sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica | A 5ª Onda

A Hospedeira encontra Minha Nova Vida

Na Hollywood atual nada se cria, tudo se copia. O fato é tão inegável hoje que se estende para outras mídias, como livros. Até mesmo a literatura cresce como fonte reciclada para seu público alvo. E se antes o sentimento era de felicidade por despertar nos jovens o hábito da leitura, hoje podemos pensar duas vezes sobre o que esta geração anda lendo. As obras infanto-juvenis de ficção cientifica se tornaram um dos nichos mais fortes e obviamente Hollywood enxergou seu potencial.

Jogos Vorazes, Divergente, Maze Runner, Ender´s Game, entre outros, foram lançados em sua versão cinematográfica depois de terem conquistado multidões em forma de papel nas livrarias. O caso é que muitos autores já se embrenham pela área com a expectativa de que seus livros caiam nas graças do público, para depois cair na de algum produtor e render milhões como um longa-metragem. Muitos inclusive já pensam na coisa como um roteiro de cinema.

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Para isso não é necessário muito, apenas seguir uma fórmula pré-estabelecida que se mostrou eficiente. No geral, temos uma protagonista feminina, uma jovem mulher, que ao mesmo tempo em que se mostra “a escolhida” para derrubar um estabelecimento vigente, ainda enfrenta dilemas dignos de sua faixa etária, como o primeiro amor ou, como muito em voga, um triângulo amoroso.

Em A 5ª Onda, o autor é Rick Yancey, e ele pega emprestado de Veronica Roth (Divergente), Meg Rosoff (Minha Nova Vida) e, principalmente, Stephenie Meyer (A Hospedeira e até Crepúsculo – que redefiniu, negativamente, os triângulos amorosos no cinema). Ah, sim, temos elementos do cinema catástrofe também, à la Independence Day, afinal o foco é uma massiva invasão alienígena.

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A heroína da vez é Cassie Sullivan (Chloe Grace Moretz, o nome jovem do momento), uma típica colegial norte-americana. Quando a invasão ocorre, o texto de Yancey trata de nos apresentar etapas graduais que nos trazem para a atual realidade, as quais ele chama de “ondas”. A primeira onda a atingir os humanos foi a queda de todo sistema eletrônico, o que levou a humanidade de volta à idade das trevas. A segunda, literalmente uma onda, devastando as cidades costeiras – pense em O Dia Depois de Amanhã (2004). A terceira, doenças trazidas pelas aves – mais um problema para quem ainda não havia perecido. A quarta onda: dominação, alienígenas infiltrados entre os humanos, prontos para exterminá-los. A quinta, bem, você precisa assistir ao filme.

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Quando digo o texto de Yancey, devo apontar também para o roteiro de Jeff Pinker (O Espetacular Homem-Aranha 2), Susannah Grant (Para Sempre Cinderela) e Akiva Goldsman (Batman & Robin), já que não tendo lido o livro, não poderei avaliar o quanto do que vemos na tela foi trazido por quem de fato. Seja como for, creio que os três roteiristas não devam ter transformado água em vinho.

Não deixe de assistir:

A vida da menina se transforma completamente, e como em Amanhecer Violento (1984), jovens colegiais precisam dublar como guerreiros para combaterem o inimigo vivendo entre eles, que podem estar mais próximos do que verdadeiramente imaginam. Em duas linhas narrativas, que se encontram no final, Cassie (Moretz) se separa do grupo de adolescentes levados pelos militares, para tentar a sorte sozinha. Bem, não completamente, já que tem a ajuda do bonitão obrigatório, vivido por Alex Roe, que possui seus próprios segredos.

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Do outro lado, Ben Parish (Nick Robinson, de Jurassic World), a paixão colegial da menina, é treinado pelos militares, encabeçados por Liev Schreiber (Spotlight – Segredos Revelados) e Maria Bello (Os Suspeitos, 2013).

O menino é treinado ao lado de outros iguais a ele, como os personagens de Tony Revolori (O Grande Hotel Budapeste) e a gracinha Maika Monroe (Corrente do Mal) para combater a ameaça. Mas as coisas podem não ser bem assim.

A 5ª Onda soa como genérico do genérico. Sobras de ideias recicladas, sem nada de muito novo adicionado na mistura. Em determinados momentos, os efeitos visuais parecem feitos a toque de caixa. A trama requentada não tem apelo para ser levada do ponto A ao B, sem que antes o público não se sinta entediado. Tudo é previsível e sonolento. Na metade da exibição para a imprensa na qual estive, os profissionais decidiram entrar na brincadeira e cair na gargalhada com os diálogos confeccionados. O problema é que a intenção não era bem essa. É seguro dizer que 2016 já tem sua primeira grande bomba.

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