segunda-feira , 23 dezembro , 2024

TOP 10 | Pinóquio e as Melhores Animações em Stop-Motion

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Se você, como eu e todos os apaixonados pela sétima arte, ficou encantado com a fábula do Pinocchio reinterpretada pelas mãos astuciosas do cineasta Guillermo Del Toro, garanto que vai curtir cada título desta lista. 

No documentário de 37 minutos Guillermo del Toro’s Pinocchio: Handcarved Cinema, lançado pela Netflix no mesmo dia da animação, o diretor mexicano confessa ter trabalhado 10 anos no projeto. Além disso, a equipe revelou que um dia inteiro de trabalho equivale a alguns segundos de filme. Já o cineasta Travis Knight (Kubo e as Cordas Mágicas) afirmou à BBC Click na época de lançamento do seu filme que: “o stop-motion requer uma disciplina excepcional para gravar”. 



Leia também: As 10 Melhores Animações de 2022

Dito isso, já deu para entender que a produção do stop-motion é longa, demorada, difícil, mas extraordinariamente recompensante e bela. Assim, o CinePOP selecionou as melhores animações desta técnica de maravilhar os olhos. Sem esquecer dos maravilhosos O Estranho Mundo de Jack (1993) e Fuga das Galinhas (2000), a nossa classificação é focada no século XXI. Confira a lista abaixo de obras imperdíveis. 

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10. O Homem das Cavernas (2018)

Nesta lista, vamos encontrar algumas vezes os nomes do britânico Nick Park e o estúdio Aardman Animation. Ganhador de quatro Oscars — três por curtas-metragens de animação —, Park é um dos mais fortes profissionais do stop-motion atualmente. Junto com Peter Lord, ele é responsável pelo sucesso A Fuga das Galinhas (2000), além dos projetos com os personagens Shaun, o Carneiro e Wallace & Gromit. 

Em O Homem das Cavernas (Early Man), um asteroide colide com a Terra pré-histórica, causando a extinção dos dinossauros do planeta, mas poupa uma tribo de homens. Ao começar a chutar um pedaço esférico do asteroide, eles inventam um novo jogo. Assim, inicia-se uma fábula sobre a criação pré-histórica do futebol — desenvolvido, na realidade, pelos britânicos. 

→ Disponível no Telecine.

9. Wendell & Wild (2022)

Responsável pela direção das clássicas obras do stop-motion O Estranho Mundo de Jack (1993), James e o Pêssego Gigante (1996) e Caroline e o Mundo Secreto (2009), Henry Selik encontra-se com a caneta afiada e subversiva de Janson Peele (Corra!) para criar uma macabra aventura dos irmãos demônios Wendell (Keegan-Michael Key) e Wild (Peele). Eles ajudam a durona órfã Kat (Lyric Ross) a encontrar-se com o seu passado e ajudar o futuro do meio ambiente em um jogo fantástico entre a vida e a morte. 

Com ajuda do CGI, os personagens artesanais ganham uma aura mais sombria e, assim, torna-se um ótimo conto de horror para os jovens. Como em sua primeira direção, Jason Peele consegue trazer um roteiro empolgante, integrando diversidade às obras de gênero. Com pinceladas de Noiva Cadáver (2005) e Frankenweenie (2012), ambos de Tim Burton, é possível ver uma um influência entre Henry Selik e autor da atual série Wandinha nesta produção. 

Leia mais: Crítica | ‘Wendell & Wild’ tem o coração puro, mas peca na condução narrativa

→ Disponível na Netflix

8. Wallace e Gromit: A Batalha dos Vegetais (2005)

Wallace e Gromit são personagens conhecidos de curtas-metragens de animação dos anos 1980, agentes do sucesso do estúdio Aardman Animation. Seguido do triunfo de A Fuga das Galinhas, Nick Park ao lado de Steve Box criaram o primeiro filme de “terror vegetariano” do mundo, segundo os próprios realizadores.

