Como cinco anos passam voando. Parece que foi ontem, por exemplo, que vimos as estreias de séries de sucesso como O Conto da Aia (The Handmaid’s Tale), Riverdale, The Good Doctor e Ozark, todas ainda no ar a pleno vapor, firmes e fortes para novas temporadas. Além delas, outras que completam 5 anos de lançamento e ainda estão muito fortes no consciente dos fãs são La Casa de Papel, Dark, 13 Reasons Why e Mindhunter – que chegaram ao fim mas não perderam sua relevância. Justamente por terem se mantido bem populares durante estes cinco anos, sem nunca sair de fato da cultura pop e de nossas mentes, garantiram seus lugares como alguns dos programas recentes mais queridos do público.
No entanto, nem todos podem ter esse mesmo destino. Afinal o que seria do mundo e do universo sem equilíbrio? Assim, para cada sucesso é preciso existir um fracasso. Para cada série que emplaca novas temporadas se tornando um verdadeiro fenômeno contemporâneo, temos também aquelas que terminam completamente esquecidas, como se nunca tivessem existido. Pior é quando a expectativa se torna alta devido aos nomes tarimbados envolvidos, seja na produção (ou em qualquer capacidade atrás das câmeras) ou protagonizando nas telas.
Pensando nestas séries impopulares, que terminaram apagadas antes mesmo de ter a chance de brilhar, resolvemos criar esta nova matéria. Lembrando que algumas ainda podem ressurgir como obras cult, despertando uma nova legião de seguidores – e quem sabe receber mais uma chance. Afinal, nunca diga nunca. Confira abaixo 10 séries de renome que terminaram canceladas em sua primeira temporada e completam 5 anos em 2022.
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Inumanos
A Marvel nunca erra… bem, você já viu Inumanos? Proposta arriscada da Marvel Studios, o projeto de levar Inumanos – um grupo de seres espaciais superproderosos – às telas seria incialmente como um filme no cinema. Produção esta anunciada ainda em 2014, junto com Pantera Negra, Capitã Marvel e as partes três e quatro dos Vingadores. De fato, é sabido que o astro Vin Diesel havia fechado contrato duplo com a Marvel: seria a voz de Groot e também daria forma ao líder dos Inumanos, o mudo Raio Negro. E sim, caso tivesse vingado nas telonas, imagino que Inumanos fosse algo como os Eternos (2021). Antes da nova leva de séries interligadas do MCU na Disney+ – a começar com WandaVision – os programas do Universo Marvel estavam espalhados pela Netflix e até canais populares nos EUA, como a ABC (casa deste seriado). A série, criada por Scott Buck (Dexter), durou apenas 8 episódios de sua primeira temporada – configurando assim um dos maiores fracassos que o MCU gostaria de varrer para debaixo do tapete.
Powerless
Há exatos cinco anos, não era só a Marvel que “pagava mico” com sua versão mequetrefe para Inumanos – em parceria com a rede ABC. A rival DC também dava um tiro no pé com Powerless, sua tão anunciada “primeira comédia”. A ideia é até criativa e poderia ter rendido um programa único. A série não é focada nos super-heróis em si, mas sim numa equipe de seguradores especializados em cuidar da destruição e destroços deixados, além de pessoas eventualmente feridas, após um combate entre um herói e um super-vilão. Algo que temos certeza muitos já se perguntaram. Criado por Ben Queen (Carros 3), o programa até faz graça com algumas referências e citações a figuras muito conhecidas deste universo, como Bruce Wayne, por exemplo. Mesmo assim, e ainda contando com Vanessa Hudgens como protagonista, Powerless da DC Warner (em parceria com a NBC) durou apenas 12 episódios de sua primeira temporada.
