quarta-feira , 13 novembro , 2024
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Alien Vs. Predador 2

 

 

Desastre. Total. Assim podemos definir, em curtas palavras, o medonho ‘Alien Vs. Predador 2’. O projeto já havia sido recusada pelo diretor do fraco – mas divertido – primeiro filme da franquia, Paul W.S. Anderson. O diretor, responsável por verdadeiros filmes pipoca, como ‘Mortal Kombat’ e ‘Resident Evil’ não havia aprovado o roteiro. Ao invés dos produtores pedirem a um roteirista para reescrever o longa, contrataram um diretor ainda mais fraco. E a mistureba deu nisso: ‘Alien Vs. Predador 2’ assusta, de tão ruim!

Nesta seqüência de ‘Alien Vs. Predador’, os famosos monstros de duas das mais assustadoras franquias do cinema de todos os tempos travam uma guerra em uma pacata cidade norte-americana. Um jovem xerife, seu melhor amigo e uma mulher soldado lideram um grupo de habitantes desesperados quando Aliens, um “eliminador” de Predadores, e uma nova ameaça mortal resolvem lutar entre si.

Utilizando, abusando e desfrutando de todos os clichês de filmes adolescentes (sexo seguido de morte e etc…), o filme consegue pecar do começo ao fim, e rir é a única coisa que resta para quem pagou para assistir a este filme. O elenco (elenco?) dá um show de má interpretação, e os aliens e predadores acabam sendo os melhores atores do filme. Sem contar do (samambaia) Predalien, uma criaturazinha tão divertida quanto os Gremlins.

A direção, que fica por conta dos técnicos de efeitos visuais e irmãos Strause, é escura e confusa. Em muitos momentos não conseguimos destinguir nada do que vemos na tela.
Ao invés de assistir à sequência, corra nas locadoras e reveja o primeiro filme – que já não era uma obra-prima – mais uma vez. É, no mínimo, mais divertido.


Crítica por:
Renato Marafon
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Alice no País das Maravilhas

 

 


Sinopse: Treze anos depois de sua primeira visita, Alice volta para o País das Maravilhas. Sua missão é acabar com o reinado cruel da Rainha Vermelha.

Apenas pela idade da pouco conhecida atriz Mia Wasikowska fica claro que Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland) não é uma adaptação totalmente fiel do livro homônimo. Na verdade, elementos desse e de Através do Espelho foram usados no roteiro do filme.

Originalmente as aventuras de Alice eram apenas passeios pontilhados por encontros com criaturas absurdas que não tinha necessariamente relação entre si. O roteiro de Linda Woolverton (O Rei Leão) tenta dar mais unidade para o universo criado por Lewis Carroll, com personagens que antes estavam separados em capítulos diferentes interagindo e até colaborando uns aos outros. Com isso, a relação entre Alice e o Chapeleiro ficou mais parecida com a de Dorothy e Espantalho em O Mágico de Oz.

Essa é a sétima vez que o diretor Tim Burton trabalha com Johnny Depp e a sexta com sua esposa, Helena Bonham Carter (todos estavam juntos em Sweeney Todd). O visual sombrio não chega a ser novidade para os fãs do cineasta, já apreciado desde Os Fantasmas se Divertem (1988). A fantasia também se faz presente na filmografia de Burton, com especial destaque para Peixe Grande (2003). Colocando tudo isso em consideração, não há novidades em Alice.

Para não dizer que o novo filme é apenas uma repetição sem fim, trata-se da primeira vez que Tim Burton usa a tecnologia de captação em 3D. Esse talvez seja uma dos maiores ganhos da produção, com efeitos interessantes e a integração dos elementos reais com os criados por computação gráfica em harmonia perfeita.

Vale a pena assistir a Alice no País das Maravilhas por se tratar de uma história nova e pelos efeitos bem posicionados. As vozes de atores talentosos nos personagens animados é mais um atrativo que merece ser reparado.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (CineDude)

 

 

Alice no País das Maravilhas

 

 


Subversivo diretor de histórias conhecidas (Planeta dos Macacos; A Fantástica Fábrica de Chocolate), Tim Burton traz às telas, desta vez, uma fusão dos livros de Lewis Carroll – “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas” e “Através do Espelho e o Que Alice Encontrou Por Lá” – roteirizada por Linda Woolverton (O Rei Leão; A Bela e a Fera).

No filme, Alice retorna ao mundo subterrâneo que visitou há treze anos, quando ainda era uma criança. Lá, reencontrará personagens como o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), o Coelho Branco e a Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter).

É sabido que Tim Burton não gosta de apenas refilmar histórias. Ele conta a sua versão. Geralmente, o resultado é uma versão mais “apimentada”, sombria. Neste caso, isso não acontece.

O novo “Alice…” continua com o aspecto macabro das histórias originais, seus personagens mantém a essência alucinógena de noção entre o que é realidade ou o que é imaginação, mas o dedo que imperou nesta produção foi o dedo Disney e não o dedo Burton, ou seja, o programa a ser encontrado nos cinemas será muito divertido, mas nada corajoso e com o máximo de lições de moral possível.

A versão em 3D continua com os problemas de sempre: a nitidez ainda não é a mesma que a de uma projeção digital, por exemplo, e o brilho ainda não atinge sua melhor regulagem, pois os óculos 3D tornam a imagem mais escura do que o normal. Mas nada que atrapalhe a sensação ótima de imersão que o formato proporciona, com planos excelentes de plateia da festa de noivado de Alice, destacando cada fileira de pessoas, num imenso corredor de gente cercado de plantas. A sequência em que Alice caiu no buraco da árvore para encontrar a portinha de entrada para Wonderland é vertiginosa e arrisco a advertir os espectadores de estômago mais frágil. Eis um dos poucos momentos em que percebe-se o mão criativa de Tim Burton.

