Aqui no CinePOP nada é mais importante do que você, o leitor. Fazemos o que fazemos por você. É bom quando recebemos um retorno e temos nosso trabalho muito cansativo, mas prazeroso valorizado. O feebback é sempre muito importante, os comentários são sempre bem vindos. Justamente por isso, nosso coração encheu de felicidade quando recentemente recebemos uma mensagem de um fã especial, um fã de Moçambique, país africano onde também se fala português. Adacktho Pambe é seu nome e na mensagem carinhosa, além de elogios ao trabalho feito aqui, ele também pedia uma matéria, esta mesmo que você está lendo agora. Então, sem mais delongas, para Adacktho e todos os leitores do CinePOP em Moçambique, aqui vai uma lista com 10 diretores e seus atores fetiche.
Para a lista resolvemos usar parcerias recentes, tentando fugir um pouco do óbvio de parcerias muito conhecidas por todos.
Damien Chazelle & JK Simmons
O assunto do momento é La La Land: Cantando Estações, musical dirigido pelo menino prodígio Chazelle (leia nossa crítica neste link). Em 2015, o cineasta já havia parado o mundo do cinema, em menor proporção, com Whiplash: Em Busca da Perfeição, um filme mais visceral, que abordava tema semelhante. E o que estes dois filmes possuem em comum além da paixão pelo jazz? A presença do ator JK Simmons, que venceu o Oscar de coadjuvante por Whiplash e marca presença numa pequena ponta em La La Land (não iremos revelar qual é seu papel e nem aonde aparece, não se preocupe *risos*).
Fede Alvarez & Jane Levy
Outro filme muito comentado em 2016 foi O Homem nas Trevas, suspense / terror sobre um trio de jovens criminosos que invade a casa de um sujeito cego – a crítica você confere neste link. O jogo se inverte e a caça vira o caçador. A gracinha Jane Levy vive Rocky, a heroína trágica e conflituosa que precisa lutar por sua vida. E a jovem atriz realiza mais um desempenho acima da média para o gênero. No entanto, há alguns anos – 2013 para ser mais preciso – Levy igualmente arrancava elogios dentro de um terror hardcore, no primeiro longa metragem da carreira do diretor uruguaio Fede Alvarez. Trata-se de Evil Dead – A Morte do Demônio, remake do filme homônimo de 1981. Desejamos que esta parceria vá longe.
Steven Spielberg & Mark Rylance
Um dos grandes nomes do cinema de Hollywood, Steven Spielberg já teve muitos atores inseparáveis, de Richard Dreyfuss e Harrison Ford, até Tom Cruise e Tom Hanks. Agora, em nova fase de sua carreira, o veterano cineasta tem demonstrado gostar de trabalhar ao lado de Mark Rylance, ator veterano e até então ilustre desconhecido. Os holofotes foram postos sobre Rylance com Ponte dos Espiões (2015), primeira parceria da dupla, que rendeu o Oscar de coadjuvante para o ator. A reunião veio logo a seguir com O Bom Gigante Amigo (2016), filme recebido com certo repúdio da parte dos especialistas – cuja crítica você pode conferir neste link. Mas a dupla promete não parar por aí, e já tem engatilhado, em fase de pré-produção, Ready Player One, ficção científica que será lançada no dia 29 de março de 2018. É só esperar.
David O. Russell & Jennifer Lawrence
Por falar em prêmios e prestígio, poucas duplas na lista foram tão felizes quanto o diretor O. Russell e sua estrela Lawrence. Vejam a trilha dos dois. Primeiro veio O Lado Bom da Vida (2012), filme que transformou Lawrence verdadeiramente num powerhouse (nome de respeito), recebeu oito indicações ao Oscar, incluindo melhor filme e diretor, e levou o prêmio de atriz. No ano seguinte, sem dar descanso, foi a vez de Trapaça (2013), no qual J-Law pegou um papel coadjuvante, mas igualmente foi lembrada para uma indicação, o filme e o diretor também, num total de dez indicações. Finalizando, ano passado tivemos Joy: O Nome do Sucesso (que muito bem poderia ser Lawrence: O Nome do Sucesso), o filme sobre a criadora do esfregão mágico. E adivinhe? Lawrence saiu com mais uma indicação.
Jeff Nichols & Michael Shannon
O diretor Jeff Nichols defende um tipo de cinema, o cinema independente. Oriundo deste segmento, o jovem e talentoso Nichols é especialista em dramas humanos, com contornos de suspense. O primeiro trabalho chamativo foi O Abrigo (2011) – segundo longa de sua carreira, depois de Separados pelo Sangue (2007). O que os dois filmes tinham em comum era a presença do metódico Michael Shannon (que este ano brilhou em Animais Noturnos, na pele de um violento policial – leia a crítica). Mas a parceria não parou por aí, e se estendeu por todos os trabalhos seguintes de Nichols, seja em pontas como em Amor Bandido (2012) e no recente Loving (2016), que pode concorrer ao Oscar, ou protagonizando como na ficção subestimada e lançada direto em vídeo, Destino Especial (2016).
