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RoboCop (3)

Mesmo não se aprofundando em críticas sociais, novo RoboCop é um filme original, de trama inteligente e ritmo eletrizante.

Algumas pessoas se enganam a respeito de RoboCop – O Policial do Futuro (1987), de Paul Verhoeven, por ter em mente apenas a figura canastrona do lento ciborgue policial que, seguindo diretrizes organizacionais, ia pras ruas matar bandidos e aplicar violentamente leis impostas. Porém, estas não se atentaram aos principais tópicos que nele são abordados, como ampla crítica social, capitalismo exacerbado e a influência do poder político e judiciário, em meio a todo caos das ruas de Detroit. E que trazia, além do lado indutivo, cenas impactantes, diálogos primorosos e efeitos práticos que permanecem intactos até hoje.

Sabendo disso, fica clara a ligação do cineasta brasileiro, José Padilha, ao clássico de Verhoeven, já que toda sua carreira foi, praticamente, em cima desses temas. Principalmente no petardo Tropa de Elite (2007), que também trazia uma espécie de RoboCop, aqui chamado de Capitão Nascimento. Onde, manipulado pelo sistema, decidiu, através de seu cargo, pôr em prática a justiça com as próprias mãos. Sendo deveras uma boa aposta da Sony, que pretende trazer de volta a franquia que, em outrora, fez tanto sucesso – pegando carona, também, nos filmes de super-heróis, subgênero que é o maior filão da indústria cinematográfica americana.

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E, sim, é louvável como Padilha conduziu este trabalho, criando uma narrativa sóbria, mas chocante, a ponto de nunca parar; parece que algo de importante está sempre acontecendo em tela. Mesmo num filme de estúdio, na sombra do PG-13, o diretor conseguiu introduzir seu habitual estilo documental, com câmeras nervosas, recheadas de planos detalhes, acompanhando, de perto, as cenas ilustradas. Que, pela ótica cominada, tem lá seus momentos crus e impactantes. Assim como o roteiro de Joshua Zetumer é enxuto e certeiro – também possuindo uma tola conclusão –, em que, ajudado pela montagem da dupla Peter McNulty e Daniel Rezende, parece seguir o estilo linear do mestre Jorge Amado, de deixar sempre o leitor ansioso pelo próximo parágrafo – aqui seria a próxima tomada.

Mesmo sem tanto carisma, Joel Kinnaman (The Killing) convence como o policial, pai e marido, Alex Murphy, por conferir um ar natural, e mais ainda como Robocop, pelo seu trabalho corporal, que em nenhum momento soa falso. Mas é em nomes como Gary Oldman (O Espião Que Sabia Demais), Michael Keaton (Batman) e Jackie Earle Haley (Watchmen: O Filme) que se concentram os papéis mais verdadeiros do conto. Todos ambiciosos, que usam a falácia do “bem de todos” para pôr em prática atrocidades – embora que o personagem de Oldman venha se redimir depois.

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Destaco também a presença de Samuel L. Jackson (The Avengers – Os Vingadores), que mais parece o repórter policial José Luiz Datena, por sua constante luta pela barbárie e dos discursos travestidos em apoio a violência radical – provavelmente, mais uma cínica alfinetada de Padilha, assim como havia feito em Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora É Outro, no polêmico Fortunato, vivido por André Mattos.

Alguns aspectos mais técnicos, como a fotografia de Lula Carvalho (À Beira do Caminho), tem função de deixar o clima frígido, através de lentes azuladas, mas ao mesmo tempo limpas, fazendo uma rima pontual com a personalidade de Alex e o robô que se tornou. Ou na trilha sonora assinada por Pedro Bromfman (Mataram Irmã Dorothy), que aparece como auxílio narrativo, apenas para pontuar algumas cenas aludidas. Inserindo, até, em alguns momentos, a passagem mais marcante da composição de Basil Poledouris, do primeiro filme da franquia, que, sim, empolgará os fãs de longa data.

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Não podemos garantir que a investida surtirá efeito no quesito comercial – até mesmo porque sua estreia nos EUA não foi tão agradável –, mas, do ponto de vista artístico, o reboot de RoboCop não faz feio a sua obra de origem e consegue superar todas as terríveis continuações. Pois, ainda que não tenha a mesma proposta fílmica do anterior, possui um ritmo eletrizante, é detentor de uma trama inteligente, que consegue prender a atenção do espectador, do início ao fim, impetrando êxito total no que se refere a entretenimento.

