quinta-feira, abril 25, 2024

E aí, querido cinéfilo?! – Nossa Coluna de Entrevista | Parte 28: Wilker Medeiros

A beleza do cinema é conseguir enxergar além do que os olhos conseguem captar. Falar de cinema é uma grande prova de amor ao sentimento das curiosidades que afligem esse imenso mundão que vivemos. Todo tipo de filme, de qualquer gênero, busca o importante elo em apresentar emoções ao espectador, seja ele quem for. Pensando em entender melhor as razões do porquê o cinema ser uma coisa tão rica para nossa existência como ser humano, esse eterno jovem cinéfilo que vos escreve buscou cinéfilos espalhados pelo Brasil (alguns até pelo mundo) para contar um pouquinho da trajetória cinéfila deles para vocês.

Nossa entrevistado de hoje é de Recife. Crítico de cinema dos portais Cinema com Rapadura e Cinepop, participante do Rapaduracast e do podcast Alerta Vermelho, no Cine Alerta. Um grande admirador da sétima arte que adora os filmes de Scorsese e Coutinho mas tem em PTA (Paul Thomas Anderson) um diretor que possui um poder especial sobre ele. Wilker Medeiros, um querido amigo cinéfilo que sempre está pelas redes sociais falando sobre a sétima arte.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Em relação a programação, sem dúvidas, é o Cinema da Fundação. Que foi regido por muitos anos pelo Kleber Mendonça Filho e hoje é comandada pelo mestre e grande amigo Ernesto Barros. Uma programação pensada pra cinema, e não apenas visando lucro.

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Exatamente o primeiro que vi no Cinema São Luiz, templo do cinema em Pernambuco e Brasil, que foi O Rei Leão. Incrível e marcante aquela tela gigante, e quando a gente é pequeno, ela ainda é maior até metaforicamente falando.

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Eduardo Coutinho e Martin Scorsese são cineastas que acho irretocáveis, porém confesso que o cinema do Paul Thomas Anderson tem um poder especial em mim. É o que possuo mais intimidade e até por isso meu filme favorito é Magnólia.

Não deixe de assistir:

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Esse volto no Coutinho, no caso com Cabra Marcado para Morrer. É um filme que transcende cinema. Passa a ser registro histórico. Luta e resistência de pessoas. O tipo de cinema social e absolutamente forte em sua proposta.

5) O que é ser cinéfilo para você?

Não vejo muito pelo rótulo, mas sim pela paixão forte de sentir e apreciar um filme. De poder ser transportado para os universos abordados.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

A questão não é entender de cinema, mas sim como a coisa funciona. Quando falamos de uma grande corporação de shopping, pensam em cinema como puro entretenimento, de pessoas que vão ao shopping e de lá passam no cinema. Não o contrário. Então só consigo ver uma pessoa gerindo um cinema quando há ali algo mais centrado. Empresa não tem como ser vista dessa maneira.

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Jamais.

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

É sempre complicado esse tipo de indicação, difícil saber o que é visto pelas pessoas de tempos em tempos. Porém vou indicar algo que é recente e pouca gente comenta, que é Paterson, do Jim Jarmusch. É um filme que merece ser mais explorado.

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

De forma alguma.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro é um dos mais interessantes do mundo, artisticamente falando. E isso há no mínimo duas décadas. E atualmente está cada vez mais plural não só tematicamente, mas em gêneros explorados.

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não fala pra ele, pra não ficar mais convencido, mas atualmente o Kleber Mendonça Filho tem construído uma filmografia impressionante. Desde curtas e longas até os comentários sobre o audiovisual dentro do cenário sociopolítico. Mas o Beto Brant é um cineasta que se lançar um filme, não perco jamais. Aliás, saudades dele.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Transcendental (perdão, Caê).

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Tem algumas, mas a que vem na cabeça é quando vi um filme sozinho numa sala de cinema, além das cabines de imprensa. A questão foi que peguei duas sessões seguidas, à noite, e após terminar a primeira, fui à outra sala ver Pânico 4. Passaram os trailers e nada de ninguém chegar. Até que o lanterninha chegou pra mim e perguntou se eu estaria disposto a vir no outro dia, pois iriam dar um ingresso. Porém, como não podia e sou um porre, vi o filme sozinho. Pois é, projetaram a despedida do mestre Wes Craven só pra mim.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras…

Na real? Nunca vi.

15) Qual o pior filme que você viu na vida?

Olha, pelas ofensas raciais, as péssimas escolhas, o desrespeito a obra original e a execução da coisa, O Último Mestre do Ar é uma boa escolha dentre os recentes, mas confesso que não existe isso pra mim.

 

16) Você acha que todo diretor de cinema precisa ser cinéfilo?

É difícil imaginar um realizador de cinema que não goste de cinema. Talvez numa época que Hollywood fazia produções a toque de caixa. No geral, é impossível.

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