quarta-feira , 4 dezembro , 2024

‘O Assassino: O Primeiro Alvo’ e os Fracassos que viram “Ouro” na Netflix

Todos os que viveram os primórdios das locadoras de vídeo – ainda na época das fitas VHS, muito antes da criação dos já extintos DVDs – conhecem muito bem o fenômeno trazido por elas que beneficiou alguns filmes e o cinema de forma geral. Antes das locadoras, a única forma de se assistir a um filme era nos cinemas e nos canais de TV. Com o advento das locadoras, muitas produções ganhavam sobrevida. Acredite se quiser, mas filmes hoje adorados, como Blade Runner – O Caçador de Androides e O Enigma de Outro Mundo (coincidentemente ambos completando 40 anos em 2022), não fizeram sucesso em sua passagem pelas telonas, por exemplo, vindo a ser redescobertos um tempinho depois por outro público. O público das locadoras. Este público não era necessariamente o mesmo dos cinemas. Assim como o público dos streamings de hoje, a chamada geração Netflix, não é necessariamente o mesmo público que presenciou a estreia de certos filmes nas salas de exibição. E assim como ocorreu no passado, dezenas de produções recebem uma segunda chance de encontrar sua audiência, mesmo em alguns casos demorando cinco anos ou mais para isso. Nada se cria, tudo se copia – até mesmo as tendências cíclicas, por mais que muitos achem que isso é novidade.

Pensando nessa sobrevida que muitos filmes vêm ganhando graças à Netflix, preparamos mais uma listinha com 10 produções que não atingiram o alvo como planejado quando passaram pelos cinemas, mas estão agradando o público da Netflix atualmente. Confira e não deixe de ler nos links abaixo as outras matérias desta coluna abaixo.



Leia também: 10 FRACASSOS do Cinema que se Transformaram em Ouro na Netflix

O Assassino: O Primeiro Alvo

Começamos a lista com o filme que motivou a matéria. A ideia por trás deste American Assassin (no título original) era servir de veículo de ação para o jovem ator Dylan O’Brien ser alçado ao posto de astro após a franquia Maze Runner (embora seja reportado que Chris Hemsworth era a primeira opção do estúdio). Não deu certo. Baseado no livro de Vince Flynn e com roteiro assinado pelo talentoso cineasta Edward Zwick, a trama traz O’Brien dando uma de Jason Bourne. O elenco conta ainda com o grande Michael Keaton, o que para muitos foi o verdadeiro atrativo. O Assassino foi lançado há cinco anos, em 2017, nos cinemas, mas muitos sequer haviam ouvido falar. Com um orçamento de US$33 milhões, fez US$36 milhões nos EUA, e US$67 milhões no mundo todo. Na Netflix tem conquistado os espectadores constando no top 10 da plataforma.

Leia também: Os Fracassos do Cinema que Viram ‘Ouro’ na Netflix

A Ilha

Outro que vem figurando no top 10 da Netflix é uma das inúmeras produções obscuras do grande Nicolas Cage. O nome do ator voltou à boca do povo este ano, graças ao sucesso de O Peso do Talento, o primeiro filme de Cage a ser exibido nos cinemas brasileiros em pelo menos seis anos. Este fato pode ter ajudado a despertar o interesse por esta obra de 2019, que passou completamente em branco por todos os cantos do mundo onde foi exibida – no Brasil passando bem longe dos cinemas. Na trama, Cage dá uma de “Disque M para Matar” e resolve pagar o amante de sua esposa para mata-la. O thriller rendeu apenas US$500 mil acima de seu orçamento de US$5 milhões.

