sábado , 1 fevereiro , 2025
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A Fuga do Planeta Terra

(Escape From Planet Earth)

Elenco: Vozes no original de: Brendan Fraser, Sarah Jessica Parker, Jessica Alba, Sofía Vergara, Steve Zahn, Rob Corddry, Ricky Gervais, Jane Lynch, Jonathan Morgan Heit, Paul Scheer, Jason Simpson, Doug Abrahams, Jason Benson, Trevor Devall.
Direção: Cal Brunker
Gênero: Animação
Duração: 89 min.
Distribuidora: Diamond Films
Orçamento: US$ — milhões
Estreia: 30 de Maio de 2013
Sinopse: Scorch Supernova é o grande herói de um planeta distante. Para atender um pedido de socorro do planeta sinistro ele embarca numa jornada perigosa e divertida rumo à Terra. Mas o que ele não esperava, acontece! Ele é capturado pelos terráqueos e precisa contar com a ajuda de seu irmão Gary para sair vivo dessa aventura de outro mundo.
Curiosidades:
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Trailer:


Cartazes:


Fotos:

Amor Bandido

(Mud)

 

Elenco:

Reese Witherspoon, Matthew McConaughey, Sarah Paulson, Michael Shannon, Tye Sheridan, Sam Shepard, Bonnie Sturdivant, Clayton Carson, Jacob Lofland, Joe Don Baker, Johnny Cheek, Michael Abbott Jr., Paul Sparks.

Direção: Jeff Nichols

Gênero: Drama

Duração: 131 min.

Distribuidora: California Filmes

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: 1º de Novembro de 2013

Sinopse:

Amor Bandido‘ é uma aventura de dois garotos, Ellis e seu amigo Neckbone, que encontram um homem chamado Mud (McConaughey) escondido numa ilha no Mississippi. Mud conta histórias fantásticas – ele matou um homem e caçadores de recompensa vingativos estão atrás dele. Ele diz que planeja encontrar o amor de sua vida e fugir com ela, Juniper (Witherspoon), que está esperando por ele na cidade. Céticos, porém intrigados, Ellis e Neckbone concordam em ajudá-lo. Não demora muito para as previsões de Mud se tornarem realidade e a pequena cidade ver uma bela garota e uma fila de caçadores de recompensa a postos.

Curiosidades:

» Jeff Nichols (‘O Abrigo’) dirige.

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Cartazes:

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Fotos:

 

Linha de Frente

(Homefront)

 

Elenco:

Winona Ryder, James Franco, Jason Statham, Rachelle Lefevre, Frank Grillo, Kate Bosworth, Clancy Brown, Christa Campbell, Steffie Grote, Omar Benson Miller, Joe Chrest.

Direção: Gary Fleder

Gênero: Ação

Duração: 100 min.

Distribuidora: Califórnia Filmes

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: 06 de Dezembro de 2013

Sinopse:

Linha de Frente é estrelado por Jason Statham no papel de um ex-agente do departamento de narcotráficos, Phil Broker, um homem de família que sai de cena com sua filha para tentar fugir de seu passado conturbado. No entanto, o entorno de Broker se revela nada tranquilo quando ele descobre que o submundo das drogas e a violência assombram a pequena cidade. Logo, um chefão sociopata do tráfico de metanfetamina, Gator Bodine (James Franco), coloca Broker e sua filha em perigo, forçando o ex-agente a voltar à ativa para salvar sua família e a cidade.

Curiosidades:

» Escrito por Sylvester Stallone (‘Os Mercenários’).

» A direção é de Gary Fleder (‘O Júri’).

 

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Cartazes:

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Homefront

 

Fotos:

Malévola

Toda história tem dois lados”, diz o ditado popular. E geralmente, somente um desses lados é escolhido para ser contado quando se tece uma história. Em 1959, uma animação lançou uma das mais maldosas e terríveis vilãs de todos os tempos na cultura cinematográfica: ‘Malévola‘.

