quinta-feira , 30 janeiro , 2025
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Avatar: Edição Especial

 

 


Avatar” de James Cameron retorna às salas de cinema em uma edição especial. Contendo oito minutos a mais. Porém, o acréscimo destes minutos passam desapercebidos, pois Cameron apenas alongou as cenas, e não incluiu novas.

Mas a oportunidade de rever Avatar, pode atentar os espectadores à algumas questões, a mais importante delas é o meio ambiente. A modernização que acarreta a poluição do ar, dos mares e os desmatamentos. Não pretendo criar muitos analogismos, mas podemos traçar um paralelo entre a trama Na’vi e a colonização do Brasil. Os espectadores devem recordar da Tia Josefina explicando como Cabral chegou ao Brasil “acidentalmente” e como encontrou os índios. Pegando deles o ouro e pau-brasil. O que acontece em Avatar é similar, os americanos querem um minério que vale bilhões e se encontra no subsolo de uma árvore onde vivem os habitantes de Pandora. Para ter tal mineral eles precisam despejar os azuizinhos do local, mas isso não será uma tarefa fácil, pois a conexão deles com a natureza é muito mais forte do que qualquer bilhões de dólares. Diferindo dos nossos índios que cederam facilmente às investidas dos portugueses.

Outro aspecto é o interesse nas riquezas naturais e o que eles são capazes de fazer para tê-los; daí surge outro analogismo, ao petróleo. A briga por ele gera guerras intermináveis. O que pode ser comparado ao poderio bélico e ao desejo do poder, essas características estão impressas nas personagens americanas, sendo contrapostas aos Na’vi, que nada pode comprá-los.

Indo em direção à isso, há o romance entre Jake e Neyriti, recordando o romance entre Jack e Rose em “Titanic”, ou entre Capitão Smith e Pocahontas – ao contrário de Pocahontas, Neyriti não faz abdicações. A bela ensina ao fuzileiro como ser Na’vi e lhe mostra os segredos de Pandora. Jake tem uma vida sem sentido, e além do mais é cadeirante; o rapaz troca o real pelo sonho. Opta por um mundo que não é seu, porque ali é feliz.

Fora essas ladainhas romanticas, o filme ainda conta com um super 3D. Sim, este filme só deve ser visto em 3D. Se não fosse a tecnologia do longa, ele seria mais um filmezinho. E os tais oito minutos a mais não fazem a menor diferença. O espectador nem sente o adicional, relançar este filme foi um subterfúgio para ganhar mais dinheiro.

 


Crítica por:
Thais Nepomuceno (Blog)

 

 

Avatar

 

O filme ‘Avatar‘ é, sem dúvidas, um dos mais esperados do ano. E por vários motivos: a volta de James Cameron (Titanic), os efeitos especiais que são propagados como “uma experiência única” e muito aquém do que um simples 3D, o orçamento exorbitante que chegou a quase 500 milhões de dólares e o tempo de demora na produção (quatro anos).

A história do filme se passa em 2154 aonde existe uma colônia chamada Pandora, habitada pelos Na’ vi, nativos azuis alienígenas. Devido o local ser rico em mineral, vários humanos já tentaram invadir o ambiente deles, mas para chegar perto é preciso criar um elo de confiança com a raça, o que ninguém nunca havia conseguido. Tudo muda com a chegada do ex-fuzileiro Jake Sully, que recebe a tarefa de se infiltrar em Pandora através de sua forma ‘Avatar‘ (corpo geneticamente mudado feito com seu DNA e dos nativos), pois esta era a missão de seu irmão gêmeo, que faleceu. Mesmo sem saber quase nada sobre a cultura dos Na’vi, e mesmo estando em cadeira de rodas, aceita este desafio.

Há meses, quando vi a prévia de 15 minutos junto a outros jornalistas, já tinha gostado do que tinha visto. E ontem, quando vi o longa, com mais de 2 horas de meia de duração no IMAX, vi que a prévia não era uma propaganda falsa.

