sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica 2 | Pantera Negra – Político, representativo e maduro

Se você perguntasse à menina de 13 anos, fã de super-heróis e apaixonada por cinema, se ela esperava em algum momento assistir a um filme com um elenco 99% negro, mulheres badass (e aqui me refiro a filmes com protagonistas femininas também) e representativo, ela provavelmente diria que não sabia sequer se um dia aconteceria. Hoje, meu irmão, aos 13 anos, não precisa duvidar desta possibilidade, pois estamos começando a viver nesta era.

Pantera Negra, dirigido por Ryan Coogler (Creed: Nascido Para Lutar), também roteirista ao lado de Joe Robert Cole (American Crime Story), é um filme que diverge do que o público está acostumado a conferir quando o assunto são os longas da Marvel: ele é maduro, possui uma história bem construída e estruturada, não falta representatividade e, antes de mais nada, é político. Enquanto de um lado se tem O Justiceiro, como uma série de TV com bastante contexto político atual, do outro se tem o filme de Coogler.

A produção audiovisual não se abstém de trabalhar assuntos como guerra, preconceito racial e diferenças sociais, o que o torna mais realista e próximo da situação atual do mundo. É difícil não encontrar elementos identificáveis dentro da história com a vida real, o que só acrescenta em positivo no roteiro, que é bem escrito e possui diálogos profundos, reais e com o tom certo para torná-los críveis.

A direção também não peca e apresenta um filme com a dose certa de entretenimento e maturidade. O público consegue acompanhar a história, respirar em momentos certos, entender o que está acontecendo no contexto em que ela está inserida, e até mesmo ovacionar algumas cenas de luta bem produzidas. Algo que merece destaque dentro do longa-metragem é a fotografia, de deixar qualquer um boquiaberto e com desejo de conhecer aqueles lugares. Wakanda, de fato, é um dos lugares mais bonitos do mundo (quem dera fosse real, não?).

Outro ponto importante de se comentar é a direção de arte que trabalha bem as cores dentro da produção, e também nas roupas dos personagens – elementos estes que estão de acordo com o roteiro, com a personalidade dos mesmos e com as cenas mostradas. A trilha sonora, por fim, dá o toque final para que o telespectador consiga imergir dentro daquele universo. É como viver a história contada e senti-la como se fosse parte da sua própria, afinal, é realista e bem construída, como dito anteriormente.

O mais difícil em Pantera Negra (ou seria impossível?) é encontrar uma atuação ruim. Se você conseguiu, por favor, diga-me inbox depois. O elenco tem uma sincronia própria e dá vida aos personagens com uma naturalidade que se torna difícil não comprar o que estão apresentando. Chadwick Boseman (42: A História de uma Lenda), o Rei T’Challa, lidera o filme de forma a parecer que ele nasceu para viver o Pantera Negra, é gratificante vê-lo no papel deste personagem tão importante dentro do universo Marvel.

Não deixe de assistir:

Todos, até mesmo aqueles que fazem participações menores, possuem destaque memorável dentro do longa. Apenas diria que Lupita Nyong’o (12 Anos de Escravidão), a Nakia, Letitia Wright (Black Mirror), a Shuri, irmã de T’Challa, e Danai Gurira (The Walking Dead), a Okoye conseguem se destacar dos demais e ganhar o coração do público. Sem contar que fazem parte do time mulheres badass dentro das histórias de heróis. É impossível não torcer para vê-las chutando mais alguns traseiros. Winston Duke (Person Of Interest), que interpreta M’Baku, de uma tribo que se distanciou de Wakanda, consegue trazer o alívio cômico em momentos de tensão, o mesmo vale para Wright, que particularmente, ganhou o coração desta que vos escreve.

Que o Michael B. Jordan (Creed: Nascido para Lutar) é um excelente ator, já sabemos, mas vê-lo dar vida a este vilão humano com uma história de fundo justificável e um motivo além dos típicos “sou mau e quero dominar a humanidade”, é como uma massagem nas costas, afinal, isto é apenas mais uma razão que transforma Pantera Negra neste filmão da porra!

O longa-metragem de Ryan Coogler ainda não é um Logan dos cinemas, entretanto, não está tão longe assim de ser. Pantera Negra consegue pavimentar um novo caminho para o Universo Marvel caso eles decidam continuar trabalhando as histórias em tons mais amadurecidos.

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