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G.I. Joe 2: Retaliação

(G.I. Joe 2: Retaliation)

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Elenco:
Channing Tatum, Bruce Willis, Dwayne Johnson, Ray Park, Adrianne Palicki, Ray Stevenson, Joseph Mazzello, Arnold Vosloo, Ray Park, Jonathan Pryce.

Direção:
Jon M. Chu

Gênero:
Ação/Ficção-Científica

Duração:
110 min.

Distribuidora:
Paramount Pictures

Orçamento:
US$ 185 milhões

Estreia:
29 de Março de 2013

Sinopse:
Em ‘G.I. JOE 2: RETALIAÇÃO‘, a equipe não está lutando conta apenas seu inimigo mortal, COBRA, mas eles são forçados a enfrentar ameaças de dentro do governo, que põem em risco sua própria existência.

Dwayne “The Rock” Johnson (‘Rápida Vingança’) vive o fortão Roadblock, um cara musculoso e alto, mas tem um coração sensível. The Rock faria uma ponta no primeiro filme, mas conflitos de agente o tiraram da produção. Adrianne Palicki, que interpretou a ‘Mulher-Maravilha‘ na série não aprovada pela NBC, é Lady Jaye, protagonista feminina, especializada em operações especiais. Ray Stevenson (‘O Justiceiro – Zona de Guerra’) interpreta o ninja Firefly, especialista em sabotagem e explosivos. Bruce Willis (‘Duro de Matar 4.0’) vive o General Joe Colton, homem que deu origem ao codinome G.I. Joe.

Do primeiro filme retornam Duke (Channing Tatum), o ninja Snake Eyes (Ray Park) e Storm Shadow (Lee Byung-hum).

Curiosidades:

» ‘G.I. Joe 2: Retaliação‘ é dirigido por Jon Chu (Justin Bieber – Never Say Never).

» A Paramount Pictures anunciou o adiamento da estreia, ao invés do dia 29 de junho (e 17 de agosto no Brasil), agora só estreia em 29 de março de 2013. Na ocasião, o estúdio revelou que o adiamento se dava pela decisão de conventer o longa para o formato 3D. Mas a verdade por trás do adiamento não está na conversão, e sim na alteração de todo o rumo do enredo, precisando de refilmagens e cenas adicionais.

» [SPOILERS]
Os executivos do estúdio ficaram preocupados com um
possível fracasso iminente. Protagonista do primeiro
filme, o personagem do ator Channing Tatum morre logo no começo
da sequência. Com a reação negativa do
público nas exibições-teste, foi decidido
não matar Duke, fazendo com que toda a trama fosse
alterada, e o ator tivesse que gravar várias cenas
adicionais. Serão necessários meses de novas
filmagens, e reescrever grandes trechos do roteiro, o que
explica o adiamento para 2013.

» O longa terá em sua trilha sonora uma canção inédita da banda Aerosmith. O roqueiro Steven Tyler revelou que a música Legendary Child poderá
ser ouvida no filme. A música foi gravada em 1993 para o álbum Get a Grip, mas acabou ficando de fora e nunca foi lançada comercialmente. A música estará presente no próximo album do grupo.

 

Entrevista Exclusiva com Dwayne Johnson:

 

Trailer:


 

Cartazes:

 

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Amor Pleno

(To The Wonder)

 

Elenco:

 Ben Affleck, Rachel McAdams, Javier Bardem, Olga Kurylenko, Charles Baker, Romina Mondello, Darryl Cox, Cassidee Vandalia, Jeff Anderson, Paris Always, Michael Bumpus.

Direção: Terrence Malick

Gênero: Drama

Duração: 112 min.

Distribuidora: Paris Filmes

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: 31 de Maio de 2013

Sinopse:
Em ‘Amor Pleno‘, Affleck vive um mulherengo em crise que viaja até Paris e começa uma relação complicada com uma europeia Kurlenko). Eles se casam e se mudam para Oklahoma, sua cidade natal, e o romance a deteriorar quando ele se reaproximar de um antigo amor (McAdams).

Curiosidades:

» Novo filme do diretor Terrence Malick (‘A Árvore da Vida’).

» Inicialmente
intitulado ‘The Burial‘, o drama tem em seu elenco Ben Affleck (‘Atração Perigosa’), Rachel McAdams (‘Sherlock Holmes’), Javier Bardem (‘Biutiful’), Jessica Chastain (‘A Árvore da Vida’) e Olga Kurylenko (‘Centurião’).

» Malick – conhecido por filmar horas e horas e ter que cortar na edição – retirou as cenas em que Rachel Weisz (‘O Legado Bourne’)
aparecia. Barry Pepper, Amanda Peet e Michael Sheen também tiveram suas cenas excluídas da versão final.

Trailer:

 Cartazes:

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Fotos:

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Sem Proteção

(The Company You Keep)

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Direção:
Robert Redford

Gênero:
Suspense

Duração:
125 min.

Distribuidora:
Imagem Filmes

Orçamento:
US$ — milhões

Estreia:
24 de Maio de 2013

Sinopse:
Sem Proteção éum thriller-político sobre um ex-militante (Redford) procurado pelo FBI, que corre risco de ter a sua verdadeira identidade desmascarada por um jovem repórter (LaBeouf).

Curiosidades:

»A adaptação para os cinemas do livro ‘The Company You Keep‘, escrito por Neil Gordon.

 

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A Hospedeira

(The Host)

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Elenco:
Saoirse Ronan, Diane Kruger, Max Irons, Jake Abel, William Hurt, Frances Fisher, Chandler Canterbury, Boyd Holbrook.

Direção:
Andrew Niccol

Gênero:
Suspense

Duração:
125 min.