RoboCop (2)

A Tropa de Elite do Futuro

A onda de refilmagem que assola Hollywood de maneira desenfreada desde a década passada finalmente chegou ao que havia de mais sagrado dentro do cinema mainstream: os clássicos da era de ouro dos blockbusters – os filmes dos anos 1980. O conceito dos blockbusters foi criado em 1975 com Tubarão e dizem respeito a filmes que todos precisavam assistir. Tais filmes arrastavam verdadeiras multidões aos cinemas como nunca anteriormente. Apesar do início em meados dos anos 1970, o conceito só se estabeleceu realmente na década seguinte, os anos 1980.

Nesta época estão contidos alguns dos mais importantes sucessos que ajudaram a definir o que conhecemos de Hollywood. Filmes como De Volta para o Futuro (1985), Os Caça Fantasmas (1984), Rambo (1985), Os Gremlins (1984), E.T. (1982) e tantos outros. Mais pra o final dela, mais precisamente em 1987, chegava um filme como nenhum outro do pacote. Robocop – O Policial do Futuro, escrito por Edward Neumeier e Michael Miner e dirigido pelo holandês Paul Verhoeven, misturava ficção científica com muita ação na hora de contar a história do policial dado como morto, cujo corpo volta a funcionar mesclado com uma máquina.

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O que chamava a atenção, no entanto, era o subtexto político e seu teor de grande sátira social. Tudo somado a uma ultraviolência jamais vista anteriormente e uma narrativa igualmente incomum (que dividia o andamento do filme com comerciais de produtos incríveis). Extremamente irônico, Robocop (1987) atropelou o mundo, que ficou sem saber o que o atingiu e mostrou que o cinema entretenimento casava muito bem com um conteúdo inteligente. Muitos anos mais tarde e o anúncio de que este clássico moderno receberia uma roupagem atual deixou os entusiastas em polvorosa.

As refilmagens já se tornaram um fato comum. As desnecessárias mais ainda. As mal sucedidas então são a maioria. Recentemente, outro filme de Verhoeven, O Vingador do Futuro (1990), ganhou nova versão e morreu na praia. As chances estavam todas contra. O anúncio de que o comandante da obra seria o brasileiro José Padilha (Tropa de Elite 1 e 2) sem dúvidas deixou nosso povo esperançoso e feliz. No entanto, outros cineastas conterrâneos não emplacaram como deveriam na maior indústria do cinema (Heitor Dhalia com 12 Horas e Walter Salles com Água Negra).

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Padilha sem dúvidas é talentoso, mas até aonde iriam suas vontades perante estúdios grandes e poderosos como a Sony e a MGM? Após ter assistido ao produto final é seguro dizer que RoboCop é um produto quase 100% de José Padilha. O diretor insere inclusive um estilo muito próximo de ação do que é visto em Tropa de Elite, em especial na cena aonde Alex Murphy e seu parceiro saem a tiros de um encontro que “azedou” em um restaurante. Enquanto o Robocop original servia como sátira e previsão de para onde estávamos caminhando como sociedade, o novo filme de Padilha funciona mais fincado na realidade e explora a discussão de alguns fatores que em breve serão colocados em pauta.

O principal deles, que serve de mote para a obra é a substituição de soldados humanos em conflitos internacionais pelos chamados drones – robôs altamente tecnológicos. Ao vermos a abertura de RoboCop, somos levados a alguns anos no futuro, aonde a política americana permite o uso das criaturas mecânicas em ações fora do país. Num país do oriente médio, os robôs americanos pacificam conflitos. Tudo é televisionado. Esta é uma das melhores cenas de abertura para um blockbuster recente, que serve para nos imergir instantaneamente na trama e ao mesmo tempo preparar o que está por vir.

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O veterano Michael Keaton (o primeiro Batman do cinema) vive Raymod Sellars, uma espécie de Steve Jobs dos robôs (como define o próprio diretor) e presidente da nova e inescrupulosa OminiCorp, antiga OCP – a empresa maligna que privatiza setores do governo, como a polícia de Detroit no filme original. Sellars é bem delineado como um megaempresário apoiado pelo governo e pela mídia. Os comerciais de muito humor negro do original são substituídos pelo programa de extrema direita, apresentado pelo personagem de Samuel L. Jackson. A sátira existe aqui também e ela recai na Fox News, motivo de chacota nos Estados Unidos.

