quinta-feira , 14 novembro , 2024
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Alvo Duplo

 

Mesmo
com três nomes de veteranos experientes no currículo
de “Alvo Duplo”, esse
pouco inspirado veículo de ação
não consegue se salvar.

Aqui temos o
diretor Walter Hill (que comandou clássicos
do gênero como “Warriors – Os Selvagens
da Noite” e “48 Horas”),
o produtor Joel Silver (igualmente entendido
no assunto, com obras como “Máquina
Mortífera”, “O Predador”,
“Duro de Matar” e “Matrix”
no currículo), e para finalizar o astro Sylvester
Stallone, que dispensa apresentações.
Existem muitos
problemas em “Alvo Duplo”,
mas o principal deles é ser um produto extremamente
genérico, que não possui diferencial algum
a oferecer, e acaba soando como filme B, desses que passam
tarde da noite sem que nem ao menos saibamos seu título.
Aliás, o título é igualmente genérico
tanto na tradução quanto na versão
original, que seria algo como “Bala na Cabeça”
(Bullet to the Head), fato que o apresentador David
Letterman tratou de tirar sarro quando entrevistou
Stallone.
Baseado numa
graphic novel, Stallone é James
Bonomo, também conhecido com o ridículo nome
de Jimmy Bobo, um matador de aluguel veterano. O ator não
é estranho a nomes curiosos, afinal já foi
Marion Cobretti, Raymond Tango, Angelo Provolone, John Spartan,
Ray Quick, Robert Rath, Kit Latura, Joe Tanto, e é
claro, Rocky Balboa e John Rambo.

Na primeira
cena vemos Bobo e seu parceiro (anos mais novo, com idade
de ser seu filho) indo “apagar” um sujeito em
seu quarto de hotel. Eles exterminam o alvo, mas Stallone
deixa uma prostituta que estava no banheiro viva,
porque ela tinha a mesma tatuagem de sua filha!!? É
o que nos explica depois o co-protagonista, o detetive vivido
por Kang Sung (da série “Velozes
e Furiosos”), numa rasa “sessão de terapia”
instantânea com o assassino.
O parceiro de
Stallone é então assassinado (enquanto
os dois estão num bar comemorando a morte que acabaram
de executar) pelo vilão implacável personificado
por Jason Momoa (“Game of Thrones”
e “Conan, O Bárbaro”). Stallone
segue sua trilha e para isso precisa se unir ao detetive
boa-praça de Sung. O ator descendente
de coreanos não convence aqui. Ele interpreta um
detetive de polícia ingênuo demais, que sai
ileso de situações pela mais inesperada sorte,
precisando muitas vezes ser resgatado por terceiros.
Caso “Alvo
Duplo” tivesse algum envolvimento com a realidade,
esse sujeito já estaria dormindo com os peixes há
muito tempo. O filme também sofre de conflito de
personalidade, em horas as cenas almejam fazer graça,
principalmente em trocas de Stallone e
Sung (que aqui não possuem química
alguma e tais cenas soam embaraçosas); e em outras
tentam estabelecer algo cru e bastante violento, com diversas
execuções, lutas e um clima geral pesado.

Filmes como
“Os Mercenários” ou
“Machete” também fazem
uso de uma violência excessiva, mas sabem exatamente
em que tom levar toda a obra. Ao não decidir o que
será, “Alvo Duplo” não
se torna bem sucedido em nenhum dos quesitos, não
é levado a sério, e tampouco é divertido.
Outra notícia triste é que finalmente chegou
a hora de Stallone repensar seus personagens.

Enquanto em
filmes anteriores ele brincava com a velhice, mas tinha
o apoio de um grupo de mesma faixa etária (“Os
Mercenários”) ou com a metade, ou
menos, de sua idade (o último “Rambo”),
aqui realmente parece que o ator (beirando os 70 anos–
ele fará 67 em julho) não toma consciência
de sua idade em seu personagem, e interpreta alguém
mais novo. Sua luta final com o vilão do gigante
Jason Momoa (34 anos mais jovem) é
a verdadeira ficção científica do ano.
Momoa é uma das coisas que sobressaem
no filme, ele é eficiente como figura ameaçadora
e quase indestrutível (é só assistir
à “Game of Thrones”).

Outro pequeno
destaque é a bela Sarah Shahi, que
interpreta a tatuada filha do assassino de Stallone.
A atriz aceitou fazer uma desavergonhada e ridícula
cena de nudez gratuita, que assim como a maioria dos momentos
de “Alvo Duplo” não
faz o menor sentido, mas os marmanjos de plantão
irão agradecer. Passado no interessante cenário
de Nova Orleans (mais um elemento mal utilizado pelo filme),
Alvo Duplo” é um grande
engodo.
É o tipo
de filme que apenas obedece e suga de uma fórmula
sem acrescentar nada em troca. Pode ser considerado o tipo
de filme tirado da década de 1980, mas mesmo lá
seria considerado um exemplar fraco. Se você deseja
algo saído da mesma época, mas com empolgação
e graça de sobra, corra para assistir a “Invasão
à Casa Branca”, ainda em cartaz nos
cinemas.