Com os já conhecidos personagens Wallace e Gromit, o longa é uma jornada maravilhosamente excêntrica. Nesta aventura, a dupla protagonista vê-se encarregada de descobrir o mistério por trás da sabotagem de cultivo de vegetais e ameaça o maior concurso da cidade de leguminosas gigantes. Quem será o grande vilão dessa história? Todos os elementos são divertidos e garantem um ótimo passatempo pró-veganismo. 

→ Disponível na Oi Play.

7. Kubo e as Cordas Mágicas (2016)

A jornada do herói é muito bem explorada nesta fábula de coragem e autodescobrimento de um jovem através das memórias de seus ancestrais. Com duas indicações ao Oscar, uma de animação e outra de efeitos visuais, o diretor Travis Knight desenhou um mundo fantástico por meio do protagonista Kubo (Art Parkinson) e os outros personagens. 

Mesmo que o stop-motion esteja presente na estrutura da animação, Kubo e as Cordas Mágicas utiliza de diversos — e ótimos — efeitos visuais para compor o seu cenário de fantasia. A obra combina uma incrível animação com uma história envolvente e melancólica ao público de todas as idades.

Se por um lado, é uma ótima animação, por outro, ele se afasta de filmes realizados completamente com a técnica tema desta lista. Aos olhos desavisados, o título passa-se por uma animação CGI de aventura, tal como Moana (2016) e Como Treinar o Seu Dragão (2010). Apesar de ser a primeira direção de Travis Knight, ele trabalhou no departamento de animação da Laika Entertainment durante anos e participou das produções de ParaNorman (2012) e Boxtrolls (2014). 

→ Disponível para aluguel na Google Play e Apple.

6. Shaun: O Carneiro – O Filme (2015)

Assim como Wallace e Gromit, Shaun é um carneiro carismático e personagem de diversas aventuras da Aardman Animation. Com uma indicação ao Oscar —  perdida para Divertida Mente (2015), da Pixar —, a animação é calorosa, engraçada e graciosamente animada. Ou seja, mais uma joia do stop-motion da família da Aardman.

Com direção e roteiro de Mark Burton e Richard Starzak, esta jornada começa com o carneiro Shaun cansado da rotina da fazenda. Assim, ele elabora um plano para conseguir um dia de folga longe da tranquilidade, mas facilmente as coisas saem de ordem na cidade. Vale assistir também as séries dos personagens e os curtas especiais. 

→ Disponível para aluguel na Amazon, Claro Video, Google Play e Apple.

5. Anomalisa (2015)

Já consagrado como um brilhante roteirista, Charlie Kaufman utiliza o stop-motion para dar vida a mais uma de suas idílicas obras. Ao lado de Duke Johnson, Kaufman traça uma jornada introspectiva de um escritor (David Thewlis) perdido nas experiências mundanas de seu cotidiano, onde nada mais lhe faz sentido. 

Longe de ser um filme de animação para toda família, Anomalisa é uma marco na carreira de Kaufman e da Paramount Animation, responsável no mesmo ano por O Pequeno Príncipe (2015). Com um orçamento de 8 milhões, o projeto começou em uma plataforma de crowdfunding e tinha como objetivo ser um curta de 40 minutos. Graças ao interesse dos estúdios e produtores, o plano evolui para 90 minutos e uma interessante viagem à inquietante mente humana, tal como Quero Ser John Malkovich (1999) e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004).  

→ Disponível para aluguel na Amazon Prime Video, Claro Video, Google Play e Apple.

4. O Fantástico Sr. Raposo (2009)

Que o design artístico e a mise-en-scene são o forte de Wes Anderson (A Crônica Francesa) é inegável. Ou seja, observar o mesmo cuidado do cineasta em formato stop-motion é mágico. Com os mais diversos materiais possíveis, o personagem Sr. Raposo (George Clooney) e sua família são um apelo aos olhos e a narrativa é desenvolvida de modo formidável, com base no livro de Roald Dahl. Para ter uma ideia, apenas o boneco do Sr. Raposo levou sete meses para ser preparado. 