O Retorno de John Henry

Outro filme que apenas meia dúzia conhecia, esta produção estrelada por Kieffer Sutherland, o eterno Jack Bauer de 24 Horas, tem nada menos que sete anos, tendo estreado em 2015. O longa foi exibido no prestigiado festival de Toronto. Sutherland queria encontrar um projeto no qual pudesse atuar ao lado do pai, o lendário Donald Sutherland. E a opção foi por este faroeste onde interpretam pai e filho. Kieffer vive um pistoleiro tentando fazer as pazes com o pai (Donald), um reverendo. O elenco conta ainda com a musa dos anos 90, Demi Moore. O western também arranjou um jeito de figurar no top 10 da Netflix, mesmo tendo rendido um prejuízo de US$1 milhão nas bilheterias de seu orçamento de US$11 milhões.

MIB – Homens de Preto Internacional

Por falar em Chris Hemsworth, a Sony achou que o carismático astro seria a solução de seus problemas na hora de dar continuidade a uma de suas propriedades mais lucrativas: MIB – Homens de Preto. Parecia não ter erro. Ainda mais quando o plano era juntá-lo novamente com sua parceira de tela em Thor: Ragnarok, Tessa Thompson. A dupla havia  exibido uma química explosiva no filme da Marvel. Não deu muito certo e o que era para ser a salvação da lavoura, terminou como o mais esquecível e sem sal dos quatro filmes – bem longe do que Will Smith e Tommy Lee Jones haviam construído. Com orçamento de US$111 milhões, o filme arrecadou US$80 milhões nos EUA e US$253 milhões mundiais, jogando água nos planos de uma sequência. Mas ao estrear na Netflix a coisa mudou de figura.

Encontro Explosivo

O astro Tom Cruise está atualmente gozando do sucesso arrebatador de Top Gun: Maverick nas bilheterias deste ano. O filme recebeu as avaliações mais positivas da crítica de toda a sua carreira, e se tornou o maior sucesso financeiro de sua filmografia igualmente. Mas nem só de sucessos viveu o ator. Aliás, voltando doze anos no passado, nos depararemos com Encontro Explosivo, um dos filmes mais genéricos de seu currículo, e um que quase ninguém lembra. O fato é, o longa estreou nos cinemas em 2010 com pretensões de ser um blockbuster. A proposta aqui era reunir Cruise a Cameron Diaz para uma comédia romântica repleta de ação. Porém, poucos compraram a ideia desta produção do diretor James Mangold (Logan). Com um orçamento de quase US$120 milhões, o filme rendeu nos EUA US$76 milhões e US$261 milhões ao redor do mundo, se mostrando um dos esforços menos impressionantes de Cruise. Mas foi só sair na Netflix para que o público o redescobrisse.

Paul – O Alien Fugitivo

Alguns filmes da lista são tão obscuros que parecem ter sido lançados direto em vídeo. É o caso com esta comédia que brinca bastante com a ficção científica. Mas o filme chegou a ser lançado nos cinemas em 2011, ao menos nos EUA – já que após seu fracasso por lá, aqui no Brasil a opção foi mesmo o mercado do home vídeo. A ideia em si é muito boa, e mostra dois nerds de carteirinha pegando a estrada para viajar até seu sonho de consumo: a Comic Con de San Diego. Vivendo a dupla, os colaboradores de longa data Simon Pegg e Nick Frost (da trilogia do Cornetto). Aqui, no entanto, não temos qualquer envolvimento do diretor Edgar Wright. No caminho, eles terminam por encontrar um extraterrestre de verdade, mas ao contrário do filme de Spielberg, esse alienígena é espertalhão, fala nossa língua (com a voz de Seth Rogen) e adora uma zoeira. Com orçamento de US$40 milhões, o filme recuperou nos EUA US$37 milhões e US$97 milhões no mundo. Quando saiu na Netflix, o público o abraçou como se estivesse recebendo um filme inédito.