Steve McQueen & Michael Fassbender
Outra parceria muito prestigiada é entre o diretor Steve McQueen (e não o ator) e o astro Michael Fassbender (em cartaz nos cinemas com o blockbuster Assassin´s Creed). O primeiro trabalho da dupla foi também o primeiro longa metragem da carreira do cineasta, pouco visto e difícil de ser encontrado no Brasil, o drama Fome (2008). Já o esforço seguinte rendeu fama e prestígio, além de gerar falatório de Oscar, que não veio. O filme era Shame (2011), uma incursão pelo lado sombrio de um protagonista viciado em sexo. O ápice da parceria ocorreu com 12 Anos de Escravidão (2013), grande vencedor do Oscar 2014, que rendeu indicações para o diretor e seu ator fetiche.
Christopher Nolan & Michael Caine
Christopher Nolan é um dos nomes mais celebrados do cinema atual. Tudo em que o grande diretor toca acaba virando ouro. O cineasta já havia chamado atenção com obras menores como Amnésia (2000) e Insônia (2002), mas foi quando reformulou o homem morcego em Batman Begins (2005) que atingiu status de celebridade. Foi no mesmo ano também que começou a frutífera parceria com uma das maiores lendas do cinema ainda em atividade, o britânico Michael Caine. Além de dar vida ao mordomo Alfred mais humano, e importante para a trama, do cinema, na trilogia do Cavaleiro das Trevas (2005, 2008 e 2012), todos comandados por Nolan, a parceria viria a se estender por todos os trabalhos seguintes do diretor, o que inclui O Grande Truque (2006), A Origem (2010) e Interestelar (2014).
Woody Allen & Emma Stone
Tudo bem que o veteraníssimo Woody Allen não é nenhum novato para figurar nesta lista. E com 53 créditos como diretor, ao longo de aproximadamente cinco décadas de carreira, o cineasta já teve sua cota de musas, que variam desde Diane Keaton, a ex-mulher Mia Farrow e mais recentemente a estonteante Scarlett Johansson. Porém, como citado no início deste texto, a lista concentra-se em parcerias recentes. E sendo este o caso, Emma Stone pode ser considerada, mesmo que momentaneamente, a última musa do autor, tendo participado de Magia ao Luar (2014) e O Homem Irracional (2015) em sequência. Poucas tiveram tal privilégio. Mas Stone não é qualquer uma e pode ser a futura dona do troféu dourado no próximo Oscar, devido a seu desempenho por La La Land: Cantando Estações.
Ryan Coogler & Michael B. Jordan
Por falar em duplas bem sucedidas, esta é também uma dupla promissora. Juntos, o diretor Ryan Coogler e o ator Michael B. Jordan entregaram um dos filmes mais humanos e dramáticos de anos recentes, o trágico Fruitvale Station: A Última Parada (2013). Muitos elogios e menção a prêmios, que não chegaram por completo. Depois de um meio de 2015 conturbado para Jordan, já que no caminho estava um desastre chamado Quarteto Fantástico. Mas Jordan não se desesperou, sacudiu a poeira e deu a volta por cima com Creed: Nascido para Lutar, dirigido pelo mesmo Coogler. O derivado da franquia Rocky foi novamente ovacionado pela crítica e público, e chegou até o Oscar, ao menos com a indicação de coadjuvante para Stallone. E o que vem a seguir, você pergunta. Um pequeno drama independente. Brincadeira. Vem Pantera Negra (2018), com a promessa de ser o filme mais corajoso e inclusivo da Marvel, com um elenco em sua grande maioria de atores negros e, obviamente, a presença de Michael B. Jordan.
José Padilha & Wagner Moura
Essa é preciso ter um feedback de nossos colegas do Moçambique, já que esta dupla talvez não seja tão reconhecível assim para eles. Trata-se de um diretor e um ator brasileiros, muito famosos aqui para o nosso povo tupiniquim. Talvez seja mais fácil mencionar os filmes sensação Tropa de Elite (2008), vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim, e Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro (2010), o qual a maioria concorda ser superior ao filme original. Para quem ainda não reconheceu, Moura é ninguém menos do que o justiceiro Capitão Nascimento. Em 2014 Padilha foi para Hollywood e entregou a boa reimaginação de RoboCop, que teria Moura no elenco, mas infelizmente não atingiu o esperado junto ao público. No entanto, a parceria da dupla não acabaria nisso, e em 2015 Padilha dirigiu Moura novamente na série Narcos, da Netflix, na qual o ator deu vazão a seu papel mais significativo, seguido de desempenho idem, até hoje, o do narcotraficante estrela: Pablo Escobar.
E você, é fã de alguma destas duplas de diretores e atores. Quais outras duplas vocês indicariam? Comente.