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O Último Exorcismo – Parte 2

(Beginning of The End – The Last Exorcism II)

 

Elenco: Ashley Bell, Andrew Sensenig, Spencer Treat Clark, Judd Lormand, Raeden Greer, Julia Garner, Cristina Franco, Muse Watson, E. Roger Mitchell, David Jensen.

Direção: Ed Gass-Donnelly

Gênero: Terror

Duração: — min.

Distribuidora:
PlayArte Pictures

Orçamento: US$ — milhões

Estreia:
10 de Maio de 2013

Sinopse: O último exorcismo feito em Nell Sweetzer não foi infalível. Ela está de volta… assim como seus demônios.

Continuando onde o primeiro filme parou, a adolescente Nell Sweetzer
é encontrada suja e apavorada na floresta após escapar de um ritual em que um demônio a ajudou a dar à luz a um bebê demônio. Confusa e assustada, Nell é examinada por médicos, mas ela não se lembra muito sobre os meses anteriores, exceto que, como resultado de tudo, sua família agora está morta.
Ela é internada em uma casa de meninas em Nova Orleans, onde ela vai tentar recomeçar sua vida, com a ajuda do terapeuta Frank Merle. Ela até começa a namorar um rapaz chamado Chris e inicia um trabalho em um hotel local.

Mas algo não parece bem para Nell. Ela está sendo procurada pelo demônio que a possuía no primeiro O Último Exorcismo. Ele quer Nell, mas de uma maneira diferente da anterior…

Curiosidades:

» O desconhecido Ed Gass-Donnelly dirige, e Damien Chazelle
(‘Guy and Madeline on a Park Bench’) roteiriza.

» ‘Último Exorcismo‘ foi bastante rentável
para a Strike Entertainment: custou míseros US$ 1,8
milhão, e arrecadou mais de US$ 62,5 milhões
mundialmente.

» Eli Roth (‘O Albergue’) e Andrew Gurland produzem.

Trailer:

 

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As Viagens de Gulliver

(Gulliver’s Travels)

 

Elenco: Jack Black, Jason Segel, Emily Blunt, Amanda Peet, Chris O’Dowd.

Direção: Rob Letterman

Gênero: Comédia/Ação

Duração: 85 min.

Distribuidora: Fox Film

Estreia: 14 de Janeiro de 2011

Sinopse:
Lemuel Gulliver (Jack Black) é um empregado do setor de correspondência de um jornal de Nova York que resolve viajar para escrever uma matéria sobre o Triângulo das Bermudas e acaba sendo transportado para uma terra desconhecida, Lilliput. Nesse mundo fantástico, ele finalmente se torna uma grande figura – em tamanho e no ego; principalmente quando começa a contar histórias mirabolantes em que leva o crédito pelas maiores invenções do seu mundo, colocando-se numa posição de destaque como participante de acontecimentos históricos. E isso só piora quando ele lidera seus novos amigos numa desafiadora batalha contra seus inimigos de longa data.

 

Curiosidades:

» O lançamento será em 3D. A Fox, responsável pela distribuição do fenômeno ‘Avatar’, decidiu seguir os passos na Warner Bros. e converter As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada‘ e ‘As Viagens de Gulliver‘ para o formato.

» Emily Blunt (‘O Diabo veste Prada’) teve de deixar o elenco de ‘Homem de Ferro 2‘ para finalizar sua participação neste.


Trailer:

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A Religiosa

(La Religieuse)

 

Elenco:

Pauline Etienne, Isabelle Huppert, Louise Bourgoin, Agathe Bonitzer, Alice de Lencquesaing, Fabrizio Rongione, François Négret, Françoise Lebrun.

Direção: Guillaume Nicloux

Gênero: Drama

Duração: 114 min.

Distribuidora: Imovision

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: 06 de Setembro de 2013

Sinopse:

No século XVII, a jovem Suzanne (Pauline Étienne) sonha em ter uma vida livre, mas seus pais têm outros planos para ela: colocá-la em um convento. Embora resista aos planos, Suzanne é forçada a seguir a preparação para a vida religiosa, entre madres superiores tirânicas, e outras carinhosas em excesso… Aos poucos, a jovem começa a preparar seu plano de fuga.

Curiosidades:

» Indicado para a Competição Oficial do 63º Berlin Film Festival

» Baseado no romance de Denis Diderot

Trailer:

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One Direction: This is Us

(One Direction: This is Us)

 

Elenco:

Harry Styles, Liam Payne, Louis Tomlinson, Niall Horan, Zayn Malik.

Direção: Morgan Spurlock

Gênero: Documentário, Musical

Duração: 92 min.

Distribuidora: Sony Pictures

Orçamento: US$ 10 milhões

Estreia: 06 de Setembro de 2013

Sinopse:

A banda One DirectionNiall Horan, Zayn Malik, Liam Payne, Harry Styles e Louis Tomlinson – foi descoberta por Simon Cowell em 2010 na versão britânica do programa “The X Factor”. O grupo tornou-se uma das atrações mais populares
da competição, terminando entre os três finalistas e conquistando muitos fãs pelo caminho. Em março de 2012, o álbum de estreia deles, “Up All Night“, fez história nos Estados Unidos, sendo a primeira vez em que um álbum de uma banda britânica estreou em primeiro lugar na parada da Billboard. A banda já vendeu mais de 13 milhões de álbuns em todo o mundo. Hoje, o One Direction lançou seu segundo album, “Take Me Home“, que traz o single “Live While We’re Young.”

Curiosidades:

» Morgan Spurlock (“Super Size Me – A Dieta do Palhaço”) dirige.

Trailer:

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A Filha do Meu Melhor Amigo

NENHUMA BELEZA AMERICANA

Exibido pela primeira vez em 2011, no Festival de Toronto, esse filme penou até conseguir ser lançado no Brasil. Com o título original de The Oranges, a produção terminou com o genérico A Filha do Meu Melhor Amigo, por aqui. Não são ótimos esses títulos brasileiros que tentam simplificar a história, ao mesmo tempo enfiando no título a sinopse da obra. Será que o público por aqui não se dá nem ao trabalho de ler sobre o que o filme se trata, e precisa ter o título lhes dizendo.

A distribuidora nacional deve ter ficado na corda bamba para saber se lançava o filme nos cinemas, mesmo com atraso, ou em vídeo – o que seria mais indicado. Mais uma vez friso o fato de que ao invés de comédias banais como A Filha do Meu Melhor Amigo, os cinemas brasileiros dispensam sensações como Spring Breakers – Garotas Perigosas, e filmes importantes como 42 – A História de uma Lenda. Mas a culpa principal é do grande público que se contenta em assistir a mesma coisa pela milésima vez.

