sexta-feira, abril 26, 2024

O cinema de Quentin Tarantino | Do pior ao melhor

É triste pensar isso, mas a carreira de Quentin Tarantino está cada vez mais próxima de seu fim. E não por causa da idade, uma vez que possui apenas 56 anos. Mas o diretor e roteirista colocou em sua cabeça que quer dirigir apenas 10 filmes em sua carreira. E só falta mais um para atingir este número, já contando o lançamento de Era uma Vez em… Hollywood.

A cada nova entrevista, Tarantino reafirma que a aposentadoria está próxima. Então, nos resta lamentar. E relembrar o quão icônica foi sua trajetória até aqui. Sabendo disso, o CinePOP aceitou o desafio de ranquear os trabalhos do diretor até o momento.

Apesar do cineasta ter revelado recentemente que considera Kill Bill um só filme, vamos respeitar a forma como foi lançado comercialmente, separando os volumes 1 e 2. Por outro lado, não iremos considerar obras em que dirigiu cenas ou capítulos, como Grande Hotel e Sin City: A Cidade do Pecado.

A título de curiosidade, lembramos ainda que ele dirigiu episódios para séries como Plantão Médico e CSI, embora, obviamente, as produções não estão consideradas na lista.

 

10) À Prova de Morte (2007)

Se o próprio Quentin Tarantino afirma que À Prova de Morte é seu pior filme, quem somos nós para discordar?! Lançado como uma das partes do projeto Grindhouse, idealizado em parceria com Robert Rodriguez, o longa conta a história de mulheres que são perseguidas por um insano dublê (Kurt Russell) que usa seu carro como arma. Zoë Bell, Rosario Dawson, Rose McGowan, Vanessa Ferlito e Mary Elizabeth Winstead completam o elenco.

À Prova de Morte é louco, divertido e repleto de sangue. Uma homenagem de Quentin ao cinema gore e aos filmes B. E como um bom filme B, acaba menos reconhecido que os demais. Mas isso não tira seu valor.

 

Não deixe de assistir:

9) Django Livre (2012)

Com a ajuda de um caçador de recompensas alemão, um escravo livre inicia uma missão para resgatar sua esposa em uma plantação de algodão de um brutal senhor de escravos. Esta é a premissa do excelente Django Livre, que rendeu a Tarantino seu segundo Oscar de Melhor Roteiro Original.

O longa conta com ótimas presenças de Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson e Kerry Washington. São muitos os diálogos de efeito e as cenas de violência gráfica. É diversão de primeira qualidade. E ainda aborda temas importantes, como a escravidão. Mas, em comparação com os filmes mais famosos de Tarantino, há também a sensação de que está faltando algo que torne a experiência diferente, algo especial. Um grande filme, sem dúvida. Mas não é inesquecível.

 

8) Os Oito Odiados (2015)

Um grande filme, sem dúvida. Mas não é inesquecível. A frase usada para Django Livre também cabe muito aqui para Os Oito Odiados. Trata-se de uma celebração, uma grande homenagem aos faroestes, mas também tem algo faltando.

Ao invés de focar no que falta, é melhor reconhecer aquilo que sobra no filme, como grandes atuações (Samuel L. Jackson, Kurt Russell, Jennifer Jason Leigh, Walton Goggins, Tim Roth, Bruce Dern e Michael Madsen). Ainda temos uma trilha sonora inesquecível, que rendeu um Oscar ao eterno Ennio Morricone. E também só temos elogios à fotografia primorosa de Robert Richardson. Sem dúvida, estamos diante do filme mais bonito de Quentin Tarantino, com cenas e paisagens de tirar o fôlego.

 

7) Kill Bill: Vol. 2 (2004)

Como destacado na introdução, optamos por separar os dois volumes de Kill Bill, afinal todo mundo teve que pagar dois ingressos. O objetivo também foi não prejudicar a avaliação da primeira parte, que é bem superior, e acabaria caindo na lista por causa da segunda.

Ainda que tenha ótimos momentos, como maiores detalhes do trágico casamento de Beatrix Kiddo (Uma Thurman) e seu treinamento com o mestre Pai Mei, a verdade é que Kill Bill: Vol. 2 deixa um pouco a desejar em suas cenas de maior impacto. Os confrontos com Budd (Michael Madsen) e Elle (Daryl Hannah) decepcionam quando comparados com os da primeira parte, principalmente a insana sequência que termina com a luta entre Beatrix e O-Ren Ishii (Lucy Liu). Trata-se de um final satisfatório para a história, mas é impossível não reconhecer que o mérito principal está no volume 1.

 

6) Era uma Vez em… Hollywood (2019)

Foi difícil posicionar Era uma Vez em… Hollywood nesta lista. Durante a produção da matéria, chegou a estar pior e melhor posicionado. A verdade é que todos os filmes de Quentin Tarantino já passaram pelo teste do tempo, e por revisões. Não é o caso de seu mais novo trabalho. Ainda assim, é importante ressaltar que estamos diante de mais um grande (e grandioso) filme do cineasta. E talvez o mais tocante.

Mesmo contando com seus momentos de violência, o maior interesse aqui é exaltar a Hollywood no final dos anos 60. Quentin escreve uma carta de amor para a época em que cresceu e desenvolveu sua paixão pelo cinema. Mesclando personagens fictícios com figuras icônicas como Bruce Lee, Sharon Tate e companhia, Tarantino diverte e emociona. O longa conta com atuações marcantes de Leonardo DiCaprio, Brad Pitt e Margot Robbie. Isso sem falar no elenco jovem, repleto de revelações como Margaret Qualley e Sydney Sweeney.

