segunda-feira , 4 novembro , 2024

Os Maiores Sucessos do Cinema que Completam 40 Anos em 2021

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2020 foi sem dúvidas um ano marcante. Para o mundo do cinema, entre outras coisas, foi o ano em que as adoradas produções da década de 1980 começaram a completar 40 anos de seus lançamentos nas telonas. Essa época é guardada com muito carinho pelos fãs de cinema por ter marcado toda uma geração. Foi o berço do cinema entretenimento como conhecemos hoje e justamente por isso, se tornou palco das reprises diurnas da TV aberta – o que definitivamente deu origem à cinefilia de muitos de nós. Justamente por isso, dei início à coluna “Os Maiores Sucessos do Cinema”, com os filmes mais rentáveis que completaram 40 anos e também 35 anos em 2020. Você pode conferir nos links abaixo.

Leia também: Os Maiores Sucessos do Cinema que Completam 40 Anos em 2020

É curioso notar a jornada de certos filmes através dos tempos. Certas produções fizeram muito sucesso em sua época de lançamento, mas terminaram seguindo para a obscuridade, ao ponto de não serem mencionadas pelas novas gerações. Já outras que passaram totalmente em branco quando estrearam nos cinemas, se tornando fracasso de bilheteria e crítica, foram redescobertas depois (algumas graças ao advento das locadoras), às vezes anos depois, vindo a adquirir status de cult, ao ponto de se popularizarem tanto que voltaram aos holofotes, algumas gerando inclusive novos produtos – vide Blade Runner, O Enigma de Outro Mundo e Tron: Uma Odisseia Eletrônica.

Leia também: Os Maiores Sucessos do Cinema que Completam 35 Anos em 2020

Aqui, no entanto, o foco são os filmes de 1981. E neste ano, algumas das obras que ainda mantém viva sua popularidade são Mad Max 2, Fuga de Nova York, os filmes de terror Halloween 2, Sexta-Feira 13 – Parte 2, Um Lobisomem Americano em Londres, Evil Dead, e os cult Excalibur – A Espada do Poder e Fúria de Titãs. Agora a surpresa: nenhum deles está na lista das maiores bilheterias de 40 anos atrás.

Sem mais delongas, para matar logo sua curiosidade, continuamos a homenagear esta época tão amada do cinema apresentando as produções de maior bilheteria que completam 40 anos, desta vez na dobradinha 2021/1981, para você relembrar, conhecer e comentar. Confira abaixo.

10 | As Quatro Estações

O que? Quem? Como e quando? Sim, caros leitores, é preciso lembrar que em 1981 o cinema blockbuster apenas engatinhava, e na época tínhamos apenas três representantes: Tubarão (1975), Star Wars (1977) e sua continuação, O Império Contra-Ataca (1980). Assim, outros tipos de filme eram os que faziam sucesso com o público nas salas de cinema. Podemos dizer, um estilo de cinema mais adulto. Como esta comédia dramática escrita, protagonizada e dirigida pelo ator Alan Alda. As Quatro Estações é uma incursão em tópicos da meia idade como casamento, paternidade e outras questões típicas da vida após a juventude.

Na trama, três casais viajam juntos durante todas as estações do ano: Primavera, Verão, Outono e Inverno, onde discutem com propriedade tais elementos do cotidiano. É perceptível que o longa não resistiu ao teste do tempo, no que diz respeito a sua ressonância – afinal, você já havia ouvido falar sobre ele? Apesar disso, seu prestígio na época foi grande, já que além de ser a décima maior bilheteria de seu respectivo ano, também foi indicado a quatro prêmios no Globo de Ouro: Melhor filme comédia ou musical, melhor ator e atriz para Alda e Carol Burnett respectivamente, e melhor roteiro para Alda. O filme abriu com quase US$5 milhões no fim de semana de estreia, e em sua jornada nas telonas somou um pouco mais de US$50 milhões só nos EUA.