Girlboss
Ninguém entendeu nada quando a Netflix resolveu cancelar esta série promissora logo em sua primeira temporada. Criada por Kay Cannon (30 Rock), o programa na forma de sitcom funcionava como biografia de Sophie Amoruso, jovem empreendedora que transformou sua loja no eBay em uma indústria de moda crescente de quase US$300 milhões em vendas. Na série, vivida por Britt Robertson, Sophia Marlowe é uma jovem desajustada que descobre a paixão pela moda e transforma isso em sua profissão – se tornando uma mulher de negócios poderosa e a dona de sua própria vida. O programa durou apenas 13 episódios da primeira temporada e os fãs ainda sentem falta, esperando que a Netflix algum dia volte atrás.
The Mist – O Nevoeiro
O ano de 2017 se tornou um novo boom em popularidade na carreira do icônico autor Stephen King. Isso porque nada menos do que 5 produções baseadas nas obras do escritor chegavam há 5 anos causando muita expectativa. Nem todas foram bem-sucedidas, porém. Nos cinemas, It: A Coisa se tornou sensação, enquanto A Torre Negra flopou. Já nas telinhas, pelas mãos da Netflix os menos conhecidos Jogo Perigoso e 1922 fizeram muito barulho com os críticos, enquanto este The Mist obteve uma recepção, digamos, mais fria e terminou morrendo na praia. É claro que o programa do canal Spike TV (com distribuição da Netflix pelo mundo) é a nova adaptação do conto agora muito conhecido de King sobre uma experiência militar do governo que sai errado e transforma por completo uma cidadezinha e a vida de um grupo de moradores buscando refúgio em um supermercado. O conto já havia sido levado ao cinema em 2007, com o filme O Nevoeiro. A série, por outro lado, durou apenas 10 episódios da primeira temporada.
Gypsy
Naomi Watts é uma atriz muito talentosa que já fez grande sucesso em sua carreira com filmes como O Chamado, King Kong, Cidade dos Sonhos, O Impossível e Birdman. Fora isso, tem duas indicações ao Oscar no currículo, o que a coloca num patamar como uma das artistas de maior prestígio no mundo. O fato, no entanto, é: Watts não tem dado muita sorte em suas escolhas de projeto recentemente, participando de um fiasco atrás do outro, o que inclui esta série da Netflix. Mas quem pode culpa-la? Afinal, a parceria com o colosso dos streamings soava como uma decisão acertadíssima. A série criada por Lisa Rubin trazia Watts como uma terapeuta que se envolve demais na vida de seus pacientes, e termina iniciando um relacionamento proibido com uma das jovens mulheres de quem trata. A série foi lançada e após uma primeira temporada de 10 episódios, foi cancelada.
Electric Dreams
A melhor forma de definir esta série é: “mirou em Black Mirror e errou”. Depois do sucesso da citada Black Mirror na Netflix (a partir da 3ª Temporada em 2016), a rival Amazon Prime Video decidiu pegar uma fatia desse bolo para si, produzindo um programa nos mesmos moldes. Ou seja, um seriado questionador, que olharia para a nossa sociedade através do futuro de uma ficção científica. E para isso comprou os direitos de adaptação dos contos de um verdadeiro mestre no assunto, o autor icônico Philip K. Dick, escritor de obras que resultaram em longas como Blade Runner (1982), O Vingador do Futuro (1990), Minority Report (2002) e O Homem Duplo (2006). Criada igualmente na forma de antologia, cada episódio possuía uma história própria, com começo, meio e fim, abordando a tecnologia. Na direção de alguns dos episódios, cineastas como Dee Rees (Mudbound – Lágrimas Sobre o Mississippi) e Alan Taylor (Thor: O Mundo Sombrio). No elenco, o prestígio das participações de gente como Janelle Monáe, Anna Paquin, Bryan Cranston, Terrence Howard e Richard Madden. Nada disso adiantou para o público comprar, e após 10 episódios da primeira temporada, a série foi cancelada.