Outra fato que sempre ocorre entre as parcerias Tim Burton X Johnny Depp é o destaque absoluto para o ator, que rouba a cena com talento que impressiona. Depp sai-se muito bem como o Chapeleiro Maluco – exceto por protagonizar uma cena de dança patética, de dar vergonha alheia –, mas finalmente chegou a vez de Helena Bonham Carter (esposa e atriz constante nos filme de Tim Burton) ter os olhos do público voltados para ela. Sua versão para cabeçuda Rainha Vermelha (ou Rainha de Copas) é a típica vilã empática: é sarcástica e engraçada, com a patetice e o deprimente jeito desconjuntado escondidos na perversidade de seus atos desesperados e sua histeria sem fim.

A qualidade da produção, os cenários computadorizados, os figurinos maravilhosos (reparem na quantidade de trocas de roupa de Alice) e o cuidado com os efeitos 3D ressaltam e fazem deste um programa bem divertido e que fará os adultos reviverem a imaginação – e o medo dos personagens – da época em que leram os livros de Lewis Carroll.

Só isso já vale o ingresso, mas só isso não fazem de Alice no País das Maravilhas um filme “maravilhoso”.

 


Crítica por:
Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

 

 

Alice no País das Maravilhas

 

 
Tim Burton é um daqueles diretores com estilo próprio, que tem uma marca registrada em todas as sua produções. Dono de uma criatividade peculiar, ele é o responsável por algumas obras-primas do cinema, como Edward Mãos de Tesoura, Peixe Grande, Ed Wood e A Lenda do Cavalheiro sem Cabeça. Mesmo os fãs de Batman que torcem o nariz para o primeiro longa do homem morcego, dirigido por Burton em 1989, precisam admitir que o cineasta fez uma Gothan City impecável e transformou o Coringa de Jack Nicholson em pergonagem célebre.

Pouco baladado em premiações de cinema, Burton ganhou fama mundo afora por seu jeito colorido e folclórico de contar histórias, além de ter transformado o galã Johnny Depp no mais performático ator americano. A dupla volta às telas com um projeto ousado: levar Alice – a personagem imortalizada nos livros de Lewis Carroll – de volta ao País das Maravilhas 13 anos depois de sua primeira aventura por lá.

Fazendo boa bilheteria nos EUA e chegando ao Brasil no feriado de 21 de abril, Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland) é um dos filmes mais esperados do ano. Em versão 3D e com visual pop, o longa deve ser encarado como uma respeitosa homenagem ao clássico de Carrol, nada além disso.

A primeira hora do filme é chata pra caramba, daquelas chatices que fazem você bocejar e até dormir no cinema. Alice (a pálida e insossa Mia Wasikowska), agora uma jovem que vai ser pedida em casamento, não se lembra do País das Maravilhas, mas é visitada pelo coelho e acaba sendo levada para lá novamente.

Em Wonderland reencontra velhos amigos como o Chapeleiro Louco (Johnny Depp em atuação pouca expressiva) e descobre que a malvada Rainha Vermelha (a ótima Helena Bonhan-Carter) está dominando o lugar.

Visualmente o filme é bacana, com direção de arte e fotografia impecáveis. Aliás, a parte técnica é um luxo, dando ao longa um status de grande produção que fez valer cada centavo investido. Alice usa vestidos deslumbrantes, o que torna o figurino da personagem um dos mais originais já vistos no cinema.

O roteiro demora a engrenar, mas quando acontece não faz de Johnny Depp o protagonista, mantendo o foco em Mia, que mesmo não sendo lá essas coisas até fica bonitinha diante de tantos personagens feios. Mas o grande momento do longa é mesmo a Rainha de Helena Bonham-Carter. A ‘cabeçuda’ literalmente salva o filme, com as melhores cenas e diálogos excelentes.

O 3D dá uma noção de profundidade interessante em algumas cenas, mas não chega a ser fundamental como em Avatar. E, ao contrário do filme de James Cameron, Burton trabalha com o visual, mas sabe contar uma história.

Porém, é preciso admitir que o Tim Burton dos anos 1990 era bem mais legal que o dos anos 2000. Nesta década ele fez filmes como os remakes de Planeta dos Macacos e A Fantástica Fábrica de Chocolate, ambos sem brilho o suficiente para fazer parte da cinebiografia memorável do cineasta.

Se você não tem muita expectativa, Alice no País das Maravilhas vai divertir na medida certa. Para os que acham que este é o filme do ano, no entanto, a decepção pode ser enorme. De qualquer forma o filme cumpre o que Burton sempre faz em suas produções: é uma ode ao cinema esteticamente perfeito. Em outros tempos, em se tratando de Tim Burton, isso também significava um cinema inesquecível e encantador. Mas dessa vez ficou só na estética mesmo.

 

Crítica por: Janaina Pereira (Cinemmarte)

 

 

Alguém Tem Que Ceder

 

 

O estúdio de ‘Alguém Tem Que Ceder’, a Warner Bros, não botava muita fé no seu sucesso, já que é muito difícil uma comédia romântica com seus protagonistas quase na terceira idade agradar aos adolescentes, que é o público que vai mais ao cinema. Mas como, graças a Deus, na sétima arte a lógica não funciona ao pé da letra, o filme fez bastante sucesso.

A direção ficou por conta de Nancy Meyers que tem boa mão para comédias leves (O Pai da Noiva e Do que as Mulheres Gostam). A ela se somaram dois grandes atores que transitam muito bem entre comédia e drama, Jack Nicholson e Diane Keaton.

O roteiro é bastante simples mas por outro lado não é desagradável nem escatológico, não apela a coisas nojentas como quase todas as comédias que circulam por ai atualmente.

