sábado, abril 27, 2024

Nostalgia Anos 80! Clássicos da Cannon Films – O estúdio mais “picareta” de Hollywood!

Quando falamos dos anos 80, todos que viveram a época possuem seus “marcos” inesquecíveis da década. No cinema, produções como ‘De Volta para o Futuro’, ‘Os Goonies’ e ‘Top Gun’ estão na ponta da língua dos fãs. Na TV, aqui no Brasil, por exemplo, um “mito” que está muito em voga novamente é a Rainha dos Baixinhos, Xuxa. Seja a moda, a música, os brinquedos, os desenhos animados, as séries, os anos 80 foram e são simplesmente muito contagiantes. A prova disso é que cismam em ser revividos em produções atuais – como ‘Stranger Things’.

Porém, um verdadeiro ícone do período, que talvez não receba tanto amor quanto deveria é a produtora Cannon Films, considerada o estúdio de cinema mais “picareta” de Hollywood. A maior indústria de cinema do mundo já viu passar centenas de produtoras de nível “C” no mercado, mas a Cannon era ambiciosa e não se contentava em ser apenas uma produtora de gênero. Recentemente escrevi sobre o estúdio, numa matéria que você pode conferir no link abaixo – para relembrar ou se inteirar mais sobre o que foi o fenômeno Cannon naquela década. Basta dizer que fez a alegria de muitos fãs, em especial crianças e adolescente que devoravam qualquer conteúdo relacionado a ação, sem saber os bastidores de tais produções.

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Nesta nova matéria nostálgica, iremos dar uma olhada em 10 produções inesquecíveis da Cannon Films, que marcaram os anos 80. Veja se você lembra delas.

Franquia Desejo de Matar (1982/1985/1987)

O primeiro grande sucesso da Cannon Films nos anos 80 – durante a era dos primos israelenses Menahem Golan e Yoram Globus – foi ‘Desejo de Matar 2’ (1982). Os produtores compraram os direitos do filme original (de 1974) de Dino De Laurentiis e tiraram do papel quase 10 anos depois uma sequência, novamente protagonizada por Charles Bronson no papel do justiceiro Paul Kersey. Depois de vingar a morte de sua esposa em Nova York, ele sofre outra tragédia, agora em Los Angeles e corre novamente atrás de vingança.

Desejo de Matar’ foi a primeira franquia bem-sucedida da Cannon. E embora não tenham produzido o filme original, tiveram a ideia de transformá-lo numa série cinematográfica com muito tiro, porrada e bomba. Assim, o veterano Charles Bronson se tornava o primeiro “menino de ouro” do estúdio, trabalhando em nada menos que 8 filmes com a Cannon. Três deles, parte da franquia ‘Desejo de Matar’. Ele retornaria ainda em um terceiro filme (1985) e no quarto (1987), com o personagem voltando a Nova York e Los Angeles respectivamente. Um quinto filme ainda seria produzido por Golan em 1994, mas fora da Cannon.

Leia também: Conheça a Franquia Desejo de Matar – Um dos primeiros e mais famosos justiceiros do cinema

Braddock – O Super Comando (1984)

Não deixe de assistir:

Além de Charles Bronson, a Cannon conseguiria captar outro nome B da ação para ser seu garoto propaganda. Estamos falando do lutador marcial Chuck Norris, que no início de carreira fez filme enfrentando ninguém menos que Bruce Lee. O veterano da ação já tinha nome quando fez seu primeiro trabalho ao lado da Cannon em 1984, com este ‘Braddock’. O filme se tornaria o segundo grande “golaço” do estúdio, lançaria uma nova franquia (com mais dois filmes) e faria de Norris uma propriedade quente da companhia, com um total de 10 filmes juntos.

Porém, ‘Braddock’ não escapou das polêmicas ao ser acusado de roubar o roteiro de James Cameron para ‘Rambo 2’, que sairia no ano seguinte. Os produtores, que tiveram acesso ao roteiro, admitiram ter se “inspirado”. A trama é a mesma, e mostra um soldado que é um “exército de um homem só” retornando ao Vietnã para salvar prisioneiros americanos ainda mantidos no país nos anos 80. E se Rambo fez sucesso, por que não o primo pobre Braddock?

