terça-feira, março 19, 2024

Crítica | O Mensageiro do Último Dia – Um filme de terror esquisitamente bom

Com estreia silenciosa nos cinemas brasileiros essa semana, ‘O Mensageiro do Último Dia’ é, até o momento, o melhor filme de terror lançado em 2021, incluindo os das plataformas de streaming. Mas o título não faz jus, afinal, o filme é muito mais que sustos e assombrações, e, literalmente, entrega ao espectador algo totalmente inesperado.

Tudo começa em 1995, no Vale de Ura, no Butão. Dois casais de turistas estão fazendo uma trilha até que um deles se acidenta e acaba caindo numa caverna sombria, onde dá de cara com um esqueleto bizarro de uma criatura sinistra. Imediatamente, Paul (Aaron Poole) entra numa espécie de transe, com consequências trágicas. Anos se passam e estamos em 2018 no Missouri, acompanhando James Lasombra (James Badge Dale) investigar o desaparecimento de Amanda (Sasha Frolova), a jovem filha de sua vizinha, Nora (Marin Ireland). Só que o sumiço de Amanda pode estar envolvido com algo ainda mais esquisito, que vai muito além do que os olhos podem ver.

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Baseado na história em quadrinho da Boom! Studios, escrita por Cullen Bunn, o roteiro de David Prior é, no mínimo, inusitado. Começa com esses quinze minutos de história no Butão que, a bem da verdade, não tem nenhuma ligação evidente com o resto da história (o vínculo é frágil e não explicitado). O núcleo seguinte parece ser apenas mais uma historinha de terrorzinho adolescente, com assombração e provocações de quem vai cutucar o espírito adormecido. Já o terço final do longa degringola para uma parada totalmente nada a ver, estilo ‘Matrix’, que dá até uma bugada na cabeça e instiga o espectador a entender sozinho o que está acontecendo.

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De certo modo, é como se ‘O Mensageiro do Último Dia’ flanasse entre o terror e a ficção científica, mas sem se definir concretamente por nenhum dos dois gêneros. Embora o aspecto geral do longa seja maneiro, precisamos ser sinceros com relação a expectativa do espectador e o que é encontrado no filme. As cenas de tensão e de terror mais evidentes ficam nesse início deslocado do longa; após esse momento, elas se concentram mais para o fim das mais de duas horas de filme. A ficção científica, por sua vez, entra de maneira inesperada na história, envolvendo teoria da conspiração, ideias malucas e alienação. Todo o recheio entre as duas partes é puro lenga-lenga.

Também diretor do longa, David Prior constrói uma atmosfera de tensão crescente sem que o espectador perceba. É como se ele colocasse a gente numa panela de água fria e acendesse o fogo: a gente vai sentindo o morninho gostoso sem se dar conta de que a água vai ferver já já. Por outro lado, foca demais sua câmera no protagonista e seus dramas pessoais, desviando a atenção e criando barrigas que ajudam a devagar o progresso da trama.

O Mensageiro do Último Dia’ é um filme esquisitamente bom, que não apresenta nada do que a gente espera. É uma boa opção para quem está buscando alternativas do gênero.

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