Do mesmo diretor, Ilha dos Cachorros também poderia entrar nesta lista, mas para abrir espaço para outros autores, a obra de 2018 não entrará, mas a recomendação está feita. Com um design gráfico mais enxuto em uma visão desiludida do futuro, Isle of Dogs é uma composição melindrosa do amor entre um menino e seu cão. 

→ Disponível no Star+

3. Minha Vida de Abobrinha (2016)

A partir desta posição, os títulos selecionados são capazes de verter lágrimas aos espectadores. A co-produção suíça-francesa é um daqueles filmes simples de se ver, mas extremamente tocantes. As gravações levaram dois anos para serem finalizadas. Minha Vida de Abobrinha contou com 50 artesãos, teve 60 cenários e 54 bonecos em três trajes diferentes. 

O resultado completamente encantador ganhou uma indicação de melhor animação no Oscar 2017. Já o enredo conta a história do menino Courgette (em português Abobrinha) de nove anos. Após uma vida de tragédias em plena infância, o garoto faz amizade com um policial Raymond, que o acompanha até seu novo lar adotivo cheio de outros órfãos de sua idade. Eventualmente, com a ajuda de Raymond e seus novos amigos, Courgette aprende a confiar e amar verdadeiramente.

→ Disponível na Amazon Prime Video, GloboPlay, MUBI e TeleCine.

2. Mary & Max : Uma Amizade Diferente (2009)

Escrito e dirigido por Adam Elliot, Mary & Max é baseado em uma experiência pessoal do criador do universo. Com técnicas de animação inventiva e cuidadosamente trabalhada, o filme possui um brilhantismo técnico tanto quanto emocional. Com 95% de aprovação do Rotten Tomatoes e nota 8.1 no IMDb, a produção não é apenas uma das melhores em stop-motion, mas da história do cinema.  

Em meados da década de 1970, Mary Dinkle (Toni Collette), uma garota australiana de 8 anos e sem amigos, escolhe um nome em uma lista telefônica de Nova York e escreve para ele. Ela inclui uma barra de chocolate. Filha única de uma mãe alcoólatra e um pai distraído, ela começa uma relação epistolar com Max Horowitz (Philip Seymour Hoffman), um homem acima do peso com Asperger. Ele responde e a correspondência dura 20 anos. Se ainda não viu, veja agora. Link abaixo. 

Disponível no Vimeo

1. Pinóquio de Guillermo del Toro (2022)

Com 117 minutos, o trabalho impressionante do mexicano é a animação em stop-motion mais longa da história do audiovisual. Só isso já merece todos os prêmios e láureas deste ano à obra. A partir do seu talento e imaginação para construir universos magníficos, como em O Labirinto do Fauno (2006), e criaturas exuberantes, como em A Forma da Água (2017), Guillermo del Toro dá uma nova vida ao menino de madeira. 

Embora a história de Pinóquio seja amplamente conhecida desde a animação da Disney de 1940, o cineasta mexicaano consegue colocar emoção, crítica política e mágica em medidas certas em seu projeto, planejado durante 10 anos, e rejeitado por alguns estúdios antes da Netflix embarcar na produção. Assim, a obra desponta como a melhor adaptação do conto do italiano Carlo Collodi e um dos melhores filmes de 2022

Leia mais Crítica | ‘Pinóquio’, de Guillermo del Toro, explora temas profundos e se consagra como a melhor animação do ano

→ Disponível na Netflix

Bônus: Marcel the shell with the Shoes On (2021)

Sem previsão de estreia no Brasil, infelizmente, a obra-prima do diretor Dean Fleischer-Camp em parceria com os roteiristas Jenny Slate e Nick Paley é a primeira animação do estúdio A24. Com aprovação de 99% de 143 críticos no Rotten Tomatoes e nota 7.9 no IMDb, Marcel, a concha com sapatos (em tradução livre) mistura cenas em live-action e técnica de stop-motion para o seu protagonista e o universo entranhado no cotidiano dos humanos. 

Descrito pelos críticos e público como arrebatador, profundo e totalmente comovente, a animação levou sete anos de produção, no entanto, os diálogos e situações são todos improvisados. Ou seja, a narrativa foi toda construída na pós-produção. O longa é o prolongamento de um curta de quatro minutos de 2010, no qual a concha chamada Marcel é entrevistada na televisão, abrindo os olhos de todos para o seu mundo. 