Distribuidora:
Paris Filmes

Orçamento:
US$ 44 milhões

Estreia:
29 de Março de 2013

Sinopse:
Na história, nosso planeta foi dominado por um inimigo que não pode ser detectado. Os humanos se tornaram hospedeiros dos invasores: suas mentes são extraídas, enquanto seus corpos permanecem intactos e prosseguem suas vidas aparentemente sem alteração. A maior parte da humanidade sucumbiu a tal processo. Melanie é um dos humanos “selvagens” que ainda restam, é capturada, ela tem certeza de que será seu fim. Peregrina, a “alma” invasora designada para o corpo de Melanie, foi alertada sobre os desafios de viver dentro de um ser humano: as emoções irresistíveis, o excesso de sensações, a persistência das lembranças e das memórias vívidas. Mas há uma dificuldade que Peregrina não esperava: a antiga ocupante de seu corpo se recusa a desistir da posse de sua mente.

Curiosidades:

» Adaptação do livro de Stephenie Meyer, criadora da franquia ‘Crepúsculo‘.

» A adaptação para os cinemas será roteirizada e dirigida por Andrew
Niccol (‘O Show de Truman’ e ‘O Senhor das Armas’)

 

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Finalmente 18!

(21 and Over)

Elenco: Justin Chon, Sarah Wright, Miles Teller, Jonathan Keltz, Skylar
Astin, Bonnie Bentley.

Direção: Jon Lucas e Scott Moore

Gênero: Comédia

Duração: 93 min.

Distribuidora: Imagem Filmes

Orçamento: US$ 13 milhões

Estreia:17 de Maio de 2013

Sinopse: A melhor coisa da vida é ter amigos! E Jeff nã pode reclamar nem um pouco disso, afinal, seus dois melhores amigos vão até o campus onde ele mora para agitar o seu aniversário de 18 anos. Este é “O” primeiro grande momento na vida de uma pessoa, é poder entrar em qualquer clube de dança, poder beber a vontade e praticamente fazer tudo o que quiser… ou quase tudo. Curiosidades:

» Jon Lucas e Scott Moore, roteiristas franquia ‘Se Beber, Não Case!‘, estreiam na direção com roteiro de autoria própria.

» O filme seguirá a mesma linha do recente ‘Projeto X‘.

 

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A Fuga

(Deadfall/Blackbird)

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Elenco:
Eric Bana, Olivia Wilde, Charlie Hunnam, Sissy Spacek, Kris
Kristofferson, Kate Mara, Treat Williams, Allison Graham, Jason
Cavalier, Patrick Kerton.

Direção:
Stefan Ruzowitzky

Gênero:
Drama

Duração:
95 min.

Distribuidora:
Playarte

Orçamento:
US$ 25 milhões

Estreia:
15 de Março de 2013

Sinopse:
Addison e Liza fogem com o dinheiro de um golpe em um cassino.
Enquanto isso, o ex-boxeador Jay está a caminho da casa
dos seus pais – June e o xerife aposentado Chet – para passar
o Dia de Ação de Graças com a família.
Quando Addison atira em um policial, ele e Liza se separam e
seguem em direção à fronteira. Liza, que
decidiu pegar carona até a cidade mais próxima,
encontra Jay. O jovem casal passa a noite junto por causa de
uma tempestade de neve. A atração entre eles é
instantânea e Liza e Jay começam a perceber que
foi o destino que os uniu. Mas o ex-boxeador precisa fazer mais
uma parada antes que eles atravessem a fronteira (a casa dos
seus pais), exatamente onde tudo pode acontecer.

 

Curiosidades:

» —

 

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O Homem de Aço (3)

A nova encarnação do Superman no cinema, Homem de Aço, que estreia nesta sexta, 12, atingiu em cheio alguns elementos-chave do personagem. Não falo apenas dos cânones dos quadrinhos, sobre os quais sei muito pouco, mas dos significados que o herói representa no imaginário popular. Mais do que a aparência de galã perfeito do ator Henry Cavill, o roteirista David S. Goyer e o diretor Zack Snyder acertaram ao colocar o herói como um ideal e uma apoteose da super-humanidade com a qual qualquer espectador pode fantasiar. Um sucesso que, fatalmente, puxa um comboio de problemas.

A abordagem do filme se baseia na exploração exaustiva da vida de Kal-El (Cavill), desde a situação apocalíptica de seu planeta de origem, Krypton, até sua criação como Clark, no seio da família Kent. Incapaz de se encaixar naquela sociedade alienígena, ele cresce cheio de dúvidas e é instruído por seu pai, Jonathan (Kevin Costner), a esconder para seus poderes para a segurança de todos. Crescido, Clark muda de trabalho e de identidade em vários pontos dos EUA, e se encontra próximo de um time que descobre uma nave espacial no Ártico. É lá que ele conhece a repórter Louis Lane (Amy Adams) e descobre suas origens através de seu pai biológico, Jor-El (Russell Crowe). O protagonista logo se torna a esperança da humanidade perante a ameaça do General Zod (Michael Shannon), outro sobrevivente kryptoniano.

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Goyer não economizou no elemento humano para construir a personalidade de Clark. Diversas cenas têm como objetivo exibir as fragilidades e inseguranças do jovem, que, enquanto cresce, segue certos preceitos, mas continua com diversas incertezas. Essas questões surgem em flashbacks, bem situados ao longo da narrativa para ressaltar a empatia que Clark pode gerar com qualquer espectador. Trata-se da primeira decisão correta ao tratar de tal personagem: apresentar seus superpoderes e sua origem alienígena e, mesmo assim, aproximá-lo dos traços definidores da humanidade. Além disso, esses fragmentos do passado servem para fundamentar as escolhas éticas que o herói tem de fazer ao longo de sua vida.

Aí, mais uma vez, os realizadores se mostram sagazes, por abordarem a representatividade do Superman como um ideal mesmo enquanto esmiúçam suas decisões em relação à Terra e seus habitantes. É uma proposta criada menos por reverência aos detalhes dos quadrinhos que originaram o personagem, e mais para restabelecer o símbolo mundialmente popular de um bondoso guardião da raça humana. E é aí que o caldo azeda.

