quinta-feira, abril 25, 2024

Crítica | Matrix Resurrections vale pena nostalgia, mas é um blockbuster genérico….

Lançado em 1999, o melhor ano da história para o cinema, ‘Matrix’ revolucionou a indústria Hollywoodiana e as nossas mentes. Com ideias inovadoras e extremamente interessantes, o filme plantou uma sementinha em nossa cabeça sobre o que é a realidade e como poderíamos ser manipulados pelas máquinas. Metaforicamente, isso se provou uma grande realidade nos dias de hoje com as fake news e os “robôs” das redes sociais. ‘Matrix’, o original, nunca foi tão atual. Então por que não fazer outro?

Como Hollywood está na fase de reciclar franquias antigas, seja através de sequências, de remakes ou de reboots, não demorou muito para que ‘Matrix Resurrections’ fosse anunciado através de uma ideia que Lana Wachowski teve após a morte dos pais. E ela decidiu voltar a esse universo sem a irmã Lilly, que não topou embarcar nessa jornada.

Matrix Reloaded’ fez um enorme barulho quando foi lançado nos cinemas, e mesmo tendo decepcionado alguns fãs, trouxe ideias ambiciosas através de diálogos inteligentes – como as cenas com o Oráculo e o Arquiteto – além de efeitos especiais inovadores, inclusive dentro do universo ‘Matrix‘. A cena de Neo lutando nas escadarias, da fuga na rodovia com os gêmeos e do embate contra vários agentes Smith entraram para a história. Eis que a franquia parecia ter sido encerrada com ‘Revolutions’, que teve uma recepção fria dos críticos e do público, e não respondia a nenhuma das perguntas filosóficas feitas no longa anterior.

Matrix Resurrections’ parte de uma ideia totalmente nova, porém nada inovadora. É um filme que não se conecta visualmente com a trilogia original, visto que a fotografia e a paleta de cores são bastante diferentes. O filtro esverdeado que marcou a trilogia original dá espaço para um tom azulado – e, desde o começo, a obra se constrói como um “filho bastardo”.

Praticamente tudo é diferente aqui: é uma narrativa mais cômica e menos séria que as anteriores, com uma escala bem mais intimista e uma história que traz boas discussões, mas nem um pouco original. É um “blockbuster momentâneo”, um daqueles filmes gostosos de assistir, mas rapidamente descartáveis.

Usando a metalinguagem, a história reapresenta Neo na Matrix como um desenvolvedor de jogos bem-sucedido, que precisa fazer sequências para a franquia que ele iniciou anos atrás. Enquanto parece apreensivo com a ideia, ele também começa a perceber que algo está estranho e que ele não pertence àquele lugar.

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Para descobrir se sua realidade é uma construção física ou mental, o Sr. Anderson (alter-ego adotado por Neo), terá que escolher seguir o coelho branco mais uma vez. Se ele aprendeu alguma coisa, é que a escolha, embora seja uma ilusão, ainda é a única maneira de sair – ou entrar – na Matrix. Neo já sabe o que deve fazer, mas o que ainda não sabe é que a Matrix está mais forte, mais segura e mais perigosa do que nunca.

O filme é autorreferente, conseguindo aliar o passado com o presente de uma maneira instigante, à medida que faz as pazes com os blockbusters modernos e entrega uma farofa divertida – mas sem muitos ingredientes. A saga foi tão copiada nos cinemas, que agora parece uma cópia dela mesmo. Pelo menos, ‘Resurrections’ se assume dessa maneira desde o começo, trazendo um humor peculiar. É bizarro e nonsense algumas vezes, mas é divertido e traz alguns momentos inspirados e recheados de ideias legais.

A franquia ficou conhecida por suas cenas de ação de “explodir a cabeça” que foram extremamente revolucionadas e copiadas à exaustão por outros filmes. Agora, temos cenas de ação que ainda são bem-feitas e satisfatórias, mas genéricas e menos impactantes. Não há nada que não tenha sido visto em outras obras similares deste ano, e isso pode ser um pouco decepcionante. Nem os efeitos especiais são tão grandiosos. Mas afinal, ainda é possível revolucionar o cinema? Se a resposta for sim, não vai ser dessa vez que saberemos.

O grande destaque da produção continua sendo seu elenco. Keanu Reeves está de volta como Neo e, apesar de manter seu visual ‘John Wick‘, está mais à vontade no personagem. Porém, quem brilha agora é Carrie Anne-Moss. A atriz ganha ainda mais visibilidade como a Trinity e se torna a alma do filme. A química entre os dois está maior do que nunca, e o filme realmente funciona como uma história de amor atemporal. É a produção romântica mais cara do cinema.

Outros nomes que merecem destaque é Jonathan Groff, Jessica Henwick e Neil Patrick Harris.

Lana Wachowski revisita o universo que criou de uma maneira para lá de diferente, que vai polarizar opiniões por ser justamente um blockbuster fora da caixinha, trazendo uma história bem menor e menos pretensiosa. É refrescante e decepcionante ao mesmo tempo, visto que poderia ser algo mais grandioso e inovador. Há ideias pertinentes que farão a gente pensar, assim como a trilogia original, mas é esquecível. O filme finalmente engata nos seus momentos finais, com um fan service que vai deixar os fãs pirados, mas ele tem uma longa jornada até chegar nesse momento. Será que é a Matrix nos tentando fazer esquecer dela própria? Fica a dúvida.

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