Veja o curta-metragem no YouTube

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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Se você, como eu e todos os apaixonados pela sétima arte, ficou encantado com a fábula do Pinocchio reinterpretada pelas mãos astuciosas do cineasta Guillermo Del Toro, garanto que vai curtir cada título desta lista. 

No documentário de 37 minutos Guillermo del Toro’s Pinocchio: Handcarved Cinema, lançado pela Netflix no mesmo dia da animação, o diretor mexicano confessa ter trabalhado 10 anos no projeto. Além disso, a equipe revelou que um dia inteiro de trabalho equivale a alguns segundos de filme. Já o cineasta Travis Knight (Kubo e as Cordas Mágicas) afirmou à BBC Click na época de lançamento do seu filme que: “o stop-motion requer uma disciplina excepcional para gravar”. 

Leia também: As 10 Melhores Animações de 2022

Dito isso, já deu para entender que a produção do stop-motion é longa, demorada, difícil, mas extraordinariamente recompensante e bela. Assim, o CinePOP selecionou as melhores animações desta técnica de maravilhar os olhos. Sem esquecer dos maravilhosos O Estranho Mundo de Jack (1993) e Fuga das Galinhas (2000), a nossa classificação é focada no século XXI. Confira a lista abaixo de obras imperdíveis. 

10. O Homem das Cavernas (2018)

Nesta lista, vamos encontrar algumas vezes os nomes do britânico Nick Park e o estúdio Aardman Animation. Ganhador de quatro Oscars — três por curtas-metragens de animação —, Park é um dos mais fortes profissionais do stop-motion atualmente. Junto com Peter Lord, ele é responsável pelo sucesso A Fuga das Galinhas (2000), além dos projetos com os personagens Shaun, o Carneiro e Wallace & Gromit. 

Em O Homem das Cavernas (Early Man), um asteroide colide com a Terra pré-histórica, causando a extinção dos dinossauros do planeta, mas poupa uma tribo de homens. Ao começar a chutar um pedaço esférico do asteroide, eles inventam um novo jogo. Assim, inicia-se uma fábula sobre a criação pré-histórica do futebol — desenvolvido, na realidade, pelos britânicos. 

→ Disponível no Telecine.

9. Wendell & Wild (2022)

Responsável pela direção das clássicas obras do stop-motion O Estranho Mundo de Jack (1993), James e o Pêssego Gigante (1996) e Caroline e o Mundo Secreto (2009), Henry Selik encontra-se com a caneta afiada e subversiva de Janson Peele (Corra!) para criar uma macabra aventura dos irmãos demônios Wendell (Keegan-Michael Key) e Wild (Peele). Eles ajudam a durona órfã Kat (Lyric Ross) a encontrar-se com o seu passado e ajudar o futuro do meio ambiente em um jogo fantástico entre a vida e a morte. 

Com ajuda do CGI, os personagens artesanais ganham uma aura mais sombria e, assim, torna-se um ótimo conto de horror para os jovens. Como em sua primeira direção, Jason Peele consegue trazer um roteiro empolgante, integrando diversidade às obras de gênero. Com pinceladas de Noiva Cadáver (2005) e Frankenweenie (2012), ambos de Tim Burton, é possível ver uma um influência entre Henry Selik e autor da atual série Wandinha nesta produção. 

Leia mais: Crítica | ‘Wendell & Wild’ tem o coração puro, mas peca na condução narrativa

→ Disponível na Netflix

8. Wallace e Gromit: A Batalha dos Vegetais (2005)

Wallace e Gromit são personagens conhecidos de curtas-metragens de animação dos anos 1980, agentes do sucesso do estúdio Aardman Animation. Seguido do triunfo de A Fuga das Galinhas, Nick Park ao lado de Steve Box criaram o primeiro filme de “terror vegetariano” do mundo, segundo os próprios realizadores.