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Cientes da importância e potência dessa simbologia, Goyer e Snyder ressaltam a dificuldade inerente a fazer uma escolha quando muitas coisas importantes estão em jogo. O principal momento em que Clark se vê dividido entre duas opções arriscadas, porém, é precedido por uma opinião baseada em seu instinto, que, não é preciso ser um gênio para adivinhar, se prova correta. É uma pisada firme no caminho da mesmice do cinema americano, mas o imbróglio não se resolve. Zod mostra não operar como um vilão puramente maligno – há uma relativa ambiguidade no fanático personagem –, mas a resolução de evitar ou buscar o confronto estava além do poder do protagonista: a ameaça aos terráqueos sempre fez parte dos planos do general, o que torna as intenções dos dois kryptonianos opostas. Mesmo em uma situação desfavorável, Superman precisa derrotar o inimigo para salvar o planeta.

Por um lado, o herói não tinha como errar em suas escolhas e, por outro, o vilão estava mal-intencionado em todas as suas. A responsabilidade de defender a justiça certamente se torna mais leve e simples quando seu oponente tem planos avassaladoramente cruéis e mesquinhos – ou, mesmo que não o sejam, são exibidos segundo essa perspectiva. Quando, finalmente, Zod se vê incapaz de realizar seu intento, a faceta má que, no fundo, nunca esteve em questão, é escancarada – uma ideia que Shannon acata de forma quase cega. Trata-se de um daqueles instantes apoteóticos no clímax de um filme, nos quais tudo vale. A verdade é que a amoralidade dos vilões foi exposta de forma pavorosamente simplista algumas cenas antes, de tal modo que os atos do inimigo sequer fazem sentido ao se levar em consideração seu objetivo inicial. Mesmo assim, Superman se vê em um impasse para proteger os humanos, um demagogo drama confeccionado pelas mesmas pessoas que mal fizeram os mínimos esforços para questionar a vilania de Zod.

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O público pode se divertir sem obstáculos mentais, já que todas as escolhas feitas por aquele avatar da humanidade soam espinhosas, mas operam em noções morais óbvias e absolutas. Mais do que se colocar no lugar do protagonista na hora de optar pelo Bem, o espectador pode aproveitar o filme de forma mais direta, exercendo esse mesmo Bem com porradas bem dadas no Mal. Em boa parte das (numerosas) lutas, a câmera fica incomumente próxima do herói, quase como um substituto a uma filmagem em primeira pessoa. A técnica se mostra muito melhor que a saraivada de planos-detalhe confusos que são padrão na indústria – além, claro, de servir bem à proposta de nos colocar na posição empolgante de guerreiro. Não é por acaso que uma das cenas derradeiras evoque a memória de Clark como um garoto brincando com uma capa vermelha. É o sonho de ser um Super-Homem que habita as pessoas comuns.

É verdade que há outro tipo de desorientação em certas sequências de ação, causada pelos motivos opostos: os planos muito abertos que exibem a destruição de cenários quase indistintos. Nesses momentos, alguns dos mais ensurdecedores da barulhenta sessão, a franquia Transformers vem à mente. Também não ajuda que as intenções e o modus operandi de Zod sejam muito semelhantes aos do vilão de Transformers: O Lado Oculto da Lua. Mesmo assim, fica difícil registrar esses detalhes como defeitos, já que as maiores inconsistências do filme resultam em um monumental desperdício da figura do Superman e sua representatividade no nosso imaginário.

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Assim como o subtexto anticomunista, o moralismo fácil faz parte das (más) expectativas para um filme do herói. Talvez a grande surpresa de Homem de Aço seja que Zack Snyder, cuja estética o coloca quase no patamar de Michael Bay como artista-piada, surja tão emudecido e domado. Claro que é difícil elevar a voz na presença do real autor do filme, Hans Zimmer. Mesmo que seja excelente, a trilha sonora definitivamente se sobressai na base do grito, pois sufoca e suplanta qualquer qualidade da cena. Talvez tenha sido usada como alternativa para quando o roteiro ou os atores falhassem em suas tentativas de suscitar emoções. É verdade que o elenco e os diálogos têm poucos momentos de brilho, mas Zimmer sequer os dá o benefício da dúvida. Para um filme tão fundamentado em supostos questionamentos, o que mais chama atenção é como estes são afogados em prol das certezas e das garantias.

 

Crítica por: Pedro de Biasi

 

Os Amantes Passageiros (2)

Desde meados da década de 1990, Pedro Almodóvar deixava as comédias para trabalhar o melodrama. Depois da consagração com comédias como Mulheres a Beira de Um Ataque de Nervos e Ata-me, expôs a maturidade com filmes como Volver, Fale Com Ela e Tudo Sobre Minha Mãe (ainda seu melhor trabalho, jamais superado). Seus últimos 20 anos foram de filmes densos, com pequenos toques de humor, promovendo uma renovação do melodrama comparável à de Rainer Fassbinder. Ponto fora da curva, A Pele Que Habito foi um terror (para meninos, rsrs), com toques de dramas, um mergulho pelo lado mais obscuro do homem.

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Com Os Amantes Passageiros (Los Amantes Pasajeros), Almodóvar retorna ao cômico, com um filme de humor rasgado, mas, infelizmente, sem resultar em riso frouxo. As piadas nem sempre são eficientes, embora consigam manter o um bom ritmo. Parte dessa “falta de humor”, atribuo ao fato do filme surgir como um negativo dos melodramas do diretor: se nestes, tínhamos toques de humor no meio do drama, em Os Amantes Passageiros o humor prevalece, abrindo alguns espaços para instantes emotivos. O Sr. Más (José Luis Torrijo) é bom exemplo: mais dramático, tem apenas alguns momentos de graça.

É um trabalho que deve figurar como menor na carreira de Almodóvar. Mesmo menor, mesmo sem a genialidade das antigas comédias, mesmo não sendo muito engraçado, é perceptível, entre um frame e outro, traços do gênio e de maturidade.

