quarta-feira , 18 dezembro , 2024

Crítica | O Jogo da Imitação

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Às vezes, as pessoas que menos esperamos podem fazer as coisas mais inacreditáveis. Dirigido pelo desconhecido cineasta norueguês Morten Tyldum (do ótimo Headhunters), O Jogo da Imitação é uma grande aula de matemática com um profundo drama de pano de fundo que conta com atuações brilhantes, principalmente de Benedict Cumberbatch que deve concorrer ao seu primeiro Oscar este ano. O roteiro é detalhista, baseado na obra de Andrew Hodges (Alan Turing: The Enigma) e assinado pelo estreante em longas-metragens Graham Moore.

Na trama, somos apresentados ao matemático Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um gênio destemido e ao mesmo tempo um completo anti-social. Com a Inglaterra sofrendo sérios problemas por conta da guerra, Turing se candidata a ajudar a inteligência britânica a decifrar um código indecifrável dos nazistas e vencer a guerra. Teorema de Euler, Álgebra linear, conhecimentos de eletrônica, Charadas, trivias, pegadinhas matemáticas, todos esses são elementos que Turing e sua equipe possuem para cumprir o objetivo. O filme, fortíssimo candidato a uma indicação para o próximo Oscar, é modelado via Flashbacks em muitas fases da vida do personagem principal.



Cérebro elétrico, computador digital, décadas atrás raríssimas pessoas conseguiam pensar sobre tudo isso, Alan Turing era uma dessas mentes brilhantes. Mas como todo gênio, possuía problemas na arte de se relacionar. Talvez por isso, uma peça importante na história é Joan Clarke (interpretada pela sempre delicada e competente Keira Knightley), uma espécie de Oásis de Alan, uma amiga, esposa de mentirinha que ajuda o protagonista em suas diárias conturbações sociais. Enxergamos o filme sob a ótica de Joan também e toda a influência que teve sob o trabalho de Turing.

Em uma época hipócrita e de leis que não conseguimos entender até hoje, por ser homossexual, Alan é perseguido e colocado em chantagem a todo instante. Esse contexto praticamente preenche as lacunas do ato final desse grande filme. Alan Turing, considerado o pai do computador, ajudou os aliados a ganharem a guerra e merecia maior reconhecimento. Normandia, Stanlingrado, salvação de mais de 14 milhões de pessoas, todas essas e outras vitórias não seriam possíveis sem a ajuda de Turing e sua turma de decifradores ingleses.

Quem diria que realmente o amor ajudou a acabar com a guerra? Essa inusitada questão é uma das chaves do trabalho mais brilhante que Alan Turing executou em sua curta vida. A guerra para ele e seus amigos não eram com armas e bombardeios, era com palavras cruzadas em uma pequena vila no sul da Inglaterra. O Jogo da Imitação não deixa de ser uma homenagem a um homem que dedicou sua vida respirando matemática e ao mesmo tempo escreveu seu nome com louvor na história da humanidade.

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Crítica | O Jogo da Imitação

Às vezes, as pessoas que menos esperamos podem fazer as coisas mais inacreditáveis. Dirigido pelo desconhecido cineasta norueguês Morten Tyldum (do ótimo Headhunters), O Jogo da Imitação é uma grande aula de matemática com um profundo drama de pano de fundo que conta com atuações brilhantes, principalmente de Benedict Cumberbatch que deve concorrer ao seu primeiro Oscar este ano. O roteiro é detalhista, baseado na obra de Andrew Hodges (Alan Turing: The Enigma) e assinado pelo estreante em longas-metragens Graham Moore.

Na trama, somos apresentados ao matemático Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um gênio destemido e ao mesmo tempo um completo anti-social. Com a Inglaterra sofrendo sérios problemas por conta da guerra, Turing se candidata a ajudar a inteligência britânica a decifrar um código indecifrável dos nazistas e vencer a guerra. Teorema de Euler, Álgebra linear, conhecimentos de eletrônica, Charadas, trivias, pegadinhas matemáticas, todos esses são elementos que Turing e sua equipe possuem para cumprir o objetivo. O filme, fortíssimo candidato a uma indicação para o próximo Oscar, é modelado via Flashbacks em muitas fases da vida do personagem principal.

Cérebro elétrico, computador digital, décadas atrás raríssimas pessoas conseguiam pensar sobre tudo isso, Alan Turing era uma dessas mentes brilhantes. Mas como todo gênio, possuía problemas na arte de se relacionar. Talvez por isso, uma peça importante na história é Joan Clarke (interpretada pela sempre delicada e competente Keira Knightley), uma espécie de Oásis de Alan, uma amiga, esposa de mentirinha que ajuda o protagonista em suas diárias conturbações sociais. Enxergamos o filme sob a ótica de Joan também e toda a influência que teve sob o trabalho de Turing.

Em uma época hipócrita e de leis que não conseguimos entender até hoje, por ser homossexual, Alan é perseguido e colocado em chantagem a todo instante. Esse contexto praticamente preenche as lacunas do ato final desse grande filme. Alan Turing, considerado o pai do computador, ajudou os aliados a ganharem a guerra e merecia maior reconhecimento. Normandia, Stanlingrado, salvação de mais de 14 milhões de pessoas, todas essas e outras vitórias não seriam possíveis sem a ajuda de Turing e sua turma de decifradores ingleses.

Quem diria que realmente o amor ajudou a acabar com a guerra? Essa inusitada questão é uma das chaves do trabalho mais brilhante que Alan Turing executou em sua curta vida. A guerra para ele e seus amigos não eram com armas e bombardeios, era com palavras cruzadas em uma pequena vila no sul da Inglaterra. O Jogo da Imitação não deixa de ser uma homenagem a um homem que dedicou sua vida respirando matemática e ao mesmo tempo escreveu seu nome com louvor na história da humanidade.

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