Nicholson faz um executivo do mundo da música que apesar dos seus mais de 60 anos nunca teve uma relação estável com nenhuma mulher, sendo um dos maiores mulherengos de todos os tempos. Ele está de namorico com uma jovem garota que poderia ser a neta, eles decidem passar o fim de semana na casa de praia da mãe dela, que é Diane Keaton. Já no primeiro dia ele tem um ataque cardíaco e Diane, mesmo a contra gosto, aceita que ele fique se recuperando em sua casa por algum tempo. Sim, internauta, vai pintar um clima, e as brigas do começo vão dando lugar ao romance, e é ai justamente que a fita perde um pouco da graça. A partir de meio mais ou menos torna-se um romance e há poucas piadas.

Keanu Reeves faz um papel que chama a atenção, está muito diferente do seu padrão de interpretativo, ou seja, cara de “nada”. Aqui ele está encantador e charmoso, realmente uma surpresa.

Alguém tem que Ceder vai agradar em cheio aos casais com mais de 35 anos de idade.


Crítica por:
Andrea Don

 

 

Água Negra

Os remakes orientais estão tomando conta de Hollywood. Após ‘O Chamado’, ‘O Grito’ e ‘The Eye – A Herança’, ‘Água Negra’ seria inevitável. Quando o filme original já é meio fraco, a refilmagem geralmente não consegue ser pior. Mas Walter Salles conseguiu segurar a barra e criou um filme bastante interessante.

O problema deste remake é que, enquanto os marketeiros tentavam vendê-lo como mais um horror assustador, o filme pendia para o lado ‘drama-horror-psicológico’, estilo de filme não tão comercial. Ou seja: ao assistirmos ao filme, por melhor que ele seja, nos sentimos enganados e lesados. Exemplo? É a mesma coisa que pedir ao garçom uma coca-cola e receber uma água (analise barata, mas ainda comparativa).

‘Água Negra’ é uma viajem ao submundo dos problemas familiares e psicológicos, esquecendo a tão falada garotinha que supostamente deveria assustar, mas apenas inferniza. E neste quesito ele se torna um ótimo e bem estruturado drama familiar, com direito à um suspense psicológico que incomoda, mas não assusta.

Jennifer Connelly tem uma ótima interpretação, assim como em ‘A Casa de Areia e Névoa’, ela consegue transmitir o que se passa apenas com os olhares. E isto é ser uma atriz de talento. E a novata Ariel Gade (que interpreta a filha de Connelly), promete ser uma das mais talentosas atrizes da nova geração. Salles também consegue levar uma direção interessante e bem feita, aproveitando um roteiro bem estruturado.

No filme, uma mulher recém-divorciada passando por uma penosa disputa pela custódia da filha acaba procurando um novo lar para viver. Para não ser encontrada pelo ex-marido, ela se esconde em um prédio antigo e passa a ser atormentada por outro problema: o fantasma de uma antiga moradora do lugar.

Um filme bastante complexo e interessante de se ver, mas lembre-se: leve em consideração que o filme não é um terror baratos com fantasmas voando, e sim um drama intenso com uma história fantasmagórica como plano de fundo.

 

Awake – A Vida por um Fio

 

 

Após alguns anos longe da tela, Hayden Christensen (Star Wars) volta às telonas neste drama mesclado com suspense, ao lado de Jessica Alba (Quarteto Fantástico).

No filme, Clay Beresford (Hayden Christensen) vive um garoto que tem quase tudo o que deseja; uma bela namorada, uma mãe dedicada e muito dinheiro. Porém vive um drama interno, precisa de um transplante de coração devido o seu ser fraco.

Quando encontra um doador que tenha o mesmo tipo raro de sangue que ele, pensa que sua vida finalmente será feliz por completo. Contra a vontade da mãe, ele resolve operar com um médico que é seu amigo e ainda casar com sua namorada (Jessica Alba) que sua mãe não aprova. Mas, ao entrar na mesa de cirurgia, mesmo anestesiado, ele fica acordado sem poder se mover, mas sentindo cada corte e ouvindo cada palavra.

Seu desespero só intensifica quando percebe que na verdade, sua cirurgia faz parte de um complô com algumas pessoas queridas que ele jamais imaginaria ser traído.

O elenco de apoio conta com o talentoso Terrence Howard (indicado ao Oscar por Ritmo de um Sonho), e com a experiente atriz Lena Olin (A Insustentável Leveza do Ser).

O filme é dirigido pelo estreante Joby Harold, que assina também o roteiro, e ao final do filme ficamos com a sensação de que merecia um desfecho mais empolgante, todavia se trata de um filme intrigante com cenas detalhadas da cirurgia feita no coração e com uma estória que não havia sido explorada por Hollywood, é indicada para uma típica sexta feira a dois à procura de emoção passageira no cinema.

 


Crítica por:
Janis Lyn Almeida Alencar
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500 Dias com Ela

 

Inbetween Days*

Sinopse: Depois do fim do confuso relacionamento com Summer, Tom está decidido a reconquistar a garota.

O filme 500 Dias com Ela ((500) Days of Summer) conta a história do começo e do fim de um relacionamento amoroso. Qualquer pessoa que já tenha presenciado esse tipo de acontecimento conseguirá perceber como as situações reais são retratadas na tela.

Um dos maiores méritos do roteiro está em conseguir fazer com que o próprio espectador também viva o “namoro” de Tom e Summer. Mesmo com a atuação sempre apática de Zooey Deschanel (Sim, Senhor), somos convidados a se apaixonar pela garota. Por outro lado, com o desenrolar dos acontecimentos, passamos a odiá-la com a mesma intensidade.

O enredo é narrado de forma não-linear, mas é facil situar cada cena dentro do todo com a ajuda de vinhetas animadas. No decorrer do filme, o número do dia em questão – são 500 no total, como diz o título – é apresentado tendo como fundo a pintura de uma árvore. A figura de fundo acompanha a trajetória do amor de Tom, ficando verdejante quando as coisas andam bem, e depois ressecando quando ele chega no fundo do poço.