Primeiro, o uso das cores. Não é um filme com cores estouradas. Não! Neste, Almodóvar demonstra que a contenção no uso das cores se tornou uma de seus traços. As cores surgem de forma harmônica, compondo naturalmente o espaço. Não são usadas para detonar o riso, como em suas comédias da década retrasada. Também há contenção nos enquadramentos, cada vez mais elegantes.

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A alegoria política foi destacada pelo próprio diretor. A ideia de um avião voando em círculos com uma equipe inoperante é a imagem da Espanha atual. A classe econômica (maior parte dos tripulantes) é anestesiada enquanto alguns tomam a decisão (tripulação e classe executiva), estas limitadas pelas condições concretas (falta de aeroportos). Intencional ou não, podemos interpretar o final do filme como uma ideia otimista de que, depois das turbulências, vem o céu de brigadeiro. Apesar disso, essa alegoria não provoca o espectador; é apenas mais um elemento.

Entre qualidades e defeitos, Os Amantes Passageiros deve dividir os fãs. De qualquer forma, é uma delícia ver alguns dos atores ícones do diretor novamente em comédia almodovariana.

O Homem de Aço (2)

SUPERMAN CHEGA BOTANDO BANCA, E JÁ PRONTO PARA MAIS

O Homem de Aço é a aguardadíssima reimaginação para o cinema do primeiro super-herói de todos, Super-Homem. Levado às telas pela primeira vez, numa obra cultuada em 1978, o personagem seguiu até 1987 em mais três sequências. Sua qualidade, no entanto, foi gradativamente diminuindo. De qualquer forma, a presença do ator Christopher Reeve no personagem parecia intransferível. Falecido em 2004, o ator não chegou a presenciar a primeira reimaginação de seu imortalizado personagem. Ela aconteceu pelas mãos do talentoso Bryan Singer, em 2006, no subestimado “Superman – O Retorno”.

Singer declarava seu amor ao personagem e à produção original de Richard Donner, mas o público pareceu não querer embarcar nessa homenagem. Antes disso, como é muito sabido, artistas como Tim Burton (Sombras da Noite), Kevin Smith (Seita Mortal) e Nicolas Cage (O Resgate), estiveram envolvidos com o projeto de levar o personagem aos cinemas, em algum momento. Uma continuação para o filme de Singer nunca ocorreu, e a principal acusação é que a obra não possui cenas de ação. Isso foi levado em consideração quando o diretor Zack Snyder (Sucker Punch – Mundo Surreal) foi escolhido para a direção, sob a tutela do Midas, Christopher Nolan (O Cavaleiro das Trevas Ressurge), o produtor da obra.

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Ao longo da produção do filme boatos afirmando que essa seria uma versão mais realística e sombria do personagem apareciam aos montes. O fato não deixa de ser concreto. O Homem de Aço pode ser considerado exatamente isso, levando em conta que história aqui é sobre um alienígena de um planeta similar a Terra, porém muito mais desenvolvido, que chega ao nosso planeta e se descobre com poderes fantásticos e ilimitados, como superforça, velocidade, capacidade de voar, escutar e ver à distância, e ainda disparar raios de calor dos olhos. O fato tira muito do personagem, por não deixá-lo com falhas e vulnerabilidade. De fato, apesar de ser o precursor de todos os super-heróis, o Super-Homem é também o menos interessante.

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Os criadores compensam a falta de um material interessante, com muita criatividade. Por um lado, O Homem de Aço é em seu artesanato, um cinema blockbuster primoroso. A direção de arte é fantástica, somos apresentados ao planeta Krypton mais detalhado e bem trabalhado da história do personagem. É um local que gostaríamos de ver mais. A fotografia de Amir Mokri é belíssima. A trilha de Hans Zimmer é enérgica o suficiente para grudar na cabeça. E os atores vendem o filme como se estivessem buscando prêmios da Academia, mesmo que muitas vezes não possuam o melhor dos roteiros, ou diálogos memoráveis. Isso se mostra um fato principalmente nos encontros entre Lois Lane, papel da carismática e quatro vezes indicada ao Oscar, Amy Adams (O Mestre), e o protagonista, vivido por Henry Cavill (Fuga Implacável), que se sai muito bem no papel.

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As performances de Kevin Costner como Jonathan Kent, Diane Lane como Martha Kent, Michael Shannon como o vilão General Zod, e da bela alemã Antje Traue como a vilã Faora-Ul, merecem destaque. Apesar de tudo isso, os produtores parecem ter levado muito à risca a condenação do filme anterior, e entregam na segunda metade uma ação desenfreada. Não chega a ser indecifrável como em Transformers, mas pode incomodar por se tornar um pouco repetitivo. Já os fãs do personagem ficarão satisfeitos por finalmente assistir a tão esperada luta de deuses nas telas. Para todo o resto, menos poderia ser mais.

Truque de Mestre


UMA TRAMA INTRINCADA, MAS COM ÓTIMOS ATORES, NOS PEDE UM GRANDE SALTO DE FÉ

“Nunca confie nos truques de um ilusionista. Ele te mostra uma distração, para esconder o que não quer que veja: O verdadeiro truque”. Essa frase dita por Thaddeus Bradley, personagem do grande Morgan Freeman, serve como ideia central para todo o roteiro do novo Truque de Mestre, blockbuster da produtora Summit Entertainment (mesma casa do mega sucesso A Saga Crepúsculo).

2013 se mostrou o ano dos mágicos no cinema de Hollywood, e o tema dos artistas performáticos esteve em voga, abrangendo desde sucessos como Oz: Mágico e Poderoso até fracassos como O Incrível Burt Wonderstone. Aqui, quatro talentosos ilusionistas são recrutados por uma figura misteriosa, para que se unam e comecem a se apresentar nos palcos de Las Vegas sob a alcunha de “Os Quatro Cavaleiros”. E eles fazem exatamente isso.