Avatar‘, literalmente, nos leva a outro mundo e a tecnologia do IMAX é capaz de causar vertigem nos que não estão acostumados. James Cameron (que também produziu e roteirizou) fez um trabalho visualmente perfeito e criativo. Não o suficiente pra ganhar o Oscar de Melhor Filme, mas nas categorias técnicas e de direção, sem dúvidas.

O ator Sam Worthington (do último O Exterminador do Futuro) interpreta Jake Sully e fez um trabalho competente. É possível acreditar de verdade que ele é paraplégico. Zöe Saldana (Star Trek) só aparece em sua forma ‘Avatar‘ (faz o papel da nativa Neytiri) e está muito bem também, principalmente quando fala no dialeto deles. Sigourney Weaver é a cientista Grace e é a que mais ficou parecida em ‘Avatar‘. O grande vilão do filme é o Coronel Miles, feito pelo ator Stephen Lang (Inimigos Públicos), que consegue te fazer sentir muito ódio com sua frieza e más intenções.

Avatar‘ é um filme bom, sim. Não o melhor do ano ou a melhor obra-prima já feita. A história prende a atenção e por mais que seja longo demais, o ritmo do filme não para nunca. Permite a quem assiste criar um “elo” (sem trocadilhos) com o filme que te prende até o êxtase final.

Já se fala em sequências… vamos ver, né? Dificilmente um sucesso se repete duas vezes. No caso do diretor, três vezes – já estourou em Titanic e vai estourar em ‘Avatar‘.

 


Crítica por:
Janis Lyn Almeida Alencar (Blog)

 

 

Avatar

 

 
James Cameron é o responsável por um dos melhores filmes da década de 1980, ‘O Exterminador do Futuro‘. Mas, infelizmente, ele hoje é mais lembrado como o diretor do arrasa-quarteirão ‘Titanic‘. ‘Avatar’, seu novo longa que chega nesta sexta aos cinemas com a promessa de estraçalhar nas bilheterias do mundo inteiro, é um projeto antigo, e que termina com um hiato de 12 anos na carreira do cineasta.

Minhas impressões sobre o filme são de quem assistiu em 3D e no Imax. Isso significa que pude apreciar o espetáculo visual que é a grnade atração do filme. Megalomaníaco, Cameron não mediu esforços para mostrar um filme grandioso, de colorido milimetricamente delicioso e que provoca o espectador o tempo todo. Você literalmente entra no filme, e isso pode ser bom ou ruim – levei longos 20 minutos para me acostumar com o clima de ‘Avatar’, período em que tive vertigem dentro do cinema.

Depois que meus olhos se acostumaram com o que via, aconteceu o que eu esperava: o filme não tem roteiro consistente. Não venham me falar que é um filme visual, ou que o roteiro é legalzinho. Para mim, grandes filmes sempre serão feitos a partir de grandes roteiros e isso ‘Avatar’ não tem. Detesto filmes em que você precisa adivinhar as inteções do roteirista, que as coisas não são claras, que tudo fica confuso e no final você supõe os fatos. Ou é claro ou não é. Cinema é feito de histórias, não de suposições.

A história do longa começa na Terra. Jake Sully (o fofo Sam Worthington, de O Exterminador do Futuro – A Salvação) é um soldado que perdeu os movimentos da perna e quando a oportunidade de trabalhar em exploração de minas no Planeta Pandora chega, aceita o desafio. Pandora é um local exuberante e hostil. O ar é venenoso para humanos. Plantas e criaturas são predadoras e perigosas. E os nativos, humanóides azuis com mais de três metros, os Na´vi, não ficaram satisfeitos com humanos e máquinas que lá aportaram (mas tudo isso não fica claro durante o filme, você vai supondo ao longo de quase 3 desgastantes horas).

Devido ao planeta ser um lugar tão adverso, exércitos tradicionais são insuficientes para protegerem as minas. Para isso, uma espécie de programa de clones nomeado ”Avatar”, que combina o DNA de humanos e de Na´vi , foi criado. O resultado é essencialmente o clone de um Na´vi que pode preservar a percepção de um humano. O irmão de Jake Sully foi o doador original e controlador de um desses Avatares. Mas ele foi morto e a corporação responsável pelo projeto chama Jake para ir a Pandora pilotar o tal corpo, já que ele tem o DNA que combina. Em troca, ele poderá andar novamente (essa é a única parte realmente bacana do roteiro, colocar o protagonista com uma deficiência física que, como Avatar, ele não terá).