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A Filha do Meu Melhor Amigo não chega a ser um desastre de trem como os recentes O Casamento do Ano e Gente Grande 2. Na trama, somos apresentados a duas famílias de classe média alta dos subúrbios americanos. O protagonista do filme é David, papel do eterno Dr. House da série de TV, Hugh Laurie. Ele é casado com Paige, vivida pela rainha dos filmes independentes americanos Catherine Keener (Paz, Amor e Muito Mais), mas seu casamento já esfriou há um tempo. Os dois são pais de Vanessa, personagem da exótica Alia Shawkat (da série Arrested Development).

Seus vizinhos são Terry e Cathy, vividos por Oliver Platt (Ginger & Rosa) e Allison Janney (Histórias Cruzadas). Como esfregado em nossas caras pelo título, David e Terry são amigos, compartilham os mesmos interesses de homens da classe alta e meia idade, como sair para correr juntos. A trama começa realmente a girar com a chegada da filha problemática dos vizinhos, interpretada por Leighton Meester (Este é o Meu Garoto). Ela é uma jovem perdida que contradiz o falso moralismo de seus pais.

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Ao ser abandonada pelo namorado, por quem estava disposta a nunca mais ver a família, a jovem volta com o rabo entre as pernas para a casa dos pais. Depois de uma breve reunião com as duas famílias, Nina (Meester) como uma criança mimada continua em seu curso de autodestruição, e destruição de vidas ao redor, quando se envolve com o apático protagonista. Aliás, o termo usado para definir o personagem se encaixa também perfeitamente na performance sem vida e sem vontade do quase sempre bom Laurie.

O ator parece desconfortável em muitas das cenas. O relacionamento entre os dois surge a troco de nada, e nunca compreendemos o porquê de quererem enfrentar tudo e todos em nome de tal situação. Talvez tenha faltado fogo no roteiro para demonstrar isso, ou quem sabe nas performances. O que notamos é que a frustração de um, e a insatisfação de outro, em relação a suas vidas, são os causadores do estopim, e não seus sentimentos um pelo outro. Talvez vendida para salientar certa podridão na superficialmente perfeita casa americana dos subúrbios, A Filha do Meu Melhor Amigo termina como versão requentada e para adolescentes do grande Beleza Americana.

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A obra não é de todo ruim, e tenta salpicar questões para discussões inteligentes, entre uma cena de pastelão e outra, como quando a personagem de Keener persegue seu marido infiel com o carro atropelando os ornamentos natalinos do jardim. Por ser uma obra do cinema independente americano, notamos a vontade do diretor britânico Julian Farino em querer dizer algo – sem grandes orçamentos e intromissão dos estúdios, esse tipo de cinema pode se desenvolver de forma mais natural. A obra talvez esteja sendo impulsionada para os cinemas daqui, para testar a popularidade do protagonista, adorado pela série citada.

Simplesmente uma Mulher

“THELMA & LOUISE” MODERNO

 A jornada do filme Simplesmente uma Mulher, co-produção entre Reino Unido, Estados Unidos e França, é curiosa. Primeiramente exibido na TV francesa em dezembro de 2012, o filme seguiu com a estreia oficial nos cinemas em março desse ano, na Itália. Em abril e maio foi exibido nos Estados Unidos, na Califórnia e em Seattle em festivais de cinema, para um lançamento em maior circuito pelo país em junho. Depois disso a obra só foi mostrada para os gregos em julho, e agora chega para os brasileiros.

O filme não é imprescindível, mas com certeza é anos luz superior a muita coisa dispensável que chega aos cinemas dos grandes shoppings, e o pior, faz sucesso. Essa é uma história simples, mas que conta com uma coisa que a maioria das superproduções hollywoodianas se vê em falta: humanidade. O roteiro remete imediatamente ao clássico moderno da década de 1990, Thelma & Louise, ao apresentar duas mulheres insatisfeitas com suas vidas, que decidem recomeçar colocando o pé na estrada.

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A americana Sienna Miller é a protagonista aqui, como Marilyn. Embora não muito conhecida do grande público, a atriz de 31 anos já interpretou a vilã Baronesa do blockbuster G.I. Joe: A Origem de Cobra, foi o objeto de afeto de Andy Warhol (Guy Pearce), Edie Sedwick, em Uma Garota Irresistível, e viveu a icônica Tippi Hedren, no “outro” filme sobre Alfred Hitchcock de 2012, A Garota (feito para a TV). No filme, Marilyn (Miller) é uma mulher sofrida, que encontra nas aulas de dança do ventre a energia para seguir com seu dia a dia.

De uma tacada só a personagem perde seu emprego, que já não era grande coisa, e descobre a traição do companheiro, desempregado, encostado e sustentado por ela. Após o baque, a mulher deseja simplesmente ir. Temos também Mona, personagem de uma das atrizes mais belas da atualidade, a iraniana de nome difícil, Golshifteh Farahani. A atriz de 30 anos esteve em obras elogiadas em festivais como Frango com Ameixas e A Pedra da Paciência, mas seu trabalho mais famoso foi ao lado de Leonardo DiCaprio em Rede Mentiras (2008), thriller político de Ridley Scott.

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Mona veio do Oriente Médio para morar na América do Norte, mas nunca saiu de seu bairro. Sua rotina limita-se ao trabalho na loja de conveniências da família, e em casa. Casada, a jovem é hostilizada diariamente pela sogra, por não conseguir lhe dar netos. Todo tipo de tratamento humilhante para fertilidade já foi tentado com ela. Mona também encontra forças para se libertar, após um incidente fatal envolvendo a intrusiva mulher. Assim as duas protagonistas, que se conheciam apenas através da loja, embarcam juntas numa aventura pelas estradas sem destino.

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Elas começam a ganhar a vida como dançarinas exóticas de dança do ventre, por bares e restaurantes de beira de estrada. Essa é uma história sobre amizade, e sobre um relacionamento baseado em nada mais do que apenas a vontade de recomeçar. Acreditamos nas personagens como pessoas porque o filme do diretor francês Rachid Bouchareb não exagera nenhum de seus clichês.

O diretor do Cult London River – Destinos Cruzados sabe desenvolver boas histórias sobre relacionamentos humanos, que embora simples, são muito precisas no retrato de comportamentos. As atrizes aqui são a alma da obra, e funcionam bem, entrando em sintonia com o filme que entrega um sabor doce e amargo ao mesmo tempo. Tudo isso sem precisar ir a extremos como o citado filme protagonizado por Susan Sarandon e Geena Davis.

Frances Ha

NOUVELLE VA

 

Com certo atraso, venho falar sobre Frances Ha. A demora é porque o novo trabalho de Noah Baumbach não me conquistou logo de cara – sabem como é, o hype foi grande; é o tipo de filme que revela suas qualidade a medida que vai se acomodando na nossa cabeça. E como ele fica melhor à medida que mais penso nele!