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Daniel Atlas (Jesse Einsenberg, de Para Roma, Com Amor) é um grande ilusionista, um jovem egocêntrico que visa seu status e projeção pessoal. Merritt McKinney (Woody Harrelson, de Sete Psicopatas e um Shih Tzu) é um forte hipnotizador, que pensa apenas no lucro financeiro. Henley Reeves (Isla Fisher, de O Grande Gatsby) é uma artista da fuga, assim como Houdini. E Jack Wilder (Dave Franco, de Meu Namorado é um Zumbi) é um jovem mágico de rua iniciante.

Os quatro então combinam seus talentos e suas especialidades para dar um grande e impressionante show. Acontece que logo de cara, seu primeiro ato inclui o assalto a um banco na França. O fato chama a atenção de agentes do FBI, encabeçados pelo detetive Dylan Rhodes, vivido por Mark Ruffalo (Os Vingadores). Para piorar a situação do azarado oficial, uma agente francesa da Interpol chega para lhe ajudar no caso, papel da bela Mélanie Laurent (Toda Forma de Amor).

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Entra em cena também o milionário vivido pelo veterano Michael Caine (O Cavaleiro das Trevas Ressurge), que aparentemente banca o espetáculo dos artistas performáticos. Por esse anúncio já deu para perceber que um dos pontos mais fortes de Truque de Mestre é seu elenco impecável. Sem querer, ou talvez querendo, o filme reúne atores de outras obras adoradas. Como os veteranos Michael Caine e Morgan Freeman, vistos juntos na trilogia do Cavaleiro das Trevas, de Christoper Nolan.

Ver os dois juntos em cena novamente causa mais adrenalina do que qualquer perseguição no filme, claro que a cena escrita para os dois na qual trocam ameaças é boa e ajuda. Woody Harrelson e Jesse Eisenberg do Cult instantâneo, Zumbilândia, também voltam a compartilhar as telas. As cenas são boas, os diálogos satisfatórios, e as atuações nem precisa dizer. Com a escalação de um elenco desses, o diretor Louis Leterrier tira a sorte grande, e entrega, meio que sem querer, seu melhor filme até hoje.

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Sua filmografia inclui Carga Explosiva 2 e Fúria de Titãs, fato que tira um pouco o mérito do novo trabalho. O maior problema de Truque de Mestre é mesmo seu roteiro, que embora corretinho, faz exatamente o citado nas primeiras frases desse texto: procura nos ludibriar para que desviemos a atenção de uma trama confusa e sem sentido. Os esquemas mirabolantes confeccionados pelo quarteto por mais surreais e incríveis, podem ser perdoados em favor dessa ser uma produção pipoca de entretenimento.

Porém, o desfecho com a reviravolta final abusa de nossa credulidade mesmo para uma obra dessas. Não é justo crucificar um blockbuster por seu fim, e por mais que muitos não engulam o clímax da revelação, é seguro dizer que Truque de Mestre é um filme que prende na cadeira.

Meu Malvado Favorito 2

(Despicable Me 2)

 

Elenco:
Vozes no Original de: Al Pacino, Steve Carell, Jason Segel, Danny McBride, Russell Brand, Julie Andrews.

Direção: Pierre Coffin e Chris Renaud

Gênero: Animação

Duração: 95 min.

Distribuidora: Paramount Pictures

Orçamento: US$ 150 milhões

Estreia:

5 de Julho de 2013

Sinopse:

Uma comédia totalmente nova apresentando a volta do ex-super-vilão Gru (dublado no Brasil por Leandro Hassum), suas adoráveis garotas e os imprevisíveis e hilariantes Minions…além de uma série de novos personagens escandalosamente engraçados.

Agora que o empreendedor Gru deixou para trás uma vida de super crimes para criar Margô, Edith e Agnes, Gru, Dr. Nefário e os Minions têm algum tempo livre par aproveitar.

Mas, assim que ele começa a se adaptar ao seu novo papel como pai de família, uma organização ultra-secreta dedicada ao combate do mal em todo o mundo bate à sua porta. Agora, depende de Gru e de sua nova parceira, Lucy Wilde (com a voz de Maria Clara Gueiros) descobrir quem é o responsável por um crime espetacular e levá-lo à justiça. Afinal, é necessário o maior ex-vilão do mundo para capturar aquele que está tentando tomar seu lugar…

Unindo-se ao elenco que retorna para Meu Malvado Favorito 2 estão Floyd Eagle-san, proprietário do clube local de implantes de cabelo para homens e principal suspeito no crime mais desprezível de todo o mundo desde que Gru saiu de cena; Silas Bundovsky, o chefe de Lucy na Liga Anti-Vilões e um super-espião cujo sobrenome oferece risadas sem fim para os minions; Antonio (com a voz de Arthur Aguiar), o delicado objeto da afeição da adolescente de Margô (e supremo aborrecimento de Gru); e Eduardo Perez (dublado no Brasil por Sidney Magal), pai de Antonio, dono do restaurante Salsa & Salsa e o homem que pode ou não ser o super-vilão mais macho que jamais existiu, El Macho.

 

Curiosidades:

» Os roteiristas do original, Ken Daurio e Cinco Paul, são responsáveis por ‘Meu Malvado Favorito 2‘. Em seu lugar, foi contratado Al Pacino.

» As negociações com Javier Bardem (‘Comer, Rezar e Amar’) para dublar o vilão da animação ‘Meu Malvado Favorito 2‘ não vingaram. Ele iria emprestar a voz ao vilão El Macho.

Cine Agenda:

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Cartazes:

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João e Maria: Caçadores de Bruxas

(Hansel and Gretel: Witch Hunters)

Elenco:
Jeremy Renner, Gemma Arterton, Peter Stormare, Famke Janssen, Zoe Bell Zoe Bell, Monique Ganderton, Derek Mears, Thomas Mann, Christian Rubeck.

Direção:
Tommy Wirkola

Gênero:
Ação/Suspense

Duração:
88 min.

Distribuidora:
Paramount Pictures

Orçamento:
US$ 60 milhões

Estreia:
25 de Janeiro de 2013

Sinopse:
Depois de pegarem um gostinho por sangue quando crianças, João (Jeremy Renner) e Maria (Gemma Arterton) se tornaram vigilantes extremos, determinados a defender seu povo . Agora, sem que eles saibam, João e Maria passaram a ser a caça e têm que enfrentar um mal muito maior do que as bruxas… seu passado.