E Jake vai a Pandora e, enquanto está trabalhando em uma mina, encontra ViperWolf, um dos perigos do lugar. Antes que ele seja atacado, uma flecha perfura a criatura. Ela foi atirada por uma Na´vi (Zöe Saldaña), que o ensina sobre os perigos do planeta.

Os Na´vi vivem em harmonia com os perigos de Pandora, mas claro que os seres humanos querem estragar tudo. E Jake começa a ver as coisas de um novo ângulo e, obviamente, vai se revoltar contra os humanos, etc e tal.

É necessário muita paciência para começar a curtir o filme. Você vê todo aquele visual alucinógeno, fica encantado, espera por Celine Dion gritando a qualquer momento – a voz da cantora me assombrou o filme todo, a trilha sonora lembra demais Titanic – vê as legendas tremerem mas… a história não engrena. Não convence. Não pega nem no tranco. Ainda mais quando começa o discurso ambientalista.

Apesar das crateras no roteiro – é preciso prestar imensa atenção para entender situações simples, como, por exemplo, em que ano se passa aquilo tudo – ‘Avatar’ tem estilo próprio e os Na´vi são uma versão gigante dos Smurfs – seres azuis, simpáticos e carismáticos. O que me atraiu, no entanto, foram os avatares, especialmente o de Sigourney Weaver, muito semelhante à atriz.

Dizer que ‘Avatar’ é o filme de 2009 ou o melhor já feito em todos os tempos é um exagero sem tamanho, e uma ofensa num ano em que foi produzido o melhor filme de ficção científica desta década que está quase no fim – Distrito 9, esse sim, um roteiro inteligente e a prova de que grandes filmes não precisam de efeitos especiais monstruosos, e sim de de uma boa história.

‘Avatar’ é sim, um espetáculo grandioso, bonito de se ver em Imax, e que, no mínimo, tem que ser visto em 3D. É filmão bem feito, não chega a ser ruim, mas não vamos exagerar. É para curtir e pensar como um marco tecnológico, uma revolução visual, mas sem o peso, por exemplo, de Star Wars – feito em 1977 com maquetes que poderiam soar toscas hoje, mas que ainda funcionam com rara força graças ao… roteiro brilhante.

É, eu gosto de bons roteiros. E, desculpem os fãs do cinema visual, isso ‘Avatar’ não tem. Vale como uma viagem criativa, então, embarque nessa sem pretensões e divirta-se como puder.

 


Crítica por:
Janaina Pereira (Cinemmarte)

 

 

Auto Da Compadecida

 

O Auto da Compadecida

Se você queria a prova de que Cinema Brasileiro também rima com qualidade (o que já foi provado há muito tempo) e diversão, eis o seu filme. “O Auto da Compadecida” é uma das grandes comédias já feitas no cinema nacional, com um elenco impagável e impecável e uma história que agradará à todos.

Acompanhamos as aventuras de João Grilo e Chicó, dois malandros de primeira que se metem em situações pra lá de enroscadas para conseguir dinheiro e se dar bem. Esse fiapo de história gera cenas engraçadíssimas, até culminar no final (o “julgamento”), a melhor parte do filme e um das mais engraçadas também.

O elenco, um dos melhores já vistos num filme nacional, conta com Matheus Nachtergale no papel de João Grilo e Selton Mello no papel de Chicó. Com certeza, os dois formam a dupla mais afiada e cômica de toda a história do cinema brasileiro. Suas interpretações são excelentes e são a alma do filme. Há ainda a presença de Fernanda Montenegro, pra variar dando um show, no papel da Virgem Maria e de Marco Nanini como o líder dos cangaceiros. Outros nomes do elenco como Denise Fraga (fazendo rir como poucas atrizes conseguem), Diogo Vilela, Lima Duarte e Luis Melo completam o timão de atores do filme.

