sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica | Chloe: Minissérie de suspense psicológico é maravilhosa, mas pode desapontar com seu final

Explorando o submundo das redes sociais, mais precisamente do Instagram, Alice Seabright constrói a minissérie Chloe como um thriller psicológico dúbio diante da audiência. Ainda que possua um objetivo maior em sua trama, a criadora de Sex Education tenta também fazer uma reflexão mais profunda sob a suposta perfeição constantemente vendida publicamente em fotos bem elaboradas e “espontaneamente” posadas – em contraste com a vida nada glamourosa e às vezes até mesmo sofrida existente no modo offline. E a produção original da Amazon Prime Video até consegue entregar isso, mas com pequenas ressalvas em seu percurso.

Na trama, Becky Green é uma isolada jovem que divide seu tempo entre cuidar da mãe doente – diagnosticada com câncer – e sua obsessão pelo Instagram da ex melhor amiga de infância Chloe, com quem não tem contato há anos. Ao descobrir da sua repentina morte, Becky decide se infiltrar no seu círculo de amizades, o que a leva a adotar uma nova identidade, à medida em que gradativamente começa a assumir a perfeita vida que antes pertencia à sua antiga amiga. E ao longo de seis episódios, Seabright convida a audiência para a perturbadora visão da protagonista, brilhantemente vivida por Erin Doherty (The Crown), conforme também acompanhamos cada duvidoso passo dado por ela.

O que torna Chloe uma série tão instigante é a forma como Doherty rapidamente no arrebata para sua vida dupla como Becky e Sasha. Em uma performance poderosa e complexa, ela nos toma de maneira súbita, vidra nossa atenção em seus olhos claros e nos motiva a querer seguir seus movimentos a cada cena. Contracenando ao lado de um elenco de apoio muito bom, ela sabe trabalhar com dinamismo e carisma com os demais personagens, mas sempre mantendo nossas atenções em sua linguagem corporal – que ora entrega uma inquietação latente, ora entrega uma extrema necessidade de autocontrole das emoções.

Sempre alternando em suas performances, Doherty dá vida a duas personagens em uma só e faz os episódios fluírem de forma ágil. Com sua atuação combinada a um roteiro bem desenvolvido, Chloe sabe conquistar a audiência a cada capítulo por justamente explorar a tensão narrativa de forma crescente. E à medida em que Becky tenta assumir uma vida que não lhe pertence, também somos confrontados em relação à nossa visão da personagem: seria ela uma vilã ou uma mocinha com decisões questionáveis? Esse constante questionamento torna Chloe uma experiência agridoce, em uma relação de amor-ódio e compreensão com essa jovem que, ainda que esteja tomando decisões nada ortodoxas, tem seus motivos admiráveis e justificáveis.

Com um plot twist que nos pega um pouco de surpresa – ainda que se torne perceptível no início de seu último episódio, a série de suspense psicológico entrega uma boa história. Desenvolvendo seus personagens coadjuvantes de forma efetiva e rápida, a produção ainda faz suas pequenas reflexões sobre as ilusões que criamos diante da vida social compartilhada em redes como Instagram, Facebook e TikTok – embora nenhuma dessas ponderações crie raízes profundas na nossa mente. Mas com um encerramento pouco criativo, Chloe pode até desapontar alguns amantes do gênero que buscam finais mais emblemáticos. Mas independente disso, a original BCC e Amazon Prime Video é uma excelente e eletrizante jornada que vale uma maratona sim. Só controle suas expectativas.

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