quinta-feira, abril 25, 2024

10 Filmes que Abordam a Guerra e o Regime Talibã no Afeganistão

O mundo está em choque! Há pouco mais de uma semana, o grupo extremista Talibã assumiu completamente o Afeganistão, tomando o poder no país. As forças Americanas, presentes no local desde 2001 – após os atentados terroristas de 11 de setembro, em Nova York e outras cidades dos EUA, levantou acampamento e se retirou, abrindo espaço para a retomada do regime ditatorial. Como prometeu o novo presidente norte-americano Joe Biden, os EUA estão terminando a guerra – que custou trilhões de dólares aos seus cofres, afinal foram 20 anos injetados garantindo mudanças sociais relevantes no país do Oriente Médio.

As cenas de desespero da população lotando os aeroportos de Cabul (capital e maior cidade do Afeganistão) para conseguir vaga em aviões e deixar o país, alguns inclusive perdendo as vidas ao se pendurarem do lado de fora das aeronaves enquanto decolavam, dominaram as redes sociais e ficarão para sempre marcadas em nossas memórias como um dos períodos mais sombrios de nossa humanidade. O que preocupa e muito nesta situação é a forma com que o grupo interpreta os fundamentalismos islâmicos, muito reportado como uma forma equivocada, extremista e terrorista. Durante seu domínio antes da entrada americana em 2001, por exemplo, as mulheres não podiam estudar, trabalhar, sair nas ruas desacompanhadas dos homens ou sequer mostrar o rosto; sofrendo represálias terríveis caso o fizessem.

A população continua a sair do Afeganistão aos milhares, e enquanto diversos países do mundo se reúnem em situação de emergência para definir como tratar o caso, não sobra muito espaço para qualquer sentimento além da preocupação e da tensão. O cinema é sempre uma arma cultural muito eficaz para mergulharmos em determinadas realidades e as compreendermos um pouco melhor, mesmo que muitas vezes estejam bem distantes de nós. Desta forma, selecionamos algumas produções que abordam o Afeganistão e o Talibã para dimensionarmos um pouco mais tal cenário. Confira abaixo e comente.

Rambo III

O terceiro filme da franquia Rambo tem estado muito em voga atualmente após o domínio do Talibã no Afeganistão. Protagonizado por Sylvester Stallone, o filme mostra o herói de guerra combatendo não os afegãos, mas se unindo a eles para expulsar de seu país os então soviéticos (hoje russos) – principal inimigo dos EUA desde a década de 1950. Na trama, Rambo se une e confraterniza com os Mujahideen, tidos na época como guerreiros da liberdade, mas que anos depois evoluíram para se tornarem justamente o Talibã. O filme foi lançado em 1988 e no ano seguinte, as forças soviéticas deixavam o Afeganistão. Ou seja, em partes os EUA de Rambo ajudaram a criar os que são hoje alguns dos maiores inimigos da liberdade. Teria sido interessante ver um filme de Rambo em meados da década de 2000, onde o personagem precisava se voltar contra seus antigos aliados.

Jogos do Poder

Um filme mais sério, embora possua um forte humor ácido em sua narrativa, que aborda o mesmo tema de Rambo III é este Charlie Wilson’s War (no original), lançado em 2007. Essa é a história real dos bastidores daquela guerra, travada ainda na década de 1980. Charlie Wilson foi um congressista texano, que ao lado de uma rica socialite conservadora e um agente da CIA foram os responsáveis por armar os Mujahideen e dar apoio para a expulsão dos soviéticos de seu território, criando assim o Talibã anos mais tarde. Jogos do Poder traz um elenco de primeira, com Tom Hanks, Julia Roberts, Phillip Seymour Hoffman, Amy Adams e Emily Blunt.

A Hora Mais Escura

Aqui temos o outro lado da moeda. Após de terem ajudado os afegãos a combaterem os soviéticos, doze anos depois os americanos se viram alvo do “monstro” que ajudaram a criar, quando a Al Qaeda de Osama bin Laden, saída dos domínios do Talibã, realizou ataques terroristas em território dos EUA. A Hora Mais Escura, de 2012, foi indicado a melhor filme no Oscar, é dirigido por Kathryn Bigelow (a primeira mulher a vencer o Oscar de direção) e narra a história de uma mulher agente da CIA (papel de Jessica Chastain) à frente da campanha para capturar o terrorista.