Muito se falou sobre as homenagens à Nouvelle Vague, o movimento francês da década de 1960 que revolucionou a cinematografia mundial. A coisa vai além do belo e plácido preto-e-branco. A movimentação de câmera leve, as locações reais, o ar de improviso, as sequências de rua, nas quais Frances anda e anda ou corre mesmo. Mais perceptível é a proximidade com a obra de François Truffaut. Frances Ha possui uma narrativa leve, com suas desventuras profissionais e amorosas, mas, acima de tudo, a leveza da vida, que também pode ser encontrada em Truffaut, mesmo em seus trabalhos mais dramáticos. Essa leveza está em Frances Ha.

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Outra coisa que o aproxima da vanguarda francesa é o desapego à narrativa clássica. No fundo, o filme de Noah Baumbach poderia ser resumido como o retrato de um período na vida de Frances Ha (Greta Gerwing). Vemos sua relação com a amiga Sophie (Mickey Sumner), sua temporada vivendo na casa de amigos, suas brigas, suas tentativas de tornar-se bailarina profissional, seus empregos, etc. Não há um problema central para resolver. Temos apenas o fluxo na vida de uma pessoa comum.

Comum nem tanto. A protagonista se aproxima da personagem disfuncional. Mas, o filme não pretende se travestir de comédia rasgada. Ele busca um meio tom. Frances passa por bons e maus momentos. Em ambos, Frances nunca perde sua confiança na vida, mesmo quando levada para rumos não desejados.

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Não temos nenhum instante de tragédia, nem de comédia absurda. Temos um cotidiano, movimentado, mas cotidiano. A força está em Frances. Mesmo triste, jamais perde a alegria de viver e de buscar uma saída melhor. O trifundo do filme está na capacidade do diretor Baumbach e da atriz Greta Gerwing (ambos roteiristas) de construir uma personagem incapaz de desistir da vida. Pode parecer artificial para alguns – quem seria tão otimista assim? – mas, Frances é uma figura real – ou a realidade do nosso lado otimista: alguém que resiste a entregar os pontos. Novamente, o filme expõe isso de forma leve. Enfim, Frances é a pessoa com quem costumamos conversas sobre a vida.

Do Fundo do Mar

(Deep Blue Sea)

 

Elenco:

Thomas Jane, Saffron Burrows, Samuel L. Jackson, Jacqueline McKenzie, Michael Rapaport, Stellan Skarsgård, LL Cool J, Aida Turturro.

Direção: Renny Harlin

Gênero: Suspense/Ação

Duração: 105 min.

Distribuidora: Warner Bros.

Orçamento: US$ 60 milhões

Estreia: 1999

Sinopse:

Pesquisadores do laboratório submarino Aquática tem alterado geneticamente o cérebro de tubarões capturados para desenvolver uma cura potencial para o Mal de Alzheimer. Mas existe um efeito colateral. Os tubarões ficaram mais inteligentes, o que pode significar problemas para os pesquisadores, e os transformar em comida de tubarões. Você pode nadar mas não pode se esconder quando uma tempestade inunda Aquática empurrando Samuel L. Jackson, Saffron Burrows, Thomas Jane, LL Cool J, e o resto da tripulação para uma afiada batalha de astúcia contra essas escorregadias máquinas que matam.

Curiosidades:

» —

Trailer:

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Na Mira da Morte

(Assassins Run/White Swan)

 

Elenco:

Christian Slater, Sofya Skya, Cole Hauser, Angus Macfadyen, Marianna Khalifman, Svetlana Tsvichenko, Alexander Rapoport, Boris Birman.

Direção: Robert Crombie e Sofya Skya

Gênero: Suspense/Ação

Duração: 90 min.

Distribuidora:

Orçamento: US$ 15 milhões

Estreia: Direto em DVD – 2013

Sinopse:

Uma bailarina russa é perseguida pela máfia depois que seu marido americano é morto. Depois do sumiço de alguns documentos importantes, ela é acusada e presa por policiais corruptos. Quando volta à liberdade, sua filha é seqüestrada e a bailarina é obrigada a lutar com todas as forças que tem por quem mais ama. Tudo se torna ainda mais complicado quando ela descobre que a ameaça vem de alguém muito próximo.

Curiosidades:

» —

Trailer:

Cartazes:

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Bernie – Quase um Anjo

COMÉDIA DRAMÁTICA REÚNE RICHARD LINKLATER COM JACK BLACK E MATTHEW McCONAUGHEY

Baseado em fatos reais, Bernie – Quase um Anjo pode entre outras coisas ser considerado tudo o que Sem Dor, Sem Ganho deveria ter sido e não foi. Essa é a diferença de ter um diretor como Richard Linklater (Antes da Meia Noite) no comando de uma obra, ao invés do hiperbólico Michael Bay (Transformers). Tudo bem que as propostas e gêneros dos filmes são diferentes, e embora baseados em fatos reais, e usando como pano de fundo o humor negro, o filme de Bay ainda é um blockbuster, um filme pipoca mirado ao grande público.

O que acontece é que com filmes assim precisa ser depositado um desenvolvimento nos personagens, para entendermos suas motivações, e principalmente tentarmos nos identificar com eles (mesmo que minimamente).  Em BernieJack Black vive o personagem título. Um sujeito boa praça, prestativo ao extremo, e carismático fora do normal. Ele trabalha numa funerária, preparando os cadáveres para o funeral. O sujeito é altamente empenhado em qualquer tipo de atividade de sua cidadezinha, e pode sem sombra de dúvidas ser considerado um cidadão exemplar.

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Entra em cena uma viúva amarga, a típica megera intolerante com quem nenhum dos moradores deseja muita proximidade. Ela é interpretada pela veterana Shirley MacLaine, uma das poucas estrelas restantes ainda vivas da época de ouro de Hollywood. A trama segue, e Bernie e Marjorie (MacLaine) desenvolvem uma amizade e um relacionamento improvável. A viúva recebeu uma polpuda pensão de seu falecido marido, e a companhia agradável do bondoso sujeito é agraciada com bens materiais e de consumo, como carros e viagens.

Porém, ao mesmo tempo em que a energia positiva de Bernie contagia a azeda mulher, sua amargura e negatividade contaminam o agradável sujeito. Nessa luta de energias o pior acontece, e Bernie é acusado de assassinar a senhora. O fato não é spoiler, pois consta em todas as sinopses e trailers, e torna impossível falar sobre o filme sem revelá-lo. Chega então o terceiro elemento nesse grupo de atores principais: Matthew McConaughey é o xerife encarregado da investigação, com um apetite acima do comum para ver o aparentemente honesto e bondoso protagonista atrás das grades.