A trama da Bela Adormecida evoluiu — com diferentes títulos — ao longo de aproximadamente 400 anos (1.000 se contarmos alguns elementos convergentes dos tempos medievais). As origens mais antigas escritas da história podem ser encontradas em um livro francês, Perceforest (autor desconhecido) escrito em 1527. Em 1697, uma versão da história, The Beauty Asleep in the Woods, foi publicada por Charles Perrault em seu livro, The Tales of Mother Goose. Os irmãos Grimm usaram essa versão como base para escreverem a história de 1812 de uma bela princesa que é despertada de um feitiço, Little Briar Rose.

Por séculos, conhecemos o lado da história em que Malévola é uma “bruxa” birrenta e mal amada, que enfeitiçou uma pobre criança apenas por não ter sido convidada para seu batismo. Porém, a história pode não ter sido bem assim…

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Linda Woolverton (‘O Rei Leão’), que recentemente roteirizou o mediano ‘Alice no País das Maravilhas’, teve a coragem criativa de alterar a clássica história, entregando uma personagem muito mais profunda e tridimensional que aquela que conhecíamos no conto secular.

A origem de ‘Malévola‘ como uma personagem feminina do mal nunca foi clara no desenho original, dando liberdade para que a roteirista pudesse fundamentar seus motivos em fatos passados. Com essa profundidade, todos os personagens recebem motivações claras e muito mais interessantes que as do desenho.

Malévola não é má, e sim uma mulher com o coração ferido. Suas ações e atitudes são extremamente bem transpostas para a tela por uma sensual e segura Angelina Jolie. Envolvida com a produção desde seu início, a atriz soube construir sua Malévola de maneira esplêndida, em um visual que relembra os traços do animador Marc Davis, mas tomando a liberdade criativa para que a personagem tivesse um embate interior entre o vilanesco e o heroísmo. Essa dubiedade a transforma em uma das mais interessantes personagens do cinema. A atriz parece se divertir o tempo todo, até mais do que quem a assiste.

Elle Fanning (‘Super 8’) entrega uma Aurora relativamente entediante, abrindo um sorrisão em todas as suas cenas, que nos fazem lembrar o tempo todo que a personagem foi agraciada com o dom da graça e da beleza. Mas quem conseguiria se destacar atuando ao lado do furacão Jolie?

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Quando criança, Malévola (na pele da ótima Isobelle Molloy) é uma bela e ingênua criatura com atordoantes asas negras, que cresce em no pacífico reino dos Moors, até o dia em que um exército invasor de humanos ameaça a harmonia da região. Malévola surge como a mais feroz protetora da região, mas acaba sendo vítima de uma impiedosa traição — um acontecimento que começa a transformar seu coração outrora repleto de pureza em pedra. Determinada a se vingar, ela enfrenta uma batalha épica contra o rei dos humanos e, como consequência, amaldiçoa sua filha recém-nascida, Aurora (Elle Fanning). Conforme a menina cresce, Malévola percebe que Aurora é a peça essencial para estabelecer a paz no reino — e para a sua própria felicidade.

Além de Jolie, o ponto alto da produção está em sua belíssima fotografia. É um deleite visual assistir a criação do reino encantado dos Moors, um mundo cheio de fantasia e criaturas encantadas, que em alguns momentos lembra o clássico ‘Labirinto – A Magia do Tempo’ (1986).

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Em sua estreia na direção, Robert Stromberg, especialista em efeitos visuais (‘Avatar’, ‘Alice no País das Maravilhas’, ‘Oz: Mágico e Poderoso’, ‘As Aventuras de Pi’), consegue recriar um universo fantástico. A direção de arte, figurino e cenários são repletos de detalhes e beiram a perfeição. Mesmo com problemas durante a produção, que afastaram Stromberg das refilmagens adicionais, é primoroso seu trabalho atrás das câmeras. O visual, ao lado de Jolie, é o grande acerto da produção.

O Calcanhar de Aquiles da produção é seu roteiro, que alterna entre o genial e o tedioso, e chega a dar sono em alguns momentos menos inspirados.

