’ trabalha o sobrenatural em espaço urbano com primor artístico e sem se deixar definir por gêneros e fronteiras. Protagonizado pelo queridinho do momento, é uma boa pedida para quem está um pouco obcecado/a por Josh O’Connor poder ver a um outro trabalho do ator.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Josh O’Connor é dotado de um sorriso brilhante. Ao lado de Zendaya e de Mike Faist, ele tem elevado a temperatura nas salas de cinema com um personagem sensual e carismático. Antes desse filme, porém, o ator já havia chamado a atenção em outras produções, como no papel do Príncipe Charles na série ‘The Crown’ e também na minissérie ‘Os Miseráveis’, em que falava inglês e francês. E entre seus projetos de destaque também está ‘La Chimera’, filme italiano em que ele é protagonista e que teve sua estreia mundial em 2023 durante o Festival de Cannes. Felizmente, este filme chegou no último final de semana aos cinemas brasileiros, trazendo uma dose dupla de O’Connor no circuito exibidor.

Arthur (Josh O’Connor, atualmente em cartaz nos cinemas com ‘Rivais’) está voltando para a casa de sua avó, Flora (Isabella Rossellini, de ‘O Homem Duplicado’) depois de um longo tempo longe. O local está completamente caindo aos pedaços numa região afastada na Itália, mas Flora mantem-se ali, afundando junto com a casa, na companhia de muitas de suas filhas e também de Itália (Carol Duarte, de ‘A Vida Invisível’), uma imigrante que tem o sonho de se tornar cantora profissional e por isso trabalha de graça na casa de Flora, na esperança de que ela a treine. Sem dinheiro e sem perspectiva de vida, o retorno de Arthur fará com que outras pessoas no vilarejo voltem a praticar uma atividade proibida: o roubo de túmulos e covas com o intuito de saquear o local, retirando objetos de valor e obras de arte. Porém, essa atividade, além de criminosa, colocará em xeque a paranomarlidade de Arthur, que passa a ser utilizado pelos amigos para encontrar esses tesouros escondidos.

Caminhando entre o terror sobrenatural e a fantasia, a história escrita e dirigida por Alice Rohrwacher flerta com a arte clássica italiana para construir personagens etéreos, como um grupo de musas que só aparecem em conjunto; ou o protagonista Arthur, apenas um ser humano com um dom especial para “sentir” a presença dos mortos; ou ainda a personagem Itália, cujo carisma de Carol Duarte confere ares primaveris a esta ninfa que assume certo compromisso em ensinar o herói como se comportar entre os humanos.

Nesse limbo atemporal, os personagens tentam se entender e flanar por uma Itália de outrora, cavando buracos para desenterrar segredos e artefatos cujos valores somente a especulação do mercado clandestino consegue impor. Entre sonho e realidade, entre o hoje e o ontem, há espaço para absurdos criativos, como a personagem Itália ser interpretada por uma brasileira e que ainda por cima ensina italiano a Arthur. Em uma hora e meia, seguimos Arthur, do auge de um forasteiro na própria terra à degradação humana de um pária.

Experimental e envolvente, ‘La Chimera’ trabalha o sobrenatural em espaço urbano com primor artístico e sem se deixar definir por gêneros e fronteiras. Protagonizado pelo queridinho do momento, é uma boa pedida para quem está um pouco obcecado/a por Josh O’Connor poder ver a um outro trabalho do ator.

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