Curiosidades:

» Após a versão moderna de ‘Alice no País das Maravilhas’,
de Tim Burton, e três projetos sobre ‘O Mágico de Oz‘ e ‘A Branca de Neve‘, mais um clássico conto ganha sua reencarnação nas telonas: ‘João e Maria‘.

 

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A Escolha Perfeita

(Pitch Perfect)

Elenco: Anna Kendrick, Brittany Snow, Christopher Mintz-Plasse, Elizabeth Banks, Freddie Stroma, Adam DeVine, Alexis Knapp, Anna Camp, John Michael Higgins.

Direção: Jason Moore

Gênero: Comédia Musical

Duração: 105 min.

Distribuidora: Universal Pictures

Orçamento: US$ 17 milhões

Estreia: 7 de Dezembro de 2012

Sinopse: Em ‘A Escolha Perfeita‘, Beca é uma estudante gótica e rebelde que está bastante infeliz por ser obrigada a estudar na faculdade onde o seu pai é professor. Porém, na faculdade que ela descobre a sua voz e o seu jeito para a música.

Curiosidades:
» Baseado no livro de Mickey Rapkin.

 

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O Voo

(Flight)

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Elenco: Denzel Washington, Don Cheadle, Melissa Leo, John Goodman, Bruce Greenwood, Kelly Reilly.

Direção: Robert Zemeckis

Gênero: Drama

Duração: 138 min.

Distribuidora: Paramount Pictures

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: 8 de Fevereiro de 2013

Sinopse: O Voo‘ acompanha Whip Whitaker (Washington), um alcólatra que se torna um herói norte-americano quando consegue pousar uma aeronave comercial após uma pane no sistema. O problema é que ele estava sobre a influência de drogas e álcool no momento, e não aceita seu novo rótulo de salvador da pátria.

 

Curiosidades:
» O longa é dirigido por Robert Zemeckis, que volta a trabalhar em um filme live-action após comandar várias animações em CGI, como ‘O Expresso Polar‘, ‘A Lenda de Beowulf‘ e ‘Os Fantasmas de Scrooge‘.

» Primeiro filme live-action de Robert Zemeckis desde ‘Náufrago‘.

» John Gatins (‘Hardball – O Jogo da Vida’) roteiriza.


Trailer:


Cartazes:

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Fotos:

     

 

 

Minha Mãe é uma Viagem

(The Guilt Trip)

Elenco:

Seth Rogen, Barbra Streisand, Yvonne Strahovski, Colin Hanks, Adam Scott, Michael Cassidy, Kathy Najimy, Danny Pudi.

Direção: Anne Fletcher

Gênero: Comédia

Duração: — min.

Distribuidora: Paramount Pictures

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: Direto em DVD – 2013

Sinopse:

Andy Brewster está prestes a realizar a viagem de seus sonhos pelo país e quem melhor para acompanhá-lo do que sua autoritária mãe Joyce. Depois de decidir dar início à sua aventura com uma rápida
visita à sua mãe, Andy se vê forçado a levá-la com ele na viagem. Por 3.000 milhas de cenários sempre diferentes, ele constantemente se irrita com as artimanhas da mãe, porém, com o tempo, ele percebe que suas vidas têm mais em comum do que ele imaginava. Os conselhos de sua mãe podem acabar sendo exatamente aquilo que ele
precisa.

Curiosidades:

» O roteiro é baseado na experiência pessoal do roteirista Dan Fogelman (‘Carros’).

» A diretora Anne Fletcher, de ‘A Proposta‘ e ‘Vestida para Casar‘, comanda.

 

Trailer:

 



 

Cartazes:

 

Fotos:

 

Amor Profundo

(The Deep Blue Sea)

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Elenco: Rachel Weisz, Tom Hiddleston, Ann Mitchell, Jolyon Coy, Karl Johnson, Simon Russell Beale, Harry Hadden-Paton, Sarah Kants, Oliver Ford Davies, Barbara Jefford.
Direção: Terence Davies
Gênero: Drama
Duração: 99 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Orçamento: US$ — milhões
Estreia: 10 de Maio de 2013
Sinopse: Hester Collyer (Rachel Weisz) é a esposa de um juiz do Estado muito importante e influente, Sir William Collyer (Simon Russell Beale). Seu casamento tem afeto, mas morno. Hester envolve-se com um piloto aéreo (Tom Hiddleston) perturbado por suas experiências durante a guerra, em uma relação bem mais excitante. Quando os dois são descobertos, e uma tentativa de suicidio, Hester começa a questionar se todas as suas escolhas, foram corretas.

Curiosidades:
» —

Trailer:


Cartazes:

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Fotos:

  

Antes da Meia-Noite

(Before Midnight)

 

 

Elenco: 

Ethan Hawke, Julie Delpy e Seamus Davey-Fitzpatrick.

Direção: Richard Linklater

Gênero: Drama

Duração: 108 min.

Distribuidora: Diamond Films

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: 

14 de Junho de 2013

Sinopse: 

Antes da Meia-Noite‘ (Before Midnight) estreia com nove anos de diferença do último e dezoito anos após o primeiro. ‘Antes da Meia-Noite‘ foi filmado na Grécia, e volta a unir os protagonistas por uma noite. Depois do último encontro em Paris, Celine e Jesse se encontram novamente por acaso na Grécia. Esse reencontro promete selar para sempre o destino desse casal.

No primeiro filme, elem vivem um romance de uma noite em Viena, após se conhecerem em um trem. Nove anos depois, eles se reencontram em Paris, onde Jesse está promovendo o seu livro, que conta a primeira noite dos dois.

Curiosidades:

» ‘Antes da Meia-Noite‘ (Before Midnight) é sequência de ‘Antes do Amanhecer‘ (1995) e ‘Antes do Pôr do Sol‘ (2004).Ethan
Hawke
e Julie Delpy voltam a estrelar, como Jesse e Celine.