 


Crítica por:
Pablo Bazarello (Blog)

 

Alvin e os Esquilos 2

 

 
Sinopse: Depois de conquitarem a fama mundial, os Esquilos têm novos desafios. Dessa vez eles enfrentam as pressões do ambiente escolar e um grupo musical rival, formado pelas Esquiletes.

Antes de qualquer consideração ser feita, um aviso aos fãs de Jason Lee: sua participação em Alvin e os Esquilos 2 (Alvin and the Chipmunks: The Squeakquel) está muito mais no roteiro do que nas sua presença em cena. Ao contrário do que sugere o trailer, ele na verdade só aparece em pouquíssimas cenas. A função de adulto responsável na nova aventura é exercida por um primo atrapalhado de Dave – interpretado por Zachary Levi (Chuck).

Mesmo com os personagens principais sendo cantores que conhecem pares românticos igualmente musicais, a franquia continua carecendo de números musicais. Destaque para a versão fofinha de Hot n Cold, de Kate Perry, que no longa é interpretado pelas Esquiletes. Se mais momentos dessa categoria fossem incluídos, enriqueceriam o filme.

Falando em música, a dublagem brasileira resolveu dublar duas canções mudando as letras das músicas sem a mesma competência das versões das animações da Disney, um vício tão antigo quanto detestável. E quem quiser ouvir o idioma original terá de esperar pelo DVD.

Alvin e os Equilos 2 é mais uma prova da terrível influência dessa mania pudica que assola a produção infanto-juvenil encabeçada pelos seriados da Disney. Para quem ouviu histórias infantis em que a princesa precisava de um beijo na boca para chegar ao final feliz, essa tendência de resolver os casos amorosos com ingênuos e mornos abraços é extremamente irritante.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (HomemNerd)

 

 

Alta Fidelidade

 

 

Cult é pouco pra definir esse filme. “Alta Fidelidade” é uma daquelas pérolas, que só aparecem de tempos em tempos. Uma comédia romantica que agrada todos, dos mais aversos aos apreciadores do estilo. Como isso é possível ? Simples (ou nem tanto): com um roteiro inteligente, atuações perfeitas e direção correta.

É uma comédia romântica que conta a história de Rob (John Cusack), um homem, dono de uma loja de discos, que passa por uma tentando entender porquê nunca consegue ter um relacionamento duradouro com suas namoradas. No meio dessa história, muita música e piadas inteligentes.

Acho que falar sobre a atuação de Jonh Cusack é repetir o que os outros dizem. É perfeita, Cusack consegue dar profundidade e carisma ao personagem. O público masculino se identifica com ele imediatamente. A atuação de Jack Black também é outro ponto a ser comentado. Seu personagem é hilariante, é um vedadeiro nerd obcecado por rock. As tiradas dele são sensacionais. Suas discussões com os fregueses da loja de Rob são hilariantes. Vale ressaltar a cena onde ele se apresenta com sua banda, no final.

O filme, narrado por Rob , tem um desenvolvimento da história bem original. Primeiro, começamos com o Top 5 dos “foras” que ele tomou ao longo de sua vida. Cada um desses “foras” é uma história a parte, que depois serve para definir a complexa personalidade de Rob. Uma de suas namoradas é vivida por Catherine Zeta-Jones, a atriz mais bela do cinema atual. A história envolvendo a personagem de Catherine é uma das melhores, só perdendo para a história da atual namorada de Rob, que ache que está sendo saindo por ela com um de seus vizinhos, um bicho-grilo vivido por Tim Robins. A cena onde Rob se imagina expulsando o amante da namorada é espontânea e muito hilária.

Depois disso, o filme toma um rumo parecido com o de comédias românticas comuns, e cai um pouco na qualidade.Mas essa queda é compensada no final engraçadíssimo e mais do que adequado para o filme.

A trilha sonora é, pra completar, arrasadora, com grandes nomes da música independente e da música pop mundial. Quase um personagem do filme.

Altamente recomendado para os amantes do rock (como eu !!) e da boa música em geral.

 

 

 

 

 

 

 


Crítica por:
Diego Sapia Maia 

 

 

Almoço em Agosto

 

Sinopse: Giovanni é um homem de meia-idade que vive com sua mãe idosa. Ele não pode trabalhar por causa da dedicação que sua genitora lhe demanda e, por isso, está afundando em dívidas. O síndico do prédio onde mora lhe propõe que cuide de outra velhinha por dois dias, em troca ele lhe concederá o perdão de alguns débitos.

Um dos encantos do cinema está em nos permitir conhecer outras realidades e culturas. Almoço em Agosto (Pranzo di Ferragosto) traz uma dessas oportunidades que não podem ser desperdiçadas por quem gosta ou tem interesse em conhecer a cultura italiana. Além de o protagonista passar o filme inteiro bebendo vinho e cozinhando pratos típicos, ele está preparando o almoço de Ferragosto, um feriado que muitos não conhecem. Tudo surgiu de uma festividade romana pela fertilidade, mas com a adoção do Cristianismo a festa foi convertida em uma celebração que relembra a ascensão de Virgem Maria, comemorada em 15 de agosto.

