quinta-feira, abril 25, 2024

Filmes com nota baixa no Rotten Tomatoes que Adoramos | Edição 20 Anos em 2020

Uma de nossas matérias de maior sucesso aqui no CinePOP é a dos “filmes com nota baixa no Rotten Tomatoes que Adoramos”. Por anos o público e os próprios especialistas vêm cultivando uma relação de amor e ódio com o maior agregador de críticas da internet. Quando o resultado se mostra positivo para os filmes que adoramos, o utilizamos como referência e afirmação de bom gosto, porém, quando o somatório desmerece obras que adoramos, aí viramos bicho e discorremos uma infinita lista de “elogios” ao serviço, que vão desde tachá-lo como perigoso, manipulador e até  inimigo do cinema. A verdade é que toda e qualquer pessoa tem opiniões críticas sobre qualquer coisa, e a usamos de forma diária. O agregador apenas canaliza a voz da maioria.

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Com o tempo também estamos aprendendo a conviver com este “serviço”, e o melhor, aprendendo a viver com aqueles que nos contrariam, ou contrariam nosso gosto. Isso é o mais importante! Não precisamos nos autoafirmar ao nos acharmos certos por gostar de um filme. A verdade é que se torna uma tarefa ainda mais gostosa defender nosso ponto de vista com aquelas produções que somente nós parecemos apreciar. E acredite, em especial na internet, como os fãs podem ser fervorosos com suas paixões (que inclui o amor e ódio). Cinema é, sempre foi e precisa ser um lugar democrático, aberto as mais diversas opiniões e interpretações. É muito mais interessante quando abrimos nossas mentes e corações a outros pontos de vista, e que mesmo que não gostemos de determinado filme pelos mais incontáveis motivos, podemos conhecer de forma mais profunda suas intenções.

Pensando nisso, separamos uma nova lista com dez filmes execrados por grande parte os críticos mundiais, mas que nós aqui no CinePOP temos um carinho especial. E não apenas isso, mas estes filmes estão completando nada menos do que 20 anos de seu lançamento em 2020, então é hora de dar aquela nova chance. Não esqueça de dizer nos comentários (de forma educada) se concorda, e liste também os filmes que você ama e mais ninguém parece se importar.

Missão: Impossível II

Tom Cruise já levava os produtores à loucura realizando as próprias cenas de ação.

Tudo bem, concordamos que o segundo Missão: Impossível é o mais fraco da franquia. Mas sendo esta uma das maiores e melhores franquias do cinema, em especial no quesito ação, isso não quer dizer muito. Na verdade, este segundo longa chegou em resposta ao primeiro filme dirigido pelo mestre Brian De Palma – que criou um thriller de espionagem clássico, repleto de intrigas, e causou confusão devido à sua trama complexa. A verdade é que nesta altura, o grande público já exigia mais ação e roteiros menos densos em seus blockbusters de verão. E foi exatamente o que receberam nesta continuação, mostrando que a Paramount ouviu seu espectador. Para a segunda Missão foi chamado o mestre da ação asiática, John Woo, em alta nos EUA na época – e a obra se comporta exatamente como um de seus famosos trabalhos. Se casa com Missão: Impossível são outros quinhentos. De qualquer forma, os 57% da imprensa talvez tenha sido muito cruel com o filme e Tom Cruise – que já realizava suas próprias façanhas aqui.

O Homem Sem Sombra

Encontro de dois astros dos anos 1980: Elisabeth Shue e Kevin Bacon.

Embora 2020 tenha sido o “ano que não aconteceu”, ainda assim tivemos três meses de filmes nos cinemas. E neste tempo, um dos maiores sucessos foi a reimaginação do clássico O Homem Invisível, que sob a tutela de Leigh Whannell e da Blumhouse seguiu bem a cartilha de Jordan Peele, adicionando muito subtexto social em sua trama. Superatual, O Homem Invisível é um drama sobre abuso doméstico e empoderamento feminino, disfarçado de terror sobrenatural. No entanto, vinte anos antes, um grande cineasta abordava o clássico de forma diferente. Paul Verhoeven, responsável por Robocop (1987) e Instinto Selvagem (1992), dava sua visão para o conto do homem invisível, e igualmente apresentava um cientista brilhante, egocêntrico e psicótico, atormentando sua ex-companheira – aqui vividos respectivamente por Kevin Bacon e Elisabeth Shue. Apostando mais em efeitos visuais de primeira, e com um dos orçamentos mais caros do ano, O Homem Sem Sombra não teve a mesma sorte de seu primo rico, e amargou 27% de aprovação apenas.

