terça-feira, abril 30, 2024

Oscar 2023 | Os Filmes Completamente ESNOBADOS pela 95ª edição do maior prêmio do cinema

Foram divulgados nesta manhã de terça-feira, dia 24 de janeiro, os indicados ao Oscar 2023. Esta será a 95ª edição dos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Como de costume algumas produções eram certas de figurarem entre os nomeados, como Os Fabelmans (novo trabalho do genial Steven Spielberg) e Os Banshees de Inisherin (do diretor Martin McDonagh, que vem sendo enaltecido como um dos melhores filmes da temporada). Outros, embora muito badalados e donos de grande torcida por parte de seus fãs, se tornam uma bem-vinda surpresa quando suas indicações são de fato confirmadas. Nesta edição, produções como Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, Avatar: O Caminho da Água e até mesmo Top Gun: Maverick se tornam os azarões.

Existe ainda outra categoria que ano após ano deixa os cinéfilos sem entender: o motivo da ausência de filmes de grande hype. São as produções completamente esnobadas pelo Oscar. E se os fãs ficam pasmos com essas ausências, o que dirá os artistas envolvidos em tais produções – já que é inegável que certas obras de teor mais dramático e assuntos pungentes são miradas, e às vezes empurradas de maneira nada sutil, para o Oscar. É muito difícil prever o que realmente será indicado e o que não será, mas um dos fatores mais notáveis nos últimos anos é a popularidade de tais filmes junto aos fãs e aos críticos. Funciona desta forma, para os votantes da Academia elegerem um filme para ser indicado, muitos eleitores seguem a maré e o burburinho, afinal são muitos filmes que eles precisam assistir.

Aqui nessa nova matéria iremos justamente olhar para os filmes que prometiam figurar entre os indicados desta edição do Oscar – ao menos geravam grande expectativa antes de seus lançamentos -, mas que por uma razão ou outra terminaram completamente ESNOBADOS. Confira abaixo.

Babilônia

Não dá para começar a lista de outra forma. Babilônia era considerado “o filme do Oscar” desta edição, desde que começamos a ouvir sobre o novo trabalho do menino prodígio Damien Chazelle (La La Land e Whiplash), uma incursão alucinada pela era de ouro de Hollywood, que tinha como principal proposta descortinar os excessos e o quão incorreta a maior indústria de cinema do mundo sempre foi. Com nomes como Brad Pitt e Margot Robbie protagonizando, o filme tinha respaldo suficiente para se legitimar junto aos votantes. Mas aí vieram as críticas não muito elogiosas da imprensa mundial, e o público igualmente deu de ombros, deixando Babilônia passar quase em branco. No entanto, o filme ainda assim recebeu 3 indicações ao Oscar: direção de arte, figurino e trilha sonora. Mas, é claro, esperava-se muito mais.

Ela Disse

O filme do movimento #metoo era tido como o Spotlight – Segredos Revelados (2015) desta edição do Oscar. Uma investigação jornalística de duas repórteres, que usava o muito real, devastador e conhecido caso de abuso dentro da indústria de Hollywood. Ela Disse acompanha as jornalistas do New York Times interpretadas por Carey Mulligan e Zoe Kazan enquanto investigam os crimes que mudariam para sempre a conduta no trabalho na indústria do entretenimento norte-americano e mundial. Um tema digno e importante, que seria bem-vindo para reforçar este discurso de eterna vigilância. Neste caso, Ela Disse ainda caiu nas graças da crítica, mas por alguma razão (talvez falta de popularidade com o público) terminou completamente esnobado, sem uma indicaçãozinha sequer para chamar de sua.

Decisão de Partir

Dirigido pelo cultuado cineasta sul-coreano Park Chan-Wook (Oldboy e A Criada), Decisão de Partir era para ter sido o grande representante asiático desta edição do Oscar, seguindo os passos de Parasita e Drive My Car em anos recentes. A história sobre um policial investigando a morte de um homem, descobrindo todas as pistas apontando para a viúva do sujeito, se apaixonando por ela e iniciando um tórrido caso de amor teve o aval máximo dos críticos, com uma das maiores avaliações da temporada. Ou seja, com um diretor prestigiado no comando, e elogios rasgados da imprensa especializada, era certo que Decisão de Partir figuraria na 95ª edição do Oscar – no mínimo na categoria de filme estrangeiro. Mas não foi isso o que aconteceu, com a obra sendo solenemente ignorada pelos votantes.