A inversão de papéis entre pais e filhos que acontece na terceira idade é muito bem retratada pela produção. Sempre se tem a impressão que os idosos podem por vezes comportarem-se como crianças que precisam ser controladas. Comendo o que não deve, retrucando às sugestões das pessoas mais novas e outras travessuras e manhas são mostradas pelo filme de forma leve, sensível e cômica. Entre uma risada e outra, não se surpreenda se bater aquela vontade súbita de visitar a vovó.

Quem acompanha meus textos sobre cinema, sabe da minha indisposição com uma certa tendência contemporânea do cinema europeu de produzir filmes que não se focam muito no conflito e preferem fazer o retrato de uma situação, como o recente Horas de Verão. Almoço em Agosto segue essa linha que pejorativamente e deliberadamente apelidei de “filmes sobre nada”.

Fico muito feliz e não tenho medo de afirmar que a fita italiana é a primeira que eu realmente gosto e até tenho vontade de rever nesse novo gênero. As razões de minha afeição são a grande simpatia que os personagens apresentam e a comicidade leve desse singelo filme.


Crítica por:
Edu Fernandes (HomemNerd)

 

 

Almas à Venda

 

 


Sinopse: Paul Giamatti esta decepcionado com seu desempenho durante os ensaios da peça Tio Vânia. Para se sentir mais leve, recorre a uma clínica que retira a alma de seus clientes. Ficha Técnica Almas à Venda (Cold Souls)
.

O roteirista Charlie Kaufman é reconhecido por sua grande criatividade, que chega a testar o limite da sanidade mental. A diretor/roteirista francesa Sophie Barthes quis homenagear Kaufman em sua estreia na direção de longas-metragens,com similaridades gritantes em seu roteiro com de seu inspirador.

No elenco de Almas à Venda (Cold Souls), Paul Giamatti interpreta a si mesmo. De maneira semelhante, John Malkovich – outro ator muito talentoso, embora seu nome sozinho também não seja capaz de comover massas às salas decinema – interpreta a si mesmo em Quero Ser John Malkovich (1999). A atuação de Paul é soberba e, graças a seu trabalho, muitos diálogos engraçados e enlouquecidos ganham um colorido muito especial.

Pois bem, Paul Giamatti está em crise em seu trabalho, da mesma forma que o personagem de Nicolas Cage tem um bloqueio criativo em Adaptação (2002). Dessa vez, Cage não interpreta a si mesmo, mas ao próprio Charlie Kaufman e seu irmão gêmeo totalmente fictício – embora Donald Kaufman também assine o roteiro.

Para tentar resolver seu problema, Giamatti se dirige a uma esquisita clínica médica que promete remover sua alma, para que ele possa ficar mais tranquilo. Esse mesmo movimento pode ser visto pelo personagem defendido por Jim Carrey em Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004). É claro que, nas duas jornadas, os protagonistas se arrependem dos procedimentos médicos e decidem voltar atrás e recuperar sua alma, ou as memórias de um relacionamento amoroso fracassado.

Fãs de Charlie Kaufman, amantes de filmes ousados em seus roteiros e amantes do bom cinema podem ver Almas à Venda na certeza de uma experiência cinematográfica no mínimo curiosa.

 

Crítica por: Edu Fernandes (CineDude)

 

 

Almas à Venda

 

 


A megalomania e a esquizofrenia que assolam Hollywood acabam de fazer mais uma vítima: Paul Giamatti. Sujeito de bons filmes no currículo, ele topou viver ele mesmo, neste filme em que mais vale a insanidade do que um bom roteiro.

Paul está em crise consigo mesmo e não consegue mais separar seu próximo personagem teatral de si mesmo. Numa tentativa desesperada de livrar-se dos problemas, resolve extrair sua alma e guardá-la num depósito de almas.

Depois de nada de interessante acontecer, começa então um tal de emprestar alma para cá, alugar alma para lá, um dar, vender e trocar sem pé, cabeça e muito menos fim. Um claro investimento em bizarrice e surrealismo, que não chega aos pés da genialidade de Quero Ser John Malkovich.

A confusão não se limita à história e aos quesitos técnicos. Ela se estende ao espectador – pelo menos a mim –, que por muitas vezes não saberá se a atuação é séria, quando o ator é o ator ou quando ele é o personagem. Por outro lado, isso pode ser considerado um mérito do Paul Giamatti, que mesmo não sendo genial, entrega uma ótima interpretação.

A metalinguagem vem por meio de referências a outros artistas e pela exibição de algumas cenas de outros filmes de Giamatti. À parte alguns poucos momentos engraçados, o resto é filosofia barata sobre almas, citações a Tchékov, muitos surtos, furos de roteiro e argumento mal desenvolvido.

Depois de determinado momento, a problemática em torno da peça que o ator ensaiava é esquecida e nunca mais toca-se no assunto. Fora os personagens, que vão sendo deixados pelo caminho, sem que haja algo que os amarre ou cenas que lhes dêem alguma resolução.

Completamente insano e perdido, Almas à Venda almeja ser fundo como um panelaço, mas não tem mais que a profundidade de um pires.

Depois, Giamatti (o personagem) ainda se arrisca a perguntar à sua esposa: “e se eu fosse um outro eu, no mesmo corpo, ainda assim você me amaria?”. Como ele, depois que “emprestou” a alma de outro, continuou agindo da mesma forma neurótica de antes, ela, obviamente, não entende nada. Nem eu.