Superman IV – Em Busca da Paz (1987)

Sim, a maior super-herói de todos esteve brevemente nas mãos da picareta Cannon. E sim, o pior filme de ‘Superman’ nos cinemas é cortesia do estúdio. A Cannon comprou os direitos e coproduziu ao lado da Warner. Christopher Reeve só aceitou retornar se pudesse escrever o roteiro e o longa fez parte de um acordo para que fosse produzido outro filme que o ator realmente queria fazer: ‘Malandros de Rua’ (1987) – que indicou Morgan Freeman ao Oscar. O maior problema do quarto ‘Superman’ é a falta de dinheiro que a Cannon investia em suas “superproduções”. Assim, o que era para ser o grande sucesso do estúdio, se tornou uma das obras responsáveis por o levar à falência.

Mestres do Universo (1987)

Não satisfeita em levar para o buraco o maior herói dos quadrinhos com ‘Superman IV’, a Cannon fez o mesmo com outro que era sensação nas telinhas com as crianças da década. Estamos falando de ‘He-Man’, que surgiu como uma linha de bonecos da Mattel e simplesmente dominou os anos 80. A euforia de todo fã ao saber que o personagem seria levado às telonas em carne e osso virou pó com o resultado do longa, provido é claro pela Cannon Films. Aqui temos o mesmo problema do item acima: a falta de investimento financeiro para acompanhar um projeto tão ambicioso. E isso resume bem o que foi o estúdio no período: a ambição maior do que podiam de fato entregar.

Guerreiro Americano (1985)

Todos que cresceram nos anos 80 sem dúvida lembram desse clássico da ação – que batia ponto na Sessão da Tarde no início dos anos 90. A Cannon foi uma das grandes responsáveis por introduzir a “ninja-mania” nos anos 80 – na época para qualquer lugar que olhássemos os ninjas estavam lá dominando a cultura pop, fosse em desenhos animados, games, programas e, é claro, nos filmes. No Brasil, a prova disso foi o sucesso dos quadrinhos cem por cento tupiniquim ‘O Pequeno Ninja’, criado por Tony Fernandes e Wanderley Felipe. Além é claro do uso até hoje da palavra em gírias do tipo “fulano é ninja”.

A Cannon já havia orquestrado uma trilogia de ninjas, com ‘Ninja – A Máquina Assassina’ (1981), ‘A Vingança do Ninja’ (1983) e ‘Ninja 3 – A Dominação’ (1984); mas foi com ‘American Ninja’ (no Brasil, Guerreiro Americano) que a ideia ficaria realmente popular nos EUA e Brasil. De quebra, a Cannon ainda faria de Michael Dudikoff um de seus “astros da ação” (seria legal se ele aparecesse em algum filme dos ‘Mercenários’), protagonizando a sequência e mais quatro filmes com o estúdio.

Falcão – O Campeão dos Campeões (1987)

A Cannon não trazia para sua filmoteca apenas astros em decadência ou do time “C” de Hollywood. Com a entrada de Sylvester Stallone no panteão de suas produções, o estúdio ganhava a tão sonhada legitimidade, escalando um dos maiores nomes do período. E não apenas isso, como o fazia quando Sly estava no topo do mundo, gozando do fenômeno que foi ‘Rambo 2’ e ‘Rocky IV’ – os mais populares de ambas as franquias. Mesmo assim, um filme sobre campeonato de queda de braço trouxe desconfiança mesmo aos fãs mais apaixonados. Aliás, o próprio Stallone achou a ideia bem “meia boca” e disse só ter aceitado porque Menahem Golan não parava de lhe oferecer dinheiro, e porque achava que ninguém veria o filme – que se tornou outro clássico da Sessão da Tarde, e igualmente foi responsável por falir o estúdio.

Cobra (1986)

Um ano antes de ter feito ‘Falcão’ com Stallone, a Cannon já havia recrutado o astro para ‘Cobra’, cult de ação policial muito adorado pelos fãs até hoje – que resultou no maior sucesso financeiro do estúdio. Ou seja, quando o maior sucesso financeiro de um estúdio é uma obra que seria considerada mediana em qualquer outra produtora, temos bem resumido o que foi a Cannon Films. ‘Cobra’ foi coprodução da Warner e é também muito associado ao estúdio. Por mais que tenha sido um sucesso relativo, os envolvidos nunca chegaram a tocar uma eventual continuação.

