quarta-feira, abril 24, 2024

Teu Passado Te Condena | Conheça os Execráveis Filmes de Grandes Atores – Parte 1

Como dizem por aí: é preciso dar o primeiro passo. Todos os atores consagrados tiveram que começar em algum momento e, nem sempre, o primeiro trabalho é aquele drama ou suspense de um diretor renomado. 

São raros os casos dos primeiros papéis no cinema que já renderam uma indicação ao Oscar. Mesmo Haley Joel Osment indicado aos 11 anos por Sexto Sentido (1999), de M. Night Shyamalan, já havia trabalhado em outras 22 produções anteriormente. Entre elas, quatro eram filmes para o cinema, um deles foi o papel do filho de Forrest Gump, no filme de mesmo nome de 1994. 

Outro caso recente é a fabulosa performance de Austin Butler, como o imortal cantor no filme Elvis. Previsto como um dos prováveis indicados aos Oscars 2023, o ator de 31 anos começou novinho em participações especiais em seriados como Hannah Montana, iCarly, The Carrie Diaries e Arrow

Portanto, ele teve um longo caminho até o personagem Tex Watson em Era Uma Vez… em Hollywood (2019), de Quentin Tarantino e, finalmente, um protagonista. O resto da história veremos na cerimônia do Oscar em março do próximo ano.  

Acredito que a este ponto, você tenha entendido o objetivo da lista, vamos escolher um filme chave, ou seja, vergonhoso, de atores atualmente renomados e até indicados ao Oscar. Esta é a primeira parte, porque são muitos exemplos. Se você curtir, a gente tira mais nomes dos arquivos. 

James FrancoCorrendo Atrás (2000)

O filme citado é uma adaptação moderna do conto de Cyrano De Bergerac e possui 16% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes (RT). Com uma indicação ao Oscar por 127 Horas (2010), James Franco fez muitos filmes de gosto duvidoso, vide Annapolis (2006) e Tinha que ser Ele? (2016)

Após a comédia romântica teen Correndo Atrás, o estrelato chegou quando James Franco encarnou o melhor amigo de Peter Parker em Homem-Aranha (2002) e ganhou vários prêmios. Entre papéis sérios, como O Artista do Desastre (2018), e outro mais jocoso, Spring Breakers: Garotas Perigosas (2012) e É o Fim (2013), é inegável sua atual notoriedade. 

Não deixe de assistir:

Por outro lado, seu parceiro em Correndo Atrás, Shane West, nunca conseguiu o mesmo sucesso no cinema. Seu filme mais conhecido é o romance teen Um Amor Para Recordar (2002) e participações em seriados, como Gotham (2019). Ou seja, não é todo mundo que consegue prosperar em Hollywood. 

Jude Law – Atração Irresistível (1998)

Muito antes de encantar a geração Z como Alvo Dumbledore na saga Animais Fantásticos, Jude Law protagonizou a bizarra comédia romântica Atração Irresistível (1998). Na trama, o ator vive Danny, um jovem que cresceu acreditando que estava destinado a se casar com a garota que ele ajudou a dar à luz aos cinco anos de idade. Tempos depois, ele procura a garota e faz de tudo para casar-se com ela. 

Com 33% de aprovação no RT, o filme é um dos piores da carreira do ator. No ano anterior, ele tinha participado do ótimo sci-fi Gattaca – Experiência Genética (1997), ao lado de Ethan Hawke e Uma Thurman.

Para provar que este filme é apenas uma falha na matriz, Jude Law estrelou logo depois O Talentoso Ripley (1999) e ganhou uma indicação ao Oscar. Depois veio outra indicação por Cold Mountain (2003) e dezenas de nomeações pelo dramático Closer – Perto Demais (2004). 

Matthew McConaughey – Armações do Amor (2006) e outros

Dirigido por Tom Dey (Temporada de Casamentos), Armações do Amor é o karma no passado de duas estrelas de Hollywood, com 23% de aprovação no RT. Na época, Matthew McConaughey e Bradley Cooper eram conhecidos por fazer filmes de zoeira, isto é, comédias “vida loka”. 

McConaughey fez sua estreia no cinema e marcou época no adorável Jovens, Loucos e Rebeldes (1993), de Richard Linklater, logo em seguida ele fez vários papéis curtos em comédias e dramas, como Somente Elas (1995), com Drew Barrymore, até protagonizar duas famosas comédias românticas nos anos 2000 e ser marcado pelo estilo galã [feio] do gênero, são elas: O Casamento do Meus Sonhos (2001), ao lado de Jennifer Lopez, e Como Perder um Homem em 10 Dias (2003), ao lado de Kate Hudson

Três anos depois veio Armações do Amor (2006), ao lado de Sarah Jessica Parker, no qual ele faz um marmanjo que não quer sair da casa dos pais. Logo depois, ele estrelou Minhas Adoráveis Ex-Namoradas (2009), com Jennifer Garner. E, entre eles, ainda ocorreu o insosso Um Amor de Tesouro (2008), novamente com Kate Hudson. 