 


Crítica por:
Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

 

 

Alma Perdida

 

 

Sinopse: Casey tem sonhos estranhos envolvendo um menino de olhos azuis e um bebê em formol. Quando seu vizinho de 4 anos começa a agir de forma estranha, ela sente que está sendo perseguida por um fantasma.

No Oriente, algumas produções de terror são voltadas para o público feminino – quem lê alguns títulos de mangás sabe do que se trata. Por outro lado, no Ocidente a esmagadora maioria dos filmes do gênero é totalmente dedicada a agradar os olhos masculinos. Alma Perdida (Unborn) não foge à regra, como o pôster que exalta a derrière de Odette Yustman (Cloverfield) não deixa suspeitas.

Aliás, o filme não foge à quase nenhuma regra do gênero. Para falar a verdade, não passa de um desfile interminável de clichês. A causa do espanto é um menino macabro, como em O Grito (2004); os eventos sobrenaturais são desencadeados depois que a protagonista boazuda sofre alguma alteração nos olhos, como em O Olho do Mal; o mistério espreita através de reflexos em espelhos, como em Espelhos do Medo; para descobrir detalhes usa-se um tenebroso filme, como em O Chamado (2002); como último esforço, tenta-se um exorcismo, como em O Exorcista (1973)… Já deu para entender.

Se a falta de originalidade do roteiro não for suficiente, há tantos flashbacks que deixariam Benedito Ruy Barbosa com inveja, e muitas situações assustadoras só são possíveis porque a heroína é estupidamente curiosa. Quando se suspeita de estar sendo perseguida por espíritos malignos, uma pessoa de bom senso nunca ficaria bisbilhotando por buracos e frestas misteriosos.

Se há algo que salva Alma Perdida de ser totalmente ignorado é o tratamento visual do filme, sua única ousadia. Normalmente, no gênero terror, as cenas são escuras e quando se precisa ressaltar alguma cor escolhe-se o vermelho, por razões óbvias. A produção faz então uma opção diferenciada que funciona e destaca o azul-claro.

Quem for totalmente fanático por terrores cheios de sustos pode ir assistir Alma Perdida na certeza de encontrar o que está procurando, mas se quiser algo diferente do que já foi visto é melhor procurar outro filme.

Dica nerd: Espíritos 2 é outro terror que traz gêmeas misteriosas.

 


Crítica por:
Edu Fernandes
Site: www.homemnerd.com

 

 

Alien Vs. Predador 2

 

 

Desastre. Total. Assim podemos definir, em curtas palavras, o medonho ‘Alien Vs. Predador 2’. O projeto já havia sido recusada pelo diretor do fraco – mas divertido – primeiro filme da franquia, Paul W.S. Anderson. O diretor, responsável por verdadeiros filmes pipoca, como ‘Mortal Kombat’ e ‘Resident Evil’ não havia aprovado o roteiro. Ao invés dos produtores pedirem a um roteirista para reescrever o longa, contrataram um diretor ainda mais fraco. E a mistureba deu nisso: ‘Alien Vs. Predador 2’ assusta, de tão ruim!

Nesta seqüência de ‘Alien Vs. Predador’, os famosos monstros de duas das mais assustadoras franquias do cinema de todos os tempos travam uma guerra em uma pacata cidade norte-americana. Um jovem xerife, seu melhor amigo e uma mulher soldado lideram um grupo de habitantes desesperados quando Aliens, um “eliminador” de Predadores, e uma nova ameaça mortal resolvem lutar entre si.

Utilizando, abusando e desfrutando de todos os clichês de filmes adolescentes (sexo seguido de morte e etc…), o filme consegue pecar do começo ao fim, e rir é a única coisa que resta para quem pagou para assistir a este filme. O elenco (elenco?) dá um show de má interpretação, e os aliens e predadores acabam sendo os melhores atores do filme. Sem contar do (samambaia) Predalien, uma criaturazinha tão divertida quanto os Gremlins.

A direção, que fica por conta dos técnicos de efeitos visuais e irmãos Strause, é escura e confusa. Em muitos momentos não conseguimos destinguir nada do que vemos na tela.
Ao invés de assistir à sequência, corra nas locadoras e reveja o primeiro filme – que já não era uma obra-prima – mais uma vez. É, no mínimo, mais divertido.


Crítica por:
Renato Marafon
Site Oficial : —

 

 

Alice no País das Maravilhas

 

 


Sinopse: Treze anos depois de sua primeira visita, Alice volta para o País das Maravilhas. Sua missão é acabar com o reinado cruel da Rainha Vermelha.

Apenas pela idade da pouco conhecida atriz Mia Wasikowska fica claro que Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland) não é uma adaptação totalmente fiel do livro homônimo. Na verdade, elementos desse e de Através do Espelho foram usados no roteiro do filme.

Originalmente as aventuras de Alice eram apenas passeios pontilhados por encontros com criaturas absurdas que não tinha necessariamente relação entre si. O roteiro de Linda Woolverton (O Rei Leão) tenta dar mais unidade para o universo criado por Lewis Carroll, com personagens que antes estavam separados em capítulos diferentes interagindo e até colaborando uns aos outros. Com isso, a relação entre Alice e o Chapeleiro ficou mais parecida com a de Dorothy e Espantalho em O Mágico de Oz.