Apesar de conseguir amarrar a maior parte das pontas soltas – menos o motivo de uma garotinha do bem chamar Malévola (seria um erro de registro no cartório?) – percebemos que o texto foi escrito a várias mãos. Algumas tiradas cômicas acabam forçadas demais, e nem a boca sedutora de Jolie consegue pronunciá-las sem parecer um erro de gravação.

O ponto alto do texto é subverter o significado de “Amor Verdadeiro”, demonstrando que este pode ser muito mais grandioso que um príncipe encantado apaixonado. ‘Malévola’ é um filme feminista, e este é seu grande acerto.

Das releituras mais recentes dos clássicos contos infantis, ‘Malévola’ sai na frente como a melhor. O talento e beleza da protagonista Jolie com a direção primorosa do novato Stromberg conseguem sobrepor um roteiro mediano, transformando o longa em um deleite visual divertido e sedutor – e não apenas para as crianças.

Gata Velha Ainda Mia

Escrito e dirigido pelo estreante em longas metragens Rafael Primot, o suspense – quase tragicômico – Gata Velha Ainda Mia é um daqueles filmes que ficarão guardados na memória do espectador por conta da ousadia nos diálogos e pelas surpresas lúgrubes. O público tem a sensação de estar em uma peça de teatro daquelas que sabemos que todos vão aplaudir de pé ao fim do espetáculo. Um cenário, duas fortes personagens e um bate papo culto sobre memórias de uma vida bem vivida é a porta de entrada deste ótimo trabalho.

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No engatinhar do gato, nas memórias e citações de Mark Twain, conhecemos a comedora de carne de girafa, Gloria Polk (Regina Duarte), jornalista com dezenas de livros publicados que resolve abrir as portas de sua casa para dar uma entrevista sobre seu novo trabalho – ela não produzia uma grande obra há 17 anos – para Carol (Bárbara Paz), uma jovem e talentosa jornalista casada com o ex-marido de Gloria. Aos poucos, a entrevista vira um imenso desabafo de ambas às partes sobre a vida, sentimentos, relacionamentos, perdas e ganhos.

 

O roteiro é excelente. Dinâmico, inteligente, beira ao brilhatismo com as descontruções dos obejtivos dos personagens, principalmente depois que somos expostos às surpresas escondidas com maestria durante todo o filme. Referências cinéfilas à um grande clássico do cinema, Gata em teto de Zinco Quente (1958) e uma piada muito engraçada – um pouco debochada – ao famoso autor, conhecido mundialmente, Paulo Coelho aparecem como uma sobremesa na ótima história.

 

Regina ‘Kathy Bates’ Duarte conquista a plateia na pele da enigmática e fascinante Gloria Polk em poucos minutos. Sua personagem, confusa, misteriosa e inteligente possui um carisma bem específico, complicado de explicar. Muito difícil a veterana artista global não levar o Prêmio de Melhor Atriz do Festival do Rio 2013. A coadjuvante, Bárbara Paz (Se Puder, Dirija…), também convence na pele da delicada jornalista Carol. Ambas conseguem criar a atmosfera necessária para não deixar o público desgrudar os olhos do que acontece na tela.

 

Uma surpresa macabra e inesperada marca o desfecho, transformando o filme em uma espécie de Louca Obsessão (1990) tupiniquim. Por um lado é interessante, o público é levado ao epicentro da mente problemática de uma mulher em conflito. Só que por um outro lado, as consequências desta surpresa acabam confundindo um pouco o público, principalmente quando os exageros acontecem.

 

O espectador sai da sala de cinema surpreso e com a sensação de que presenciou um grande debate sobre duas diferentes gerações. Nesse debate, não há razão para acreditar de que há um vencedor, afinal, denegrir o presente é quase uma louvação ao passado.

