O nosso cinema encontra-se em um momento maravilhoso com dezenas de produções sendo reconhecidas pelo mundo e selecionadas para os maiores festivais de cinema do planeta. Pra você ficar sabendo mais um pouco de algumas dessas obras, algumas circulando pelo mundo ano passado outras nesse, segue abaixo uma lista pra você já deixar na sua agenda e conferir:
Ainda Estou Aqui
Talvez o filme brasileiro mais aguardo do ano, o novo projeto de Walter Salles, Ainda Estou Aqui é uma adaptação a partir da obra homônima de Marcelo Rubens Paiva. O projeto vem conquistando elogios após sua exibição no Festival de Veneza.
Na trama, ambientada no Rio de Janeiro, início dos anos 70, quando o país enfrenta o endurecimento da ditadura militar. Estamos no centro de uma família, os Paiva: um pai, Rubens, uma mãe, Eunice, e seus cinco filhos. Vivem na frente da praia, numa casa de portas abertas para os amigos. O afeto e o humor que compartilham entre si são suas formas sutis de resistência à opressão que paira sobre o país. Um dia, eles sofrem um ato violento e arbitrário que irá mudar para sempre sua história. Eunice é obrigada a se reinventar e traçar um novo destino para si e seus filhos. Baseada no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva, a história emocionante dessa família ajudou a redefinir a história do país.
Motel Destino
Badalado filme do genial cineasta brasileiro Karim Aïnouz, que participou da competição oficial do Festival de Cannes esse ano, apresenta numa beira de estrada do litoral cearense, o Motel Destino, onde se torna palco de jogos perigosos de desejo, poder e violência. Uma noite, a chegada do jovem Heraldo transforma em definitivo o cotidiano do local.
Baby
Um dos filmes brasileiros que mais chamaram a atenção no Festival de Cannes esse ano, foi Baby, do cineasta Marcelo Caetano. O projeto promete fortes emoções através de uma amizade e também paixão conturbadas.
Na trama, logo após ser liberado de um Centro de Detenção para jovens, Wellington se vê à deriva nas ruas de São Paulo. Durante uma visita a um cinema pornô, ele conhece Ronaldo, um garoto de programa, que lhe ensina novas formas de sobreviver. Aos poucos, a relação dos dois se transforma em uma paixão cheia de conflitos, entre a exploração e a proteção, o ciúme e a cumplicidade.
Estranho Caminho
Um dos grandes filmes brasileiros dos últimos anos, Estranho Caminho de Guto Parente ganhou todos os prêmios que disputou no Festival de Tribeca: Melhor Filme, Melhor Roteiro para Guto Parente, Melhor Fotografia para Linga Acácio e Melhor Performance para Carlos Francisco.
Na trama, conhecemos um jovem cineasta que após longos anos volta para o lugar onde nasceu e morou para apresentar o seu mais recente trabalho em um Festival de Cinema. Com a pandemia da Covid batendo na porta, ele busca se encontrar com seu pai com quem não fala faz mais de uma década. Após uma tentativa quase frustrada, já que o pai se tornou uma pessoa cada vez mais reclusa, algumas situações peculiares começam a atingir seu caminho.
Manas
Filme que emocionou o público em sua primeira exibição mundial, no Festival de Veneza esse ano, Manas é o primeiro longa-metragem de ficção da cineasta Marianna Brennand.
Na trama, conhecemos Marcielle, uma jovem de 13 anos que vive na Ilha do Marajó (PA), que começa a entender que o futuro não lhe reserva muitas opções. Encurralada pela resignação da mãe e movida pela idealização da figura da irmã que partiu, ela decide confrontar a engrenagem violenta que rege a sua família e as mulheres da sua comunidade.
O Estranho
Exibido no Festival de Berlim, o projeto dirigido por Flora Dias e Juruna Mallon é bastante interpretativo.
Na trama, somos envolvidos por curiosos recortes que de alguma forma estão relacionados a uma área onde funciona um aeroporto de alta frequência, um enorme espaço ligado por meio do tempo com os indígenas. Nesse lugar de constantes transformações ao longo dos anos, percorremos retratos tocantes de pessoas que buscam responder a uma mesma pergunta: Como enxergar o mesmo lugar de formas diferentes?
A Queda do Céu
Exibido no Festival de Cannes esse ano, o novo projeto de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha apresenta ao público a festa Reahu, ritual funerário e a mais importante cerimônia dos Yanomami.
Levante
Exibido no Festival de Cannes em 2023, inclusive vencendo um prêmio, Levante é um filme forte, profundo, que estaciona no seu principal conflito explorando os muitos olhares sobre uma questão muito sensível que no Brasil ainda é um enorme tabu.
Na trama, conhecemos Sofia (Domênica Dias), uma adolescente super alegre, entrosada com as amigas de longa data, craque do time de vôlei de seu bairro que após se destacar nas quadras recebe uma possível proposta irrecusável, sendo forte concorrente à uma bolsa de estudos para jogar seu esporte favorito em outro país sul-americano. Acontece que no mesmo período dessa grande notícia, uma outra abala suas estruturas emocionais, ela está grávida. Desesperada e querendo interromper a gravidez, ela busca forças nas amigas e no seu pai (Rômulo Braga) mas sem deixar de sentir a fúria de um grupo de pessoas que fica sabendo da tentativa de aborto e que começa a discriminá-la.
Continente
Exibido no Festival de Munique, o novo projeto do cineasta gaúcho Davi Pretto apresenta uma narrativa distópica que mescla drama e terror.
Na trama, depois de 15 anos morando no exterior, Amanda volta para casa com seu namorado francês Martin. Eles chegam à grande fazenda de sua família, localizada em uma vila isolada nas planícies infinitas do sul do Brasil. Lá, Amanda encontra seu pai em coma e uma tensão crescente entre os trabalhadores. A única médica do vilarejo local é Helô, uma jovem que se resigna a cuidar da população local. A morte iminente do dono da fazenda colocará Amanda, Martin e Helô no centro de um perturbador acordo entre o povoado e a fazenda.
Cidade; Campo
Vencedor do urso de ouro de melhor direção da Berlinale Encounter, para a cineasta Juliana Rojas, Cidade; Campo aborda, a partir de alguns olhares, a migração entre o meio urbano e o rural.