The Blacklist: Redenção
Spin-offs de seriados de muito sucesso que funcionam verdadeiramente, como Frasier – derivado do clássico Cheers -, por exemplo, são raros e a minoria. Em geral ganhamos programas como Joey (derivado de Friends) e Baywatch Nights (derivado de S.O.S. Malibu). De fato, o assunto renderia uma lista própria, focada nos derivados de sucessos que não deram certo. Na minha lista das séries canceladas na primeira temporada que completaram 5 anos em 2021, inclui 24 Horas: O Legado, spin-off do fenômeno 24 Horas. O fato demonstra que não basta ser “apadrinhada” por uma das maiores sensações da TV para se manter no ar, é preciso funcionar por conta própria. Aqui repetimos a dobradinha – parece que todo ano guarda seu derivado que não funcionou. Há cinco anos, em 2017, foi a vez do spin-off de Lista Negra (The Black List), programa criado em 2013 por Jon Bokenkamp e que dura até hoje contando com 9 temporadas. A história fala sobre uma agente do FBI novata se unindo a um criminoso que possui informações importantes. No derivado Redenção, três personagens do programa original ganham os holofotes e sua própria série: os agentes interpretados por Famke Janssen, Ryan Eggold e Edi Gathegi. Mas Redenção durou apenas 8 episódios de sua primeira temporada.
Somewhere Between
Você já tinha ouvido falar sobre esta série? Pois é, muitos não ouviram. De fato ela é um dos itens mais obscuros da lista. Mas não pense você que é uma produção “de fundo de quintal”. Criada por Stephen Tolkin (Brothers & Sisters) para a rede ABC, o programa de drama, suspense e ficção científico é protagonizado por Paula Patton. A atriz já estrelou dois longas ao lado de Denzel Washington (Deja Vu e Dose Dupla) e esteve em blockbusters como Missão Impossível: Protocolo Fantasma e Warcraft. Mas como citado acima com Naomi Watts, Patton também não tem tido muita sorte na carreira ultimamente. A ideia de Somewhere Between é interessante, com a atriz no papel de uma mãe de família que tem sua pequena filha assassinada por um serial killer que anda matando mulheres na cidade. Ela tenta o suicídio após a terrível tragédia, mas termina salva da morte e volta no tempo oito dias antes da morte da filha. Agora, ela precisa usar essa vantagem para impedir o assassinato e prender o assassino. A seu lado, um sujeito que também ganhou uma segunda chance – papel de Devon Sawa. O programa parou em sua primeira temporada, após 10 episódios.
Training Day
Por falar em Denzel Washington, o filme que lhe daria o Oscar de melhor ator protagonista em sua carreira finalmente foi Dia de Treinamento – que completa 21 anos de lançamento em 2022. No filme Washington era um policial corrupto, treinando um novo parceiro, o policial honesto vivido por Ethan Hawke. O filme foi elogiadíssimo e se tornou um grande favorito dos fãs, mas isso não impediu a rede CBS de confeccionar sua própria versão da história para as telinhas. A série foi criada por Will Beall, o roteirista de filmes da DC/Warner como Aquaman e Liga da Justiça. O programa é descrito como uma continuação do filme Dia de Treinamento, com o policial corrupto dessa vez interpretado por Bill Paxton e o novato vivido por Justin Cornwell. Ao contrário dos demais itens da lista, Training Day – A Série até fez sucesso com a crítica e o público, mas precisou parar após os 13 episódios da primeira temporada. O que acontece, como todos devem saber, é que o ator Bill Paxton, protagonista da série, faleceu em fevereiro de 2017, antes dos episódios irem ao ar – mas já estarem todos gravados.
Desenrolados
Terminando a lista, temos esta produção maconheira da Netflix. Criada por Chuck Lorre, o nome por trás de sucessos como Two and a Half Men e Big Bang Theory, a série mostrava o dia a dia de uma smoke shop, uma loja de venda legal de cannabis nos EUA. À frente do negócio e da série está a vencedora do Oscar Kathy Bates, em um de seus desempenhos mais insanos da carreira. O programa pode ser descrito como uma grande viagem de entorpecentes, com os personagens constantemente chapados e alucinando. Assim como ocorre em algumas séries, como Casa de Papel, ao invés de uma segunda temporada, Desenrolados ganhou novos episódios de sua primeira temporada após um hiato – prática comum nos EUA nas TVs e agora adaptada ao streaming. O programa teve 20 episódios.