Essa é a sétima vez que o diretor Tim Burton trabalha com Johnny Depp e a sexta com sua esposa, Helena Bonham Carter (todos estavam juntos em Sweeney Todd). O visual sombrio não chega a ser novidade para os fãs do cineasta, já apreciado desde Os Fantasmas se Divertem (1988). A fantasia também se faz presente na filmografia de Burton, com especial destaque para Peixe Grande (2003). Colocando tudo isso em consideração, não há novidades em Alice.

Para não dizer que o novo filme é apenas uma repetição sem fim, trata-se da primeira vez que Tim Burton usa a tecnologia de captação em 3D. Esse talvez seja uma dos maiores ganhos da produção, com efeitos interessantes e a integração dos elementos reais com os criados por computação gráfica em harmonia perfeita.

Vale a pena assistir a Alice no País das Maravilhas por se tratar de uma história nova e pelos efeitos bem posicionados. As vozes de atores talentosos nos personagens animados é mais um atrativo que merece ser reparado.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (CineDude)

 

 

Alice no País das Maravilhas

 

 


Subversivo diretor de histórias conhecidas (Planeta dos Macacos; A Fantástica Fábrica de Chocolate), Tim Burton traz às telas, desta vez, uma fusão dos livros de Lewis Carroll – “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas” e “Através do Espelho e o Que Alice Encontrou Por Lá” – roteirizada por Linda Woolverton (O Rei Leão; A Bela e a Fera).

No filme, Alice retorna ao mundo subterrâneo que visitou há treze anos, quando ainda era uma criança. Lá, reencontrará personagens como o Chapeleiro Maluco (Johnny Depp), o Coelho Branco e a Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter).

É sabido que Tim Burton não gosta de apenas refilmar histórias. Ele conta a sua versão. Geralmente, o resultado é uma versão mais “apimentada”, sombria. Neste caso, isso não acontece.

O novo “Alice…” continua com o aspecto macabro das histórias originais, seus personagens mantém a essência alucinógena de noção entre o que é realidade ou o que é imaginação, mas o dedo que imperou nesta produção foi o dedo Disney e não o dedo Burton, ou seja, o programa a ser encontrado nos cinemas será muito divertido, mas nada corajoso e com o máximo de lições de moral possível.

A versão em 3D continua com os problemas de sempre: a nitidez ainda não é a mesma que a de uma projeção digital, por exemplo, e o brilho ainda não atinge sua melhor regulagem, pois os óculos 3D tornam a imagem mais escura do que o normal. Mas nada que atrapalhe a sensação ótima de imersão que o formato proporciona, com planos excelentes de plateia da festa de noivado de Alice, destacando cada fileira de pessoas, num imenso corredor de gente cercado de plantas. A sequência em que Alice caiu no buraco da árvore para encontrar a portinha de entrada para Wonderland é vertiginosa e arrisco a advertir os espectadores de estômago mais frágil. Eis um dos poucos momentos em que percebe-se o mão criativa de Tim Burton.

Outra fato que sempre ocorre entre as parcerias Tim Burton X Johnny Depp é o destaque absoluto para o ator, que rouba a cena com talento que impressiona. Depp sai-se muito bem como o Chapeleiro Maluco – exceto por protagonizar uma cena de dança patética, de dar vergonha alheia –, mas finalmente chegou a vez de Helena Bonham Carter (esposa e atriz constante nos filme de Tim Burton) ter os olhos do público voltados para ela. Sua versão para cabeçuda Rainha Vermelha (ou Rainha de Copas) é a típica vilã empática: é sarcástica e engraçada, com a patetice e o deprimente jeito desconjuntado escondidos na perversidade de seus atos desesperados e sua histeria sem fim.

A qualidade da produção, os cenários computadorizados, os figurinos maravilhosos (reparem na quantidade de trocas de roupa de Alice) e o cuidado com os efeitos 3D ressaltam e fazem deste um programa bem divertido e que fará os adultos reviverem a imaginação – e o medo dos personagens – da época em que leram os livros de Lewis Carroll.

Só isso já vale o ingresso, mas só isso não fazem de Alice no País das Maravilhas um filme “maravilhoso”.

 


Crítica por:
Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

 

 

Alice no País das Maravilhas

 

 
Tim Burton é um daqueles diretores com estilo próprio, que tem uma marca registrada em todas as sua produções. Dono de uma criatividade peculiar, ele é o responsável por algumas obras-primas do cinema, como Edward Mãos de Tesoura, Peixe Grande, Ed Wood e A Lenda do Cavalheiro sem Cabeça. Mesmo os fãs de Batman que torcem o nariz para o primeiro longa do homem morcego, dirigido por Burton em 1989, precisam admitir que o cineasta fez uma Gothan City impecável e transformou o Coringa de Jack Nicholson em pergonagem célebre.

Pouco baladado em premiações de cinema, Burton ganhou fama mundo afora por seu jeito colorido e folclórico de contar histórias, além de ter transformado o galã Johnny Depp no mais performático ator americano. A dupla volta às telas com um projeto ousado: levar Alice – a personagem imortalizada nos livros de Lewis Carroll – de volta ao País das Maravilhas 13 anos depois de sua primeira aventura por lá.

