sábado, abril 27, 2024

Crítica | The Wonder – Florence Pugh entrega mais uma atuação BRILHANTE em filme surpreendente [Festival do Rio 2022]

Um mistério ligado à fé ou os deslizes pelas imperfeições da natureza humana? Exibido no Festival de San Sebastian desse ano, The Wonder nos leva para uma investigação profunda sobre o ser humano, mais profundamente em um recorte de um vilarejo que presencia uma situação incomum de uma jovem que deixou de se alimentar e continua viva. Seria isso um milagre ou alguma falcatrua ideológica que encosta nas interpretações da fé?  O excelente cineasta chileno Sebastián Lelio (de sucessos como: Desobediência, Uma Mulher Fantástica, Gloria) brilha na direção. Há um impacto sobre a narrativa, o modo como é contada essa história, desde a primeira cena que abre um leque de possibilidades. No papel da protagonista, uma das melhores atrizes da atualidade Florence Pugh, que mais uma vez desfila seu talento.

Na trama, ambientado por volta de 1860, na região de Midland, na Irlanda, conhecemos a enfermeira Lib (Florence Pugh, em mais uma destacada atuação), uma mulher com um pensar à frente do seu tempo que é selecionada por um conselho para ir até uma pequena vila e investigar algo de inusitado que está acontecendo: uma jovem de onze anos chamada Anna (Kíla Lord Cassidy) não se alimenta faz meses e continua viva, se tornando famosa na região e recebendo turistas, peregrinos, que querem presenciar esse possível milagre. Os que mandam e desmandam nesse vilarejo também estão de olho nessa situação, até mesmo os que defendem o lado religioso. Aos poucos, a enfermeira vai conhecendo melhor essa história, principalmente da família da jovem, e assim muitas surpresas vão aparecer durante sua estadia na região levando-a à dilemas.

Baseado em livro lançado em 2016, escrito pela irlandesa Emma Donoghue (que já teve adaptado para cinema outra de suas obras, O Quarto de Jack), The Wonder é um projeto que une um potente, impactante e artístico longa-metragem com apontamentos à assuntos como violência, a religião (aqui figura da fé) e o lado maternal, nesse último ponto um contraste entre o trauma e o poder das escolhas. O filme prende atenção. Seus mistérios são dissolvidos aos poucos dentro de uma chamativa narrativa (prestem bastante atenção desde os primeiros minutos de projeção) que nos apresenta um ponto de vista de uma protagonista com um passado que acaba a aproximando da situação presente que vive. Lelio detalha ao público seu inteligente olhar sobre as relações, aqui num foco maternal.

Thriller psicológico, drama familiar? O filme pode até ficar confuso se pararmos para associar sobre uma batalha entre o bem e o mal, mas não deixa de ter um certo sentido quando se revelam seus mistérios. Mas o projeto é mais profundo que isso. As imperfeições do ser humano aqui são descascadas, como se máscaras caíssem, em uma investigação também sobre o ser humano, os limites, o lado sombrio. The Wonder chega deve chegar ainda esse ano na Netflix, um filme que vai dar o que falar!

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