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Baseado num artigo escrito por Skip Hollandsworth, e com roteiro do diretor Richard Linklater em colaboração com o próprio Hollandsworth, a obra conta com ótimos desempenhos do trio principal. Black e McConaughey recobram a parceria com o versátil diretor Linklater, de trabalhos como Escola de Rock (que completou uma década esse ano) e Jovens, Loucos e Rebeldes (primeiro filme de destaque do diretor, que já tem duas décadas). Linklater é um dos cineastas autorais ainda remanescentes dentro do mercado americano.

O diretor é um trabalhador constante, que gosta de entregar obras dentro dos mais variados gêneros, orçamentos e estilos, vide filmes como O Homem DuploNação Fast FoodSujou – Chegaram os Bears e Eu e Orson WellesBernie é mais um filme que faz parte da chamada “McConaissance”, a mudança de ares ocorrida na carreira do ator Matthew McConaughey, que se despegou do papel de galã em comédias rasas e aceitou o encargo de trabalhos mais ousados e desafiadores, nos últimos dois anos.

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Aqui, McConaughey é apenas o coadjuvante, mas brilha igualmente. Destaque para a cena do julgamento no tribunal, no desfecho da obra. Black já demonstrou ser um bom ator, longe de comédias escancaradas também, e aqui tem uma performance contida como o simpático e agradável homicida. Em trechos Bernie faz lembrar Mamãe é de Morte (Serial Mom, 1994), de John Waters, no qual Kathleen Turner vivia a típica mãe dos subúrbios americanos acima de qualquer suspeita, mas que escondia um lado negro.

Bernie não possui essa dualidade contraditória na superfície. O filme é mais uma produção de qualidade do cinema independente americano que não encontra lugar nas salas de cinema do Brasil, e é lançado direto em vídeo por aqui.

O Incrível Mágico Burt Wonderstone

CARELL E CARREY FICAM PERDIDOS EM COMÉDIA COM UM BOM CONCEITO, MAS SEM GRAÇA

Lançado em março nos Estados Unidos, O Incrível Mágico Burt Wonderstone vinha com uma promessa feita por seu trailer, a de ser um dos filmes mais engraçados do ano. Tirando um sarro com o mundo dos mágicos e ilusionistas de Las Vegas, a sinopse apresenta artistas tradicionais sendo ameaçados pela modernidade performática em sua área profissional. Eram mostradas na prévia, gags e piadas para todos os lados, recheando a obra com um humor non-sense, mas hilário, que incluía personagens dormindo em carvão quente, segurando a urina por dias, e desaparecendo de forma mal ajambrada para debaixo de suas camas.

Só as caracterizações dos personagens são uma sacada a parte, muito bem boladas. Steve Carell é o personagem título, um menino hostilizado na infância, que descobre através da mágica um escape para o sucesso. A amizade com Anton, papel de Steve Buscemi, é mantida ao logo dos anos, e levada para o mundo profissional, quando os dois se tornam uma das atrações de maior sucesso em Las Vegas. A caricatura aqui é de Siegfried & Roy, dupla icônica da área. Só faltou mesmo um tigre branco.

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Dos figurinos exagerados, aos penteados ridículos, passando por um bronzeamento artificial forte e maquiagem que sugere inúmeras plásticas, a caracterização é por si só cômica e provoca risadas apenas por seu conceito. A ideia do roteiro é que a dupla principal tenha ficado parada no tempo, e que esse tipo de mágico involuntariamente tenha dado espaço para os chamados ilusionistas de rua, mais mundanos e com o aspecto do homem comum, ao contrário de uma estrela do rock. E aí entra o personagem de Jim Carrey, inspirado em artistas como Chriss Angel e David Blaine, que realizam seus truques na frente de todos, sem grandes aparatos.

No filme Carrey extrapola e faz truques insanos como os citados (dormir sobre carvão e segurar a urina por dias). Agora, a dupla considerada arcaica precisa dar lugar aos novos tempos e se adaptar ou serão para sempre extintos. O grande problema de O Incrível Mágico Burt Wonderstone é que não existe nada aqui além do trailer. O fato chama a atenção para o ótimo trabalho feito pela empresa responsável por montar a prévia, que reuniu os melhores momentos, e conseguiu vender uma obra sem muito a oferecer, de forma satisfatória.

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Nesse caso não acredito que tenha sido um problema mostrar as melhores piadas da comédia no trailer, porque mesmo os que não viram nenhuma das prévias provavelmente não acharão o filme atraente e satisfatório, da mesma forma. Assistindo ao filme percebemos que aqui só existe o design de personagens e situações, sem um desenvolvimento ou ligação que junte uma cena a outra fazendo-os funcionar como um filme. São apenas esquetes desmontados do geral. Em cenas de transição percebemos que muito do que é mostrado não faz sentido, como a cena de Carrey na festa do filho do personagem de James Gandolfini.

É curioso, no entanto, notar que há cerca de 10 anos, Jim Carrey estava no auge da popularidade, e Carell era seu coadjuvante em Todo Poderoso, um grande sucesso de público. Com o passar de uma década, Carrey pega um papel de coadjuvante para Carell, num filme muito menos lucrativo. Os dois estão bem, apesar do personagem de Carell, que é o protagonista, ser tão odioso e idiota, que muitas vezes acabamos torcendo pelo vilão de Carrey, ao menos mais carismático.

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A bela Olivia Wilde dá as caras, como “a garota”, uma personagem feminina mal desenvolvida, apenas pela chance de trabalhar num projeto de renome. Realmente não existe nada aqui, o que é uma pena. É apenas um conceito engraçado, e que poderia render um filme muito engraçado. O que aparenta é que os responsáveis simplesmente desistiram no meio do caminho, e esse fica parecendo um filme interminado, costurado às pressas e vendido. Soa exatamente como uma produção criada e regida por produtores de um grande estúdio. E o resultado é sentido nas telas.

Agora e Para Sempre

A “INQUIETA” DAKOTA FANNING

Exibido em festivais de cinema em Londres e na França, Agora e Para Sempre é uma produção inglesa estrelada pela menina de ouro Dakota Fanning. A atriz explodiu no cinema americano ainda na infância, onde chamou a atenção em diversas produções de renome como Chamas da Vingança e Guerra dos Mundos, sempre desempenhando performances assustadoras (de tão boas) para alguém de sua idade.

Apesar de nunca ter sido indicada ao Oscar, em meados da década passada Fanning era considerada uma das melhores atrizes americanas em atividade, mesmo sendo apenas uma criança. Passado o tempo e baixada a poeira, Fanning agora é uma jovem adulta. Muitas atrizes mirins não foram bem sucedidas na fase madura, outras conseguiram se destacar, como é o caso com Jodie Foster, um dos exemplos mais claros no mercado de Hollywood.