Outro personagem que ganha destaque é o médico cirurgião e especialista em robótica como substituição de membros e órgãos, Dr. Dennett Norton, papel de Gary Oldman (Conexão Perigosa). O núcleo do personagem de Oldman serve para inserir outro texto ao filme, igualmente embasado na evolução de algo já presente e em andamento em nossa sociedade. Ah sim, temos também a história de um tal de Alex Murphy, o único personagem mantido da versão original, que é também o protagonista. O sueco Joel Kinnaman é o escolhido como a nova face (e mão) do herói. A beldade talentosa Abbie Cornish (Sete Psicopatas e um Shih Tzu) também tem destaque como a esposa do protagonista.

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Apesar de aparentemente possuir tudo contra, RoboCop surpreende e é um filmaço. Talvez não seja tão significativo quanto sua contraparte foi para sua época respectiva, mas é seguro dizer que a nova versão está bem longe de ser um produto hollywoodiano medíocre e voltado apenas para o entretenimento sem uma ideia sequer para salvá-lo. A obra de Padilha possui muitas ideias e diversos elementos dignos de discussão. Todo conteúdo planejado pelo diretor funciona bem e o cineasta tem espaço o suficiente para explorar os assuntos que pontuam a produção.

Além de tudo isso, o novo RoboCop é incrivelmente bem sucedido na forma como apresenta e destaca cada um dos seus inúmeros personagens. Todos tem uma razão. E obviamente, capricha nas cenas de ação e nos efeitos visuais, tudo é claro ajudando a contar a história e não ao contrário. Se para mais nada, o novo RoboCop entrará para a história como o filme mais caro que deu voz e autonomia para um cineasta brasileiro em Hollywood. Violento, político, recheado de ideias e bons personagens. Sim, esse é um filme de José Padilha.

RoboCop

O que é mais importante do que a segurança do povo? Resgatando com grande genialidade um super-herói esquecido de todos nós cinéfilos, o diretor brasileiro José Padilha surpreende o mundo do cinema no seu novo trabalho Robocop. Criando um remake infinitamente superior ao original do cineasta holandês Paul Verhoeven, Padilha utilizou os U$$ 130 milhoes que teve de orçamento de maneira inteligente focando nos fervorosos embates políticos sobre máquinas como forma de segurança mas sem esquecer as espetaculares cenas de ação que são necessárias nesse tipo de filme. Utilizando toda sua experiência no cinema e utilizando recursos tecnológicos avançados transformam Robocop, sem dúvidas, em um trabalho de primeira linha desse nosso grande diretor.

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Na trama, ambientada em 2028 na cidade de Detroit, conhecemos o incorruptível detetive Alex Murphy (Joel Kinnaman) que diariamente luta contra os criminosos da cidade, além de colegas de corporação extremamente corruptos. Certo dia, após chegar em casa depois de mais um dia cansativo, sofre um atentado na porta de casa ficando em estado grave, à beira da morte. Sua sorte é que a equipe do Dr. Dennett Norton (Gary Oldman) estava procurando exatamente um ex-policial que sofrera algum tipo de acidente para criar um robô de combate ao crime, financiado pelo bilionário Raymond Sellars (Michael Keaton). Alex então vira Robocop, um super policial, sem se esquecer de sua mulher e seu filho. Assim, luta contra o crime e busca sua verdadeira personalidade em meio ao caos político que se instaura em sua cidade.

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Uma importante contextualização no início do filme é uma das grandes sacadas do roteiro para que o público se sinta muito próximo das ações dos personagens. As vezes tratado como fantoche pelo magnata que o constrói, Alex Murphy / RoboCop é muito mais do que uma maquina contra o crime. A sensibilidade, a alma, o coração de Alex é muito bem conduzida pelas lentes certeiras de Padilha. Sentimos e entendemos as reações do personagem como se ele fosse um velho conhecido nosso. A questão da família também se torna importante, fazendo com que o personagem se desconstrua e se construa com brilhantismo.