Sombras da Noite

Sentimos quase uma dor física quando certos filmes que esperávamos muito e tinham grande potencial terminam não satisfazendo. Os cinéfilos são assim mesmo. Mas quando falamos de Sombras da Noite, a reação é praticamente unânime e poucos são os defensores deste projeto de Johnny Depp e Tim Burton. Com pretensão de ser o novo A Família Addams, o filme é baseado numa série novelesca da década de 1960, da qual o astro Johnny Depp era fã assumido. Assim, por anos o ator desenvolveu o projeto para tirar do papel uma versão cinematográfica de seu querido programa. E para a empreitada escalou o amigo Tim Burton. Algo, porém, não estava em sintonia, e com críticas negativas, Sombras da Noite se tornou uma das parcerias de Depp e Burton menos memoráveis, arrecadando US$79 milhões nos EUA, com orçamento de US$150 milhões. Mas… você já sabe, os mais novos que nunca haviam ouvido falar deste filme (que completa dez anos em 2022), acharam que estavam descobrindo a pólvora na plataforma.

Passageiros

Podemos dizer que este Passageiros, que está completando seis anos em 2022, foi o primeiro grande baque sofrido na carreira da então inatingível musa do cinema, Jennifer Lawrence. A jovem atriz surgiu para o mundo do cinema logo carregando uma indicação ao Oscar debaixo do braço, aos 20 aninhos, por Inverno da Alma (2010). Depois disso, o passe da atriz só cresceu, e ela conquistava os papeis de Mística em X-Men: Primeira Classe (2011) e Katniss em Jogos Vorazes (2012), ambos gerando suas próprias franquias. O papel que cimentaria seu status, no entanto, seria em O Lado Bom da Vida (2012), pelo qual levaria sua estátua de melhor atriz no Oscar. Assim o Céu era o limite para J-Law. Quatro anos depois, de vários sucessos, a jovem atriz lançaria Passageiros (2016), ao lado de outro astro em ascensão na época, Chris Pratt. Extremamente conceitual e contando “apenas” com dois atores no espaço, assim como Gravidade (2013), Passageiros foi “triturado” pelos críticos e sequer se pagou nos EUA. Mas o público da Netflix deu nova chance ao longa.

O Preço do Amanhã

Por falar em ficção científica repleta de jovens astros atraentes, aqui temos outra que segue por essa linha, um pouco mais antiga. In Time (no título original) está completando 11 anos de lançamento em 2022, e traz o cantor transformado em ator Justin Timberlake no papel principal. O cant/ator aproveitava o hype gerado pelos elogios que recebeu em A Rede Social (2010), para seguir seu próprio caminho. E para fazer par com o sujeito, era escalada Amanda Seyfried, nome que igualmente recebia grandes oportunidades de entrar no time A de Hollywood na época. Essa ficção passada no futuro traz uma realidade onde o tempo virou moeda de troca e pode aumentar ou diminuir o alcance de sua vida. Os ricos têm muito dinheiro e podem comprar mais tempo, se tornando praticamente imortais. Soa estranho? Muito. Mas poderia ter dado certo. Bancado pela Fox, o filme não conseguiu se pagar nos EUA. Mas, adivinhe… recebeu nova chance graças à geração Netflix.

As Caça-Fantasmas

Esse filme deu o que falar na época de seu lançamento, há seis anos. Parece pouco tempo, mas acredite, é o suficiente para criar novas gerações. Por exemplo, uma criança de seis anos era pequena demais para tentar entender a controvérsia envolvendo o filme. Hoje com doze anos é o público-alvo exato para o filme na Netflix. E por aí vai. A história é a seguinte, antes mesmo desta versão só com mulheres estrear nos cinemas, os haters já a atacavam fazendo de seu trailer no Youtube o mais “descurtido” de todos os tempos na época. E isso sem sequer assistir ao filme, apenas pelo simples fato de terem substituído os homens por uma nova equipe formada por mulheres. A Sony pegou o backlash e o transformou em algo positivo, chamando a atenção para a causa feminista. Mas aí veio o lançamento do filme, quando todos puderam conferi-lo. Sua qualidade seria crucial para definir o debate. E bem… digamos apenas que a coisa se inflamou ainda mais. Seis anos depois e com um novo filme de Ghostbusters já lançado com o elenco original, o que podemos dizer é que As Caça-Fantasmas está na Netflix e que parece ter encontrado seu lar e seu público.