Premonição

Quem imaginaria que este filme daria tão certo? Foram feitas mais quatro sequências.

Este terror adolescente pode não ter causado o mesmo impacto em críticos mais velhos e experientes em seu lançamento como em minha geração e nas mais novas – que saímos olhando para os lados duas vezes antes de atravessar a rua no fim da sessão (afinal a morte poderia vir de qualquer lado). Uma fábrica de jumpscares – numa época em que o artifício ainda não estava desgastado -, é inegável que o primeiro Premonição foi original ao dar novo fôlego aos slashers depois que a fórmula se esvaiu já no fim da década anterior. E se Pânico foi sensação ao adicionar metalinguagem e humor, Premonição tem seus méritos por criar um slasher sem a presença física de um vilão, utilizando a morte como algoz das jovens vítimas. E fez tanto sucesso que gerou mais quatro continuações. Mesmo assim, os críticos o tem com somente 35% de aprovação. Triste.

Eclipse Mortal

Vin Diesel adorou o personagem Riddick, o anti-herói espacial. E nós também.

Este foi o filme que revelou ao mundo o brucutu Vin Diesel – no ano seguinte o astro seria catapultado de vez aos holofotes com o primeiro Velozes e Furiosos. Mesmo com seu status atual, dono da franquia citada da Universal, Diesel não esconde seu grande afeto por esta pequena obra de ficção espacial – que pega clara carona em Alien (1979), mas ao contrário de Supernova (também lançado em 2000), por exemplo, adiciona novos elementos à mistura. Em especial, o maior mérito deste filme B de monstro disfarçado de superprodução foi criar o personagem Riddick (vivido por Diesel), um vilão transformado em anti-herói a fim de combater o mal com o mal. O personagem, que não é o protagonista aqui, tem um visual bacana (com “óculos de natação” elaborados e olhos artificiais para ver no escuro) e é muito bad ass. A paixão foi tanta que Diesel insistiu nas continuações A Batalha de Riddick (2004) e Riddick (2013) – já prometendo um quarto filme com o agora herói, chamado Furya. Mesmo assim, Eclipse Mortal tem somente 59% de aprovação, se mantendo um “tomate podre”.

A Praia

DiCaprio visava largar a imagem de bom moço galã, e Danny Boyle o guiou.

Esse foi polêmico. O astro Leonardo DiCaprio se tornou o rei do mundo e o queridinho das adolescentes após o fenômeno Titanic (1997). Assim, o jovem, que queria ser reconhecido como ator sério e não somente ídolo teen, visava um projeto para se desassociar da imagem de galã. O escolhido foi A Praia, que trouxe o astro no papel do golpista aventureiro Richard, um mochileiro que se vê em posse de um mapa para um paraíso na Terra: uma ilha intocada na Tailândia. O problema é que o céu pode estar muito próximo do inferno, e além de uma comunidade hippie auto suficiente, o local abriga também traficantes em uma plantação de maconha. No filme dirigido por Danny Boyle – recém-saído do sucesso de Trainspotting (1996) -, DiCaprio rouba a mulher do amigo, vira brinquedo sexual de uma mulher mais velha, surta, causa mortes e usa drogas alucinógenas. O propósito de sumir com a imagem de bom moço foi atingido, porém, A Praia amargou míseros 20% de aprovação.

Não deixe de assistir:

A Cela

Nossa Senhora, Jennifer Lopez. Um dos muitos trajes chamativos usados pela atriz em A Cela.