09 | Carruagens de Fogo

Uma das coisas mais interessantes de notarmos no cinema são os filmes que caem no gosto dos críticos, quase sempre ecoando aos maiores prêmios da sétima arte, e no gosto do grande público igualmente. Desta forma a divergência que diz que os críticos só gostam de filmes “chatos” cai por terra. E esta tendência se mantém até hoje, é só olharmos para uma produção como Parasita ou Infiltrado na Klan, obras extremamente populares com os espectadores igualmente. Aqui, voltando 40 anos no passado já tínhamos isso, talvez ainda mais forte.

Carruagens de Fogo foi o grande vencedor do Oscar daquela época, com o prêmio de melhor filme do ano e mais os de melhor roteiro, figurino e trilha do icônico Vangelis (você com certeza já ouviu e a conhece mesmo que não se dê conta – é só procurar). Além disso, recebeu indicações de melhor coadjuvante (Ian Holm), diretor (Hugh Hudson) e edição. Tido como um dos melhores filmes de esporte da história, Carruagens de Fogo conta a edificante história de dois atletas corredores britânicos, um judeu e outro cristão, competindo nas Olimpíadas de 1924, no pós-Primeira Guerra Mundial. O longa, com um orçamento de US$5.5 milhões, arrecadou US$59.3 milhões mundiais.

08 | 007 – Somente para Seus Olhos

O comentário poderia ser “é claro que um filme de 007 tinha que estar entre os mais rentáveis”, mas precisamos levar em conta que em 1985 (na lista dos Maiores Sucessos de 35 anos em 2020), a última aparição de Roger Moore como 007 (em Na Mira dos Assassinos) ficou de fora do top 10 daquele ano. Aqui, temos a quinta incursão de Moore como Bond. Depois que O Foguete da Morte (1979) saiu completamente dos trilhos abraçando o nonsense e o ridículo, os produtores decidiram voltar ao tom mais sério e pé no chão.

Justamente por isso, por jogar no seguro, Somente para Seus Olhos é um dos menos memoráveis da era Roger Moore e da franquia em si. Afinal, digam o que quiserem de O Foguete da Morte (o pior da franquia), mas quem poderia esquecer de Bond no espaço com raios laser, do herói nos bondinhos do Pão de Açúcar e passando o carnaval no Rio de Janeiro? O filme foi indicado ao Oscar por sua canção tema. O 12º filme da franquia oficial 007 no cinema arrecadou mundialmente US$54.8 milhões.

07 | O Cão e a Raposa

Estamos acostumados a ter as animações da Disney sempre entre as maiores bilheterias de seus respectivos anos. Mas mesmo a Toda Poderosa empresa, que é referência no terreno das histórias edificantes miradas para toda a família, passou por uma época difícil, na qual suas produções não eram consumidas com o vigor atual pelo grande público. E esta época se chama anos 1980. A verdade é que as obras da casa andavam mal das pernas desde a década anterior, e a mudança só viria no fim da década, com A Pequena Sereia (1989), a guinada na popularidade da Disney que se mostraria um marco histórico para o estúdio. Aqui, ainda enfrentavam uma era de escuridão com O Cão e a Raposa, um filme que fala sobre a amizade de Copper e Tod, os animaizinhos do título, vindos de “lados opostos” de sua “sociedade” e cadeia alimentar, vistos como inimigos. A animação clássica fez US$63.4 milhões mundiais num orçamento de US$12 milhões.

06 | Quem Não Corre, Voa

Apesar de não ter se mantido relevante no boca a boca através das gerações, como por exemplo seu “parça” Clint Eastwood (icônico e imortal), o durão Burt Reynolds reinou nas bilheterias das décadas de 1970 e 1980. Esta é a diferença, no entanto, entre fazer sucesso e ecoar através dos tempos. E infelizmente a maioria das produções com envolvimento do astro Reynolds se tornaram datadas rapidamente, não resistindo ao teste dos anos. Seus filmes eram, por assim dizer, precursores do gênero carros em alta velocidade, vide a franquia Velozes e Furiosos. Burt Reynolds reinou em tal subgênero, tendo realizado diversos filmes que surfavam em tal onda.