Fazendo boa bilheteria nos EUA e chegando ao Brasil no feriado de 21 de abril, Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland) é um dos filmes mais esperados do ano. Em versão 3D e com visual pop, o longa deve ser encarado como uma respeitosa homenagem ao clássico de Carrol, nada além disso.

A primeira hora do filme é chata pra caramba, daquelas chatices que fazem você bocejar e até dormir no cinema. Alice (a pálida e insossa Mia Wasikowska), agora uma jovem que vai ser pedida em casamento, não se lembra do País das Maravilhas, mas é visitada pelo coelho e acaba sendo levada para lá novamente.

Em Wonderland reencontra velhos amigos como o Chapeleiro Louco (Johnny Depp em atuação pouca expressiva) e descobre que a malvada Rainha Vermelha (a ótima Helena Bonhan-Carter) está dominando o lugar.

Visualmente o filme é bacana, com direção de arte e fotografia impecáveis. Aliás, a parte técnica é um luxo, dando ao longa um status de grande produção que fez valer cada centavo investido. Alice usa vestidos deslumbrantes, o que torna o figurino da personagem um dos mais originais já vistos no cinema.

O roteiro demora a engrenar, mas quando acontece não faz de Johnny Depp o protagonista, mantendo o foco em Mia, que mesmo não sendo lá essas coisas até fica bonitinha diante de tantos personagens feios. Mas o grande momento do longa é mesmo a Rainha de Helena Bonham-Carter. A ‘cabeçuda’ literalmente salva o filme, com as melhores cenas e diálogos excelentes.

O 3D dá uma noção de profundidade interessante em algumas cenas, mas não chega a ser fundamental como em Avatar. E, ao contrário do filme de James Cameron, Burton trabalha com o visual, mas sabe contar uma história.

Porém, é preciso admitir que o Tim Burton dos anos 1990 era bem mais legal que o dos anos 2000. Nesta década ele fez filmes como os remakes de Planeta dos Macacos e A Fantástica Fábrica de Chocolate, ambos sem brilho o suficiente para fazer parte da cinebiografia memorável do cineasta.

Se você não tem muita expectativa, Alice no País das Maravilhas vai divertir na medida certa. Para os que acham que este é o filme do ano, no entanto, a decepção pode ser enorme. De qualquer forma o filme cumpre o que Burton sempre faz em suas produções: é uma ode ao cinema esteticamente perfeito. Em outros tempos, em se tratando de Tim Burton, isso também significava um cinema inesquecível e encantador. Mas dessa vez ficou só na estética mesmo.

 

Crítica por: Janaina Pereira (Cinemmarte)

 

 

Alguém Tem Que Ceder

 

 

O estúdio de ‘Alguém Tem Que Ceder’, a Warner Bros, não botava muita fé no seu sucesso, já que é muito difícil uma comédia romântica com seus protagonistas quase na terceira idade agradar aos adolescentes, que é o público que vai mais ao cinema. Mas como, graças a Deus, na sétima arte a lógica não funciona ao pé da letra, o filme fez bastante sucesso.

A direção ficou por conta de Nancy Meyers que tem boa mão para comédias leves (O Pai da Noiva e Do que as Mulheres Gostam). A ela se somaram dois grandes atores que transitam muito bem entre comédia e drama, Jack Nicholson e Diane Keaton.

O roteiro é bastante simples mas por outro lado não é desagradável nem escatológico, não apela a coisas nojentas como quase todas as comédias que circulam por ai atualmente.

Nicholson faz um executivo do mundo da música que apesar dos seus mais de 60 anos nunca teve uma relação estável com nenhuma mulher, sendo um dos maiores mulherengos de todos os tempos. Ele está de namorico com uma jovem garota que poderia ser a neta, eles decidem passar o fim de semana na casa de praia da mãe dela, que é Diane Keaton. Já no primeiro dia ele tem um ataque cardíaco e Diane, mesmo a contra gosto, aceita que ele fique se recuperando em sua casa por algum tempo. Sim, internauta, vai pintar um clima, e as brigas do começo vão dando lugar ao romance, e é ai justamente que a fita perde um pouco da graça. A partir de meio mais ou menos torna-se um romance e há poucas piadas.

Keanu Reeves faz um papel que chama a atenção, está muito diferente do seu padrão de interpretativo, ou seja, cara de “nada”. Aqui ele está encantador e charmoso, realmente uma surpresa.

Alguém tem que Ceder vai agradar em cheio aos casais com mais de 35 anos de idade.


Crítica por:
Andrea Don

 

 

Água Negra

Os remakes orientais estão tomando conta de Hollywood. Após ‘O Chamado’, ‘O Grito’ e ‘The Eye – A Herança’, ‘Água Negra’ seria inevitável. Quando o filme original já é meio fraco, a refilmagem geralmente não consegue ser pior. Mas Walter Salles conseguiu segurar a barra e criou um filme bastante interessante.

O problema deste remake é que, enquanto os marketeiros tentavam vendê-lo como mais um horror assustador, o filme pendia para o lado ‘drama-horror-psicológico’, estilo de filme não tão comercial. Ou seja: ao assistirmos ao filme, por melhor que ele seja, nos sentimos enganados e lesados. Exemplo? É a mesma coisa que pedir ao garçom uma coca-cola e receber uma água (analise barata, mas ainda comparativa).