Não deixe de assistir:

Máquina de Guerra

Protagonizado por Brad Pitt no papel de um General do exército americano (com direito a cabelos brancos), esse filme se alinha mais com a política de Joe Biden de encerrar a guerra no Afeganistão após 20 anos de incursão dos EUA no país. Pitt é um militar enviado para “limpar” a situação após, então, oito anos de guerra no país. E o que ele encontra são soldados americanos cansados e desmotivados, visando unicamente retornarem ao seu país. Assim como Jogos do Poder, Máquina de Guerra possui um forte tom satírico e é uma produção original da Netflix de 2017.

Leões e Cordeiros

Após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, a atenção do mundo se voltou ao Afeganistão. Era um momento muito sensível e diversos filmes de entretenimento precisaram mudar detalhes em suas tramas para evitar o desconforto geral. Porém, em meados da mesma década tivemos o que ficou conhecido como o “cinema pós-11 de setembro”, onde cineastas puderam finalmente falar sobre o ocorrido em suas obras, tendo passado algum tempo. Um deles foi este drama político de 2007, dirigido por Robert Redford e estrelado pelo próprio, Meryl Streep e Tom Cruise. O filme contém três histórias entrelaçadas: um político (Cruise) dá entrevista a uma jornalista (Streep) sobre a situação no Afeganistão; dois soldados lutam tal guerra; e um professor (Redford) tenta inspirar seus alunos partindo para a guerra.

Uma Repórter em Apuros

O interessante do cinema é que diversos ângulos podem ser dados a um mesmo assunto, abordando diferentes olhares de vidas que são abaladas ou que afetam uma situação. Aqui, nesta comédia ácida, o foco é nos repórteres de guerra, designados a cobrir a situação no Afeganistão. O filme é a biografia de Kim Barker (vivida por Tina Fey), baseado em seu livro ‘The Taliban Shuffle: Strange Days in Afghanistan and Pakistan’ e fala sobre a “comunidade” de jornalistas do mundo inteiro que se formou no local cobrindo o conflito. O longa foi um dos primeiros trabalhos de Margot Robbie no cinema.

A Ganha-Pão

Agora adentramos os filmes que mostram a cruel realidade do povo afegão, em especial as mulheres, sob o domínio Talibã. Nessa animação de 2017 indicada ao Oscar, e produzida por Angelina Jolie, temos a história de Parvana, uma menina de 11 anos precisando se disfarçar de menino para sustentar sua família, após seu pai ser preso pelo Talibã injustamente. O filme se passa em 2001, antes da entrada dos EUA no país, quando era estritamente proibido qualquer avanço social da mulher, fosse estudar, trabalhar ou sequer sair na rua desacompanhada de um homem. Embora seja uma animação, o filme é extremamente tocante e muito revelador.

Malala

Documentário biográfico de 2015 sobre a menina Malala Yousafzai, personalidade que se tornou uma das maiores combatentes do regime Talibã. Malala sofreu uma tentativa de assassinato do grupo extremista, sendo alvejada por uma bala. Seu crime? Defender os direitos das mulheres em estudar e terem uma educação, e simplesmente ir à escola. O ataque foi feito ao ônibus escolar. Malala sobreviveu e se tornou um símbolo contra o terror, indo discursar nas Nações Unidas e ganhando um Prêmio Nobel da Paz.

O Caçador de Pipas

Baseado no best-seller do afegão Khaled Hosseini, o filme de 2007 conta a história de dois meninos melhores amigos na infância, Amir e Hassan. A entrada dos russos no Afeganistão no fim dos anos 1970 termina por separar a amizade dos garotos, com Amir e o pai indo viver nos EUA. Muitas décadas depois, Amir se torna um escritor bem sucedido, mas precisa retornar ao seu velho país após receber uma ligação vinda diretamente de seu passado. Agora ele precisará enfrentar uma nova ameaça: o regime Talibã.

A Pedra da Paciência

Produção afegã de 2012, o filme é protagonizado pela iraniana Golshifteh Farahani. Dando a visão única da mulher no país desolado pela guerra, A Pedra da Paciência dá voz a uma de tantas sofredoras angustiadas e aprisionadas pela cultura local. A atriz vive uma personagem sem nome no filme, chamada apenas de “a mulher”, analogia para toda e qualquer mulher do país dentre milhões. Sua vida se resume a cuidar do marido em estado vegetativo após ter sido alvejado por uma bala no pescoço e abandonado por tudo e todos, restando apenas a lealdade forçada de sua esposa. A protagonista aproveita o estado inativo do companheiro para começar a falar com ele, falar de verdade como nunca antes, mesmo estando casados há dez anos. Ela resolve desabafar sobre coisas que nunca pôde antes, como sua infância, seu sofrimento, frustrações, solidão, sonhos e desejos.

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