Ano passado, em nossa matéria citamos Desta Vez Te Agarro (Smokey and the Bandit 2), que completou 40 anos em 2020. Agora, é a vez deste Cannonball Run (no título original) completar 40 anos em 2021. Em comum além da presença de Reynolds protagonizando, a direção de Hal Needham. Aqui, diversos personagens amalucados participam de uma corrida alucinada através dos EUA. Na tela, desfila uma verdadeira constelação, com as participações de Roger Moore (ele de novo), “a pantera” Farrah Fawcett, Dean Martin, Sammy Davis Jr., Peter Fonda, Adrienne Barbeau e, até mesmo, Jackie Chan! Quem Não Corre, Voa faturou US$72 milhões nos EUA, num orçamento de US$18 milhões.

05 | Recrutas da Pesada

Este foi o filme que fez de Bill Murray um astro da comédia mundial. Foi aqui que tudo começou e temos que agradecer a este filme por termos as grandes obras da filmografia do humorista, como Os Caça-Fantasmas (1984), a maior deles. Essa foi a primeira vez que Murray protagonizava uma comédia de grande porte de um estúdio famoso, e o resultado foi um verdadeiro sucesso, que mostrou o comediante como possibilidade de um ótimo rendimento nas bilheterias. Mas o elo com Os Caça-Fantasmas não para por aí, já que aqui temos o roteiro escrito por Harold Ramis e direção de Ivan Reitman, dupla do citado blockbuster.

Ramis igualmente participa como ator, e o elenco conta ainda com John Candy e Sean Young. Recrutas da Pesada, ou Stripes (Listras) no original, é uma mistura entre A Recruta Benjamin (lançado no ano anterior, e presente na lista das maiores bilheterias de 41 anos atrás) e Loucademia de Polícia (que claramente bebeu na fonte deste filme). Aqui, um sujeito deslocado e gozador embarca no alistamento militar, decidido a tirar muito sarro de tudo. Num orçamento de US$10 milhões, o filme fez impressionantes US$85 milhões nos EUA.

04 | Arthur – O Milionário Sedutor

Outro nome que não transcendeu bem para as gerações mais novas de cinéfilos, terminando “esquecido”, foi o do humorista inglês baixinho Dudley Moore. Mas a geração que viveu nos anos 1980 jamais o esquecerá. E este é seu papel e filme mais marcantes. Tanto que, em seu aniversário de 30 anos, Arthur ganhou um remake, estrelado pelo sumido Russell Brand, Helen Mirren e Greta Gerwig. A refilmagem falhou em ter o mesmo apelo e carisma do original, terminando apagada e lançada direto em vídeo no Brasil.

Na trama do clássico, Arthur (Moore) é um milionário fútil e inútil que passa seus dias vivendo a boa vida e bebendo muito. O sujeito termina por se apaixonar por uma mulher simples (Liza Minnelli) e descobrir as coisas que verdadeiramente importam. Arthur foi um sucesso tão grande que terminou emplacando no Oscar, sendo indicado em quatro categorias (ator para Dudley Moore e roteiro) e vencendo duas (ator coadjuvante para John Gielgud e canção original). Com um orçamento de US$7 milhões, o filme rendeu US$95.4 milhões nos EUA.

03 | Porky’s – A Casa do Amor e do Riso

E se os filmes de Burt Reynolds fizeram o molde do que teríamos no quesito “carros em alta velocidade” atualmente, Porky’s trouxe um novo renascer para as comédias adolescentes picantes, que alguns anos mais tarde veria a franquia American Pie como seu maior exemplar. Assim como os críticos da época, podemos argumentar que American Pie ao menos trazia certa doçura abaixo da camada de toda sua base de piadas escatológicas, demonstrando que pode haver consciência nestes filmes no que diz respeito ao relacionamento amoroso entre jovens e, acima de tudo, amizade.