‘Água Negra’ é uma viajem ao submundo dos problemas familiares e psicológicos, esquecendo a tão falada garotinha que supostamente deveria assustar, mas apenas inferniza. E neste quesito ele se torna um ótimo e bem estruturado drama familiar, com direito à um suspense psicológico que incomoda, mas não assusta.

Jennifer Connelly tem uma ótima interpretação, assim como em ‘A Casa de Areia e Névoa’, ela consegue transmitir o que se passa apenas com os olhares. E isto é ser uma atriz de talento. E a novata Ariel Gade (que interpreta a filha de Connelly), promete ser uma das mais talentosas atrizes da nova geração. Salles também consegue levar uma direção interessante e bem feita, aproveitando um roteiro bem estruturado.

No filme, uma mulher recém-divorciada passando por uma penosa disputa pela custódia da filha acaba procurando um novo lar para viver. Para não ser encontrada pelo ex-marido, ela se esconde em um prédio antigo e passa a ser atormentada por outro problema: o fantasma de uma antiga moradora do lugar.

Um filme bastante complexo e interessante de se ver, mas lembre-se: leve em consideração que o filme não é um terror baratos com fantasmas voando, e sim um drama intenso com uma história fantasmagórica como plano de fundo.

 

Awake – A Vida por um Fio

 

 

Após alguns anos longe da tela, Hayden Christensen (Star Wars) volta às telonas neste drama mesclado com suspense, ao lado de Jessica Alba (Quarteto Fantástico).

No filme, Clay Beresford (Hayden Christensen) vive um garoto que tem quase tudo o que deseja; uma bela namorada, uma mãe dedicada e muito dinheiro. Porém vive um drama interno, precisa de um transplante de coração devido o seu ser fraco.

Quando encontra um doador que tenha o mesmo tipo raro de sangue que ele, pensa que sua vida finalmente será feliz por completo. Contra a vontade da mãe, ele resolve operar com um médico que é seu amigo e ainda casar com sua namorada (Jessica Alba) que sua mãe não aprova. Mas, ao entrar na mesa de cirurgia, mesmo anestesiado, ele fica acordado sem poder se mover, mas sentindo cada corte e ouvindo cada palavra.

Seu desespero só intensifica quando percebe que na verdade, sua cirurgia faz parte de um complô com algumas pessoas queridas que ele jamais imaginaria ser traído.

O elenco de apoio conta com o talentoso Terrence Howard (indicado ao Oscar por Ritmo de um Sonho), e com a experiente atriz Lena Olin (A Insustentável Leveza do Ser).

O filme é dirigido pelo estreante Joby Harold, que assina também o roteiro, e ao final do filme ficamos com a sensação de que merecia um desfecho mais empolgante, todavia se trata de um filme intrigante com cenas detalhadas da cirurgia feita no coração e com uma estória que não havia sido explorada por Hollywood, é indicada para uma típica sexta feira a dois à procura de emoção passageira no cinema.

 


Crítica por:
Janis Lyn Almeida Alencar
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500 Dias com Ela

 

Inbetween Days*

Sinopse: Depois do fim do confuso relacionamento com Summer, Tom está decidido a reconquistar a garota.

O filme 500 Dias com Ela ((500) Days of Summer) conta a história do começo e do fim de um relacionamento amoroso. Qualquer pessoa que já tenha presenciado esse tipo de acontecimento conseguirá perceber como as situações reais são retratadas na tela.

Um dos maiores méritos do roteiro está em conseguir fazer com que o próprio espectador também viva o “namoro” de Tom e Summer. Mesmo com a atuação sempre apática de Zooey Deschanel (Sim, Senhor), somos convidados a se apaixonar pela garota. Por outro lado, com o desenrolar dos acontecimentos, passamos a odiá-la com a mesma intensidade.

O enredo é narrado de forma não-linear, mas é facil situar cada cena dentro do todo com a ajuda de vinhetas animadas. No decorrer do filme, o número do dia em questão – são 500 no total, como diz o título – é apresentado tendo como fundo a pintura de uma árvore. A figura de fundo acompanha a trajetória do amor de Tom, ficando verdejante quando as coisas andam bem, e depois ressecando quando ele chega no fundo do poço.

Com essa estrutura diferenciada, criam-se espaços para liberdades criativas. Um exemplo são as digressões que o narrador faz para mostrar o passado e outras características dos personagens, como acontece em O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001).

Entre as demais ousadias, há uma cena musical fantástica e algumas oportunidades em que um dos atores olha diretamente para a câmera, ou faz depoimentos típicos de documentários. Essas pequenas viagens em um filme que repensa um relacionamento amoroso que terminou remete a Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. Nas duas produções o sofrimento do homem que perdeu a mulher amada é o mote.

Logo no início de 500 Dias com Ela, Tom é descrito como um rapaz romântico por ter ouvido demais músicas inglesas deprimentes. Em seu quarto há referências às bandas Joy Division e The Smiths. Com isso, fica claro que a música também é um personagem do filme – com direito a cenas em karaokês. Quem tem esse mesmo gosto musical irá encontrar mais um motivo para ver esse longa imperdível.

Para ver o trailer, clique aqui.