Um dos motivos que faz esse remake superar o original homônimo é o fato de que sabe como explorar a relação pessoal do ex-detetive de maneira nua e crua, além de dar grande destaque a mídia exibicionista, comandada pelo inspirado Samuel L. Jackson que dá um show sempre que aparece em cena na pele de Pat Novak, sem esquecer em nenhum momento que trata-se de um filme de ação e por isso muitos tiros e cenas espetaculares recheiam inúmeras sequências.

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Um debate interessante sobre a ilusão do livre arbítrio em que o personagem título é exposto vai gerar opiniões diversas entre o público, o que claramente era uma das intenções do filme, jogar o público para dentro dos debates que ocorrem na trama. Assim, com direito a dedilhadas robóticas no violão, a participação especial de Frank Sinatra cantando “Fly me to the Moon” para o restabelecimento de boas memórias e um Samuel L. Jackson inspirado, Robocop crava de vez o nome de José Padilha como um dos grandes diretores de filmes de ação do momento atual do cinema mundial. Orgulho tupiniquim na terra do Tio Sam. Bravo!

12 Anos de Escravidão (2)

Steve McQueen é um dos melhores cineastas da atualidade. No entanto, o inglês, homônimo do falecido ator americano, não é conhecido do ‘grande público’ no Brasil. Seus dois primeiros filmes – Hunger e Shame – foram exibidos em festivais de cinema (Cannes e Veneza, respectivamente) com muito sucesso, e lançaram aos olhos do mundo o ator alemão Michael Fassbender. Com uma história real americana, McQueen vem chamando a atenção do público e da crítica e parece que, finalmente, será reconhecido também em solo tupiniquim. Porque 12 anos de Escravidão (12 years a slave), seu novo filme que estreia nesta sexta, 21, é uma das melhores produções dos últimos tempos.

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Baseado no livro homônimo de Solomon Northup, o longa conta a história do próprio Solomon (interpretado de forma ímpar por Chiwetel Ejiofor, de Coisas Belas e Sujas), violinista negro e alforriado em Saratoga, Estado de Nova York. Em 1841 ele foi sequestrado em Washington e vendido como escravo na Louisiana. Acompanhamos sua saga ao longo de 12 anos, quando passa por alguns senhores de escravo até chegar às mãos do cruel Epps (o sempre brilhante Michael Fassbender, de Shame), que açoita os escravos sem dó nem piedade.

Em sua sangrenta jornada, Solomon tenta esconder que sabe ler e escrever, para que sua formação não lhe custe a própria vida. Ele vê negros morrendo por nada, e tenta compreender o porquê da escravidão. Ainda assim, se mantém aparentemente passivo diante dos constantes abusos físicos que Patsey (a estreante Lupita Nyong’o) sofre de Epps, e a forma como isso vira agressão pelas mãos da esposa do senhor de escravos (Sarah Paulson, de Amor Bandido).

A passividade, porém, é puro instinto de sobrevivência. Não reagir com o corpo é corroer a alma e expressar no olhar. E aí entra a força da interpretação de Chiwetel Ejiofor – desde já uma das mais marcantes da história do cinema. Enquanto no dia-a-dia ele parece aceitar aquela vida injusta, seus olhos dizem outra coisa. O desespero, o pavor e o pedido de socorro que são vistos claramente no olhar de Solomon/ Ejiofor fazem o espectador querer entrar na tela para salvá-lo. Reparem na cena do enterro de um escravo, onde Solomon canta e parece colocar para fora, pela primeira vez, a sua dor, expressa pelas palavras da música, e não apenas pelo olhar.

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No ótimo elenco que tem nomes como Benedict Cumberbatch (Star Trek Além da Escuridão), Paul Giamatti (Tudo pelo Poder), Paul Dano (Os Suspeitos) e (o também produtor do longa) Brad Pitt (Guerra Mundial Z), Michael Fassbender (parceiro de McQueen em todos os seus filmes) mais uma vez mostra porque é um dos melhores atores do mundo, e dá ao público outra atuação visceral e memorável. Já a revelação Lupita Nyong’o aparece o suficiente para garantir seu (merecido) Oscar de coadjuvante – o longa foi indicado em nove categorias, entre elas melhor filme, diretor, ator (Ejiofor) e ator coadjuvante (Fassbender).