No Limite do Amanhã (2)

Tom Cruise adere aos videogames de última geração

Baseado num light novel (ou romance rápido) chamado All You Need is Kill (nome inicial da produção cinematográfica igualmente), de Hiroshi Sakurazaka, No Limite de Amanhã se tornou uma das grandes apostas da Warner para o verão americano de 2014, e o novo filme do astro Tom Cruise (Oblivon). A trama é adaptada pelo vencedor do Oscar Christopher McQuarrie, que tem no currículo os roteiros dos irregulares O Turista (2010), Jack Reacher: O Último Tiro (2012) e Jack – O Caçador de Gigantes (2013).

No filme Cruise é Cage (nome sugestivo e antônimo de qualidade), um militar covarde. A escolha pela característica é interessante e serve para desmistificar a figura do ator, sempre atrelada a do herói de ação. Esse momento inicial, com o protagonista tentando escorregar de todas as formas de suas obrigações no campo de batalha, rende o melhor esforço da obra e ficamos desejando mais. O filme nos apresenta um futuro caótico em guerra, no qual os humanos são forçados a enfrentarem uma raça alienígena testando sua capacidade ao limite.

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A decisão pelo título genérico é outro erro. Tanto no original quanto em sua tradução em nosso idioma, será um desafio para qualquer um lembrar o nome deste filme. Entra em cena a melhor coisa da produção, o Primeiro Sargento Farell, interpretado pelo veterano Bill Paxton. Ele é durão e tem como tarefa colocar na linha o medroso protagonista.  Não por acaso, este momento pré-guerra tem como forte referência Aliens – O Resgate (1986), filme marco sobre combate militar contra raça alienígena. E que contém Paxton como o medroso soldado Hudson. Pode-se argumentar inclusive que Aliens serviu como base para os exoesqueletos deste filme (alguém lembra da grande empilhadeira amarela?).

Outro argumento é que esta nova produção contém a mensagem subliminar da Cientologia sobre vencer o medo, um dos mantras da religião, utilizado fortemente em Depois da Terra (2013). Os astros Tom Cruise e Will Smith são adeptos da fé. Daí No Limite do Amanhã se desenvolve e torna-se dois filmes (ou quem sabe alguém consiga achar mais). O primeiro é um básico e direto filme sobre combate alienígena, com muitas cenas geradas em computador onde a carnificina corre solta. São jatos caindo em soldados, explosões e todo tipo de caos no campo de batalha (que começa no ar).

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O segundo é um filme sobre “repetição do dia”. Quando Cruise é morto, ele volta exatamente para o ponto de seu recrutamento. Quem já viu produções como Feitiço do Tempo (1993) ou Contra o Tempo (2011) sabe exatamente. Filmes assim podem ser divertidos, não é o caso aqui. Temos também Rita Vrataski, personagem da bela (e agora sarada) Emily Blunt (Meus Dias Incríveis). Conhecida como “Anjo de Verdun”, por seus atos heroicos no campo de batalha e como “Full Metal Bitch” (“Megera de Ferro” no Brasil) pelos companheiros soldados – referência ao filme de guerra de Stanley Kubrick, Nascido para Matar (Full Metal Jacket, 1987).

A personagem de Blunt carrega um grande pedaço de metal usado como espada, que seria mais adequado para um dos robôs de Círculo de Fogo, jamais por uma mulher em seus 50 kg. Mas sem dúvidas fica legal visualmente. O que promete agradar o público alvo, jovens aficionados por videogames. Tudo em No Limite do Amanhã é simplesmente confuso demais. É um desafio para qualquer um tentar entender a trama, ou pior, se importar. O núcleo do filme é raso, guerra contra aliens, sem que exista algo para compensar (diálogos interessantes, personagens bem explorados ou momentos de ação memoráveis). Não existe subtexto aqui.