Porky’s anda meio que na contramão, com o politicamente incorreto sendo a palavra de ordem. Assim eram os anos 1980. O filme, porém, se passa nos anos 1950, e foca num grupo de rapazes colegiais doidos para perder a virgindade, de qualquer maneira possível, mesmo que precisem apelar para prostíbulos. Daí o Porky’s do título. Essa é a comédia mais escancarada da época, mas para os tempos politicamente corretos de hoje, algumas piadas de teor mais machista e racista talvez não desçam tão redondas. Porky’s inaugurou uma franquia para a Fox e com um orçamento de US$2.5 milhões, retornou absurdos US$111.2 milhões nos EUA, se tornando um verdadeiro blockbuster para a época.

02 | Num Lago Dourado

Talvez o maior ponto fora da curva desta lista, aqui temos literalmente um filme “de velhinhos”. O mais surpreendente é que uma obra de tal teor tenha feito tanto sucesso 40 anos atrás, ao ponto de se tornar o segundo filme mais rentável de seu respectivo ano. Aqui temos protagonizando os astros Henry Fonda e Katharine Hepburn, duas verdadeiras lendas do cinema de Hollywood, já em idades bem avançadas (76 e 74 anos respectivamente). Fora isso, completando o trio de peso, Jane Fonda, filha na vida real de Henry Fonda, interpretando sua filha também no filme.

Baseada numa peça escrita por Ernest Thompson, que adapta para o roteiro do filme, o longa mostra o casal de idosos (Fonda e Hepburn) desenvolvendo um laço de afeto por um menino, filho do namorado de sua filha. Como era de se esperar, este drama extremamente popular na época, emplacou no Oscar, sendo nomeado para nada menos que 10 estatuetas – entre elas melhor filme (o qual perdeu para Carruagens de Fogo), melhor coadjuvante (Jane Fonda) e diretor (Mark Rydell). Terminou ganhando três: roteiro e para os protagonistas Henry Fonda e Katharine Hepburn. Num Lago Dourado arrecadou colossais US$119.2 milhões nos EUA – se tornando um dos filmes mais populares da década de 1980 (ao menos para os adultos).

01 | Os Caçadores da Arca Perdida

E você achava que algum outro filme poderia bater em bilheteria a primeira aventura do arqueólogo mais famoso do cinema? Indiana Jones fez tanto sucesso em sua estreia na telona, que logo entrou no imaginário coletivo como um dos heróis da sétima arte. Lembra quando eu disse que até então só haviam quatro blockbusters reais no cinema de Hollywood – filmes que ultrapassaram nos EUA a barreira dos US$200 milhões? Pois bem, aqui surgia o quinto. O nascimento de uma verdadeira lenda, Os Caçadores da Arca Perdida foi uma colaboração mais que eficiente entre os maiores nomes criativos da época: Steven Spielberg e George Lucas.

O primeiro queria dirigir um 007. O segundo o fez desistir da ideia ao criar um novo personagem num filme que seria a modernização das aventuras de matinê do passado. Lucas, por outro lado, não queria ter Harrison Ford novamente em um filme seu depois de Star Wars, e escolheu Tom Selleck, mas o contrato do ator com a série Magnum o proibiu. Spielberg convenceu o amigo e assim Ford se tornaria o astro/herói definitivo e mais emblemático da década. Ah sim, talvez nem todos saibam ou se lembrem, mas o primeiro Indiana Jones estava lá lado a lado com Carruagens de Fogo e Num Lago Dourado disputando a estatueta de melhor filme no Oscar.

Indiana Jones foi indicado para 8 Oscar, incluindo melhor filme e diretor para Spielberg – e saiu com 4 estatuetas debaixo do braço: melhor direção de arte, som, edição e efeitos visuais. Os Caçadores da Arca Perdida é também o único da lista que mantém sua popularidade atualmente, constando entre os 60 melhores de todos os tempos na opinião do grande público no IMDB. Com um orçamento de US$18 milhões, o filme arrecadou monstruosos US$248 milhões nos EUA, e US$389 milhões totais pelo mundo; demonstrando que era “o” filme a se ver há 40 anos atrás.