Destacam-se também a trilha sonora de Hans Zimmer, a fotografia, o roteiro no ritmo certo e a direção impecável de Steve McQueen.

Muito se fala que 12 anos de Escravidão é um filme violento, uma espécie de Paixão de Cristo (filme de Mel Gibson) dos escravos. Discordo. A produção traz à tona uma história real sobre sequestro de escravos livres, algo que eu – e a maioria da humanidade – sequer imaginava que um dia tivesse acontecido. A violência de fato está lá – e sabemos que isso foi real – e vem num crescente, explodindo na cena em que Epps resolve castigar Patsey, já na parte final do filme. Não há nada de desnecessário ou abusivo nas cenas de sangue e lágrimas: McQueen apenas mostra corajosamente o que de fato aconteceu.

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Perdendo terreno na corrida para o Oscar para Gravidade e Trapaça, é de se espantar que alguém ainda tenha dúvidas de que 12 anos de Escravidão é o filme do ano. O tema é árido, existem cenas difíceis, mas diante de uma humanidade que insiste na discriminação – de negros, mulheres, homossexuais, judeus, idosos – este é o filme mais importante produzido nos últimos anos.

Se você tiver que escolher um filme, um único filme para assistir, veja 12 anos de Escravidão. Você vai ficar emocionalmente abalado, pode até chorar e ficar angustiado, mas ele é necessário para o mundo em que vivemos.

E se eu puder descrevê-lo em uma palavra, digo a vocês que 12 anos de Escravidão é devastador.

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Um dos grandes favoritos para conquistar muitas estatuetas do Oscar na próxima cerimônia da maior festa do cinema é um filme brilhantemente dirigido, com atuações primorosas e uma história que vai comover você por inteiro. 12 Anos de Escravidão, terceiro longa-metragem de Steve McQueen, e baseado na história real escrita por seu protagonista Solomon Northup, passa perto de ser uma obra-prima e deve agradar todo aquele que bate no peito e diz que adora filmes como Ben-Hur e Um Sonho de Liberdade.

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12 Anos de Escravidão conta a incrível história real da luta de um homem para sobreviver e enfim encontrar sua liberdade. O longa é ambientado antes da Guerra Civil dos Estados Unidos, e assim conhecemos o protagonista Salomão Northup (Chiwetel Ejiofor), um homem negro e livre do norte de Nova York. Certo dia, após aceitar trabalhar em Washignton, é raptado e vendido como escravo. A partir desse fato, sua vida entra em declínio e passa a viver situações humilhantes, cruéis, assim como gentilezas inesperadas de algumas pessoas que o tem como escravo. Tentando se manter o mais racional possível, o protagonista procura a sobrevivência diária em busca de sua liberdade tirada.

A atuação do ator britânico Chiwetel Ejiofor é uma das maiores interpretações dos últimos anos. Na pele do impactante protagonista, o artista de 36 anos chega ao ápice de sua carreira, deixando qualquer esperança de outro ator ganhar o Oscar se perder desde as primeiras cenas sem diálogos, onde o olhar diz mais que mil palavras, até as últimas quando nascem do destino uma chance de ter sua tão sonhada esperança de volta.

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Preocupado com os mínimos detalhes, para o espectador poder acompanhar mais de perto essa comovente história, o diretor britânico Steve McQueen executa um trabalho inaudito. Em todas as cenas, somos reféns do drama do personagem e, comovidos com toda aquela humilhação, torcemos para um desfecho no mínimo digno para esse corajoso ser humano.     Em breve, esse cineasta (com nome de astro hollywoodiano) será o diretor preferido de muitos cinéfilos. Merece não só uma indicação ao Oscar mas levar muitos outros prêmios por esse belo trabalho.

Depois dos excelentes trabalhos em Hunger e Shame, o ótimo ator alemão Michael Fassbender volta a fazer uma dobradinha de sucesso com McQueen. Com um semblante duro e ações de tamanha insânia, Fassbender rouba a cena em muitos momentos e assim, como todos vão perceber, tem muitas chances de ter a estatueta mais cobiçada pelos artistas de cinema em sua estante, concorrendo na categoria de Melhor Ator Coadjuvante na próxima cerimônia do Oscar.

