segunda-feira, março 18, 2024

Crítica | Viver Duas Vezes – Filme da Netflix é sem dúvida um dos MELHORES do ano!

Semanalmente estreiam dezenas de produções nas plataformas de streaming, e, por vezes, algumas joias se perdem pelo caminho por conta da grande demanda de longas e séries. É o caso de ‘Viver Duas Vezes’, um filme espanhol bem dramático e cômico que chegou à Netflix em fins de janeiro de 2020 e já é, sem dúvida, um dos melhores filmes do ano.

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Tudo começa com o Sr. Emilio (Oscar Martínez), um professor universitário de Matemática que sempre foi muito estudioso mas que, de repente, começa a ter os primeiros sintomas do Alzheimer. Com medo de esquecer tudo, Emilio decide ir atrás do primeiro amor de sua vida, Margarita (Isabel Requena), e, para isso, contará com a ajuda de sua filha, Julia (Inma Cuesta), que, frustrada, trabalha com representação de remédios para médicos; o marido dela, Felipe (Nacho López), que está desempregado mas “trabalha” como coaching e perturba todo mundo com sua positividade; e a filha do casal, Blanca (Mafalda Carbonell), uma garota de 11 anos manca e totalmente ligada no celular.

Com muita naturalidade, o entrosamento do elenco é tão afinado, que ninguém ali passa a sensação de estar atuando. Todos os personagens têm muito carisma – cada um a seu modo – e são pessoas imperfeitas tentando serem perfeitos. Conseguir esse nível de afinidade entre atores de diferentes gerações não é uma tarefa fácil, mas que neste filme não pareceu apresentar nenhuma dificuldade. Destaque maior para o par avô e neta – Oscar Martínez e Mafalda Carbonell – cujas alfinetadas são tão agridoce, que faz a gente gritar de incredulidade e constrangimento.

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Mas o que mais chama a atenção é a sensibilidade com que o roteiro de María Mínguez aborda o tema do Alzheimer, construindo uma atmosfera dramática com muito tato e humor. Com diálogos maravilhosos (e absurdos), a evolução da trama se dá de maneira contínua e bem dosada, com o ápice acontecendo no final do segundo arco – quando ocorre um dos diálogos mais bonitos do filme.

É preciso ressaltar também que boa parte da equipe por trás de ‘Viver Duas Vezes’ é composta por mulheres, incluindo a diretora Maria Ripoll, duas produtoras, a diretora de fotografia e também de casting, além da supracitada roteirista. Ter uma equipe com tantas mulheres em posições fundamentais para o sucesso de um longa certamente fez a diferença no resultado final de ‘Viver Duas Vezes’, que, em sua uma hora e quarenta e um minutos de duração transporta o espectador para um universo humanizado e nervoso (posto que recheado de sentimentos) de quem é um portador consciente do Alzheimer e luta com todas as suas forças para manter suas lembranças mais queridas.

Viver Duas Vezes’ é um filme belíssimo, engraçado, dramático e extremamente real, que faz rir e chorar ao mesmo e nos mostra a importância de sentirmos empatia pelos idosos, afinal, às vezes a vida nos obriga a vivê-la duas vezes, e é preciso blindar nossa memória para que as pessoas mais importantes permaneçam de alguma forma para sempre conosco.

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