quinta-feira, março 28, 2024

50 anos do Tri | Documentários para conhecer mais sobre a Copa do Mundo de 1970

Há 50 anos, o mundo assistia pela primeira vez a uma final de Copa do Mundo. Disputada no México, a Copa de 1970 ficou marcada por vários fatores. Foi a primeira vez que uma Copa foi transmitida em cores para o resto do mundo. A bola, chamada Telstar, ganhou esse nome em homenagem ao satélite televisivo TelevisionStar, que foi o responsável pela primeira transmissão ao vivo entre Estados Unidos e Europa nos anos 60. O modelo da bola foi revolucionário, porque, além de ser a primeira pelota oficial da Adidas, ela definiu a imagem clássica da bola moderna, com 12 gomos pentagonais pretos e 20 gomos hexagonais brancos.

Satélite e a bola que o homenageia. A Copa de 1970 ficou marcada pelas inovações tecnológicas.

Dentro de campo, foi a primeira vez que foram usados os cartões amarelo e vermelho. Vindo de uma conturbada demissão do técnico João Saldanha, por divergências com o governo ditatorial nacional, a Seleção Brasileira chega à Copa após três meses treinando no México. No auge do condicionamento físico, o maior time da história do esporte – segundo a World Soccer Magazine – desfilava um futebol ofensivo, mas com organização tática. Em apenas três meses, o lendário Zagallo fez uma verdadeira revolução. Ao organizar um time com cinco camisas 10 de clubes gigantes do Brasil, o técnico trouxe um esquema tático que variava entre o 4-3-3 e o 4-2-3-1. O Rei Pelé, Tostão, Gérson Canhotinha de Ouro, Jairzinho e Rivellino formaram um ataque mortal, que armava jogadas, buscava a marcação e permitia que outros jogadores surgissem como “falsos 9”, surpreendendo a defesa adversária. Da mesma forma, na hora de defender, eles adotavam um 4-5-1 para diminuir os famosos espaços deixados pela Seleção. A tática da Seleção Brasileira da Copa de 70 foi revolucionária, sendo responsável, 40 anos mais tarde, pelo histórico modelo de jogo do Barcelona de Pep Guardiola.

Um verdadeiro Esquadrão. A Seleção Brasileira de 1970 só não venceu mais jogos em uma edição de Copa do Mundo do que o Brasil de 2002.

Nos gramados, a Seleção Brasileira foi perfeita. Vencendo os seis jogos que realizou, com direito a Jairzinho marcando pelo menos um gol em todas as partidas, a Seleção só foi superada pela de 2002, que venceu sete partidas e também levou o troféu da Copa do Mundo. O time de 1970 é considerado o “renascimento” do futebol, e como hoje completa 50 anos da conquista, o CinePOP separou alguns documentários que trazem diferentes visões acerca do título. Confira!

O Mundo a Seus Pés

O Filme Oficial da Copa do Mundo de 1970 feito pela Fifa é um dos documentários mais completos a nível de cobertura esportiva. Dirigido por Alberto Isaac, o filme traz o resumo dos jogos registrados em cores e em altíssima qualidade, amarrados pela trama de um garotinho americano que foge de casa para acompanhar a Copa ao vivo no México e ver os melhores jogadores do mundo. Narrado por Patrick Allen, o documentário de pouco mais de 1h30 de duração é perfeito para entender desportivamente o que foi o Esquadrão de 1970, e ainda transmite com bastante emoção o clima de Copa do Mundo.

Pelé Eterno

Mesmo falando pouco de Edson Arantes do Nascimento, esse documentário é o mais completo sobre o Pelé como ícone esportivo.

O documentário de 2004 lançado pela Universal tem roteiro de José Roberto Torero, com participação do jornalista Armando Nogueira, e direção de Anibal Massaini Neto. Embasado por cinco anos de pesquisas da equipe, o filme conta toda a história esportiva do maior jogador de todos os tempos: o Rei Pelé. Quando foi lançado, o documentário recebeu críticas mistas, muito por ele falar de forma superficial sobre as polêmicas da vida pessoal de Pelé, focando mais no âmbito esportivo. Para quem quer entender o contexto de preocupação e da expectativa que envolveu a torcida acerca da Seleção para a Copa de 1970, esse filme é fantástico, pois dá um backstory incrível.

João Saldanha

Não deixe de assistir:

Mesmo sendo demitido da Seleção antes da Copa, João Sem Medo foi para o México cobrir o evento como comentarista esportivo.

João Saldanha, também conhecido como João Sem Medo, foi um ex-técnico e comentarista esportivo que, após as duras críticas à Seleção Brasileira na Copa de 1966, foi chamado para treinar a Seleção. O “problema” é que ele membro do Partido Comunista em plena Ditadura Militar. Enquanto classificava o Brasil para a Copa de 1970, ele organizava reuniões secretas e chegou até a orientar um guerrilha no Paraná. João conseguiu fazer o povo se orgulhar da Seleção Brasileira após o vexame de 66, mas a possibilidade de ter um comunista trazendo o símbolo máximo do futebol para o Brasil era uma situação que o general Médici não podia aceitar. Após diversas pressões da imprensa, apesar dos resultados favoráveis, a relação entre Saldanha e Seleção chegou ao fim quando o ditador tentar forçar a convocação de Dadá Maravilha, e o então técnico respondeu com a histórica frase: “Nem eu escalo o ministério, nem o presidente escala o time”. Com a demissão de João Saldanha, Zagallo assumiu e foi para o México treinar e jogar a Copa. Dirigido por André Iki Siqueira e Beto Macedo, esse é um documentário fundamental para entender como a ditadura trabalhava no país, as repressões e o controle da imprensa, além da influência dos militares na Seleção, que acabou sendo utilizada como propaganda ufanista em uma tentativa de fortalecer o regime.

A Fifa está preparando um documentário especial com imagens nunca vistas sobre a conquista da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970. Ela tem soltado vários teasers nas redes sociais, mas ainda não anunciou uma data de lançamento. Porém, pela data comemorativa, espera-se que seja lançado ainda esse mês.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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