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2020 foi sem dúvidas um ano marcante. Para o mundo do cinema, entre outras coisas, foi o ano em que as adoradas produções da década de 1980 começaram a completar 40 anos de seus lançamentos nas telonas. Essa época é guardada com muito carinho pelos fãs de cinema por ter marcado toda uma geração. Foi o berço do cinema entretenimento como conhecemos hoje e justamente por isso, se tornou palco das reprises diurnas da TV aberta – o que definitivamente deu origem à cinefilia de muitos de nós. Justamente por isso, dei início à coluna “Os Maiores Sucessos do Cinema”, com os filmes mais rentáveis que completaram 40 anos e também 35 anos em 2020. Você pode conferir nos links abaixo.

Leia também: Os Maiores Sucessos do Cinema que Completam 40 Anos em 2020

É curioso notar a jornada de certos filmes através dos tempos. Certas produções fizeram muito sucesso em sua época de lançamento, mas terminaram seguindo para a obscuridade, ao ponto de não serem mencionadas pelas novas gerações. Já outras que passaram totalmente em branco quando estrearam nos cinemas, se tornando fracasso de bilheteria e crítica, foram redescobertas depois (algumas graças ao advento das locadoras), às vezes anos depois, vindo a adquirir status de cult, ao ponto de se popularizarem tanto que voltaram aos holofotes, algumas gerando inclusive novos produtos – vide Blade Runner, O Enigma de Outro Mundo e Tron: Uma Odisseia Eletrônica.

Leia também: Os Maiores Sucessos do Cinema que Completam 35 Anos em 2020

Aqui, no entanto, o foco são os filmes de 1981. E neste ano, algumas das obras que ainda mantém viva sua popularidade são Mad Max 2, Fuga de Nova York, os filmes de terror Halloween 2, Sexta-Feira 13 – Parte 2, Um Lobisomem Americano em Londres, Evil Dead, e os cult Excalibur – A Espada do Poder e Fúria de Titãs. Agora a surpresa: nenhum deles está na lista das maiores bilheterias de 40 anos atrás.

Sem mais delongas, para matar logo sua curiosidade, continuamos a homenagear esta época tão amada do cinema apresentando as produções de maior bilheteria que completam 40 anos, desta vez na dobradinha 2021/1981, para você relembrar, conhecer e comentar. Confira abaixo.

10 | As Quatro Estações

O que? Quem? Como e quando? Sim, caros leitores, é preciso lembrar que em 1981 o cinema blockbuster apenas engatinhava, e na época tínhamos apenas três representantes: Tubarão (1975), Star Wars (1977) e sua continuação, O Império Contra-Ataca (1980). Assim, outros tipos de filme eram os que faziam sucesso com o público nas salas de cinema. Podemos dizer, um estilo de cinema mais adulto. Como esta comédia dramática escrita, protagonizada e dirigida pelo ator Alan Alda. As Quatro Estações é uma incursão em tópicos da meia idade como casamento, paternidade e outras questões típicas da vida após a juventude.

Na trama, três casais viajam juntos durante todas as estações do ano: Primavera, Verão, Outono e Inverno, onde discutem com propriedade tais elementos do cotidiano. É perceptível que o longa não resistiu ao teste do tempo, no que diz respeito a sua ressonância – afinal, você já havia ouvido falar sobre ele? Apesar disso, seu prestígio na época foi grande, já que além de ser a décima maior bilheteria de seu respectivo ano, também foi indicado a quatro prêmios no Globo de Ouro: Melhor filme comédia ou musical, melhor ator e atriz para Alda e Carol Burnett respectivamente, e melhor roteiro para Alda. O filme abriu com quase US$5 milhões no fim de semana de estreia, e em sua jornada nas telonas somou um pouco mais de US$50 milhões só nos EUA.