Com essa estrutura diferenciada, criam-se espaços para liberdades criativas. Um exemplo são as digressões que o narrador faz para mostrar o passado e outras características dos personagens, como acontece em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001).

Entre as demais ousadias, há uma cena musical fantástica e algumas oportunidades em que um dos atores olha diretamente para a câmera, ou faz depoimentos típicos de documentários. Essas pequenas viagens em um filme que repensa um relacionamento amoroso que terminou remete a Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. Nas duas produções o sofrimento do homem que perdeu a mulher amada é o mote.

Logo no início de 500 Dias com Ela, Tom é descrito como um rapaz romântico por ter ouvido demais músicas inglesas deprimentes. Em seu quarto há referências às bandas Joy Division e The Smiths. Com isso, fica claro que a música também é um personagem do filme – com direito a cenas em karaokês. Quem tem esse mesmo gosto musical irá encontrar mais um motivo para ver esse longa imperdível.

Para ver o trailer, clique aqui.

* O título da canção do The Cure fala daquela fase em que o dono do coração partido não sabe muito bem se ama ou odeia o(a) ex.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (HomemNerd)

 

 

400Contra1 – Uma História do Crime Organizado

 

Sinopse: Willian tem diversas passagens pela prisão, onde conhece os militantes contra a ditadura. Ele e seus colegas lutam por ter direitos iguais aos demais presos. Assim nasce o Comando Vermelho.

400 Contra 1 – A História do Comando Vermelho é mais um filme nacional sobre a violência urbana. O pior é que qualquer pessoa que lê as páginas policiais dos jornais já se sabe o final antes de começar a sessão. O desafio é trazer frescor para uma produção que por si só não traz atrativos diferenciados.

A opção encontrada foi de contar a história de forma não-linear, de modo que o espectador construa a linha do tempo como um quebra-cabeça cronológico. Com isso, a sequência do assalto a banco que aconteceu em 1980 fica diluída no decorrer do filme e se perde a oportunidade de se realizar uma cena marcante.

Com tantas idas e vindas, o enredo fica muito confuso. A falta de preocupação por parte da maquiagem de envelhecer o aspecto dos atores só colabora para o caos. Passam-se 10 anos e alguns personagens não mudam sequer o penteado, especialmente a advogada interpretada por Bruna Messina (Olhos Azuis).

Daniel de Oliveira (Zuzu Angel) traz uma atuação muito irregular. Enquanto na tela ele realmente convence como o bandido William, a locução feita por ele está muito ruim. Em alguns momentos ele tenta entrar no personagem usando apenas a voz e parece estar brincando.

Muitos filmes nacionais preocupam-se em não vangloriar demais os bandidos-heróis. 400 Contra 1 não tem esse raciocínio, o que é deplorável. O filme acaba tornando-se uma peça publicitária do Comando Vermelho – algo nada desejável para o bem da sociedade.


Crítica por:
Edu Fernandes (CineDude)

 

 

400Contra1 – Uma História do Crime Organizado

 

Cidade de Deus significou um grande salto em qualidade e criatividade para o cinema brasileiro, mas deixou de herança um outro (ingrato) lado da moeda: influenciou incontáveis outros filmes nacionais que o sucederam, mas até agora, nenhum alcançou o seu nível de excelência.

O filme é uma livre adaptação do livro homônimo de William da Silva Lima, um dos idealizadores do Comando Vermelho. William contou de forma bem parcial e subjetiva, em seu livro, a história da citada organização, que nasceu da revolta dos presos comuns da ditadura, que passaram a ver na disciplina dos presos políticos uma forma de também se organizarem e confrontarem a militância, o que culminou em muitos conflitos e que tomou rumos diferentes do idealizado inicialmente, tornando-se o Comando, atualmente, uma das maiores facções criminosas do país.

Quem o interpreta William na ficção é Daniel de Oliveira, que realiza mais um bom trabalho, apesar de não ter conseguido desvencilhar-se totalmente do sotaque de mineiro. Com ele estão Daniela Escobar como seu explosivo caso amoroso; o excelente Fabrício Boliveira, na pele do preso Cavanha; e Branca Messina, o grande destaque do filme, como a advogada que pesquisava a visão que os presos tinham sobre a ditadura e que, posteriormente, tornaria-se cúmplice deles nas revoltas que se sucederiam.

Inicialmente, o longa desenvolve-se bem, com um apuro fotográfico impressionante, uma primorosa trilha sonora black e montagem adequada ao estilo setentista. Mas é esta mesma montagem a responsável, junto com a direção, por deixar o ritmo desandar, fornecendo poucas informações, o que facilmente desvia a atenção do público para outras coisas e dá a impressão de filme arrastado, no qual as peças demoram a se encaixar.

Toda a ação, sangue e tiros são deixados para o final e isso poderia ter sido melhor distribuído, como forma de prender a atenção em momentos de marasmo da história. E falta um grande momento de produção cinematográfica, que poderia ter vindo da sequência da rebelião, encolhida diante do potencial que possuia para épico.

O problema é que este gênero possui bons parâmetros comparativos e fica difícil não rebaixá-lo diante de obras grandiosas (em qualidade) como Tropa de Elite, Cidade de Deus e Hunger (ainda inédito no Brasil). No rastro do filme de Fernando Meireles, 400Contra1 – Uma História do Crime Organizado alcança seus méritos, mas não passa de mais um para a estatística dos que poderiam, mas não chegaram lá.

 


Crítica por:
Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

 

 

360

 

Pessoas e seus problemas. “360” parte dessa questão existencial para contar uma história (baseada na obra de Arthur Schnitzler) com gente de todas as partes do mundo que traem, se apaixonam e buscam um novo rumo para a tristeza do presente, em suas vidas.
O novo trabalho do diretor brasileiro Fernando Meirelles é um drama composto por elementos que na somatória da equação não consegue pontuação nem para ir pra recuperação. É o típico ‘filme miojo’: enroladinho com tempero fabricado. Falta carisma aos personagens, o público tentará se conectar com algumas das histórias mas será uma tarefa complicada.