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Todos os que viveram os primórdios das locadoras de vídeo – ainda na época das fitas VHS, muito antes da criação dos já extintos DVDs – conhecem muito bem o fenômeno trazido por elas que beneficiou alguns filmes e o cinema de forma geral. Antes das locadoras, a única forma de se assistir a um filme era nos cinemas e nos canais de TV. Com o advento das locadoras, muitas produções ganhavam sobrevida. Acredite se quiser, mas filmes hoje adorados, como Blade Runner – O Caçador de Androides e O Enigma de Outro Mundo (coincidentemente ambos completando 40 anos em 2022), não fizeram sucesso em sua passagem pelas telonas, por exemplo, vindo a ser redescobertos um tempinho depois por outro público. O público das locadoras. Este público não era necessariamente o mesmo dos cinemas. Assim como o público dos streamings de hoje, a chamada geração Netflix, não é necessariamente o mesmo público que presenciou a estreia de certos filmes nas salas de exibição. E assim como ocorreu no passado, dezenas de produções recebem uma segunda chance de encontrar sua audiência, mesmo em alguns casos demorando cinco anos ou mais para isso. Nada se cria, tudo se copia – até mesmo as tendências cíclicas, por mais que muitos achem que isso é novidade.

Pensando nessa sobrevida que muitos filmes vêm ganhando graças à Netflix, preparamos mais uma listinha com 10 produções que não atingiram o alvo como planejado quando passaram pelos cinemas, mas estão agradando o público da Netflix atualmente. Confira e não deixe de ler nos links abaixo as outras matérias desta coluna abaixo.

Leia também: 10 FRACASSOS do Cinema que se Transformaram em Ouro na Netflix

O Assassino: O Primeiro Alvo

Começamos a lista com o filme que motivou a matéria. A ideia por trás deste American Assassin (no título original) era servir de veículo de ação para o jovem ator Dylan O’Brien ser alçado ao posto de astro após a franquia Maze Runner (embora seja reportado que Chris Hemsworth era a primeira opção do estúdio). Não deu certo. Baseado no livro de Vince Flynn e com roteiro assinado pelo talentoso cineasta Edward Zwick, a trama traz O’Brien dando uma de Jason Bourne. O elenco conta ainda com o grande Michael Keaton, o que para muitos foi o verdadeiro atrativo. O Assassino foi lançado há cinco anos, em 2017, nos cinemas, mas muitos sequer haviam ouvido falar. Com um orçamento de US$33 milhões, fez US$36 milhões nos EUA, e US$67 milhões no mundo todo. Na Netflix tem conquistado os espectadores constando no top 10 da plataforma.

Leia também: Os Fracassos do Cinema que Viram ‘Ouro’ na Netflix

A Ilha

Outro que vem figurando no top 10 da Netflix é uma das inúmeras produções obscuras do grande Nicolas Cage. O nome do ator voltou à boca do povo este ano, graças ao sucesso de O Peso do Talento, o primeiro filme de Cage a ser exibido nos cinemas brasileiros em pelo menos seis anos. Este fato pode ter ajudado a despertar o interesse por esta obra de 2019, que passou completamente em branco por todos os cantos do mundo onde foi exibida – no Brasil passando bem longe dos cinemas. Na trama, Cage dá uma de “Disque M para Matar” e resolve pagar o amante de sua esposa para mata-la. O thriller rendeu apenas US$500 mil acima de seu orçamento de US$5 milhões.

O Retorno de John Henry

Outro filme que apenas meia dúzia conhecia, esta produção estrelada por Kieffer Sutherland, o eterno Jack Bauer de 24 Horas, tem nada menos que sete anos, tendo estreado em 2015. O longa foi exibido no prestigiado festival de Toronto. Sutherland queria encontrar um projeto no qual pudesse atuar ao lado do pai, o lendário Donald Sutherland. E a opção foi por este faroeste onde interpretam pai e filho. Kieffer vive um pistoleiro tentando fazer as pazes com o pai (Donald), um reverendo. O elenco conta ainda com a musa dos anos 90, Demi Moore. O western também arranjou um jeito de figurar no top 10 da Netflix, mesmo tendo rendido um prejuízo de US$1 milhão nas bilheterias de seu orçamento de US$11 milhões.