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A fotografia do vencedor do Oscar Dion Beebe (Lanterna Verde e O Elo Perdido) é demasiadamente escura (uma tendência nos blockbusters deste ano), fato que prejudica bastante o resultado. As cenas de ação, que deveriam vender a obra, são aceleradas demais e incompreensíveis para os que já passaram dos trinta. Este é o tipo de filme que faz jus ao cinema de Michael Bay e seus Transformers. O combate aos aliens é neste nível, sem que consigamos sequer dar uma boa olhada no que os heróis enfrentam. O americano Doug Liman (diretor do filme) começou a carreira de forma promissora em obras como Swingers (1997) e Vamos Nessa! (1999), e inclusive no gênero já viu dias melhores, vide A Identidade Bourne (2002), Sr. & Sra. Smith (2005) e Jumper (2008).

O Lobo Atrás da Porta (2)

O mal vem de cada lugar que nunca imaginamos. Uma das sensações do último Festival do Rio de Cinema, O Lobo Atrás da Porta é um daqueles filmes que vocês vão demorar a esquecer. Dirigido e escrito brilhantemente pelo cineasta da nova geração Fernando Coimbra, o filme flutua entre o suspense e o drama, lembrando um pouco os moldes dos filmes nórdicos, principalmente por conta das revelações bombásticas de seu desfecho eletrizante.

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Na trama, conhecemos Bernardo (Milhem Cortaz), um simpático trabalhador que vive no subúrbio carioca com sua mulher Sylvia (Fabiula Nascimento) e sua única filha. Certo dia, mais precisamente na Estação de Trem em Marechal Hermes conhece uma linda jovem chamada Rosa (Leandra Leal) com quem mantém um ardente romance extraconjugal. Tudo ia bem até que sua filha é seqüestrada e durante o interrogatório policial, percebemos que muitos mistérios estão escondidos nesse perigoso triângulo amoroso.

O público é hipnotizado pela instigante trama bolada por Coimbra. Entre o Vai e vem dos personagens, histórias verdadeiras e muitas mentiras são aproveitadas de maneira genial pelo diretor. Por meio de flashbacks, vamos descobrindo lentamente quem é o verdadeiro lobo atrás da porta. O filme certamente vai figurar entre os melhores títulos do cinema nacional dos últimos tempos. Um suspense de alto nível, poucas vezes visto em nossa cinematografia, que deve ser um banho de água fria em quem adora criticar o cinema nacional.

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O elenco está inspirado. Juliano Cazarré e seus diálogos hilários colhendo depoimentos das testemunhas, bebendo seu café xexelento levam o público a um oásis cômico em meio ao poderoso drama. Milhem Cortaz e Fabiula Nascimento sustentam muito bem seus personagens e desenvolvem com louvor o relacionamento conjugal difícil que Sylvia e Bernardo vivem. Mas o verdadeiro show é de Leandra Leal. Sua personagem, peça chave na história, é uma desequilibrada, psicótica, manipuladora que sonha viver um vida que não é a sua. As inflexões da personagem de Leal convencem o público, sinal da perfeição que Leandra encontra quando em cena.

O Lobo Atrás da Porta, juntamente com o filme de Rafael Primot, Gata Velha Ainda Mia, mostram que no Brasil existem novos diretores capazes de mudar o rumo do nosso cinema e trazer cada vez mais para perto o nosso próprio público que foi deixado por anos a mercê de comédias bobocas ou historinhas mais do mesmo. Esses novos profissionais, são cinéfilos, chegam cheios de referências e boas tramas. Tudo o que estávamos precisamos para nos orgulhar de um produto cinematográfico de qualidade, 100% Made in Brasil. Bravo!

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E se todo dia fosse o mesmo dia? Depois de assinar a direção do competente filme de ação A Identidade Bourne e do interessante Jogo de Poder, o cineasta nova-iorquino Doug Liman volta aos filmes do gênero, dessa vez para dirigir uma ficção científica protagonizada pelo Top Gun Boy Tom Cruise. No Limite do Amanhã é mais daqueles filmes que apresentam efeitos visuais de última geração, cenas de ação muito bem realizadas mas com um roteiro sonolento/confuso recheado de clichês e tentativas de sorrisinhos carismáticos de seu protagonista. É o típico pipocão norte-americano mais uma vez chegando aos cinemas brasileiros.