Na trama, conhecemos muitas pessoas, de muitos lugares do planeta, e suas histórias que em alguns casos, se cruzam. Histórias de muitos, sentimentos de todos. Assim poderíamos definir bem todo o caminho de um transferidor até a marca máxima, o limite de 360 graus.

É o empresário que está em crise no casamento, uma mulher elegante que trai o marido com um fotógrafo brasileiro, uma jovem que tenta a vida em caminhos que levam à prostituição, um homem apaixonado que enfrenta o desafio de amar uma mulher casada, uma brasileira recém traída que tenta voltar ao Brasil, um senhor que viaja para reconhecer (ou não) o corpo de sua filha desaparecida e acaba sendo tocado pelo jeito alegre de uma brasileira e um ex-presidiário que tenta a todo custo segurar seus desejos.

Americanizar sequencias que tinham outra naturalidade vira quase um objetivo, o que nos leva a uma história sem alma, com muitos idiomas e em muitas partes, forçadas. Mesmo com as presenças sempre interessantes de Rachel Weisz (que já trabalhara com Fernando Meirelles em outro filme), Ben Foster (que fez o ótimo “O Mensageiro”) e Anthony Hopkins, o filme não consegue subir todos os degraus que precisava para agradar os cinéfilos.

É disparado o pior trabalho de Meirelles no mundo do cinema. O paulistano que nos brindou com o maravilhoso “Cidade de Deus” e o interessante “Ensaio Sobre a Cegueira” não consegue repetir o bom trabalho que fizera nesses. A trama poderia ter sido melhor contada e apresentada ao público. O espectador é surpreendido por um vazio quando o filme acaba, fruto também do esquisito roteiro de Peter Morgan (lembrando que Peter tem grandes roteiros no currículo mas que nesse longa não consegue acertar).

Decepções à parte, sempre vale a pena conferir o filme e tirar suas próprias conclusões. A grande questão é que temos pouco tempo para entrar nas salas de cinema e dentre muitos filmes do circuito (que entrarão junto com ‘360’ na sexta-feira (17/08)) esse não é nem a terceira melhor escolha, talvez a quarta.


Crítica por:
Raphael Camacho (Blog)

 

 

300

 

Se pensarmos apenas do ponto de vista técnico, de efeitos visuais e do quanto o filme acrescenta com isso, temos uma das mais belas experiências dos últimos tempos. As cenas de lutas entre os exércitos Persa e de Esparta são de uma beleza louvável. Na maioria das vezes não parecem cenas gravadas com um fundo azul e depois inseridas digitalmente, mas sim que o diretor Zack Snyder (Madrugada dos Mortos) construiu um novo conflito entre esses povos. Cada lança, cada luta, cada sangue jorrado é de uma realidade impressionante.

Mas como cinema é uma experiência onde principalmente a narrativa deve ser levada em consideração, “300” acaba sua exibição devendo e muito para o espectador. A história do exército liderado por Leônidas contra a tentativa de dominação do rei Xerxes é um de uma superficialidade que beira a ingenuidade no momento de se construir um roteiro. Mais preocupado em estabelecer logo as cenas de conflito, as cenas em que são explicadas as motivações da invasão a Esparta e a formação do exército de 300 pessoas é extremamente corrida, como sendo apenas um fiapo para justificar todo o sangue que transborda na tela. Diálogos que desvalorizam o excelente original de Frank Miller e a utilização de uma trilha extremamente melodramática só contribuem para enfraquecer esta que poderia ser uma excelente aventura, um excelente entretenimento.

Com personagens sem profundidade, nunca nos fica claro a real intenção de Leônidas: queria ele salvar seu povo ou apenas se afirmar como um soberano? Da mesma forma, qual a motivação de tantos o seguirem, já que nada fica estabelecido durante a projeção? O único que consegue ter um mínimo de coesão é Xerxes (vivido por Rodrigo Santoro), que demonstra ser “apenas” um ser desalmado que quer o poder pelo poder, tendo como objetivo a dominação dos povos. Ao mesmo tempo, em um mar de personagens masculinos-machões (sem qualquer vestígio de sentimento ou qualquer outra característica que os torna humanos), Xerxes consegue ser um personagem acima, já que transita entre todas as formas não se apresentado como homem, mulher, nem sequer um ser humano. Xerxes é um Deus, que nem sequer deve ser considerado humano como nós.

Recheado de polêmicas e discussões sobre sua profundidade, “300” demonstra ser algo bem menor do burburinho que gerou. Embora tenha acertos, é um filme que realmente poderia ter ido muito além, já que para isso tinha uma boa história, um elenco competente e um bom diretor. Mas às vezes (como neste caso), a vontade de se fazer um filme para a massa faz minar todas as características que fazem de uma obra (quadrinhos, livros) algo realmente considerável e acima da média de outros do gênero, fazendo com que alguns saiam bem feitos como “Sin City”, e outros que ficam pelo meio do caminho, como “300” (apenas para ficar na comparação entre obras de Frank Miller). Como grande vilão do filme Rodrigo Santoro consegue ser o que há de melhor no longa (o que não é difícil, já que é um excelente ator), mas pode contribuir muito mais (e escolher projetos melhores) do que aconteceu com “300”. De positivo fica toda a exposição que nosso “ator para exportação” conseguiu para efetivamente participar de bons projetos pelo mundo afora.