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“Devemos construir diques de coragem para conter a correnteza do medo.” Essa frase do influente Martin Luther King elucida bem todas as características deste homem chamado Salomão Northup. Cativante, capaz de inspirar. Excruciante, capaz de gerar indignação. Fabuloso, capaz de tornar esse trabalho um dos retratos mais verdadeiros e cruéis sobre uma época repugnante da história mundial. Vocês não podem deixar de conferir, um filme inesquecível. Bravo!

Gravidade

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Elenco:

Sandra Bullock, George Clooney, Eric Michels, Basher Savage.

Direção: Alfonso Cuarón

Gênero: Ficção Científica

Duração: 90 min.

Distribuidora: Warner Bros. Pictures

Orçamento: US$ 80 milhões

Estreia: 11 de Outubro de 2013

Sinopse:

Bullock interpreta a Dra. Ryan Stone, uma brilhante engenheira médica em sua primeira missão espacial com o astronauta veterano Matt Kowalsky (Clooney) no comando do seu último voo antes de se aposentar. Mas durante uma aparentemente rotineira operação espacial ocorre um acidente. A nave é destruída, deixando Stone e Kowalsky completamente sozinhos, dependendo um do outro em um ambiente de total escuridão.

O silêncio ensurdecedor confirma que eles perderam qualquer ligação com a Terra… e qualquer chance de resgate. Conforme o medo vai se tornando pânico, o oxigênio que resta vai sendo consumido desesperadamente.

E, provavelmente, o único jeito de ir para casa seja encarar a imensidão assustadora do espaço.

Curiosidades:

» Sandra Bullock revelou que não usou maquiagem. “Alfonso, numa decisão brilhante, disse que não usaremos maquiagem. Deus me ajude quando eu aparecer na tela em close-up, sem maquiagem nenhuma. Já peço desculpas adiantadas”, brincou. O filme foi filmado em digital, e nosso rosto será ampliado cinco vezes nas telas do cinema. É assustador. Mas, graças a Deus, não há cenas de nudez”, finalizou.

» Por problemas de agenda, Robert Downey Jr. abandonou a produção.

» Angelina Jolie era a primeira escolhida para viver a protagonista feminina, mas acabou abandonando a produção. Ela foi substituída por Sandra Bullock. O drama é supostamente é semelhante a ‘Náufrago’, com Tom Hanks.

Trailer:

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Cartazes:

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Fotos:

Diana

(Diana)

 

Elenco:

Naomi Watts, Naveen Andrews, Cas Anvar, Mary Stockley, Daniel Pirrie, Charles Edwards, Raffaello Degruttola.

Direção: Oliver Hirschbiegel

Gênero: Drama

Duração: 113 min.

Distribuidora: Paris Filmes

Orçamento: US$ 20 milhões

Estreia: 18 de Outubro de 2013

Sinopse:

Diana conta a emocionante trajetória dos dois últimos anos de vida da famosa princesa de Gales (Naomi Watts). Depois de conhecer o cirurgião paquistanes Hasnat Khan (Naveen Andrewws), Diana vive um intenso romance com o médico, tornando-se então o grande amor de sua vida.

Curiosidades:

» Baseado em “Diana: Her Last Love”, livro de Kate Snell e dirigido por Oliver Hirschbiegel (A Queda! As Últimas Horas de Hitler).

» Inicialmente intitulado ‘Caught in Flight‘, o longa ganhou o título mais comercial ‘Diana‘.

» Naomi Watts (‘A Casa dos Sonhos’) interpreta Diana. Ela entrou no lugar de Jessica Chastain (‘A Árvore da Vida’), cujas negociações não vingaram.

» Roteirizado por Steven Jeffreys (‘O Libertino’).


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Cartazes:

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Fotos:

Como Não Perder Essa Mulher

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Elenco:

Joseph Gordon-Levitt, Scarlett Johansson, Channing Tatum, Cuba Gooding Jr., Anne Hathaway, Julianne Moore, Amanda Perez, Brie Larson, Glenne Headly, Italia Ricci, Jeremy Luke, Lindsey Broad, Loanne Bishop, Rob Brown, Sarah Dumont, Tony Danza.

Direção: Joseph Gordon-Levitt

Gênero: Comédia Dramática

Duração: 90 min.