» Richard Linklater, diretor dos dois primeiros filmes, comanda. Tatra-se da conclusão da trilogia. LinklaterHawke e Delpy roteirizam.

 

Trailer:

Cartazes:

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Fotos:

 

Os Amantes Passageiros


APERTEM OS CINTOS… O PILOTO SUMIU… MAS O TESÃO APARECEU

 Os Amantes Passageiros é a nova comédia escrachada do cultuado cineasta espanhol, Pedro Almodóvar. Um dos mais prestigiados diretores da atualidade, o autoral Almodóvar tem o total processo criativo de suas obras, e sempre escreve o roteiro de seus filmes ao lado do irmão, Augustín (mesmo que extraoficialmente), o produtor de todos os seus filmes. Sem nunca ter filmado em Hollywood, ou sequer feito um filme falado em inglês, o cineasta possui um forte público nos Estados Unidos.

Diversos críticos por lá fazem questão de avaliar seus filmes, como fazem com diretores de renome, vide Woody Allen. Aliás, Allen é um cineasta a quem Almodóvar é deveras comparado. Seus projetos possuem, no entanto, um teor mais picante. Aqui, o diretor volta ao terreno das comédias escrachadas, que deixou de lado desde Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (1988), para se concentrar em obras mais densas e dramáticas.

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Seja qual for o caminho escolhido por Almodóvar (já que suas produções cômicas possuem forte teor de dramaticidade, e seus dramas mais cruciais levam um teor irônico), ele conseguiu cativar uma verdadeira legião de seguidores. Sua volta ao terreno das comédias rasgadas agora acontece com a autoridade de um grande mestre em sua arte. O vencedor do Oscar, pelo roteiro de Fale com Ela, apresenta aqui uma espécie de Apertem os Cintos… O Piloto Sumiu com forte apelo sexual, e vibração de anos 1970.

Os filmes do diretor não possuem papas na língua, e Almodóvar deixa escapar mais uma vez seu grande lado libertino. A história começa com a participação de velhos colaboradores do cineasta, Antonio Banderas e Penélope Cruz, hoje atores de renome em Hollywood. A dupla vive León e Jessi respectivamente, e seu descuido na primeira cena do filme é o que desencadeia o possível destino trágico da tripulação do voo da companhia Peninsula, para a Cidade do México.

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Somos jogados, meio que sem saber, numa crise aérea quando os pilotos e comissários de bordo tentam tranquilizar (a classe econômica literalmente) os passageiros do voo devido a um problema no trem de pouso. Problema esse que não permite que o avião faça a sua aterrissagem normal.

É durante esse momento extremo de aflição e luta por sobrevivência, que Pedro Almodóvar nos pede ao lado de seus passageiros, para relaxar e aproveitar 90 minutos de puro humor para maiores, em sua maioria, obviamente, fazendo uso de grande sexualidade. Três comissários homossexuais comandam o show, e para aliviar a tripulação da primeira classe distribuem bebidas alcoólicas com um “tempero” a mais. Logo todos estão numa literal viagem alucinada, talvez rumo aos últimos momentos de suas vidas. Os Amantes Passageiros é profano, insano, tarado, e acima de tudo hilário.

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As situações criadas pelo diretor são bem exploradas e servem igualmente para definir seus personagens principais, e usá-los como  motivo de risos. Temos elos com a trama fora da aeronave também, oferecidos através do personagem Ricardo Galán (Guillermo Toledo), um ator mulherengo que levou uma namorada à loucura, vivida por Paz Vega (Espanglês), e outra que está a caminho, papel da belíssima Blanca Suárez (A Pele que Habito).

O timing do diretor é perfeito, e sua trama fica no limite da caricatura, coisa que promete não ofender ou constranger os mais conservadores. Depois de ter ido ao “inferno” buscando inovar em seu chamado primeiro filme de terror, com A Pele que HabitoAlmodóvar escolhe uma obra leve e divertida para conduzir, demonstrando que é um artista sem limites e que consegue navegar de forma extremamente eficiente por diversos gêneros, sempre aplicando sua marca.

Ao som de “I´m So Excited” (título do filme para os americanos) das Pointer Sisters, Os Amantes Passageiros é puro Almodóvar, renovado para toda uma outra geração. Assim fazem os grandes diretores,  se adaptam aos novos tempos sem perder sua identidade.

Todo Mundo em Pânico 5

DEPOIS DE QUASE DEZ ANOS, OS FILMES-PARÓDIA CONTINUAM NA MESMA

Os filmes paródia, subgênero do qual a série Todo Mundo em Pânico faz parte, se utilizam de um humor terceirizado. Ou seja, seu roteiro baseia-se apenas na imitação cômica de variados filmes de sucesso. O fato torna impossível qualquer espécie de análise crítica mais aprofundada, já que a obra é apenas uma sucessão de piadas e esquetes nos quais a maioria dos elementos que fazem parte de todo filme, não se tornam necessários, como fotografia, trilha sonora, atuações, etc..

A única questão aqui é saber se você gosta desse tipo de filme. Se a resposta for sim, então muito provavelmente você irá gostar de Todo Mundo em Pânico 5, já que dentro do padrão estabelecido a produção não é das piores. Sem dúvidas é consideravelmente superior a alguns exemplares hediondos do subgênero, como EspartalhõesUma Comédia Nada Romântica, e as paródias recentes da série Crepúsculo. A série Todo Mundo em Pânico, mesmo vindo de um hiato de sete anos, pode ser considerada o que há de melhor no subgênero. O que realmente não quer dizer muito.

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Verdade seja dita, tal subgênero é atraente basicamente para os jovens. Os mais velhos e pessoas com um humor mais refinado, e gosto um pouco mais sofisticado, sabem que esse tipo de filme perdeu a força lá atrás, na década de 1990. Filmes precursores como Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu…Corra que a Polícia Vem Aí, e até mesmo Top Gang, marcaram época e cravaram seu lugar na história do cinema com um humor non-sense.

