Crítica | Ron Bugado é uma animação SURPREENDENTE que merece ser vista nos cinemas

A infância e adolescência dos anos 1980 e 1990 foi marcada por uma divisão bastante cruel entre as crianças da escola: aquelas que possuíam o brinquedo do momento e aquelas que não o tinha. É claro que esse sistema permanece até hoje entre a garotada, mas, naquela época era realmente muito gritante, quando começaram a lançar os primeiros videogames, celulares e brinquedos eletrônicos, que viraram verdadeiras sensações sociais entre a molecada, incluindo ou excluindo determinados grupos de acordo com o poder econômico das crianças de adquirir esses produtos – que, à época, eram caríssimos, posto que eram novidades e importados. Relembrando essa pegada excludente e exclusiva dos brinquedos, o novo filme da Disney/20th Century Studios, ‘Ron Bugado’, chega silenciosamente aos cinemas brasileiros.

Barney (na voz original de Jack Dylan Grazer) é um menino de 12 anos que não tem nenhum amigo. Na escola, sente-se excluído porque todos têm um B-Bot – um robozinho produzido pela empresa Bolha que literalmente sabe tudo sobre seu dono e automaticamente não só se torna o melhor amigo da criança, como também a conecta com outras crianças que compartilham dos mesmos gostos. Quando, em seu aniversário, seu pai (Ed Helms) e sua avó (Olivia Colman) lhe presenteiam com um B-Bot (Zach Galifianakis), Barney fica animadíssimo… até descobrir que o brinquedo-robô está com defeito. Decidido a devolvê-lo à fábrica por não ser perfeito, o rapazinho rapidamente irá descobrir que a verdadeira amizade não é para ser perfeita.

Ron Bugado’ tem uma história fofíssima e emocionante, de verdade; mas a produção do longa fez escolhas ruins para a sua divulgação, como, por exemplo, a escolha das vozes originais para dublar os personagens: o robô principal, Ron, é dublado por Zach Galifianakis, um ator que fez a carreira em uma franquia de filmes onde os personagens ficam bêbados e, na vida real, é conhecido por ser arrogante; Olivia Colman, renomada atriz britânica que literalmente está interpretando a Rainha da Inglaterra na série ‘The Crown’, aqui empresta a voz para uma velha senhora russa! Será que a Fox não conseguia uma atriz russa para o papel? Na versão brasileira o longa conta com as vozes do casal Sophia Abrahão e Sérgio Malheiros, mas seus nomes e rostos não aparecem em nenhum cartaz do filme. Além disso, a campanha de marketing está praticamente nula, tanto que o filme estreou nos cinemas e o público fã de animação nem ficou sabendo, infelizmente, mesmo sendo uma animação da Disney.

Feita esta ressalva, ‘Ron Bugado’, como dissemos, é um filme fofíssimo. Inspirado no clássico infantil ‘E.T. O Extraterrestre’, a animação recupera a trama de amizade entre uma criança e uma criatura. O roteiro de Sarah Smith e Peter Baynham atualiza o enredo aos tempos atuais e on-line, jogando foco sobre o impacto da aprovação virtual nas redes sociais na vida das crianças. Apesar do núcleo principal ser enfadonho e caricato, mostrando uma família pobre de imigrantes que necessariamente são retratados como ignorantes sociais, a interação entre os personagens mirins e os robôs são o cerne do longa, e é o que realmente conquista o espectador.

Ron Bugado’ é uma animação surpreendente, com um robozinho super fofo e uma adaptação vocabular perfeita para o português. É uma boa aposta para um programa em família ou a dois, pois emociona e faz refletir ao mesmo tempo que nos faz querer ter um amigo sem-noção como o Ron.

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