MIB – Homens de Preto Internacional

Por falar em Chris Hemsworth, a Sony achou que o carismático astro seria a solução de seus problemas na hora de dar continuidade a uma de suas propriedades mais lucrativas: MIB – Homens de Preto. Parecia não ter erro. Ainda mais quando o plano era juntá-lo novamente com sua parceira de tela em Thor: Ragnarok, Tessa Thompson. A dupla havia  exibido uma química explosiva no filme da Marvel. Não deu muito certo e o que era para ser a salvação da lavoura, terminou como o mais esquecível e sem sal dos quatro filmes – bem longe do que Will Smith e Tommy Lee Jones haviam construído. Com orçamento de US$111 milhões, o filme arrecadou US$80 milhões nos EUA e US$253 milhões mundiais, jogando água nos planos de uma sequência. Mas ao estrear na Netflix a coisa mudou de figura.

Encontro Explosivo

O astro Tom Cruise está atualmente gozando do sucesso arrebatador de Top Gun: Maverick nas bilheterias deste ano. O filme recebeu as avaliações mais positivas da crítica de toda a sua carreira, e se tornou o maior sucesso financeiro de sua filmografia igualmente. Mas nem só de sucessos viveu o ator. Aliás, voltando doze anos no passado, nos depararemos com Encontro Explosivo, um dos filmes mais genéricos de seu currículo, e um que quase ninguém lembra. O fato é, o longa estreou nos cinemas em 2010 com pretensões de ser um blockbuster. A proposta aqui era reunir Cruise a Cameron Diaz para uma comédia romântica repleta de ação. Porém, poucos compraram a ideia desta produção do diretor James Mangold (Logan). Com um orçamento de quase US$120 milhões, o filme rendeu nos EUA US$76 milhões e US$261 milhões ao redor do mundo, se mostrando um dos esforços menos impressionantes de Cruise. Mas foi só sair na Netflix para que o público o redescobrisse.

Paul – O Alien Fugitivo

Alguns filmes da lista são tão obscuros que parecem ter sido lançados direto em vídeo. É o caso com esta comédia que brinca bastante com a ficção científica. Mas o filme chegou a ser lançado nos cinemas em 2011, ao menos nos EUA – já que após seu fracasso por lá, aqui no Brasil a opção foi mesmo o mercado do home vídeo. A ideia em si é muito boa, e mostra dois nerds de carteirinha pegando a estrada para viajar até seu sonho de consumo: a Comic Con de San Diego. Vivendo a dupla, os colaboradores de longa data Simon Pegg e Nick Frost (da trilogia do Cornetto). Aqui, no entanto, não temos qualquer envolvimento do diretor Edgar Wright. No caminho, eles terminam por encontrar um extraterrestre de verdade, mas ao contrário do filme de Spielberg, esse alienígena é espertalhão, fala nossa língua (com a voz de Seth Rogen) e adora uma zoeira. Com orçamento de US$40 milhões, o filme recuperou nos EUA US$37 milhões e US$97 milhões no mundo. Quando saiu na Netflix, o público o abraçou como se estivesse recebendo um filme inédito.