Não deixe de assistir:

RRR – Revolta, Rebelião, Revolução

RRR é provavelmente o blockbuster mais enérgico, empolgante e original dos últimos anos. Ainda mais se formos pensar que foi feito bem longe de Hollywood, já que se trata de uma superprodução indiana, mas que não fica devendo em nada aos filmes mais caros que são feitos na terra do tio Sam. RRR redefine a palavra “épico” e desafia qualquer espectador a não se empolgar assistindo a esta história baseada em fatos, com muitas liberdades poéticas e cenas de ação de tirar o fôlego. É verdadeiramente impressionante. O filme ganhou muita fama ao cair na programação da Netflix e sua popularidade merecia ter o levado até o Oscar. RRR até foi indicado na categoria de melhor canção, mas queríamos mais, como fotografia, efeitos visuais e quem sabe filme estrangeiro.

Armageddon Time

Esse é outro que era alardeado como certo para indicações nesta edição do Oscar. Quando os cinéfilos souberam deste novo projeto do diretor James Gray, os radares ficaram imediatamente ligados. Para colaborar com este desejo, o filme saiu de Cannes com elogios de sobra. Com Anne Hathaway, Anthony Hopkins e Jessica Chastain no elenco, a história fala sobre um menino crescendo nos anos 80 e precisando lidar com assuntos sensíveis como o racismo (mesmo vindo de uma família branca), e representa uma autobiografia do próprio diretor e seu crescimento em família na infância – o que colocava Armageddon Time na mesma categoria de Os Fabelmans (com estruturas de trama similares). Enquanto o filme de Spielberg recebeu 7 indicações, Armageddon Time saiu de mãos abanando.

Um Filho

Outra produção muito alardeada e vendida para a época de prêmios, em especial o Oscar. Fora isso, os especuladores davam como certa a indicação do astro Hugh Jackman na categoria de melhor ator. O filme foi exibido nos badalados festivais de Veneza e Toronto, mas quando as críticas começaram a sair, elas não foram nada favoráveis, o comparando a um melodrama barato. Uma pena, ainda mais se formos pensar que o filme era tido como a “sequência espiritual” do excelente Meu Pai (2020), que deu a vitória de melhor ator para Anthony Hopkins e foi indicado a melhor filme. Um Filho é do mesmo diretor de Meu Pai e mostra o casal divorciado vivido por Jackman e a vencedora do Oscar Laura Dern precisando lidar com o filho adolescente problemático. Um Filho foi totalmente ignorado pelos votantes.

Império da Luz

Império da Luz tem toda a cara de Oscar. Fala sobre a paixão pelo cinema e o racismo, dois temas sempre relevantes na hora de homenagear e prestigiar determinadas obras. Fora isso, tem assinatura de Sam Mendes, diretor de grife que vira e mexe figura em produções indicadas. Ter uma atriz vencedora recente do Oscar como Olivia Colman sem dúvida ajuda a impulsionar o projeto. Mas Império da Luz não agradou muito nem os críticos, nem o público, e terminou levemente ignorado. O filme, no entanto, não saiu totalmente de mãos abanando e recebeu a indicação de consolação para melhor fotografia.

Emancipation – Uma História de Liberdade

Parece que a Academia ainda não está disposta a perdoar o astro Will Smith por sua perda de controle e agressão física, realizando uma das cenas mais vergonhosas (ou melhor, a cena mais vergonhosa) de todos os 95 anos da história do Oscar. Não bastasse ter banido o astro por 10 anos do evento, os votantes deram de ombros também para o esforço mais recente do astro em busca de prêmios. Talvez fosse cedo demais, mas a Apple TV+ resolveu empurrar Emancipation, que fala sobre um escravo que foge de sua plantação para voltar para sua família, ao Oscar desse ano, passado apenas um ano do ocorrido. O resultado foi uma senhora esnobada, sem qualquer indicação ao filme.