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Aqui, Fanning com 19 anos de idade, aparece com um sotaque britânico pela primeira vez ao viver a britânica Tessa Scott, uma menina diagnosticada com leucemia. É sempre estranho ver atores que sabemos ser de certa nacionalidade forjando um sotaque de outro país. E à primeira vista é isso o que acontece aqui, com a menina empurrando um sotaque carregado e fajuto, porém, o fato apenas demonstra que o nível do talento da jovem atriz não diminuiu e em poucos minutos ela nos faz esquecer que é uma americana nata e nos embrenha fundo na história da vida de sua personagem.

De cabelos curtos, Fanning já nos captura logo em sua primeira cena ao aparecer numa festa com o desejo de perder a virgindade, e depois voltando atrás. A cena de Fanning correndo pelas ruas logo se transforma numa elaborada animação, e a música contagiante nos afirma que essa será uma excursão única, por uma trama emotiva, mas igualmente muito positiva.

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Diversos temas já foram explorados sobre doentes terminais e seus últimos dias, e o que vem diretamente à cabeça é o recente e elogiadíssimo filme do cultuado Gus Van Sant, Inquietos. O filme de Van Sant trazia inclusive uma Mia Wasikowaska loirinha e de cabelos curtos, semelhante fisicamente à personagem de Fanning. A trama é uma mistura de Inquietos com Antes de Partir, filme com Jack Nicholson e Morgan Freeman. Na história, a menina Tessa desiste de seu tratamento contra a fatídica doença, justamente por lhe tirar todas as forças e últimas energias que lhe restam.

Ao contrário, ela decide valorizar sua vida, criando uma lista das coisas que nunca fez e deseja realizar antes de sua despedida de nosso mundo. Essa é uma obra básica, com um roteiro que embora baseado num livro, já vimos diversas outras vezes, como nos filmes citados e muitos outros. O diretor Ol Parker foi o responsável pelo roteiro do açucarado e agradável O Exótico Hotel Marigold, e entrega aqui um filme com os mesmos adjetivos.

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O que chama a atenção no filme sem dúvida são as atuações. Como citado, Dakota Fanning (sumida em sua fase adolescente, tendo participado apenas em pontas nos filmes da saga Crepúsculo e The Runnaways, nos últimos anos) entra na fase adulta pela porta da frente com um trabalho digno. O talentoso ator e diretor Paddy Considine (Terra de Sonhos e Tiranossauro) entrega um desempenho igualmente forte como o pai da menina, e o jovem Jeremy Irvine (Cavalo de Guerra e Great Expectations) vive o vizinho ao lado, e interesse romântico da protagonista.

Mas um dos chamarizes é a ótima Olivia Williams (O Escritor Fantasma) na pele da ausente e disfuncional mãe da protagonista. Diz o ditado que um filme para ser considerado bom precisa ter ao menos três cenas boas e nenhuma ruim. Agora e Para Sempre tem ao menos mais de uma cena boa, e nenhuma ruim. O final é perfeito.

Meninas Malvadas 2

(Mean Girls 2)

 

 

Elenco: Meaghan Martin, Maiara Walsh, Jennifer Stone, Nicole Gale Anderson, Claire Holt, Diego Boneta, Linden Ashby.

Direção: Melanie Mayron

Gênero: Comédia

Duração: 96 min.

Distribuidora: Paramount Pictures

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: Direto em DVD – Julho de 2011

Sinopse: As plásticas estão de volta na tão esperada sequência do grande socesso meninas malvadas… mas agora a turma está mais fashion, mais divertida e mais malvada do que nunca. A confiante veterana Jo (Meaghan Martin) começa o novo ano escolar quebrando sua regra mais importante: não se envolver em dramas femininos. Mas quando vê a tímida Abby (Jennifer Stone) nas garras da abelha rainha Mandi e seus súditos, ela resolve tomar partido em uma furiosa e cômica guerra de garotas, que vira a escola inteira de cabeça para baixo.

Curiosidades:
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42: A História de uma Lenda

NÃO APENAS UM FILME DE ESPORTE

Apesar do enorme sucesso que 42: A História de uma Lenda fez no começo desse ano nos Estados Unidos, a produção chega ao Brasil lançada direto no mercado de home vídeo. O fato deve se repetir na maioria dos países do mundo. Acontece que a obra fala sobre um assunto muito específico dos Estados Unidos, o esporte Baseball. Antes mesmo da Segunda Guerra Mundial, o esporte já estava consolidado como um item tão americano quanto qualquer outro. O baseball faz parte da cultura dos americanos tanto ou mais do que o futebol faz para os brasileiros.

Justamente por isso, apesar de seus quase $100 milhões somente em território norte-americano, 42: A História de uma Lenda ganhou as prateleiras de locadoras e lojas ao invés das salas de cinema. A produção é algo como o sucesso nacional Heleno, com Rodrigo Santoro, foi para os brasileiros, a história biográfica de uma lenda do esporte.

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Porém, indo mais a fundo, 42 ultrapassa os limites de ser apenas mais um filme de esporte, sendo uma história sobre sociedade e cultura, que levanta questões impregnadas na humanidade até hoje. O filme é a biografia do jogador Jackie Robinson, o primeiro esportista negro da história, a jogar num time inter-racial de primeira linha. Foi, em parte, por causa dele e de tudo o que envolveu sua escalação nos Brooklyn Dodgers, que vivemos nessa era de inclusão social. Durante os anos 1940, o executivo do time Branch Rickey (vivido pelo veterano Harrison Ford) desenvolve uma brilhante e ousada ideia.

Incluir um jogador negro no time profissional, anteriormente jogado apenas por brancos. Vendo o futuro, e compreendendo o potencial do jogador e de uma raça inteira, Rickey já sabia na época que Robinson seria apenas o primeiro.  O filme apresenta todas as dificuldades enfrentadas por um ser humano, numa época difícil para humanidade. Obviamente o racismo e a discriminação ainda estão muito presentes em nossa sociedade, mas sem dúvidas é inegável que evoluímos bastante.

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Escrito e dirigido por Brian Helgeland (roteirista de Robin Hood, 2010), 42 é eficiente e acima da média, um filme edificante que apresenta um tema importantíssimo para a história da humanidade, e a vida de um ser humano excepcional. Chadwick Boseman brilha como Robinson, e a bela Nicole Beharie (Shame) igualmente entrega um desempenho satisfatório como sua esposa Rachel. O elenco de apoio inclui Lucas Black, Alan Tudyk, John C. McGinley e Christopher Meloni. 42 é emocionante e precisa ser visto.