 

5) Bastardos Inglórios (2009)

Dez anos antes de Era uma Vez em… Hollywood, Quentin Tarantino trabalhou pela primeira vez com Brad Pitt no divertido e insano Bastardos Inglórios. O filme tem tudo o que um bom trabalho do cineasta possui, elenco talentoso, diálogos inesquecíveis e um número relevante de cenas icônicas. E, aqui, Tarantino vai além e arrisca até a reescrever a história ao seu modo. Não interessa a ele ser historicamente preciso. Ele só quer fazer barulho. E sabe fazer isso como ninguém.

O filme acompanha um grupo de mercenários matadores de nazistas em plena Segunda Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, segue uma judia dona de um cinema que tenta executar seu plano de vingança. O elenco traz nomes como Diane Kruger, Mélanie Laurent, Michael Fassbender e Daniel Brühl. Mas o destaque vai mesmo para Christoph Waltz como o coronel Hans Landa, papel que lhe rendeu o primeiro Oscar (ele ganharia o segundo por Django Livre).

 

4) Jackie Brown (1997)

O patinho feio da filmografia de Quentin Tarantino. Considerado por muitos como um filme menor do autor. Muitas vezes, inclusive, figura na lanterna em listas como esta. Por isso, pode até ser considerado um filme injustiçado. Por ter seguido Cães de Aluguel e Pulp Fiction, é compreensível que muita gente na época não tenha se encantado tanto com a produção. Hoje, no entanto, 22 anos após seu lançamento, é uma obra merecedora de revisão.

Jackie Brown é ágil, engraçado, inteligente e repleto de cenas marcantes. O elenco traz nomes como Samuel L. Jackson, Bridget Fonda, Michael Keaton e Robert De Niro. Mas o destaque, é claro, vai para Pam Grier na pele da personagem-título. Jackie Brown foi a primeira protagonista mulher dos filmes de Tarantino. O que por si só já revela sua relevância. Se você é daqueles que não gostou tanto do longa, fica a dica: merece ser visto mais uma vez.

 

3) Kill Bill: Vol. 1 (2003)

Tarantino levou seis anos após Jackie Brown para lançar um novo trabalho. Então, tratou de voltar fazendo barulho. Novamente com uma mulher à frente do elenco, Kill Bill: Vol. 1 é original, radical, empolgante e tenso. São inúmeros os momentos marcantes. Temos cenas em preto e branco, temos sequências animadas e muito mais. É um Quentin cinéfilo que trata de jogar vários de seus gostos na tela. No elenco, Uma Thurman, David Carradine, Daryl Hannah, Vivica A. Fox, Michael Madsen e Lucy Liu.

O filme retrata o início da trajetória de vingança contra Bill e conta com cenas impactantes, como a clássica luta de Beatrix com os “88 loucos”. Há também momentos de extrema sensibilidade e poesia, como quando a Noiva obtém sua espada ou mesmo no confronto final contra O-Ren Ishii. Tudo isso acompanhado de uma montagem frenética e uma trilha sonora pra lá de especial.

 

2) Cães de Aluguel (1992)

Há sempre aquele carinho especial pelo primeiro filme. Cães de Aluguel foi o responsável por colocar Quentin Tarantino no mapa. O longa fez sua estreia no badalado Festival de Sundance de 1992. No mesmo ano, conquistou o Prêmio da Crítica do Festival de Toronto, o que seria o primeiro grande prêmio vencido pelo cineasta.

Cães de Aluguel é a essência de Quentin Tarantino. Muitos diálogos inspirados, muitas cenas de efeito e muito sangue. Sempre contando com a presença de um grande elenco. Harvey Keitel, Tim Roth, Michael Madsen, Chris Penn, Steve Buscemi e o próprio Tarantino formam o time principal. Uma obra ágil e única, responsável por revelar para o cinema um de seus nomes mais icônicos.

É curioso pensar que antes de Cães de Aluguel, Quentin era um atendente de locadora que realizava alguns curtas amadores. Com seu primeiro longa, acertou em cheio.

 

1) Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994)

A primeira colocação na nossa lista não deve ter sido surpresa para ninguém. Mas não havia como ser diferente. Pulp Fiction é aquele clássico do cinema moderno, o filme perfeito, repleto de méritos e inovações. Tarantino conquistou o Oscar de Melhor Roteiro Original e a Palma de Ouro do Festival de Cannes pelo trabalho.

Repleta de reviravoltas, a trama é uma jornada de violência e redenção envolvendo diversas pessoas diferentes, como dois assassinos da máfia, um boxeador, um gângster e sua mulher, e mais. No elenco, nomes como John Travolta, Uma Thurman, Samuel L. Jackson, Tim Roth, Bruce Willis, Ving Rhames, dentre outros.

Responsável por resgatar a carreira de Travolta, Pulp Fiction é até hoje uma referência no mundo da cultura pop. É mais do que um filme. É a pedra de fundação do cinema de Quentin Tarantino. Sim, ele já havia obtido reconhecimento com Cães de Aluguel, mas é aqui que entra de vez na lista de nomes mais quentes de Hollywood. Para nunca mais deixar.

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