Bardo

Tendo na direção o nome do mexicano Alejandro Iñárritu, que tem no currículo produções Oscarizadas como Babel, Birdman e O Regresso, era de se esperar que Bardo – sua mais nova obra que fala sobre um documentarista retornando ao seu país de origem (e serve como autoretrato do próprio cineasta) – recebesse algumas indicações da Academia. No mínimo melhor filme estrangeiro e mirando alto, quem sabe para melhor filme principal. Mas não foi isso que ocorreu, e Bardo terminou sem as duas indicações – recebendo apenas a de “consolação” por melhor fotografia.

A Baleia

A Baleia é o novo projeto badalado do cineasta Darren Aronofsky e que muito bem poderia figurar entre os 10 indicados a melhor filme. Na verdade, desde que os cinéfilos ficaram sabendo de sua produção, esperavam que o longa chegasse forte neste Oscar, e que rendesse ainda indicação de melhor diretor para Aronofsky. A Baleia nem foi tão esnobado assim, e além da já esperada indicação de melhor ator para Brenda Fraser, rendeu ainda ao filme as nomeações de melhor coadjuvante para Hong Chau e maquiagem.

A Mulher Rei

A Mulher Rei era para ter sido o Pantera Negra (2018) desta edição do Oscar. É estranho pensar isso, ainda mais quando temos um exemplar de Pantera Negra, com Wakanda Para Sempre, também concorrendo. A categoria de melhor filme até era um tiro no escuro, mas o esperado mesmo era a indicação de melhor atriz para a protagonista Viola Davis. O filme, no entanto, apesar do carinho que recebeu dos críticos e do público, terminou completamente esnobado no Oscar.

Aftersun

O queridinho indie do ano, Aftersun mostra o relacionamento entre um jovem pai e sua filha pequena, de uma forma reflexiva e introspectiva. Ou seja, é tipo de filme que os críticos adoram, mas o público geral não tem muita paciência. Contava-se que Aftersun fosse ocupar a cota de produção independente esse ano no Oscar, mas o filme terminou recebendo “apenas” a nomeação de melhor ator para Paul Mescal, o novo namorado de Angelina Jolie e que estrelará Gladiador 2.

Amsterdam

Sabe aquela história da expectativa versus realidade? Quando ficamos sabendo de algumas produções chamativas, automaticamente já imaginamos que irão dar em Oscar. Ainda mais se os nomes envolvidos forem de artistas com histórico de passagem pelo maior prêmio do cinema. Ou seja, poucos não pensariam em Oscar ao ouvir que David O. Russell (O Lado Bom da Vida e Trapaça) estava fazendo um novo filme com Christian Bale e Margot Robbie, de quebra tendo Robert De Niro, Rami Malek e grande elenco. Mas Amsterdam foi uma bagunça tão grande que terminou de mãos vazias. Muitos diriam merecidamente.

Ruído Branco

Caso similar ocorreu com esse novo trabalho do prestigiado Noah Baumbach, o marido de Greta Gerwig. Seu último filme havia sido o badalado História de um Casamento (2019), que foi sinônimo de Oscar para todos os lados. Assim, os radares estavam ligados para esta sua produção seguinte, que ainda contou com Adam Driver novamente protagonizando. Mas diferente do filme anterior, Ruído Branco não teve sequer uma indicaçãozinha para chamar de sua.

Batman

Terminando a lista dos filmes esnobados pelo Oscar 2023, temos o longa mais popular do ano passado. Pelo menos no que diz respeito ao grande público usuário do IMDB. Por lá, The Batman, de Matt Reeves, ainda é a produção com mais avaliações de 2022. Mas não apenas isso, ninguém nega as inúmeras qualidades desta nova versão barra-pesada do personagem sombrio da DC. O filme não foi completamente ignorado, recebendo 3 indicações a prêmios técnicos: maquiagem, som e efeitos especiais. O que os fãs queriam mesmo era justiça para o Morcego. Esperamos o dia em que um filme do personagem receba indicação na categoria principal de melhor produção do ano. E o ano poderia ter sido esse.

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