Jackie Robinson foi escolhido para ser o precursor, e lhe foi pedido para aguentar, simplesmente aguentar o abuso infligido por fãs, rivais e inclusive companheiros de equipe. Sua vida e significado foram tão inspiradores que até hoje, num determinado dia do ano, todos os jogadores da liga americana de baseball usam o uniforme com o número 42, que ficou registrado pelo herói.

Bates Motel – Temp. 01 – Ep. 09

SAIR, FICAR

Estamos chegando ao final. Vamos mudar a dinâmica, dedicando um texto para cada um dos eps. finais.

O ep. 09 é menos “intimista” do que o 07. Dylan (Max Thieriot) levou um grupo para se hospedar no Motel, agradando Norma (Vera Farmiga). Contudo, ela fica histérica ao ver o grupo fumando um beck! Hum, hum! Na verdade, esse grupo é responsável pelo refino da droga produzida pelos chefes de Dylan.

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Norma gira como um pião. Ela busca desesperadamente uma tentativa de sair da cidade. Pesquisa os locais mais seguros dos Estados Unidos, tenta conseguir reaver o dinheiro do Motel, etc. Seu desespero cresce com as ameaças sutis de Jake Abernathy (Jere Burns). Ameaças que deixam de ser sutis no final do ep., quando Jake exige que Norma entregue o dinheiro da venda das escravas. Ela não tem a menor ideia de onde está essa pequena fortuna. Mas, Norma não seria ela mesma sem prometer entregá-lo. Ora, porra, essa mulher tem o que na cabeça??!! Não, olha, eu digo, uma forma eficiente de humanizar uma personagem é expondo sua burrice!

Alguns vão dizer que ela não tinha alternativa com uma arma no pescoço. Mas, Norma não prometeu entregar o dinheiro por isso apenas. Ela falou porque sempre acha que encontrará um jeito de resolver tudo. Ela é estúpida. Por isso humana!

A vontade de Norma de mudar de cidade foi recusada por Norman (Freddie Highmore). Esse diálogo foi um dos grandes momentos da séria. O esforço de Norman para confrontar a mãe, a indignação e vitimização desta. Repito, a série alcança o topo nos conflitos desses dois.

Bates Motel 6

Ao menos neste ep., Norman teve bom desempenho escolar. SIM! Sua professora elogiou sua redação, ajudou a melhorá-la, estimulou sua publicação, orientou que ele omitisse a publicação de sua mãe para que não houvesse confusão e rolou uma tensão sexual entre eles. Enfim, nada de anormal na vida de Norman Bates.

Mereceram destaques as relações entre Dylan e Bradley (Nicola Peltz). Começa a rolar um clima. Mas, aposto que isso trará prejuízos à Dylan. Afinal, diante de uma mulher fatal, até o homem mais maduro e cínico torna-se fundamentalmente um nerd virgem.

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Mas, o momento deboche do ep. vai para Emma (Olivia Cooke). Trabalhando na recepção do motel, foi orientada a impedir o fumo no motel. Acontece que acaba rolando um clima entre ela e o hospede, que lhe deixou um bolinho de presente. O problema, o bolinha estava com maconha. Já está entre a galeria de momentos antológicos Emma lombrada!

Foi um ep. muito bom, mas acima de tudo, revelador das personalidades de Norma e Norman. Agora é aguardar o ep. 10. Que os roteiristas não decepcionem!

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Bates Motel – Temp. 01 – Eps. 07 e 08

Intimíssima

 

Depois do cataclisma do ep. 06, os eps. 07 e 08 podem ser vistos como quase intimistas. Algo que pouco comentei nas críticas anteriores, é a relação de Norman (Freddie Highmore) com Bradley (Nicola Peltz). Ela sempre o tratava bem, e chegaram a ir pra cama. Realmente parecia, parecia, que poderia surgir algo dali. Mas, se acontecesse, não seria uma séria de suspense.

Quando Norman apresenta Bradley para Dylan (Max Thieriot), um clima surge. Os roteiristas piscam para uma relação entre ambos, o que é reforçado pelo fora que Bradley dá em Norman.

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Passadas as confusões do ep. 06, Norman imagina possível uma relação séria com Bradley. Suas palavras para Norman o deixam transtornado. Claro, Norma (Vera Farmiga) vai consolar o filhinho naquela tom “eu tinha razão”.

Norman passa a agir friamente com Bradley, mesmo depois de Emma (Olivia Cooke) espalha que os dois foram pra cama. Lá no ep. 07, Norman pede para Emma não espalhar mais seus segredos.

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No começo do ep. 06, Norman encontra um cachorrinho perdido. Ele a adota e Norma reclama. Depois de Norman passar por poucas e boas, o ep. encerra com a morte do animal.

Todos esses fatos perturbam a mente do nosso protagonista. Seu lado obscuro aflora, resultando em conflitos na escola. Definitivamente, os roteiristas estão explorando muito bem a personalidade doentia de Norman. Se no inicio ele parecia um garoto triste, aqui ele vem revelando um lado doentio empacotado em uma postura fechada.

No ep. 08, Norman começa a aprender a empalhar animais. Ele e o pai de Emma iniciam uma relação que promete se aprofundar. Quando nos lembramos do filme Psicose, vemos como os criadores da série conseguem construir tramas a partir de detalhes.

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Em paralelo, Norma tem seus próprios problemas. O Motel recebe seu primeiro cliente, Jake Abernathy (Jere Burns). Ele é “cliente” antigo do Motel. Suas solicitações acendem uma luz de alerta em Dylan. Fato é que descobrimos que Jake está envolvido com o tráfico de mulheres. Ele quer recuperar o dinheiro da venda das últimas escravas. Ele passa os dois eps. aterrorizando Norma.

Tudo bem, ela já é descompensada suficiente, não precisa de um Jake Abernathy para isso. Algo revelador da sua personalidade é o momento em que decide seguir o carro de Jake. Ela o vê investigando o barco de Keith Summers, é ameaçada e expulsa Jake do Motel. Mas, quando ela chega em seu quarto, encontra o corpo do detetive Shelby, em uma sequência brilhantemente construída, na qual chegamos a acreditar que o ep. acabará em tranquilidade.

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A persona de Norma chaga a ser mais intrigante do que a de Norman. Somos mais acostumados a figuras como ele, uma pessoas pacata que encobre a violência. Norma é mais difícil de decodificar. Ela é exagerada, com mania de perseguição, dependência extrema de seu filho. Ousaria diagnosticá-la com distúrbio bipolar; ela muda de postura rapidamente. Isso sem contar seus impulsos por se considerar íntima de toda a polícia local.

Outros pequenos fatos surgiram nesses eps., contudo, mais do que em outros, estes dois eps. foram de Norma e Norman!