Expresso para o Inferno (1985)

Mas para você não ficar achando que a Cannon lidava apenas com produções B e de gênero, o estúdio dos irmãos israelenses também teve sucessos elogiados pela crítica em seu acervo. Um dos mais notórios foi o thriller ‘Expresso para o Inferno’, que conta o elaborado plano de fuga de dois prisioneiros a bordo de um trem no Alasca. O filme trouxe o prestígio que a Cannon tanto visava, saindo indicado a 3 Oscar: melhor ator (Jon Voight), melhor coadjuvante (Eric Roberts) e melhor edição.

Além de ‘Expresso para o Inferno’, a Cannon marcaria presença no Oscar com ‘Um Grito no Escuro’ (1988 – indicado para melhor atriz, Meryl Streep) e o citado ‘Malandros de Rua’.

Piratas (1986)

Além do prestígio do Oscar, a Cannon Films conseguiu arrastar grandes talentos da sétima arte para trabalhar com eles – muito como a Netflix faz nos dias de hoje: ou seja, prometendo-lhes financiamento de seus filmes. Assim, nomes como o badaladíssimo Roman Polanski também andaram “molhando seus pés” nas águas da Cannon, com este ‘Piratas’ – muitos anos antes de ‘Piratas do Caribe’. O estúdio investiu tanto na produção que levou um gigantesco navio a atracar em Cannes, como parte do marketing para o filme, sendo lembrado até hoje como um dos esforços mais grandiosos de divulgação.

Fora Polanski, outros nomes que se renderam à Cannon foram Jean-Luc Godard (‘Rei Lear’), Franco Zeffirelli (‘Otelo’), John Cassavetes (‘Amantes’) e até o poeta e autor Charles Bukowski, que assinou o roteiro de ‘Barfly – Condenados pelo Vício’ – sua autobiografia.

Força Sinistra (1985)

A Cannon Films ficaria conhecida pelos filmes de ação B do cinema e por seus “blockbusters” ambiciosos demais para o próprio bem. Mas o estúdio também tinha pretensões de ser a casa dos grandes filmes de terror e ficção científica – objetivo esse, obviamente, não cumprido. O motivo talvez tenha sido confiar em um único homem para todos estes feitos: o diretor Tobe Hooper, então saído do fenômeno ‘Poltergeist’ (1982). A primeira produção de Hooper junto à Cannon foi uma adaptação do livro ‘The Space Vampires’, de Colin Wilson, o qual o estúdio vendia como o evento cinematográfico de ficção científica de 1985. Sabemos que ‘Força Sinistra’ não se tornou nada disso, no máximo um filme cult.

Seguindo sem tempo de ver o resultado de ‘Força Sinistra’, Hooper já deixava pronto outros dois longas para a Cannon, que desapontaram os produtores e colocaram um ponto final na parceria. O primeiro foi a sequência de ‘O Massacre da Serra Elétrica’, que Hooper havia dirigido em 1974. Para a continuação, o diretor escolheu realizar uma paródia do filme original. E o terror/ficção ‘Invasores de Marte’, remake de um filme B de 1953.

O Grande Dragão Branco (1988)

Podemos afirmar que o último grande movimento da Cannon Films foi descobrir o astro belga Jean-Claude Van Damme – um dos nomes da ação nos anos 90. Van Damme havia feito ponta em alguns filmes de dança da Cannon, mas queria mesmo era ser um astro da ação. Assim, enquanto trabalhava como garçom em um restaurante, descobriu Menahem Golan e ganhou uma reunião com o produtor ao chutar acima de sua cabeça sem derrubar o prato de sopa. O resto é história e em 1988 Van Damme protagonizaria seu primeiro grande sucesso com ‘O Grande Dragão Branco’ (1988). Depois ainda viriam ‘Cyborg – O Dragão do Futuro’, ‘Kickboxer’ (distribuição da Cannon) e ‘Garantia de Morte’.

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