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Na trama, ambientada em um futuro apocalíptico, acompanhamos um soldado norte-americano da área de publicidade do exército, chamado Cage (Tom Cruise), que nunca lutou em uma guerra. Depois de uma reunião surpreendente, é mandado forçadamente para a linha de frente da maior guerra da história mundial. Só que quando ele falece no campo de batalha, milagrosamente consegue despertar exatamente na manhã do ocorrido, rotina que se instaura a cada nova morte, deixando Cage com a obrigação de vencer a guerra contra os alienígenas contando com a ajuda da soldado modelo Rita (Emily Blunt).

Uma das coisas que quase encaixa no filme são as gracinhas e piadinhas que ganham destaque a cada novo despertar do personagem principal. Porém, é muito pouco e por conta das sucessivas repetições de acontecimentos, acaba cansando os olhos do espectador. Mesmo exibindo e utilizando seu habitual carisma, Tom Cruise não consegue desenvolver bem seu personagem, parece uma cópia de outros personagens filmes do ator. A participação da coadjuvante Emily Blunt é muito mal aproveitada. Sua personagem não ganha contextos, nem passado, o que dificulta a interação com o público. Doug Liman parece se importar muito com as máquinas e os efeitos especiais, muitas vezes para se esquecer dos personagens (um erro muito comum em filmes hollywoodianos de ficção científica).

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No Limite do Amanhã pode até agradar quem curte filmes de ação. A parte técnica é eficaz. Tiros, explosões e muita guerra não faltam nessa produção multimilionária. Tom Cruise é uma especialista em pipocões do gênero. Salva o planeta mas deixa a desejar no quesito cinema. De qualquer maneira, gostando ou não, o público pode notar uma falta de personalidade, brilho próprio. É uma espécie de Gigantes de Aço misturado com Transformers. Que o Sr. Cruise seja mais do que mil sorrisos e seu próximo filme. Não foi dessa vez Tom, não foi dessa vez…

O Promissor ‘X-Men’ novo se perde no tempo

X-Men: Dias de um Futuro Esquecido‘ chega com a “pequena” expectativa de ser o maior e melhor blockbuster de 2014. Pouca pressão, né? Tudo isso pelo fato de que atualmente a fonte mais lucrativa dentro da indústria de Hollywood são os filmes baseados em heróis de quadrinhos. Quem diria. De ideia marginalizada e mirada ao público infantil, a indústria bilionária precisou se curvar aos chamados nerds, e desesperadamente tenta agradá-los. Eles são o termômetro do que é legal ou o que é tosco.

É muito difícil um fã defender uma produção cinematográfica de forma tão fervorosa, a não ser que esta seja baseada nas histórias de seu super-herói favorito. Aí sim, vira até caso de morte. Nos Estados Unidos, por exemplo, a crítica Christy Lemire (ex-Associated Press) foi xingada e ameaçada por ter dado uma avaliação negativa para a superprodução O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012). Isso antes do filme estrear e dos fãs poderem dar por conta própria o seu aval.

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O novo X-Men vinha com a promessa de ser Os Vingadores (2012) da Fox. Era alardeada como a produção do estúdio mais cara até hoje e com 131 minutos misturaria o elenco original da trilogia (2000, 2003 e 2006), com os jovens de Primeira Classe (2011). Até mesmo o diretor dos primeiros (e melhores) filmes, Bryan Singer, retornou fechando o ciclo de uma maneira aparentemente majestosa. A trama escolhida desperta um fascínio a parte, já que trata-se de uma das histórias mais queridas dos fãs na mitologia dos mutantes.

O resultado, infelizmente, é muito semelhante ao apresentado em O Espetacular Homem-Aranha 2. Ou seja, um bom entretenimento que serve como chiclete para o cérebro, sem que lembremos seu saboroso gosto no dia seguinte. O espetáculo é grandioso, não se enganem. O filme promete tirar o fôlego do público diversas vezes. A ação em certos momentos é ininterrupta e o humor também está presente. Mas para começar as reclamações, vale dizer que este é um filme 80% do elenco jovem de Primeira Classe e que os adorados veteranos ficam com a parte “curta da vara”.