Mas acima de tudo, o que tais filmes possuíam eram cenas que funcionavam, atores que vendiam bem a ideia, e milhares de gags por frame. O primeiro Todo Mundo em Pânico tentou revitalizar o subgênero para a última década, mas mesmo lá notávamos um teor muito maior de piadas de baixo calão. Coisa que continua até hoje, tendo perdido seu gás rapidamente há muito tempo. A ideia agora parece ser chocar com um humor sujo o tempo inteiro, e piadas envolvendo basicamente tombos, coisas caindo em cabeças, e todo tipo de briga ou acidentes.

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É um tipo de humor muito infantil para os maiores de idade se importarem. Sobram as paródias, que até exibem certa criatividade e graça na hora de desmistificar produções recentes de sucesso, e quem dera se empenhassem mais nisso e menos em panelas batendo em cabeças. O que recai em outro quesito: depende de você ter assistido aos filmes dos quais estão tirando sarro, já que os filmes-paródia podem ser considerados um festival de spoilers (aqui basicamente reprisam o final do recente terror Mama).

Além de Mama, os filmes “homenageados” da vez são Atividade ParanormalPlaneta dos Macacos – A OrigemEvil Dead – A Morte do DemônioCisne NegroA OrigemHistórias Cruzadas, e até mesmo o famoso livro 50 Tons de Cinza. O início com Charlie Sheen e Lindsay Lohan, dois renegados de Hollywood, é a melhor parte e brinca em cima de seu atual status (mais uma vez funciona apenas se você estiver a par da situação dos atores).

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A jovem Ashley Tisdale, oriunda de produções da Disney para a TV, tem como missão substituir a antiga protagonista da série, Anna Faris. Tisdale exibe carisma e mostra que merece mais, assim como seus companheiros de Disney, Vanessa Hudgens e Zac Efron.

E para quem execrou o filme Para Maiores, lançado no início desse ano, e que reunia diversos esquetes grosseiros e incorretos, pensemos pelo seguinte lado: Para Maiores faz uso de um elenco melhor e de um humor ao menos original em relação aos filmes paródia.

Guerra Mundial Z (2)

BRAD PITT VIAJA PELO MUNDO NO 007 DOS FILMES DE ZUMBIS

Guerra Mundial Z, superprodução estrelada pelo astro Brad Pitt, serve de claro exemplo do papel negativo e positivo da atual imprensa especializada em cinema. A parte negativa diz respeito as inúmeras notícias dadas ao longo da produção da obra: Informações que revelavam as diferenças entre o filme e o livro no qual é baseado, do escritor Max Brooks (filho do icônico humorista e diretor Mel Brooks), problemas, refilmagens (o final precisou ser refeito), e todo tipo de novidade que traziam para Guerra Mundial Z uma má fama.

O tipo de coisa digna de verdadeiras “bombas”. Tais informações podem ter jogado em muita gente um balde de água fria. Por outro lado, os críticos trataram de fazer seu papel e impulsionaram o filme junto ao público, uma vez que avaliaram a obra de maneira positiva. Foi surpresa para a maioria que esperava uma produção bagunçada, concluir que Guerra Mundial Z é um blockbuster caprichado e eficiente. Embora baseado no citado livro de Brooks, o filme realmente só pega a ideia central de uma epidemia zumbi e seu título.

5

Na obra literária eram reveladas experiências pessoais de diversas pessoas ao redor do mundo, em relação a pandemia. No filme, seguimos apenas os passos de Gerry Lane (Brad Pitt), um ex-funcionário das Nações Unidas. Na primeira cena, vemos o protagonista ao lado da família – a esposa (Mireille Enos, de Caça aos Gângsteres) e as duas filhas pequenas, e entendemos que o sujeito abandonou o trabalho que exigia dele muito tempo afastado do lar.

E logo de início também, de forma não anunciada, presenciamos o ataque fulminante no meio da cidade – cena mostrada nos trailers. Sem maiores explicações pessoas atacam outras e o caos se instala. O roteiro da obra é estruturado em três etapas. Na primeira, Pitt foge ao lado da família, enfrentando eventos inexplicáveis e surreais. É o desespero inicial, a reação às ações assustadoras. Pessoas lutam nos mercados em busca de suprimentos e tentam refugiar-se em locais seguros, como prédios.

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Esse primeiro momento exibe traços de Guerra dos Mundos, de Spielberg, e Extermínio, de Danny Boyle. Na segunda etapa, Pitt deixa a família em segurança num grande porta aviões no meio do mar, e parte com uma equipe de militares a fim de localizar o paciente zero, a fonte da epidemia. É aí que as viagens do personagem pelo mundo começam; ele parte para a Ásia e depois para o Oriente Médio.

Recebe dicas do personagem de David Morse, que apresenta a teoria da remoção dos dentes como solução, e Matthew Fox (o Jack de Lost) tem uma aparição no estilo piscou perdeu. Esse trecho exibe contornos de blockbuster, uma espécie de 007 zumbi, com grandes cenas de ação elaboradas – perseguições, quedas de helicópteros e o já famoso montinho de zumbis, que se deslocam como uma corrente de água.

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O diretor da obra é Marc Forster, um cineasta artístico (A Última CeiaMais Estranho que a Ficção) com a propriedade de comandante de superproduções (007 – Quantum of Solace). E é nesse momento que Forster pode exibir sua veia para a megalomania. É aqui também que conhecemos uma das melhores coisas do filme, a israelense Daniella Kertesz, que vive a militar Segen, uma personagem importante e marcante para a trama.

Por fim, o terceiro ato é onde os envolvidos realmente homenageiam o cinema original de zumbis, com os personagens enclausurados num laboratório, recheado de mortos-vivos, em busca da possível cura. Esse é o trecho minimalista onde o suspense impera. Guerra Mundial Z é um dos mais realísticos filmes a abordar o tema fantástico dos zumbis. Uma obra urgente e acelerada, que lida com um grande problema de forma inteligente.