terça-feira, abril 30, 2024

Crítica | Lady Gaga exala o oitentismo do synth-pop com “Stupid Love”

Ainda que a carreira de Lady Gaga seja marcada por altos e baixos, é inegável dizer que a popstar atingiu um nível quase lendário em seus pouco mais de dez anos de música.

Com o lançamento de ‘The Fame’‘The Fame Monster’‘Born This Way’, Gaga calcou seu nome na indústria fonográfica, revivendo, mesclando, desconstruindo e reerguendo gêneros de modo interessante, memorável e dançante – além de delinear letras e canções que até hoje carregam um legado considerável. Mesmo com o subestimado ‘Artpop’, a drástica mudança de ‘Cheek to Cheek’ e o cândido amadurecimento de ‘Joanne’, a performer provou para todos que segue suas próprias regras e que é dotada de uma versatilidade invejável, própria de artistas que não temem críticas ferrenhas e o abandono de parte de “fãs” que obrigam suas divas a se confinarem em caixinhas rotulados.

Recuperando a “esquecida” glória com ‘Nasce Uma Estrela’, Gaga fez história novamente e trouxe à tona uma incerteza sobre seu futuro: será que ela voltaria para o início de sua carreira com o próximo álbum solo? Ou será que ela aproveitaria sua icônica expressividade artística para explorar outros suis-generis?

Eis que, quatro anos depois de seu último lançamento, Stefani Joanne Angelina Germanotta anunciou o aguardado comeback “Stupid Love”, primeiro single de seu novo álbum, ‘Chromatica’. E, entregando basicamente tudo que prometeu a seus fãs, Gaga retornou às origens de sua estreia oficial no mundo da música com um borbulhante e saudosista pop que nutre de inúmeras referências.

track, regada pelo electro e pelo synth-pop já cultivado em iterações predecessoras, inicia com impactantes e dissonantes voltas que logo se transformam em poderosos sintetizadores – guiados pela voz única da artista. Mais do que isso, ela faz questão de referenciar clássicas produções dos anos 1980, alavancando diálogos que vão desde as incursões menos conhecidas de Diana Ross até as prolíficas rendições modernizadas de Robyn (especificamente a infusão melodramática de “Dancing on My Own”).

Em meio às raízes quase deixadas de lado em ‘Joanne’‘Cheek to Cheek’, é notável como Gaga abraçou com vontade sua nova era, resgatando o estilo camp-kitsch em seus figurinos e em sua atuação mostrados na última cerimônia do MET Gala.

Criando uma atemporalidade muito bem-vinda que se situa na oscilante transição dos anos 80 para os 90, Daniel Askill é uma adição perfeita com seu estilo visceral (puxado do aclamado curta surrealista ‘We Have Decided Not To Die’) às construções sci-fi, às decisões visuais conflitantes e à utilização de sequências que mergulham no trash e insurgem numa zona propositalmente desconfortável. Tudo isso movido pela energia ao mesmo tempo familiar e inovadora da cantora.

Ouça a música e assista ao videoclipe:

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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