09 | Carruagens de Fogo

Uma das coisas mais interessantes de notarmos no cinema são os filmes que caem no gosto dos críticos, quase sempre ecoando aos maiores prêmios da sétima arte, e no gosto do grande público igualmente. Desta forma a divergência que diz que os críticos só gostam de filmes “chatos” cai por terra. E esta tendência se mantém até hoje, é só olharmos para uma produção como Parasita ou Infiltrado na Klan, obras extremamente populares com os espectadores igualmente. Aqui, voltando 40 anos no passado já tínhamos isso, talvez ainda mais forte.

Carruagens de Fogo foi o grande vencedor do Oscar daquela época, com o prêmio de melhor filme do ano e mais os de melhor roteiro, figurino e trilha do icônico Vangelis (você com certeza já ouviu e a conhece mesmo que não se dê conta – é só procurar). Além disso, recebeu indicações de melhor coadjuvante (Ian Holm), diretor (Hugh Hudson) e edição. Tido como um dos melhores filmes de esporte da história, Carruagens de Fogo conta a edificante história de dois atletas corredores britânicos, um judeu e outro cristão, competindo nas Olimpíadas de 1924, no pós-Primeira Guerra Mundial. O longa, com um orçamento de US$5.5 milhões, arrecadou US$59.3 milhões mundiais.

08 | 007 – Somente para Seus Olhos

O comentário poderia ser “é claro que um filme de 007 tinha que estar entre os mais rentáveis”, mas precisamos levar em conta que em 1985 (na lista dos Maiores Sucessos de 35 anos em 2020), a última aparição de Roger Moore como 007 (em Na Mira dos Assassinos) ficou de fora do top 10 daquele ano. Aqui, temos a quinta incursão de Moore como Bond. Depois que O Foguete da Morte (1979) saiu completamente dos trilhos abraçando o nonsense e o ridículo, os produtores decidiram voltar ao tom mais sério e pé no chão.

Justamente por isso, por jogar no seguro, Somente para Seus Olhos é um dos menos memoráveis da era Roger Moore e da franquia em si. Afinal, digam o que quiserem de O Foguete da Morte (o pior da franquia), mas quem poderia esquecer de Bond no espaço com raios laser, do herói nos bondinhos do Pão de Açúcar e passando o carnaval no Rio de Janeiro? O filme foi indicado ao Oscar por sua canção tema. O 12º filme da franquia oficial 007 no cinema arrecadou mundialmente US$54.8 milhões.

07 | O Cão e a Raposa

Estamos acostumados a ter as animações da Disney sempre entre as maiores bilheterias de seus respectivos anos. Mas mesmo a Toda Poderosa empresa, que é referência no terreno das histórias edificantes miradas para toda a família, passou por uma época difícil, na qual suas produções não eram consumidas com o vigor atual pelo grande público. E esta época se chama anos 1980. A verdade é que as obras da casa andavam mal das pernas desde a década anterior, e a mudança só viria no fim da década, com A Pequena Sereia (1989), a guinada na popularidade da Disney que se mostraria um marco histórico para o estúdio. Aqui, ainda enfrentavam uma era de escuridão com O Cão e a Raposa, um filme que fala sobre a amizade de Copper e Tod, os animaizinhos do título, vindos de “lados opostos” de sua “sociedade” e cadeia alimentar, vistos como inimigos. A animação clássica fez US$63.4 milhões mundiais num orçamento de US$12 milhões.

06 | Quem Não Corre, Voa

Apesar de não ter se mantido relevante no boca a boca através das gerações, como por exemplo seu “parça” Clint Eastwood (icônico e imortal), o durão Burt Reynolds reinou nas bilheterias das décadas de 1970 e 1980. Esta é a diferença, no entanto, entre fazer sucesso e ecoar através dos tempos. E infelizmente a maioria das produções com envolvimento do astro Reynolds se tornaram datadas rapidamente, não resistindo ao teste dos anos. Seus filmes eram, por assim dizer, precursores do gênero carros em alta velocidade, vide a franquia Velozes e Furiosos. Burt Reynolds reinou em tal subgênero, tendo realizado diversos filmes que surfavam em tal onda.