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O fato é muito decepcionante. Personagens como a da vencedora do Oscar Halle Berry ficam relegadas ao segundo plano, isto para não dizer terceiro. Os novos personagens então, vividos por Omar Sy (Bishop) e Fan Bingbing (Blink), eram promissores, mas quase nada é construído com eles. Anna Paquin (outra vencedora do Oscar) aparece numa mísera cena, de relance e sem diálogos!! E tudo isso para… você acertou, dar ênfase aos rostos mais conhecidos e atualmente quentes do elenco. Sempre eles.

Qual o sentido de chamar o filme de X-Men (fonte quase tão inesgotável de personagens quanto a própria Marvel) se este será mais um filme de Wolverine (Hugh Jackman), Xavier (James McAvoy) Magneto (Michael Fassbender) e Mística (Jennifer Lawrence). Misturar tantos personagens num único filme precisando dar ênfase e importância a todos é um trabalho dificílimo. Mais um motivo para darmos o devido valor ao citado Os Vingadores, que deu conta do recado de forma espantosa.

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Aqui não ocorre isso. As fantásticas Sentinelas, os robôs gigantes assassinos criados para caçar os heróis… bom, um conselho: não pisque ou vá ao banheiro. Ao invés, o roteiro prefere perder tempo com picuinhas, como a amargura de Xavier, e se concentrar aonde não deve, perdendo o foco central. Nem sequer brincadeiras em relação à viagem no tempo (um dos temas centrais no novo filme) ganhamos. Uma tendência negativa dos novos filmes de super-heróis, que parecem impostas por seus respectivos estúdios, é a vontade de se tornar um filme da Marvel (vide Os Vingadores) de uma hora para a outra sem ter trabalhado para isso.

A meta parece ser enfiar o maior número possível de personagens salpicando a tela, para quem sabe num futuro próximo tentar desenvolve-los. Foi assim com o novo Homem-Aranha e é assim com o novo X-Men. Isso não ocorreu com o ótimo Capitão América: O Soldado Invernal (o melhor filme de herói recente), cujo principal objetivo foi contar uma história, delineando bem seus personagens e não os jogando em cena para criar mais merchandising.

Homofobia em torno de ‘Praia do Futuro’ vira piada

Na última semana, um usuário do Facebook postou uma imagem de um ingresso de cinema do filmePraia do Futuro‘ com um carimbo escrito “Avisado”.

Enquanto o cinema de João Pessoa, na Paraíba, afirma que o alerta significa que o espectador foi avisado que teria que apresentar a carteira de estudante para pagar meia entrada, o cliente afirma que ele foi “avisado” que o longa tem “cenas de sexo homossexual”.

O triste fato é que, realmente, várias pessoas saem da sessão do filme quando as cenas de sexo começam.

Levando o ocorrido em consideração, o blog Tá Avisado criou uma série de memes com avisos para outros filmes e outras temáticas, que também deveriam ser informados enquanto compramos o ingresso. E eles são hilários.

Confira os melhores:

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Praia do Futuro’ é dirigido por Karim Aïnouz (‘O Abismo Prateado’) e estrelado por Wagner Moura.

Donato é salva-vidas na Praia do Futuro, em Fortaleza. Ayrton é um menino que sonha com motos e super-heróis e admira a coragem do irmão mais velho em se jogar nas ondas para salvar desconhecidos. Quando falha pela primeira vez em resgatar uma vida no mar, Donato acaba conhecendo Konrad, um alemão piloto de moto velocidade, amigo do afogado. Donato parte com Konrad para Berlim e desaparece, deixando o irmão mais novo para trás. Anos depois, Ayrton, já adolescente, se aventura em busca de Donato para um acerto de contas com aquele que considerava seu herói.

Assista ao trailer:

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