Com os já conhecidos personagens Wallace e Gromit, o longa é uma jornada maravilhosamente excêntrica. Nesta aventura, a dupla protagonista vê-se encarregada de descobrir o mistério por trás da sabotagem de cultivo de vegetais e ameaça o maior concurso da cidade de leguminosas gigantes. Quem será o grande vilão dessa história? Todos os elementos são divertidos e garantem um ótimo passatempo pró-veganismo. 

→ Disponível na Oi Play.

7. Kubo e as Cordas Mágicas (2016)

A jornada do herói é muito bem explorada nesta fábula de coragem e autodescobrimento de um jovem através das memórias de seus ancestrais. Com duas indicações ao Oscar, uma de animação e outra de efeitos visuais, o diretor Travis Knight desenhou um mundo fantástico por meio do protagonista Kubo (Art Parkinson) e os outros personagens. 

Mesmo que o stop-motion esteja presente na estrutura da animação, Kubo e as Cordas Mágicas utiliza de diversos — e ótimos — efeitos visuais para compor o seu cenário de fantasia. A obra combina uma incrível animação com uma história envolvente e melancólica ao público de todas as idades.

Se por um lado, é uma ótima animação, por outro, ele se afasta de filmes realizados completamente com a técnica tema desta lista. Aos olhos desavisados, o título passa-se por uma animação CGI de aventura, tal como Moana (2016) e Como Treinar o Seu Dragão (2010). Apesar de ser a primeira direção de Travis Knight, ele trabalhou no departamento de animação da Laika Entertainment durante anos e participou das produções de ParaNorman (2012) e Boxtrolls (2014). 

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6. Shaun: O Carneiro – O Filme (2015)

Assim como Wallace e Gromit, Shaun é um carneiro carismático e personagem de diversas aventuras da Aardman Animation. Com uma indicação ao Oscar —  perdida para Divertida Mente (2015), da Pixar —, a animação é calorosa, engraçada e graciosamente animada. Ou seja, mais uma joia do stop-motion da família da Aardman.

Com direção e roteiro de Mark Burton e Richard Starzak, esta jornada começa com o carneiro Shaun cansado da rotina da fazenda. Assim, ele elabora um plano para conseguir um dia de folga longe da tranquilidade, mas facilmente as coisas saem de ordem na cidade. Vale assistir também as séries dos personagens e os curtas especiais. 

→ Disponível para aluguel na Amazon, Claro Video, Google Play e Apple.

5. Anomalisa (2015)

Já consagrado como um brilhante roteirista, Charlie Kaufman utiliza o stop-motion para dar vida a mais uma de suas idílicas obras. Ao lado de Duke Johnson, Kaufman traça uma jornada introspectiva de um escritor (David Thewlis) perdido nas experiências mundanas de seu cotidiano, onde nada mais lhe faz sentido. 

Longe de ser um filme de animação para toda família, Anomalisa é uma marco na carreira de Kaufman e da Paramount Animation, responsável no mesmo ano por O Pequeno Príncipe (2015). Com um orçamento de 8 milhões, o projeto começou em uma plataforma de crowdfunding e tinha como objetivo ser um curta de 40 minutos. Graças ao interesse dos estúdios e produtores, o plano evolui para 90 minutos e uma interessante viagem à inquietante mente humana, tal como Quero Ser John Malkovich (1999) e Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (2004).  

→ Disponível para aluguel na Amazon Prime Video, Claro Video, Google Play e Apple.

4. O Fantástico Sr. Raposo (2009)

Que o design artístico e a mise-en-scene são o forte de Wes Anderson (A Crônica Francesa) é inegável. Ou seja, observar o mesmo cuidado do cineasta em formato stop-motion é mágico. Com os mais diversos materiais possíveis, o personagem Sr. Raposo (George Clooney) e sua família são um apelo aos olhos e a narrativa é desenvolvida de modo formidável, com base no livro de Roald Dahl. Para ter uma ideia, apenas o boneco do Sr. Raposo levou sete meses para ser preparado. 