Sombras da Noite

Sentimos quase uma dor física quando certos filmes que esperávamos muito e tinham grande potencial terminam não satisfazendo. Os cinéfilos são assim mesmo. Mas quando falamos de Sombras da Noite, a reação é praticamente unânime e poucos são os defensores deste projeto de Johnny Depp e Tim Burton. Com pretensão de ser o novo A Família Addams, o filme é baseado numa série novelesca da década de 1960, da qual o astro Johnny Depp era fã assumido. Assim, por anos o ator desenvolveu o projeto para tirar do papel uma versão cinematográfica de seu querido programa. E para a empreitada escalou o amigo Tim Burton. Algo, porém, não estava em sintonia, e com críticas negativas, Sombras da Noite se tornou uma das parcerias de Depp e Burton menos memoráveis, arrecadando US$79 milhões nos EUA, com orçamento de US$150 milhões. Mas… você já sabe, os mais novos que nunca haviam ouvido falar deste filme (que completa dez anos em 2022), acharam que estavam descobrindo a pólvora na plataforma.

Passageiros

Podemos dizer que este Passageiros, que está completando seis anos em 2022, foi o primeiro grande baque sofrido na carreira da então inatingível musa do cinema, Jennifer Lawrence. A jovem atriz surgiu para o mundo do cinema logo carregando uma indicação ao Oscar debaixo do braço, aos 20 aninhos, por Inverno da Alma (2010). Depois disso, o passe da atriz só cresceu, e ela conquistava os papeis de Mística em X-Men: Primeira Classe (2011) e Katniss em Jogos Vorazes (2012), ambos gerando suas próprias franquias. O papel que cimentaria seu status, no entanto, seria em O Lado Bom da Vida (2012), pelo qual levaria sua estátua de melhor atriz no Oscar. Assim o Céu era o limite para J-Law. Quatro anos depois, de vários sucessos, a jovem atriz lançaria Passageiros (2016), ao lado de outro astro em ascensão na época, Chris Pratt. Extremamente conceitual e contando “apenas” com dois atores no espaço, assim como Gravidade (2013), Passageiros foi “triturado” pelos críticos e sequer se pagou nos EUA. Mas o público da Netflix deu nova chance ao longa.

O Preço do Amanhã

Por falar em ficção científica repleta de jovens astros atraentes, aqui temos outra que segue por essa linha, um pouco mais antiga. In Time (no título original) está completando 11 anos de lançamento em 2022, e traz o cantor transformado em ator Justin Timberlake no papel principal. O cant/ator aproveitava o hype gerado pelos elogios que recebeu em A Rede Social (2010), para seguir seu próprio caminho. E para fazer par com o sujeito, era escalada Amanda Seyfried, nome que igualmente recebia grandes oportunidades de entrar no time A de Hollywood na época. Essa ficção passada no futuro traz uma realidade onde o tempo virou moeda de troca e pode aumentar ou diminuir o alcance de sua vida. Os ricos têm muito dinheiro e podem comprar mais tempo, se tornando praticamente imortais. Soa estranho? Muito. Mas poderia ter dado certo. Bancado pela Fox, o filme não conseguiu se pagar nos EUA. Mas, adivinhe… recebeu nova chance graças à geração Netflix.

As Caça-Fantasmas

Esse filme deu o que falar na época de seu lançamento, há seis anos. Parece pouco tempo, mas acredite, é o suficiente para criar novas gerações. Por exemplo, uma criança de seis anos era pequena demais para tentar entender a controvérsia envolvendo o filme. Hoje com doze anos é o público-alvo exato para o filme na Netflix. E por aí vai. A história é a seguinte, antes mesmo desta versão só com mulheres estrear nos cinemas, os haters já a atacavam fazendo de seu trailer no Youtube o mais “descurtido” de todos os tempos na época. E isso sem sequer assistir ao filme, apenas pelo simples fato de terem substituído os homens por uma nova equipe formada por mulheres. A Sony pegou o backlash e o transformou em algo positivo, chamando a atenção para a causa feminista. Mas aí veio o lançamento do filme, quando todos puderam conferi-lo. Sua qualidade seria crucial para definir o debate. E bem… digamos apenas que a coisa se inflamou ainda mais. Seis anos depois e com um novo filme de Ghostbusters já lançado com o elenco original, o que podemos dizer é que As Caça-Fantasmas está na Netflix e que parece ter encontrado seu lar e seu público.

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