Nesta época a musa Jennifer Lopez se tornava uma estrela da música pop graças a seu bem sucedido álbum de estreia. O fato elevou seu status também no cinema, sendo este o primeiro filme lançado pela diva após a muito feliz transição. Esse era o primeiro filme que Lopez lançava em dois anos, já que estava focada em sua carreira musical por todo o ano de 1999. O projeto escolhido pela bela latina foi este A Cela, uma obra completamente original, que misturava a grosso modo O Silêncio dos Inocentes (1991) com A Hora do Pesadelo (1984). De quebra introduziu em Hollywood o cineasta indiano Tarsem Singh, que chegou impressionando com seu visual e efeitos chamativos. Na trama, Lopez vive uma psiquiatra requisitada para a missão mais insana de sua carreira: através de uma recém criada tecnologia, adentrar a mente de um psicopata para descobrir o paradeiro de sua mais recente vítima. E o que a mulher encontra lá é o suficiente para uma vida de pesadelos. Apesar de seus inúmeros predicados, A Cela possui apenas 45% de aprovação.

Revelação

Imagina os filhos dessa dupla. Harrison Ford e Michelle Pfeiffer foram marido e mulher em Revelação.

Por toda as décadas de 1980 e 1990 os fãs ansiaram pelo encontro dos deuses gregos do cinema Harrison Ford e Michelle Pfeiffer, dois dos maiores astros das décadas citadas. Tal encontro ocorreria apenas em 2000, e para compensar a espera, ele veio servido por ninguém menos que Robert Zemeckis (De Volta para o Futuro) na direção. E não apenas isso, Revelação (título que parece nome de banda de pagode para What Lies Beneath – ou “o que está enterrado”) foi um dos primeiro filmes do selo Dreamworks, estúdio que chegou chutando a porta (tendo como dono nenhum outro senão Steven Spielberg) em 1997. Mas a verdadeira “explosão de mente” vem agora. Está preparado? O roteiro desta produção – que está entre as 6 mais caras de 2000 (com orçamento maior que o citado O Homem Sem Sombra) – foi assinado por ninguém menos que Clark Gregg, o agente Coulson da Marvel. Na trama, Ford vive um professor universitário, dono de um belo casamento com Pfeiffer. Quando a filha do casal se muda de sua casa, a mulher começa a ter estranhas visões de uma jovem. Com a investigação, segredos sombrios sairão do armário. Apesar do sucesso financeiro para o estúdio (em parceria com a Fox), Revelação obteve decepcionantes 46% de aprovação da imprensa.

Meu Vizinho Mafioso

Bruce Willis começou na comédia. E aqui retornou ao gênero, com Matthew Perry, de Friends.

De tempos em tempos ganhamos os chamados filmes gêmeos, produções grandes que abordam o mesmo tema e guardam muitas similaridades. E num intervalo pequeno  estreavam duas comédias mafiosas com astros recheando o elenco. Quem saiu na frente foi Máfia no Divã, que estreava em maio de 1999, e trazia Robert De Niro tirando sarro de seus personagens criminosos precisando fazer terapia. Alguns meses depois e chegava aos cinemas uma nova versão do tema “matador cansado de matar”, estrelada por Bruce Willis no papel do gangster Jimmy Tulipa. A surpresa era uma obra igualmente engraçada e repleta de nomes do momento, o mais proeminente sendo Matthew Perry, no auge da popularidade de Chandler em Friends. Assim como Máfia no Divã, Meu Vizinho Mafioso rendeu uma continuação malfadada. No entanto, apesar do sucesso financeiro, os críticos torceram o nariz e tascaram meros 45% de aprovação. Vale dar mais uma chance.

O Dom da Premonição

A Oscarizada Cate Blanchett como uma vidente cartomante você só vê aqui.

O filme de terror mais “sério” da carreira do prestigiado Sam Raimi, e seu último trabalho antes de embarcar no ramo das produções colossais, leia-se a trilogia Homem-Aranha da Sony, na qual focou pelo menos cinco anos de sua vida. Esta, embora seja uma produção menor, com orçamento de US$10 milhões, contou com o prestígio de um dos melhores elencos do ano. Eram nada menos do que três atores indicados ao Oscar e dois vencedores, entre os envolvidos na produção. Quem protagoniza é Cate Blanchett, que já tinha uma indicação ao Oscar na época (por Elizabeth) e depois viria a ganhar duas estatuetas. Ela interpreta uma vidente de uma cidadezinha do interior, pedida a ajudar no sumiço de uma jovem. O elenco estelar conta ainda com Hilary Swank, Keanu Reeves, Katie Holmes, Greg Kinnear, e J.K. Simmons e Rosemary Harris, dupla que Raimi viria a aproveitar também para a trilogia citada. O roteiro foi escrito pelo vencedor do Oscar Billy Bob Thornton. Apesar de todos os predicados, O Dom da Premonição não conseguiu evitar o tomate podre (por bem pouco), somando 57% de aprovação da imprensa.

Homens de Honra

Uma história edificante com Robert De Niro e Cuba Gooding Jr. que você precisa conhecer.

Biografias, na maioria das vezes, são obras edificantes. Verdadeiras lições de vida, grande parte do público as adora, por gostarem da segurança de que aquela é uma história real, sobre um tema que realmente existiu, longe de qualquer ficção. Bem, sabemos que nem sempre é assim. Seja como for, este longa mantém a dignidade usando como tópico a jornada de Carl Brashear, o primeiro mergulhador negro da marinha norte-americana. E para dar credibilidade ao papel, o selecionado foi Cuba Gooding Jr., hoje um ator subestimado, ainda em sua fase de ouro – tendo levado para casa o Oscar três anos antes. Gooding faz um bom trabalho, e elevando seu jogo temos o monstro Robert De Niro, no papel de seu oficial superior. É só darmos uma segunda olhada no filme hoje, para percebermos uma jovem atriz, parte do elenco, que na época pode ter passado despercebida pela maioria: trata-se de ninguém menos que Charlize Theron, no papel da companheira de Billy Sunday (De Niro). O filme, é claro, tinha aspirações aos maiores prêmios do cinema, como o Oscar, mas as críticas desfavoráveis minaram seus planos. Homens de Honra soma apenas 42% de aprovação dos críticos.

Bônus: Corpo Fechado

Nascido cult. M. Night Shyamalan dá sua visão aos filmes de super-heróis.

Não é que Corpo Fechado tenha uma nota negativa junto aos críticos. Com 70% de aprovação, o cultuado filme de super-heróis “reais” de M. Night Shyamalan garantiu seu “tomate fresco”. Mas é justamente aí que se encontra a questão. Grande parte do público possui uma verdadeira devoção pelo longa, chegando inclusive ao ponto de considerá-lo o melhor filme da carreira do diretor indiano. O movimento de devoção é tanto que fez o cineasta criar uma espécie de trilogia involuntária, ligando a obra com seu sucesso Fragmentado (2017), e empurrando uma conclusão com o morno Vidro (2019). Na época do lançamento de Corpo Fechado, Shyamalan já falava sobre uma trilogia, mas não era bem isso que imaginávamos – e talvez nem ele. O fato é que todos esperavam outro golaço no nível do fenômeno O Sexto Sentido, mas esta produção seguinte não obteve o mesmo amor dos críticos e do público geral, ficando restrito a um público específico. Com o tempo foi sendo redescoberto por mais pessoas e se tornou um filme cult – e talvez o máximo que tenha aumentado no conceito dos especialistas atuais tenha chegado aos tais 70% de aprovação. Merecia mais.

Bônus 2: Shaft

O “cara” dos anos 2000. Samuel L. Jackson moderniza o ícone Shaft.

Esse é um favorito pessoal. A versão dos anos 2000 para o símbolo do blaxploitation, dirigido por John Singleton, foi um dos melhores exemplos de atualização de um personagem para os tempos modernos. O policial negro que não levava desaforo para casa era uma mistura entre Dirty Harry e 007 (como suas continuações mostraram) e ficou eternizado no consciente popular como ícone de um movimento. E quem melhor para remodelar o personagem do que o mother f***er Samuel L. Jackson? Ao mesmo tempo em que enfrentava os problemas das ruas e dos guetos, o novo Shaft tinha a consciência de falar sobre racismo e abuso de poder na forma de como um playboy branco sempre se livra das punições. O novo Shaft tinha potencial para virar uma franquia pelos anos 2000, mas uma bilheteria não muito satisfatória para a Paramount e uma avaliação de 67% (embora garantindo tomate fresco) não animaram tanto os investidores. Uma pena. E pior ainda quando vinte anos depois resolveram lançar a vergonha alheia Shaft 2019, com Jackson reprisando o papel, mas numa trama antiquada e infantiloide sobre paternidade, que mais parece roteiro rejeitado de algum filme para criança da Sessão da Tarde.

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