Ano passado, em nossa matéria citamos Desta Vez Te Agarro (Smokey and the Bandit 2), que completou 40 anos em 2020. Agora, é a vez deste Cannonball Run (no título original) completar 40 anos em 2021. Em comum além da presença de Reynolds protagonizando, a direção de Hal Needham. Aqui, diversos personagens amalucados participam de uma corrida alucinada através dos EUA. Na tela, desfila uma verdadeira constelação, com as participações de Roger Moore (ele de novo), “a pantera” Farrah Fawcett, Dean Martin, Sammy Davis Jr., Peter Fonda, Adrienne Barbeau e, até mesmo, Jackie Chan! Quem Não Corre, Voa faturou US$72 milhões nos EUA, num orçamento de US$18 milhões.

05 | Recrutas da Pesada

Este foi o filme que fez de Bill Murray um astro da comédia mundial. Foi aqui que tudo começou e temos que agradecer a este filme por termos as grandes obras da filmografia do humorista, como Os Caça-Fantasmas (1984), a maior deles. Essa foi a primeira vez que Murray protagonizava uma comédia de grande porte de um estúdio famoso, e o resultado foi um verdadeiro sucesso, que mostrou o comediante como possibilidade de um ótimo rendimento nas bilheterias. Mas o elo com Os Caça-Fantasmas não para por aí, já que aqui temos o roteiro escrito por Harold Ramis e direção de Ivan Reitman, dupla do citado blockbuster.

Ramis igualmente participa como ator, e o elenco conta ainda com John Candy e Sean Young. Recrutas da Pesada, ou Stripes (Listras) no original, é uma mistura entre A Recruta Benjamin (lançado no ano anterior, e presente na lista das maiores bilheterias de 41 anos atrás) e Loucademia de Polícia (que claramente bebeu na fonte deste filme). Aqui, um sujeito deslocado e gozador embarca no alistamento militar, decidido a tirar muito sarro de tudo. Num orçamento de US$10 milhões, o filme fez impressionantes US$85 milhões nos EUA.

04 | Arthur – O Milionário Sedutor

Outro nome que não transcendeu bem para as gerações mais novas de cinéfilos, terminando “esquecido”, foi o do humorista inglês baixinho Dudley Moore. Mas a geração que viveu nos anos 1980 jamais o esquecerá. E este é seu papel e filme mais marcantes. Tanto que, em seu aniversário de 30 anos, Arthur ganhou um remake, estrelado pelo sumido Russell Brand, Helen Mirren e Greta Gerwig. A refilmagem falhou em ter o mesmo apelo e carisma do original, terminando apagada e lançada direto em vídeo no Brasil.

Na trama do clássico, Arthur (Moore) é um milionário fútil e inútil que passa seus dias vivendo a boa vida e bebendo muito. O sujeito termina por se apaixonar por uma mulher simples (Liza Minnelli) e descobrir as coisas que verdadeiramente importam. Arthur foi um sucesso tão grande que terminou emplacando no Oscar, sendo indicado em quatro categorias (ator para Dudley Moore e roteiro) e vencendo duas (ator coadjuvante para John Gielgud e canção original). Com um orçamento de US$7 milhões, o filme rendeu US$95.4 milhões nos EUA.

03 | Porky’s – A Casa do Amor e do Riso

E se os filmes de Burt Reynolds fizeram o molde do que teríamos no quesito “carros em alta velocidade” atualmente, Porky’s trouxe um novo renascer para as comédias adolescentes picantes, que alguns anos mais tarde veria a franquia American Pie como seu maior exemplar. Assim como os críticos da época, podemos argumentar que American Pie ao menos trazia certa doçura abaixo da camada de toda sua base de piadas escatológicas, demonstrando que pode haver consciência nestes filmes no que diz respeito ao relacionamento amoroso entre jovens e, acima de tudo, amizade.