Do mesmo diretor, Ilha dos Cachorros também poderia entrar nesta lista, mas para abrir espaço para outros autores, a obra de 2018 não entrará, mas a recomendação está feita. Com um design gráfico mais enxuto em uma visão desiludida do futuro, Isle of Dogs é uma composição melindrosa do amor entre um menino e seu cão. 

→ Disponível no Star+

3. Minha Vida de Abobrinha (2016)

A partir desta posição, os títulos selecionados são capazes de verter lágrimas aos espectadores. A co-produção suíça-francesa é um daqueles filmes simples de se ver, mas extremamente tocantes. As gravações levaram dois anos para serem finalizadas. Minha Vida de Abobrinha contou com 50 artesãos, teve 60 cenários e 54 bonecos em três trajes diferentes. 

O resultado completamente encantador ganhou uma indicação de melhor animação no Oscar 2017. Já o enredo conta a história do menino Courgette (em português Abobrinha) de nove anos. Após uma vida de tragédias em plena infância, o garoto faz amizade com um policial Raymond, que o acompanha até seu novo lar adotivo cheio de outros órfãos de sua idade. Eventualmente, com a ajuda de Raymond e seus novos amigos, Courgette aprende a confiar e amar verdadeiramente.

→ Disponível na Amazon Prime Video, GloboPlay, MUBI e TeleCine.

2. Mary & Max : Uma Amizade Diferente (2009)

Escrito e dirigido por Adam Elliot, Mary & Max é baseado em uma experiência pessoal do criador do universo. Com técnicas de animação inventiva e cuidadosamente trabalhada, o filme possui um brilhantismo técnico tanto quanto emocional. Com 95% de aprovação do Rotten Tomatoes e nota 8.1 no IMDb, a produção não é apenas uma das melhores em stop-motion, mas da história do cinema.  

Em meados da década de 1970, Mary Dinkle (Toni Collette), uma garota australiana de 8 anos e sem amigos, escolhe um nome em uma lista telefônica de Nova York e escreve para ele. Ela inclui uma barra de chocolate. Filha única de uma mãe alcoólatra e um pai distraído, ela começa uma relação epistolar com Max Horowitz (Philip Seymour Hoffman), um homem acima do peso com Asperger. Ele responde e a correspondência dura 20 anos. Se ainda não viu, veja agora. Link abaixo. 

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1. Pinóquio de Guillermo del Toro (2022)

Com 117 minutos, o trabalho impressionante do mexicano é a animação em stop-motion mais longa da história do audiovisual. Só isso já merece todos os prêmios e láureas deste ano à obra. A partir do seu talento e imaginação para construir universos magníficos, como em O Labirinto do Fauno (2006), e criaturas exuberantes, como em A Forma da Água (2017), Guillermo del Toro dá uma nova vida ao menino de madeira. 

Embora a história de Pinóquio seja amplamente conhecida desde a animação da Disney de 1940, o cineasta mexicaano consegue colocar emoção, crítica política e mágica em medidas certas em seu projeto, planejado durante 10 anos, e rejeitado por alguns estúdios antes da Netflix embarcar na produção. Assim, a obra desponta como a melhor adaptação do conto do italiano Carlo Collodi e um dos melhores filmes de 2022

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Bônus: Marcel the shell with the Shoes On (2021)

Sem previsão de estreia no Brasil, infelizmente, a obra-prima do diretor Dean Fleischer-Camp em parceria com os roteiristas Jenny Slate e Nick Paley é a primeira animação do estúdio A24. Com aprovação de 99% de 143 críticos no Rotten Tomatoes e nota 7.9 no IMDb, Marcel, a concha com sapatos (em tradução livre) mistura cenas em live-action e técnica de stop-motion para o seu protagonista e o universo entranhado no cotidiano dos humanos. 

Descrito pelos críticos e público como arrebatador, profundo e totalmente comovente, a animação levou sete anos de produção, no entanto, os diálogos e situações são todos improvisados. Ou seja, a narrativa foi toda construída na pós-produção. O longa é o prolongamento de um curta de quatro minutos de 2010, no qual a concha chamada Marcel é entrevistada na televisão, abrindo os olhos de todos para o seu mundo. 

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Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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