Após um enxurrada de mesmice, o ator começou a respirar novos ares e impressionar o público com Killer Joe – Matador de Aluguel (2011) e, dois anos depois, chega aos cinemas Clube de Compras Dallas (2013), pelo qual o ator ganha um Oscar e entra no nível A de Hollywood finalmente. De lá para cá, ele obteve apenas outros dois sucessos, uma ótima ponta em O Lobo de Wall Street (2013), e o astronauta de Interstellar (2014), de Christopher Nolan, mas segue na classe A. 

Bradley Cooper – Mais Um Verão Americano (2001)

Sabe aqueles filmes de acampamento norte-americanos que todos anos eram lançados durante o verão no hemisfério norte? Os espectadores da Sessão da Tarde, na Globo, e do Cinema em Casa, no SBT, foram inundados do gênero entre os anos 1990 e início dos anos 2000. Uma delas é a paródia Mais Um Verão Americano, na qual  Bradley Cooper protagonizou uma relação homossexual com direito a casamento, mas mesmo assim o filme tem cotação 37% no RT. A Netflix lançou uma minissérie baseada na comédia em 2015.

Desde essa estreia, com pinta de galã que não sabe atuar, Cooper foi relegado a papéis secundários durante muito anos. Ele foi amigo do protagonista em Armações do Amor (2006); o noivo arrogante de Penetras Bom de Bico (2005); colega de Jim Carey em Sim, Senhor (2008) e um boy lixo no Ele Não Está Tão a Fim de Você (2009). 

Sem esquecer o medonho Maluca Paixão (2009) com 6% de aprovação da crítica e público no RT e considerado um dos piores filmes da história. No mesmo ano, a sorte de Cooper mudou ao protagonizar a comédia fora da caixinha Se Beber, Não Case (2009), de Todd Phillips (Coringa) e as suas continuações. 

A partir dali, ele ganhou dois papéis sérios de protagonistas no curioso Sem Limites (2011) e o monótono As Palavras (2012). Mal ou bem, ele conseguiu ser escalado como protagonista no filme de David O. Russell, O Lado Bom da Vida, ao lado de um elenco brilhante. Assim, chamou a atenção da Academia de Hollywood e arrematou uma indicação inesperada. 

Desse modo, ele entrou no esquadrão classe A, virou guaxinim na Marvel, transformou Lady Gaga numa estrela do cinema e estrelou o último filme de Guillermo Del Toro

Chris Evans – Não é mais um Besteirol Americano (2001)

Tal como Bradley Cooper, Chris Evans começou no cinema com personagens “bonitinhos, mas ordinários”. A lista de filmes considerados ruins pela crítica é enorme, mas começamos por sua estreia. Após o sucesso de Todo o Mundo em Pânico (2000), a Columbia Pictures apostou em fazer uma paródia dos high school movies, mas a pegada de comédia passou longe e só vemos constrangimentos em cena, com 30% no RT. 

Esse é só o começo de uma escala sem fim de filmes bem mais ou menos, como Nota Máxima (2004), com 13% no RT; o suspense Celular (2004), ao lado de Kim Basinger, com nível 56%; além do Tocha Humana em Quarteto Fantástico (2005), massacrado pela crítica, com 28% de aprovação, etc. 

Antes de tornar-se o Capitão América e afastar o karma de personagens esdrúxulos por um tempo, ele participou como um dos ex-namorados de Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead) em Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010). Em 2012, no mesmo ano em que Capitão América: O Primeiro Vingador chegou às telas, três meses depois foi lançado Qual o seu Número?, uma boba comédia romântica com Anna Faris

Se não fosse Capitão América na vida de Chris Evans, ele estaria ainda em papéis ridículos até hoje, vide sua volta ao passado com Lloyd Hansen, em Agente Oculto (2002), da Netflix

Quem mais você acredita que tenha um passado de talento duvidoso no cinema? Deixa aqui nos comentários para entrar na segunda parte dessa lista.

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Letícia Alassë
Crítica de Cinema desde 2012, jornalista e pesquisadora sobre comunicação, cultura e psicanálise. Mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade Paris VIII, na França e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada por explorar o mundo tanto geograficamente quanto diante da tela.

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