Porky’s anda meio que na contramão, com o politicamente incorreto sendo a palavra de ordem. Assim eram os anos 1980. O filme, porém, se passa nos anos 1950, e foca num grupo de rapazes colegiais doidos para perder a virgindade, de qualquer maneira possível, mesmo que precisem apelar para prostíbulos. Daí o Porky’s do título. Essa é a comédia mais escancarada da época, mas para os tempos politicamente corretos de hoje, algumas piadas de teor mais machista e racista talvez não desçam tão redondas. Porky’s inaugurou uma franquia para a Fox e com um orçamento de US$2.5 milhões, retornou absurdos US$111.2 milhões nos EUA, se tornando um verdadeiro blockbuster para a época.

02 | Num Lago Dourado

Talvez o maior ponto fora da curva desta lista, aqui temos literalmente um filme “de velhinhos”. O mais surpreendente é que uma obra de tal teor tenha feito tanto sucesso 40 anos atrás, ao ponto de se tornar o segundo filme mais rentável de seu respectivo ano. Aqui temos protagonizando os astros Henry Fonda e Katharine Hepburn, duas verdadeiras lendas do cinema de Hollywood, já em idades bem avançadas (76 e 74 anos respectivamente). Fora isso, completando o trio de peso, Jane Fonda, filha na vida real de Henry Fonda, interpretando sua filha também no filme.

Baseada numa peça escrita por Ernest Thompson, que adapta para o roteiro do filme, o longa mostra o casal de idosos (Fonda e Hepburn) desenvolvendo um laço de afeto por um menino, filho do namorado de sua filha. Como era de se esperar, este drama extremamente popular na época, emplacou no Oscar, sendo nomeado para nada menos que 10 estatuetas – entre elas melhor filme (o qual perdeu para Carruagens de Fogo), melhor coadjuvante (Jane Fonda) e diretor (Mark Rydell). Terminou ganhando três: roteiro e para os protagonistas Henry Fonda e Katharine Hepburn. Num Lago Dourado arrecadou colossais US$119.2 milhões nos EUA – se tornando um dos filmes mais populares da década de 1980 (ao menos para os adultos).

01 | Os Caçadores da Arca Perdida

E você achava que algum outro filme poderia bater em bilheteria a primeira aventura do arqueólogo mais famoso do cinema? Indiana Jones fez tanto sucesso em sua estreia na telona, que logo entrou no imaginário coletivo como um dos heróis da sétima arte. Lembra quando eu disse que até então só haviam quatro blockbusters reais no cinema de Hollywood – filmes que ultrapassaram nos EUA a barreira dos US$200 milhões? Pois bem, aqui surgia o quinto. O nascimento de uma verdadeira lenda, Os Caçadores da Arca Perdida foi uma colaboração mais que eficiente entre os maiores nomes criativos da época: Steven Spielberg e George Lucas.

O primeiro queria dirigir um 007. O segundo o fez desistir da ideia ao criar um novo personagem num filme que seria a modernização das aventuras de matinê do passado. Lucas, por outro lado, não queria ter Harrison Ford novamente em um filme seu depois de Star Wars, e escolheu Tom Selleck, mas o contrato do ator com a série Magnum o proibiu. Spielberg convenceu o amigo e assim Ford se tornaria o astro/herói definitivo e mais emblemático da década. Ah sim, talvez nem todos saibam ou se lembrem, mas o primeiro Indiana Jones estava lá lado a lado com Carruagens de Fogo e Num Lago Dourado disputando a estatueta de melhor filme no Oscar.

Indiana Jones foi indicado para 8 Oscar, incluindo melhor filme e diretor para Spielberg – e saiu com 4 estatuetas debaixo do braço: melhor direção de arte, som, edição e efeitos visuais. Os Caçadores da Arca Perdida é também o único da lista que mantém sua popularidade atualmente, constando entre os 60 melhores de todos os tempos na opinião do grande público no IMDB. Com um orçamento de US$18 milhões, o filme arrecadou monstruosos US$248 milhões nos EUA, e US$389 milhões totais pelo mundo; demonstrando que era “o” filme a se ver há 40 anos atrás.

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