Aconteceu em Saint-Tropez

A BELÍSSIMA MONICA BELLUCCI É O CHAMARIZ DESSA PRODUÇÃO FRANCESA, EXIBIDA ANTERIORMENTE NO FESTIVAL VARILUX 

A estrela italiana Monica Bellucci veio ao Brasil prestigiar o Festival Varilux de cinema francês, e promover o filme Aconteceu em Saint-Tropez, exibido no evento no início do ano, e que finalmente entra em circuito no Brasil. Embora italiana, Bellucci tem cacife para participar de uma obra inteiramente falada em francês, já que seu casamento com o talentoso Vincent Cassel já dura mais de dez anos. No filme Bellucci aceita um papel de coadjuvante para jovens atores, interpretando a matriarca fútil de uma grande família disfuncional.

Aconteceu em Saint-Tropez (cujo título original é algo como “Da gente que se abraça e beija”) é uma comedia de situações, coisa que os franceses sabem criar como ninguém. A trama gira em torno de uma família, ao longo das estações e de anos. Tudo começa focando no casamento de Melita (papel da sensual Clara Ponsot), filha dos personagens de Bellucci e Kad Merad (A Filha do Pai). O casal é ostentador, e devido a um negócio próspero envolvendo esmeraldas, usufruem do bom e do melhor. Como morar numa bela mansão, e fazer passeios a bordo de um luxuoso iate, justamente no local que dá título ao filme na tradução brasileira.

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Já Zef (Eric Elmosnino), irmão do personagem de Merad, é um judeu convertido e convicto, que perde a esposa logo no início da projeção devido a um acidental atropelamento. Sua filha, interpretada pela jovem Lou de Laâge (dona de uma beleza irretocável), segue o caminho dos pais como música, e durante uma viagem de trem conhece um sujeito por quem se apaixona. É somente no dia do casamento de sua prima / velório de sua mãe, que Noga (Laâge) descobre que o homem de seus sonhos é na verdade o noivo de sua parente, tão próxima que é considerada uma irmã.

Essa é a típica comédia de erros e desencontros, a chamada farsa, que ainda consegue encantar plateias de todas as idades. Aconteceu em Saint-Tropez usa de elementos muito vistos em diversos outros filmes (muitos inclusive melhores), mas é honesto o suficiente para cativar, sem precisar apelar para a escatologia que domina esse tipo de filme feito nos EUA. Essas são cenas de comédia que ainda utilizam um humor inocente, mas universalmente identificável; como numa cena onde num ritual de enterro a dondoca interpretada por Bellucci entra em pânico ao saber que seu belo vestido será cortado.

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Bellucci, o maior nome da obra, continua estonteante, linda e voluptuosa, além de possuir um bom timing cômico aqui. Em determinada cena o idoso avô (Ivry Gitlis) compara as formas de Bellucci às de sua conterrânea Gina Lollobrigida. Tudo o que é pedido de Bellucci aqui é que seja o alívio cômico, suas cenas são de puro escape, e a atriz se sai bem.

Mas os protagonistas, se é que podemos dizer isso de um filme tão recheado de personagens, são os jovens envolvidos no triângulo amoroso, as primas vividas por Laâge e Ponsot, e seu objeto de desejo, vivido pelo sortudo Max Boubill. Aconteceu em Saint-Tropez é um agradável passatempo, uma obra despretensiosa que discute a família de uma forma relaxada e sem urgência. É o tipo de filme que promete agradar a gregos e troianos, mas que um dia após a exibição terá evaporado de nossas mentes.

Amor Bandido

MATTHEW McCONAUGHEY NO AUGE DE SEU RENASCIMENTO ARTÍSTICO, MOSTRA QUE É UM GRANDE ATOR

O universo precisa de equilíbrio. E o universo cinematográfico é igual. Na semana passada tivemos duas estreias mais distante impossível de suas extremidades opostas. Sem Dor, Sem Ganho e Frances Ha. E nesse fim de semana o mesmo acontece com as estreias de O Casamento do Ano e Amor Bandido. Mas não se deixe enganar pelo título brasileiro, Mud é um dos melhores filmes do ano. Essa não é mais uma comédia romântica hollywoodiana dispensável, embora intrigue saber se esse era o desejo dos responsáveis por intitulá-lo.

 Na verdade, trata-se de mais uma produção da chamada “McConaissance”, a era da renascença do ator Matthew McConaughey, abandonando a imagem (e os milhares de dólares) de galã em comédias rasas, para recobrar o título que recebeu assim que surgiu em cena: um dos atores mais promissores de sua geração. A renascença de McConaughey teve início em 2011 com O Poder e a Lei, e se consolidou em 2012, ano no qual o ator entregou nada menos do que cinco trabalhos significativos. Entre eles: Bernie – Quase um Anjo (de Richard Linklater), Killer Joe – Matador de Aluguel (de William Friedkin), Magic Mike (de Steven Soderbergh), o ainda inédito no Brasil Obsessão (The Paperboy, de Lee Daniels), e este Amor Bandido.

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E a reviravolta na carreira do ator parece ter funcionado. Esse ano ele lança trabalhos com Martin Scorsese (O Lobo de Wall Street) e o comentado e elogiado Dallas Buyes Club, filme que gera falatório de indicações para McConaughey. O ator já tem agendado Interstellar, nova superprodução de Christopher Nolan, no qual será o protagonista. É seguro dizer que McConaughey se reinventou e está de volta. Em Amor Bandido, o ator cria um de seus personagens mais interessantes ao dar vida ao sujeito conhecido apenas como Mud.

Foragido da lei, e escondido numa pequena ilha numa parte pobre do Arkansas, o protagonista é descoberto por dois meninos de 14 anos. Logo uma amizade se desenvolve entre os três, em especial entre o criminoso e o jovem Ellis, vivido por Tye Sheridan (A Árvore da Vida). O sujeito logo lhes conta sua missão no local, entrar em contato com sua amada Juniper (Reese Witherspoon) e com ela fugir dali de barco, já que é justamente por causa dela que o sujeito encontra-se em tal condição de fugitivo.

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McConaughey está simplesmente fantástico como o ambíguo personagem, e nos deixa descobrir ao lado dos jovens protagonistas, do que é realmente capaz. O ator consegue atingir uma grande abrangência em sua interpretação. Os meninos estão igualmente eficientes, a naturalidade com que interpretam reflete sua escolha para o projeto. Naturais do local, era exigido que soubessem andar de moto, barco e manusear todo tipo de ferramenta e veículo para um nível maior de credibilidade de jovens livres do interior. Além de Tye Sheridan, temos também Jacob Lofland, que faz um ótimo trabalho vivendo seu melhor amigo, Neckbone.