O filme é uma versão da minissérie de 1999, já que foi editado da TV para o cinema. Essa edição torna o filme tão ágil e tão rápido que às vezes nos encontramos perdidos com tantos diálogos rasgados e engraçados. Como Guel Arraes teve que condensar mais de 6 horas de história em apenas 2 horas, vários momentos existentes na minissérie ficaram de fora no filme como o do gato que bota ouro, além de outros. Isso nem pode ser considerado um defeito, já que a edição do filme não deixou nada “em aberto” ou que pudesse dificultar a compreensão da história.

“O Auto da Compadecida” ainda conta com ótimas trilha sonora e fotografia, além de bons (mas limitados) efeitos especiais .

Guel Arras faz história e consegue transformar “O Auto da Compadecida” numa das produções mais divertidas já feitas no Brasil, além de quebrar o tolo e estúpido preconceito de que “filme nacional não presta !”. E, convenhamos, numa época de “Popstar” e “Zoando na TV”, isso já, por sí só, um gigantesco mérito.


Crítica por:
Diego Sapia Maia

 

 

Atrizes

 

 

Sinopse: Madeline é uma atriz de quarenta anos que começa a ensaiar para uma peça. Ela é solteira e está obcecada em ter um filho antes que chegue à menopausa.

Quem tiver um pingo de objetividade como filosofia de vida não deve entrar em uma sessão em que esteja exibindo Atrizes (Atrices). Franceses não são conhecidos por ser um povo prático, já que adoram discussões intermináveis e por vezes inúteis. Atores também não são lá muito práticos, com exercícios de palco que são inteligíveis e parecem sandices para os leigos. Agora imagine, caro leitor, o que é um filme francês em que a maioria dos personagens são atores…

A protagonista está muito obcecada pela ideia de ter um bebê. Ela apela para todas as maneiras possíveis de conseguir seu objetivo e, por vezes, suas tentativas desesperadas chegam a ser engraçadas. Conforme o filme avança, percebemos que ela está tendo problemas mentais por causa desse plano mal-fadado. Aí é que as coisas começam a ficar chatas, já que Madeline começa a atrapalhar a vida de várias pessoas por causa da idéia fixa de gravidez. A menos que o espectador faça um esforço para identificar a protagonista com outra mulher solteirona desmiolada, a empatia é impossível.

Para fazer companhia a Madeline no manicômio, outros personagens também revelam suas extravagâncias. A mãe dela faz declarações excessivamente íntimas durante uma aula de inglês, o diretor da peça tem surtos de autoritarismo, a assistente dele também tem suas próprias ideias fixas… É um tentando ser mais louco que o outro.
Tudo que se pode dizer é que gostar de Atrizes é um desafio.


Crítica por:
Edu Fernandes

 

Atraídos pelo Crime

 

 


Sinopse: As histórias de três policiais de Brooklyn. Eddie está a uma semana de se aposentar. Tango está infiltrado em uma gangue de traficantes de drogas. Sal está preocupado em arrumar dinheiro para comprar uma casa mais confortável para sua família, nem que precise aceitar dinheiro sujo.

Atraídos pelo Crime (Brooklyn’s Finest) pode ser avaliado como uma junção de várias ideias que já funcionaram em outros filmes policiais. Se isso garante a satisfação dos amantes do gênero, a certeza de um ar de repetição incomoda quem procura por um pouco de novidade. Para mostrar as semelhanças com títulos do passado, vamos analisar os três personagens principais separadamente.

Eddie é um policial amargurado pela vida que está literalmente contando os dias para sua aposentadoria. Máquina Mortífera (1987) já mostrou uma trama semelhante, apeser de ter uma pegada de mais humor. O problema de aceitar Eddie é que ele não se esforça para facilitar a convivência com ele e há vários momentos em que o espectador pode querer dar um tapa na cara do sujeito.