 


Crítica por:
Rodrigo Soares

 

 

300

 

Filmes de adaptações de quadrinhos ou livros são um problema e uma solução para o cinema. Problema porque sempre tem os fãs que não ficam satisfeitos ou não entendem a abordagem que o diretor quis para seu filme. Solução porque a falta de criatividade impera e tem mais um lugar para recorrer, e assim produzir novos filmes. Filmes baseados em fatos históricos também caem no mesmo problema, porém com uma conotação mais grave porque os fatos realmente aconteceram, então são reais. Nesse caso a fidelidade cobrada por todos fere ainda mais.

Mas julgar o filme por sua fidelidade é algo meio complicado que nem sempre deve se levar em consideração para analisar a obra, esse é o caso de “300”, mais novo longa do diretor Zack Snyder, baseado na sangrenta batalha dos Espartanos, liderados pelo rei Leônidas (Gerard Butler) contra os Persas, comandado pelo rei Xerxes (Rodrigo Santoro). Como o filme se baseou na história de Frank Miller “300 de Esparta”, já se anunciou que seria contada uma história fantasiosa.

O ponto alto do longa está na fotografia e nos efeitos especiais que conceberam bastante realidade as lutas dando destaque para o sangue bem vermelho contrastando com a o fundo fosco. O vermelho dá o tom do filme que além de ser o sangue do inimigo, ainda está na capa dos guerreiros espartanos conferindo vivacidade aqueles soldados. A opção de congelar a imagem em determinados momentos para frisar a força e a ferocidade de algumas matanças também funciona bem e acaba gerando uma espécie de beleza as batalhas. O figurino também pontua bem o filme e cria a idéia de estarmos na antiga Grécia.

Se um filme fosse feito somente de efeitos especiais e bela fotografia esse seria com certeza um dos melhores filmes do ano, mas não é assim. A narrativa do longa é muito fraca, não é bem explorada o que acaba gerando uma falta de profundidade da história, se limitando apenas a contar a história de apenas um lado da batalha e criando essa idéia de bom e mau. Se é que existem bons e maus, já que o Rei Leônidas é tão sanguinário e movido pela força que o Rei Xerxes fica até como um bom sujeito já que ele quer apenas que seus inimigos se rendam perante seus pés. A trama envolvendo a rainha Gorgo (Lena Heady), é dispensável e sem sentindo e, por vezes, corta a narrativa. A narração também é algo dispensável, os fatos falam por si. Há também os exageros do uso de contra-plongeé nos personagens Xerxes e Leônidas, ficando por vezes repetitivo e clichê. Sem contar a referência a Jesus Cristo e São Sebastião nas cenas finais do longa.

O filme ainda passeia por um universo de clichês do gênero como o pai que deixa o filho mais novo ir para a batalha, já anunciando o fim trágico, a dupla que aposta quem mata mais, a mulher desejada pelo inimigo que vê a única forma de salvar seu povo se entregando, o traidor é alguém rejeitado, a fúria do pai, entre tantos outros. Sem contar a forma preconceituosa como o povo persa é tratado, lá encontramos luxúria, homossexualismo, negros, deficientes físicos e gananciosos, já os espartanos são brancos, fortes e jovens. Além de diálogos clichês, por exemplo, Xerxes diz: “Ele mandou você se levantar, eu só peço que você se deite”.

Rodrigo Santoro ganha seu primeiro papel de destaque nos cinemas americanos, apesar das poucas falas, atua mais com expressões, confesso que o achei bem convincente nos sentimentos de ódio e alegria. E quem sabe agora ele deslancha sua carreira. Já Gerard Butler bem exagerado nas expressões e atitudes. Para um longa que prima pelos clichês e pela pouca história, os exageros fazem parte do pacote final.


Crítica por:
Cinara Patrícia
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127 Horas

 

 


Sinopse: Aron é um amante de aventuras. Durante uma de suas expedições pelos cânions, ele sofre uma queda e fica com o braço direito preso entre a montanha e uma rocha.

Ao assistir a Quem Quer Ser um Milionário?, muitas pessoas podem ter achado estranho que a otimista fita sobre o garoto indiano era dirigida pelo mesmo sujeito responsável pelos zumbis de Extermínio e pelos drogados de Trainspoting.

127 Horas (127 Hours) chega para preencher esse hiato temático na cinematografia de Danny Boyle. Da mesma maneira que Jamal repassa sua vida enquanto responde às perguntas do game show, Aron reavalia as decisões de sua vida e a forma como sempre tratou as pessoas mais próximas a ele.

Como está sozinho no meio dos cânions, a reflexão de Aron é muito mais profunda; Como o que está em risco é sua vida (e não o prêmio de um programa de televisão), a tensão de 127 Horas é mais próxima dos filmes mais perturbadores da carreira de Boyle.

Muitas áreas técnicas merecem elogios, especialmente a edição e a trilha musical. Mesmo assim, o que há de mais surpreendente no filme é que ele é a primeira oportunidade para James Franco interpretar um protagonista em um filme realmente bom.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (CineDude)

 

 

127 Horas

 

Felizmente, a badalação em cima de Danny Boyle, depois do premiado e bem sucedido nas bilheterias “Quem Quer Ser um Milionário”, não o fez perder a lucidez. O diretor utilizou sua moral para viabilizar não um filme megalomaníaco ou pretensioso, mas uma nova obra com cara de independente, coerente com o restante de sua carreira.

127 Horas” é baseado na história real de Aron Ralston, montanhista que sofreu um acidente no Grand Canyon e ficou as tais 127 horas com o braço preso por uma rocha. Sozinho no desértico lugar, teve que arrumar soluções drásticas para conseguir sair de lá.

No filme, Aron é interpretado por James Franco (Homem-Aranha), que usou bem a força do personagem e entregou a melhor atuação de sua carreira, num filme difícil, no qual ele brilha sozinho quase que na totalidade dos 94 minutos.