Essa é uma mudança para os projetos que Witherspoon tem escolhido recentemente também. E aqui ela demonstra que existe uma atriz debaixo da estrela de comédias-românticas. A atriz parece ter se inspirado no companheiro e seguirá em projetos de maior qualidade artística e dramática com Devil´s Knot. Ray McKinnon (Footloose, 2011) e Sarah Paulson (Virada no Jogo), que interpretam os pais do menino Ellis, estão igualmente ótimos e muito críveis como um casal passando por um momento difícil que acaba por atingir sua cria. E o elenco coadjuvante ainda conta com desempenhos satisfatórios de atores como Michael Shannon (O Homem de Aço), Sam Shepard (O Homem da Máfia), Joe Don Baker (Programa Animal) e Paul Sparks (da série Boardwalk Empire).

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O diretor da obra não poderia deixar de ser mencionado. O jovem e autoral Jeff Nichols, do ótimo O Abrigo (um dos melhores e mais elogiados filmes de 2011), com Michael Shannon e Jessica Chastain (Mama), continua seu percurso como um dos melhores cineastas americanos da atualidade. Com Amor Bandido, Nichols dá mais um passo rumo a se tornar um grande nome, indispensável dentro do cinema, e um dos poucos que resiste como prova de que ainda existe qualidade (e muita) no cinema dos Estados Unidos.

Essa é uma história de amadurecimento e ensinamento, que correm numa via dupla entre os personagens principais. Uma história de amor, sobre como é ao mesmo tempo fácil e difícil desistir dos sonhos e objetivos. Emocionante, sincero e realístico, Amor Bandido é um desses filmes recheados de sensações, e que acima de tudo possuem a capacidade de transportar-nos para o local apresentado, longe de nossa realidade, como num piscar de olhos. São filmes assim que ainda nos fazem ter grande esperança na mágica do cinema.

O Casamento do Ano

O CASAMENTO DO ANO É UM DOS PIORES FILMES DO ANO

Execrado pela crítica americana, aonde marca irrisórios 7% no site Rotten Tomatoes (que reúne as resenhas dos principais veículos do país), uma das piores notas de 2013, O Casamento do Ano promete igualmente desagradar os especialistas nacionais. O filme é uma exibição fraca da Sessão da Tarde, que se utiliza de um fiapo de roteiro, uma fórmula gasta à exaustão, e não acrescenta absolutamente nada. O verdadeiro (e único) chamariz aqui é o elenco de peso, caso contrário, a certeza seria de um lançamento em vídeo, mais do que apropriado.

Os jovens Missy (Amanda Seyfried, Os Miseráveis) e Alejandro (Ben Barnes, As Palavras) vão se casar. E o “grande” mote para o filme é o fato de que Alejandro é um rapaz de descendência latino-americana, adotado pela típica família louca americana. Sua mãe verdadeira é uma devota religiosa que não acredita no divórcio e está chegando para a cerimônia. Fato que obriga seus pais adotivos separados, interpretados por Robert De Niro (O Lado Bom da Vida) e Diane Keaton (Querido Companheiro), fingirem que ainda estão casados e bem.

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As confusões não acabam por aí. O personagem de De Niro agora está casado com Bebe, papel de Susan Sarandon (Sem Proteção), melhor amiga de sua ex-mulher, que não fica nada satisfeita de ser jogada para escanteio nessa nova situação. Encontramos muitos problemas na estrutura de cada uma das subtramas, como se pouco esforço e pensamento tivesse sido depositado em cada elemento. Aqui, por exemplo, De Niro e Keaton vivem mais uma noite de amor depois de anos separados, o que nos leva a pensar que o caminho escolhido será o da reconciliação. Ledo engano, tudo volta ao status quo, apagando a importância do fato como se fosse nada.

Obviamente qualquer traço de falta realismo seria perdoado se o filme fosse engraçado. Mas aqui temos piadinhas seguras, no melhor estilo Zorra Total, tombos, pancadas, desencontros e não apenas uma, mas duas cenas em que pessoas caem na água (seja numa piscina ou num lago). Tudo dentro do mais baixo denominador comum de pastelão. Robin Williams (O Mordomo da Casa Branca) se junta ao time de veteranos pagando mico aqui, interpretando mais uma vez um padre num filme que faz Licença para Casar (seu outro filme como padre) parecer Cidadão Kane por comparação. Que saudade de quando a dupla De Niro e Williams fazia filmes bons como Tempo de Despertar.

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No time dos jovens, Amanda Seyfried paga o grande mico de sua carreira. De todos os envolvidos, a atriz é quem ainda tem a carreira mais promissora, e aqui interpreta a jovem noiva pela terceira vez, depois de Mamma Mia! e o citado Os Miseráveis. Topher Grace (Codinome Cassius 7) vive um médico bem sucedido ainda virgem por não ter encontrado o grande amor de sua vida (esse é o planeta “Aham, até parece”). Katherine Heigl, a rainha das comédias românticas ruins vive a irmã mais velha, e seu único papel aqui é reclamar, esconder a separação com o marido e uma (óbvia) gravidez. E a bela Ana Ayora (Marley & Eu) é forçada a exibir suas formas nuas numa cena.

O mais impressionante é que O Casamento do Ano é a refilmagem de uma obra francesa de 2006, que ou foi totalmente injustiçada por esse massacre americano, ou é igualmente detestável. No filme original, a família do noivo é de descendentes de asiáticos. O Casamento do Ano é o primeiro filme de destaque do diretor Justin Zackham, roteirista do açucarado Antes de Partir; e seria o suficiente para encerrar carreiras, se as dos envolvidos já não estivessem balançadas o suficiente, por diversos outros filmes, digamos, insatisfatórios.

Foxfire – Confissões de uma Gangue de Garotas

(Foxfire)

 

Elenco:

Raven Adamson, Katie Conseni, Madeleine Bisson, Claire Mazzerolli.

Direção: Laurent Cantet

Gênero: Drama

Duração: 143 min.

Distribuidora: Imovision

Orçamento: US$ — milhões

Estreia: 20 de Setembro de 2013

Sinopse:

Nova York, anos 1950. Um grupo de garotas, cansadas dos abusos que sofrem diariamente na fábrica em que trabalham, resolvem criar uma gangue só de mulheres chamada Foxfire. Elas carregam uma tatuagem específica nos ombros para identificar quem pertence ao grupo. O bando irá usar de violência para se vingar das humilhações sofridas nas mãos dos homens.

Curiosidades:

» Adaptação do romance homônimo de Joyce Carol Oates.

» Duas indicações no Festival de San Sebastián

» A estreante Katie Coseni foi premiada como melhor atriz no Festival de San Sebastián

Trailer:

Cartazes:

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Fotos: