domingo, abril 28, 2024

Crítica | Resgate 2: Com roteiro simples, sequência investe na sanguinolência e carisma de Chris Hemsworth

Marcado pelo peso de suas escolhas e pelas cicatrizes de suas missões, Tyler Rake é apenas a sombra da máquina de guerra que um dia foi. Carregando as sequelas de uma experiência de quase morte, ele inicia Resgate 2 como um homem aposentado, em busca de propósito. E ao longo das próximas pouco mais de duas horas de filme, Chris Hemsworth uma vez mais prova ser uma nova promessa de brucutu em Hollywood. Enfrentando contratempos físicos e emocionais, ele enfrenta o próprio fardo de seu arquétipo heroico, em uma sequência que investe menos em roteiro, mas não mede recursos em entregar a mais pura sanguinolência que todo fã de ação ama.

Em alguns momentos, sentimos pairar no ar aquele desejo do roteirista Joe Russo de fazer de Rake o próximo John Wick. Emanando seus conflitos psicológicos entre uma porradaria e outra, ele e o diretor Sam Hargrave já enxergam a franquia como uma potencial marca maior do que seu próprio nome. A ambição é real, mas Hemsworth e Resgate precisam de muito mais do que violência gratuita em sequência. E talvez o único problema do novo capítulo seja exatamente este. Pesando a mão nas cenas de ação, a dupla criativa acaba esquecendo de se aprofundar em seus personagens, se furtando da possibilidade de ir além dos socos, chutes e tiroteios desenfreados.

Com uma trama bem simples e básica, Russo e Hargrave concentram sua atenção em superar a marca de mortes do primeiro filme. Deixando pouco espaço para o desenvolvimento do universo de Resgate, ambos se distraem com os exageros das cenas de ação, o que pode ser cansativo para alguns. Mas se você está em busca do mais puro escapismo visceral, Resgate 2 é exatamente o seu tipo de aventura. Dinâmico em sua direção e acelerado, com apenas alguns poucos respiros entre um ato e outro, o longa é uma genuína carga de adrenalina de excelente qualidade.

Ainda que o longa careça de um submundo bem ajambrado e estruturado – como vemos e amamos na franquia de John Wick -, Resgate 2 não fica atrás em sua premissa principal e não apenas serve um sangrento banquete aos famintos por violência gráfica, como o faz com estética e bom gosto. Com uma direção muito mais assertiva e bem ajustada, Hargrave coloca seu talento à mostra em planos sequências invejáveis e hipnotizantes. Dominando a tela com movimentos rápidos que seguem a agilidade física de Hemsworth, o cineasta apresenta um belíssimo trabalho técnico, usando o gênero de ação como uma vitrine para demonstrar suas artimanhas artísticas.

E mesmo quando o filme tenta ser muito mais ambicioso do que de fato é, ele não perde nossa atenção. Compensando o roteiro simplório com o carisma do elenco principal, que ainda conta com Golshifteh Farahani e Adam Bessa, Resgate 2 é uma eletrizante experiência cinematográfica que não perde em nada para tantas outras franquias do cinema. Com um enorme potencial de crescimento a longo prazo, a continuação é a cartada certeira da Netflix para desenvolver suas próprias e rentáveis sagas dentro do streaming. Divertido, delirante e realmente envolvente, o longa é exatamente o que esperávamos. Maior, mais caótico e levemente dramático, o filme serve para a audiência o mais puro entretenimento em uma bandeja. É original? Não. Mas é o aconchego ideal para uma noite fria de sexta-feira.

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