O único “porém” é que, mesmo com tanto tempo para o ator se mostrar, a típica sequência modelada para Oscar precisou se fazer presente, na qual o personagem faz um talk show sobre si mesmo. Inclusão safada, com a óbvia pretensão de dar a deixa para o ator ter seu momento ensadecido e garantir uma vaguinha nas premiações da temporada.

Danny Boyle repete a parceria com o roteirista Simon Beaufoy, que constrói cautelosamente uma narrativa tensa e consegue inserir elementos atrativos numa história que, apesar de impressionante, poderia ser resumida em duas linhas. Ele usa a história do montanhista para refletir sobre o aproveitamento da vida, sobre o que poderia ser feito, mas não foi; e sobre o que Aron ainda gostaria de realizar, mas talvez não tivesse mais a chance de realizar, em decorrência de um único erro.

Isso fica claro pela montagem, recheada de pequenos flashbacks e projeções de desejos de Aron. Pensamentos que muitas vezes se misturam e são jogados numa tela dividida em três partes, numa profusão de imagens simultâneas.

Aproveitando de uma locação esplendorosa, a fotografia de Enrique Chediak (Besouro) e Anthony Dod Mantle (Quem Quer Ser Um Milionário) deita, rola e faz parecer fácil filmar entre fendas estreitas debaixo de um sol escaldante. A variedade dos planos e o primor das imagens é um deleite para os admiradores da boa técnica. Até a inserção de um merchandising descarado é feito de uma das maneiras mais pertinentes que o cinema já viu.

Não é esta a obraprima de Danny Boyle (este adjetivo ainda está nas mãos de “Trainspotting”), mas já é bom saber que o diretor mantém a excelência e a sobriedade. Menos mal.

 


Crítica por:
Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

 

 

72 Horas

 

O novo filme do diretor Paul Haggis tem Russel Crowe e Elizabeth Banks no casting; “72 horas” inicia com a discussão entre dois casais sobre as desavenças de Lara (Banks) com sua chefe. Logo após, Lara é incriminada pela morte de sua superiora. Depois de presa, seu marido (Russel Crowe) tenta de todas as maneiras legais provar a inocência da esposa – que neste ponto já tinha se conformado com seu destino-. O interessante é que Haggis não cria o suspense se ela é ou não culpada. Todos os indícios e provas confirmam a natureza do crime, apenas o marido fiel acredita piamente na inocência da mulher.

Tal confiança na mulher e desgosto pela falta de justiça, o faz planejar a fuga da esposa. O longa mostra as 72 horas que ele tem para por o plano em ação, libertar a mulher e fugir com ela e o filho. O que Haggis nos desperta não é o drama da mulher encarcerada e sim no marido que sofre por estar longe dela e viver com filho solamente sem a amada. O que o motivou é perceber que ela nunca sairia da prisão por meios legais. E ele leva até as últimas conseqüências tal ato.

Primeiro, ele recorre a um ex-detento que já fugiu mais de 7 vezes, para lhe ensinar os truques . Depois de aprendida a lição ele vai para a ação. Russel dá a vida ao tal marido fiel e apaixonado, capaz das maiores loucuras para libertar seu amor. Pensando por este ponto de vista, é até uma história romântica, ele acredita na inocência da mulher até quando ela mesma diz-se culpada. As ações de Crowe foram bem desenvolvidas no roteiro e na direção; sem tirar os créditos do ator.

Lá pelas tantas do filme, vemos algumas seqüências que nos lembram de quem é o filme.

Este é uma adaptação do francês Pour Elle (Por ela), este nome original, mais exemplifica o filme: o homem é um apaixonado que faz tudo pela amada. 72 horas não é um suspense, como eu já vi sendo classificado, é um drama com algumas pitadas de ação; e um daqueles filmes que surpreende com a história e na forma em que ela é contada.


Crítica por:
Thais Nepomuceno (Blog)

 

 

30 Dias de Noite

 

’30 Dias de Noite’. Quase duas horas em uma escura sala de cinema. Macabros e assustadores vampiros (diferentes dos habitualmente mostrados nos filmes) sedentos não só por sangue, mas também por forçar o terror nos olhos de suas vítimas. Como poderia ser melhor?

Para os fãs do gênero, esta produção consegue amedrontar do início ao fim, se sobressaindo como um dos melhores filmes de terror sobre vampiros já produzidos.

Na pequena cidade de Barrow, no Alaska, onde na metade do inverno o sol se põe e não reaparece por mais de 30 dias e noites consecutivos. Da escuridão e das terras geladas da inóspita região surge uma força do mal que espalha terror entre os habitantes do lugar. A única esperança de salvação dos moradores de Barrow é um casal de policiais, um homem e uma mulher divididos entre proteger suas próprias vidas ou ajudar a cidade a sobreviver até o retorno da luz do sol.

O enredo, muito bem amarrado, aproveita estes assustadores 30 dias em que a escuridão impera (junto ao gelo e a baixa temperatura) e cria uma atmosfera escura e tensa, conseguindo deixar o cinéfilo ligado ao belo visual do longa e aos feiosos vilões, sempre manchados com sangue (muito sangue).

Do casal central, quem mais se destaca é a bela Melissa George, que já havia chamado atenção por sua ótima atuação em ‘Horror em Amytiville’. Josh Hartnett, o herói de ‘Pearl Harbor’, está mais apagado, mas ainda assim consegue uma atuação decente.

O único problema do longa é que, ao mesmo tempo que passa o desespero dos protagonista, também acaba ficando monótono em várias partes lentas e desnecessárias, deixando toda a ação para o finalzinho da produção. Mesmo assim, um terror de primeira, que merece ser apreciado.