Tango luta para manter seu disfarce enquanto está infiltrado entre traficantes de drogas. Infiltrados é a referência mais clara quando esse assunto está na tela, mas também é possível comparação com O Traidor, outro filme estrelado por Don Cheadle. Essa segunda similaridade acontece por ambos mostrarem razões mais profundas para que ódio entre dois grupos exista. Sejam os traficante e policiais, ou os terroristas e os EUA. Esse é o personagem mais carismático nesse mar de figuras complicadas.

Já Sal está com grandes problemas porque seu salário não consegue dar conforto o suficiente para sua família. É possível contar pelo menos cinco filhos de Sal, mais os gêmeos que sua esposa espera. O mais incrível é que em momento algum é cogitada a solução do planejamento familiar. Dá a impressão que ele está nessa situação complicada simplesmente porque não calculou as consequências de suas escolhas. É difícil compactuar com isso.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (CineDude)

 

 

Atraídos Pelo Crime

 

 


O grande problema dos chamados “filmes de gueto” norteamericanos é serem restritos demais. O assunto dificilmente varia e a falta de identificação com um público maior fora dos EUA faz com que estes filmes tenham bilheterias pouco expressivas fora de lá.

Mas às vezes acontece de algum longa do gênero se destacar, por conseguir desenvolver bem os clichês do seu nicho.

Atraídos Pelo Crime inicia-se de maneira mais que comum: três policiais do Brooklyn – Eddie (Richard Gere, o típico profissional na última missão de sua carreira), Tango (Don Cheadle) e Sal (Ethan Hawke) –, envolvem-se na investigação de um mesmo crime. Cada um tem uma moral que os guia.

O que diferencia este roteiro dos outros do gênero é que os três tipos investigam o mesmo crime, mas praticamente não se encontram durante todo o filme, mas apesar dos motivos diferentes para querer solucionar o caso, o fato é que ambos desejam incessantemente encerrar aquela carreira perigosa e tocar suas vidas. E o filme mostra bem o porquê dessa vontade.

A trama intrincada e bem amarrada prende a atenção do espectador, mas tudo não passaria de boa intenção se os atores não encarassem seus papéis com seriedade, levando o espectador a acreditar nas verdades deles. Ethan Hawke, em especial, tem uma atuação surpreendente, com um personagem rico em nuances e sem pré-julgamentos se o que ele faz é certo ou errado. Não há juízo de valores.

Após um início frio, uma sequência de acontecimentos paralelos e embalados por uma trilha quente e ininterrupta faz a história decolar. As únicas cenas de pouco sentido são as do caso amoroso de Richard Gere, que parecem estar ali apenas para cumprir a obrigação de haver um romance que agrade o público feminino.

A direção de Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) é inteligente e a montagem é dinâmica, evitando bocejos e cochilos de tédio ao longo das mais de duas horas de película. Duração que, aliás e ainda assim, poderia ser menor.

Atraídos Pelo Crime é cinema de machão-hey-dude-mother-fucker, mas que consegue agradar a uma gama maior de espectadores, por trabalhar bem os seus clichês.

É mais do mesmo com o melhor de sempre.


Crítica por:
Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

 

 

Atração Perigosa

 

Sinopse: Doug é um assaltante de bancos de Boston. Durante um dos assaltos, sua gangue pega Claire de refém. Depois ele aproxima-se dela para se certificar de que não corre riscos de ir para a prisão.

O cinema hollywoodiano atual tem oferecido alguns títulos policiais de medianos para fracos atualmente. A cidade de Boston, com sua violência urbana, é o cenário de Os Infiltrados, uma das boas exceções dessa leva. A metrópole parece dar sorte para os filmes e também serve de locação para Atração Perigosa (The Town), dirigido e estrelado por Ben Affleck (Maré de Azar).

O galã é frequentemente criticado por suas atuações, que muitas vezes são bem canastronas. Em seu próprio filme ele não compromete, mas o grande feito do elenco está na performance de Jeremy Renner (Guerra ao Terror). Ele interpreta muito bem Jem, o esquentado amigo e companheiro de crime do protagonista. O sotaque de Boston foi uma das maiores preocupações e ajuda a criar a atmosfera, para quem curte filmes legendados.