Distribuidora: Imagem Filmes

Orçamento: US$ 6 milhões

Estreia: 06 de Dezembro de 2013

Sinopse:

Jon Martello (Joseph Gordon-Levitt) é um cara sedutor, considerado um verdadeiro Don Juan moderno pelos seus amigos. Seu mundo gira em torno das coisas que lhe interessam, a academia, sua casa, seu carro, sua família, seus amigos e suas mulheres. Até que Barbara (Scarlett Johansson) aparece em sua vida mudando-a completamente.

 

Curiosidades:

»  Como Não Perder Essa Mulher é a estreia de Gordon-Levitt como diretor. Ele também estrela e roteiriza o filme.

 

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Cartazes:

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Fotos:

 

Um Conto do Destino

A vida é um grande baile onde cada um tem seu papel na hora da dança. Com mudanças temporais constantes, um roteiro que não beira ao linear, a fábula épica Um Conto do Destino tinha tudo para ser mais um filme bobinho, esquisito e feito para ganhar dinheiro nas bilheterias mundo à fora. Só que o filme é salvo por personagens intrigantes e uma história sobre destino que no final das contas acaba convencendo. Vilões que se transformam em monstros, cavalos que voam e ajudam a justificar o destino, são alguns dos estranhos elementos que contornam a história criada por Mark Helprin e adaptada, produzida, dirigida pelo estreante em longas-metragens Akiva Goldsman.

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Na trama, conhecemos Peter Lake (Colin Farrell), um ladrão metido a mecânico que pulou de orfanato em orfanato quando criança. Quando Peter briga com seu chefe, o mafioso Pearly Soames (Russell Crowe), encontra um cavalo encantado (parece o cavalo da Tristar Pictures) e resolve fugir da cidade onde mora mas acaba conhecendo a bela Beverly Penn (Jessica Brown Findlay), que logo se torna o grande amor de sua vida. Assim, ultrapassando a barreira do tempo e lutando contra um destino às vezes injusto, Peter enfrentará muitos desafios em busca de um porto seguro, suas certezas e seu verdadeiro destino.

Um Conto do Destino é uma história delicada, cheia de carinho e ternura. Mas muita gente vai achar bobinha, cheia de mentirada e assuntos fantasiosos demais. Não deve existir meio termo, ou você vai amar ou odiar esse projeto. O que todos vão adorar é a belíssima trilha sonora assinada pelo craque Hans Zimmer que acaba sendo fundamental para as sequências. O espectador precisa assistir a esse filme de coração aberto. O poder dessa fábula fantasiosa é percebemos que dentro de uma história há elementos importantes que vemos todo dia em nossa realidade. Quando perdemos um grande amor, a vida passa a não ter mais sentido, vira um livro com dezenas de páginas em branco…quem não se identifica com isso?

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Nomes famosos no mundo do cinema preenchem lacunas importantes deixadas pela trama. Will Smith em um papel que nunca vimos ou imaginamos antes, Russel Crowe e sua cara fechada como embaixador das forças do mal, a delicadeza e olhar impactante da sumida Jennifer Connelly, o feijão com arroz de Colin Farrell que não compromete dessa vez, o equilibrado personagem de William Hurt e o grande destaque do filme, a novata vinda do mundo dos seriados Jessica Brown Findlay. Cada um desses contribui para que todos os personagens tenham seu espaço na história.

Um Conto do Destino mostra que fábulas ainda emocionam os nossos corações. Ensina, que somos máquinas simples que precisam do universo para poder funcionar. As lições são inúmeras e se deixar levar pela simpatia dos personagens é um dos caminhos para você comprar sua pipoca e assistir a essa produção a partir do dia 21 de fevereiro nos nossos cinemas.

CinePOPcast #8 – Os 25 Filmes Mais Esperados de 2014

O CinePOPcast está de volta, e nesse episódio Renato Marafon, Pimp(Mal)Marcel Camp e Dudu Chaves conversam sobre Os 25 Filmes Mais Esperados de 2014!!!

Este ano será um grande prólogo para o cinema, já que 2015 será um dos anos mais recheados de blockbusters da HISTÓRIA do Cinema. Porém, 2014 terá seus méritos!

Comentamos os filmes mais aguardados de 2014, e cada um elegeu os CINCO mais mais…

Ouça:

Baixe:

» Podomatic

 

Edição: Ipitácio Oliveira

 

Imperdível!