 


Crítica por:
Renato Marafon

 

 

21gramas

21 Gramas

O cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu tinha uma grande responsabilidade nas costas, superar as expectativas que criou com o seu primeiro longa, Amores Brutos, que concorreu, inclusive, ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Se fosse um artista qualquer, teria tentado uma fórmula completamente diferente para realizar seu segundo filme para não ficar estigmatizado. Mas Iñárritu não é um cineasta qualquer e fez justamente isso, repetiu a narrativa que o consagrou e conseguiu se superar em todos os sentidos.

Em Amores Burtos, um acidente era o ponto de partida para que o diretor conta-se 3 histórias diferentes, em 21 gramas, um acidente une tragicamente a vida de 3 pessoas desembocando em uma só. Tudo é contado de forma fragmentada e não cronológica despertando até certa angústia no espectador acostumado a deixar os neurônios na bilheteria dos cinemas ao ver a maioria das produções atuais. Mas fique tranquilo, esses pedaços são costurados magnificamente, aos poucos tudo se encaixa.

Cristina (Naomi Watts) é uma jovem mãe e dona-de-casa que terá sua vida brutalmente mudada a partir de um acidente, justamente por causa deste acontecimento acaba conhecendo Paul (Sean Penn). A terceira ponta é formada por Jack (Benicio Del Toro) um ex presidiário recuperado através de uma religiosidade irracional. Contar mais do que isto seria estragar o enredo. 21 Gramas (que seria o peso da nossa alma) trata de questões tão básicas como humanas e a principal delas é como enfrentamos a morte. A enxurrada de sentimentos que afloram à flor da pele e com os quais não sabemos lidar. A estética adotada é a do realismo puro, o filme quase todo é feito com a câmera na mão, dando-nos a impressão de sermos quase que invasores daquelas vidas, o aspecto da imagem é todo granulado contribuindo ainda mais para que essa sensação de intromissão da vida alheia seja acentuada.

Um parágrafo a parte merece a interpretação de elenco, tanto o trio principal como o elenco de apoio está excepcional. E se você não estiver muito disposto a refletir sobre as questões existenciais desta obra espetacular pode ver 21 Gramas também, pois além de tudo isto Iñárritu preparou um final supreendente.

Nota:
Crítica por: Andrea Don Site Oficial : —

17 Outra Vez

 

Sinopse: Mike está muito mal de vida: não gosta do seu emprego, está se divorciando e não consegue se relacionar com seus filhos. Uma noite, ele misteriosamente rejuvenesce e volta a ter 17 anos.

A premissa de 17 Outra Vez (17 Again) inverte o mote de muitas outras produções, entre elas De Repente 30 e Quero Ser Grande. Quem curte esse tipo de comédia não tem motivos para não conferir a nova produção. O roteiro explora muito bem situações constrangedoras e ainda atualiza o contexto, comparado aos filmes anteriores. Por exemplo, uma briga de escola logo é repassada entre os alunos por vídeo de celular.

Como a experiência é inversa, com o protagonista voltando a ser jovem, há novas possibilidades de piadas. Agora Mike sente-se muito mais disposto e, como é de se esperar, com fome o tempo todo. Como seu cérebro continua sendo o de um homem de meia-idade, ele não consegue se comunicar com as outras pessoas na escola. Enquanto ele lida com essas dificuldades, a plateia cai na risada.

As fãs do galã juvenil Zac Efron (Hairspray) ficarão satisfeitas logo no começo da projeção, quando se cria uma oportunidade para que o ator dê alguns passos de dança. Depois disso, tudo segue mais dentro dos moldes desse tipo de aventura de troca de idade.

Para o público nerd, o grande atrativo é o personagem Ned – vivido por Thomas Lennon (Eu Te Amo, Cara). Ele desempenha uma função muito comum nesse tipo de comédia desde os anos 80: o melhor amigo nerd. A diferença é que ele tem uma participação mais ativa no desenrolar da história, a começar por uma engraçada investigação sobre o que teria causado a estranha mudança em Mike.

Há um pouco de romance, mas o foco está muito mais na comunicação com os filhos. Por isso, 17 Outra Vez é recomendável como um programa familiar.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (HomemNerd)

 

 

16 Quadras

 

Entre as décadas de 70 e 90, o diretor Richard Donner era um dos grandes nomes por trás dos blockbusters. São dele, por exemplo, Superman, a série Máquina Mortífera, Os Goonies e Ladyhawke – O Feitiço de Áquila. Após anos em marcha lenta (seu trabalho mais recente foi o fraco “Linha do Tempo”, de 2004) Donner tenta revitalizar sua carreira com este “16 Quadras”, estrelado por Bruce Willis (que foi envelhecido para o papel).

Surpreendentemente, a fita funciona como uma boa mistura de suspense e policial até um pouco depois da metade. Infelizmente, porém, perde o ritmo e cai na pieguice perto da meia hora final, resultando assim em apenas mais uma produção mediana.

Willis interpreta o convalescente policial Jack Mosley, que por problemas de alcoolismo foi tirado das ruas para desempenhar apenas funções burocráticas. Isso até ser convocado para escoltar o criminoso falastrão (e irritante) Eddie Bunker (Mos Def, também cantor de hip pop) que precisa sair da cadeia para depor no tribunal. O trabalho é dos mais simples: percorrer 16 quadras, o que tomaria apenas 15 minutos de carro.
Ocorre que o tal preso irá depor justamente contra os policiais corruptos de Nova York, e assim que põe o pé na rua, passa a ser perseguido pelos mesmos – alguns deles velhos conhecidos de Mosley.

O jogo de gato e rato funciona bem nos primeiros momentos da fita, pois Donner recorre a dois recursos que vêm dando certo na série “24 Horas”: a história passa-se praticamente em tempo real e alguns mistérios demoram para ser revelados. No momento final, porém, quando o roteiro expõe mais detalhes, a trama perde veracidade e, conseqüentemente, empolgação. Restará ainda ao espectador agüentar o final piegas, tão comum aos filmes norte-americanos atuais.


Crítica por:
Edson Barros