Com um Oscar de roteiro em sua bagagem (Gênio Indomável), Atração Perigosa prova que na direção Affleck também tem talento. O filme avança com uma pegada correta e consegue que a plateia simpatize pelo ladrão sem que tenha de odiar os policiais, chefiados pelo personagem bem interpretado por Jon Hamm (O Dia em que a Terra Parou).

O roteiro sabe usar bem seus personagens e cria situações autênticas. O desfecho também merece elogios pela inteligência e o timing. Atração Perigosa termina em um ponto ideal para que se compreenda o destino daquelas pessoas, mas mantém algumas questões abertas para que o espectador as complete.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (CineDude)

 

 

A Todo Volume

Rock and roll na veia. Assim é o poderoso A Todo Volume, documentário de David Guggenheim (de Uma verdade incoveniente) com os guitarristas Jack White, Jimmy Page e The Edge. Sem enrolações, o filme aborda a relação passional entre os músicos e sua musa maior, a guitarra.

Guggenheim não engana o público: é um documentário para os roqueiros. E o cineasta não decepciona. Acompanhamos a trajetória de White (do The White Stripes), Page (do Led Zeppelling) e The Edge (do U2) compartilhando com eles de seus primeiros passos na música, os acordes e composições mais marcantes, os momentos especiais na carreira e toda a magia que envolve o guitarrista e seu instrumento de trabalho.

Entre as cenas individuais vemos o emblemático encontro dos três, trocando experiências e confissões. O filme acaba, obviamente, com uma grande jam session. Tudo isso em altíssimo som, como um bom rock deve ser ouvido.

A Todo Volume é pura adrenalina, imperdível para os fãs não só de Jack White, The Edge e do lendário Jimmy Page, como também para os apaixonados por música. No final das contas… it´s only rock ‘n roll but I like it.

 


Crítica por:
Janaina Pereira (Cinemmarte)

 

 

Um Ato de Liberdade

 

 

Sinopse: Os irmãos Bielski tiveram seus pais assassinados durante um ataque nazista. Eles refugiam-se nas florestas da Bielorrússia e acabam encontrado outros judeus.Eles formam uma comunidade de refugiados.

Há uma infinidade de filmes sobre a Segunda Guerra Mundial. Algumas são baseadas em fatos, como A Lista de Schindler (1993), outras são fictícias, como O Menino de Pijama Listrado. A importância histórica desse período é perceptível já que sempre temos agradáveis surpresas com novas produções que conseguem trazer informações novas sobre o tema. Um Ato de Liberdade (Defiance) é um bom exemplo, tratando de uma parte desconhecida e real da perseguição que os judeus sofreram.

A jornada dos irmãos Bielski é tocante por si só. Envolvendo injustiças, preconceito, união familiar e sonhos de um futuro melhor, é impossível não se emocionar. O roteiro muda um pouco a história real na intenção de tornar os protagonistas mais heroicos ainda. Como a personalidade deles foi bem retratada logo no começo do filme, não fica muito forçada a aura quase épica em que eles são imbuídos.

Há poucos problemas em Um Ato de Liberdade – mesmo assim são perdoáveis. Primeiramente, os personagens são provenientes da Bielorrússia, mas teimam em falar inglês com sotaque. Algumas cenas em que outros idiomas são ouvidos tentam reparar o deslize. O outro ponto baixo está no ritmo, que dá uma forte desacelerada no inverno. Enquanto os refugiados amarguram os martírios do inverno, o espectador também ficará desconfortável na poltrona. Fora isso, os quase 140 minutos de duração passam bem.

As cenas de ação fortes atrairão o público masculino e a retidão de caráter de Tulva – personagem bem defendido por Daniel Craig (Quantum of Solace) – cairá no gosto de quem estiver interessado pela vertente dramática da produção. A aliança bem construída por esses dois lados da mesma moeda já foi feita com primor pelo diretor Edward Zwick (Diamante de Sangue) em seus trabalhos anteriores.

 

 


Crítica por:
Edu Fernandes