* O título da canção do The Cure fala daquela fase em que o dono do coração partido não sabe muito bem se ama ou odeia o(a) ex.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (HomemNerd)

 

 

400Contra1 – Uma História do Crime Organizado

 

Sinopse: Willian tem diversas passagens pela prisão, onde conhece os militantes contra a ditadura. Ele e seus colegas lutam por ter direitos iguais aos demais presos. Assim nasce o Comando Vermelho.

400 Contra 1 – A História do Comando Vermelho é mais um filme nacional sobre a violência urbana. O pior é que qualquer pessoa que lê as páginas policiais dos jornais já se sabe o final antes de começar a sessão. O desafio é trazer frescor para uma produção que por si só não traz atrativos diferenciados.

A opção encontrada foi de contar a história de forma não-linear, de modo que o espectador construa a linha do tempo como um quebra-cabeça cronológico. Com isso, a sequência do assalto a banco que aconteceu em 1980 fica diluída no decorrer do filme e se perde a oportunidade de se realizar uma cena marcante.

Com tantas idas e vindas, o enredo fica muito confuso. A falta de preocupação por parte da maquiagem de envelhecer o aspecto dos atores só colabora para o caos. Passam-se 10 anos e alguns personagens não mudam sequer o penteado, especialmente a advogada interpretada por Bruna Messina (Olhos Azuis).

Daniel de Oliveira (Zuzu Angel) traz uma atuação muito irregular. Enquanto na tela ele realmente convence como o bandido William, a locução feita por ele está muito ruim. Em alguns momentos ele tenta entrar no personagem usando apenas a voz e parece estar brincando.

Muitos filmes nacionais preocupam-se em não vangloriar demais os bandidos-heróis. 400 Contra 1 não tem esse raciocínio, o que é deplorável. O filme acaba tornando-se uma peça publicitária do Comando Vermelho – algo nada desejável para o bem da sociedade.


Crítica por:
Edu Fernandes (CineDude)

 

 

400Contra1 – Uma História do Crime Organizado

 

Cidade de Deus significou um grande salto em qualidade e criatividade para o cinema brasileiro, mas deixou de herança um outro (ingrato) lado da moeda: influenciou incontáveis outros filmes nacionais que o sucederam, mas até agora, nenhum alcançou o seu nível de excelência.

O filme é uma livre adaptação do livro homônimo de William da Silva Lima, um dos idealizadores do Comando Vermelho. William contou de forma bem parcial e subjetiva, em seu livro, a história da citada organização, que nasceu da revolta dos presos comuns da ditadura, que passaram a ver na disciplina dos presos políticos uma forma de também se organizarem e confrontarem a militância, o que culminou em muitos conflitos e que tomou rumos diferentes do idealizado inicialmente, tornando-se o Comando, atualmente, uma das maiores facções criminosas do país.

Quem o interpreta William na ficção é Daniel de Oliveira, que realiza mais um bom trabalho, apesar de não ter conseguido desvencilhar-se totalmente do sotaque de mineiro. Com ele estão Daniela Escobar como seu explosivo caso amoroso; o excelente Fabrício Boliveira, na pele do preso Cavanha; e Branca Messina, o grande destaque do filme, como a advogada que pesquisava a visão que os presos tinham sobre a ditadura e que, posteriormente, tornaria-se cúmplice deles nas revoltas que se sucederiam.

Inicialmente, o longa desenvolve-se bem, com um apuro fotográfico impressionante, uma primorosa trilha sonora black e montagem adequada ao estilo setentista. Mas é esta mesma montagem a responsável, junto com a direção, por deixar o ritmo desandar, fornecendo poucas informações, o que facilmente desvia a atenção do público para outras coisas e dá a impressão de filme arrastado, no qual as peças demoram a se encaixar.

Toda a ação, sangue e tiros são deixados para o final e isso poderia ter sido melhor distribuído, como forma de prender a atenção em momentos de marasmo da história. E falta um grande momento de produção cinematográfica, que poderia ter vindo da sequência da rebelião, encolhida diante do potencial que possuia para épico.

O problema é que este gênero possui bons parâmetros comparativos e fica difícil não rebaixá-lo diante de obras grandiosas (em qualidade) como Tropa de Elite, Cidade de Deus e Hunger (ainda inédito no Brasil). No rastro do filme de Fernando Meireles, 400Contra1 – Uma História do Crime Organizado alcança seus méritos, mas não passa de mais um para a estatística dos que poderiam, mas não chegaram lá.

 


Crítica por:
Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

 

 

360

 

Pessoas e seus problemas. “360” parte dessa questão existencial para contar uma história (baseada na obra de Arthur Schnitzler) com gente de todas as partes do mundo que traem, se apaixonam e buscam um novo rumo para a tristeza do presente, em suas vidas.
O novo trabalho do diretor brasileiro Fernando Meirelles é um drama composto por elementos que na somatória da equação não consegue pontuação nem para ir pra recuperação. É o típico ‘filme miojo’: enroladinho com tempero fabricado. Falta carisma aos personagens, o público tentará se conectar com algumas das histórias mas será uma tarefa complicada.

Na trama, conhecemos muitas pessoas, de muitos lugares do planeta, e suas histórias que em alguns casos, se cruzam. Histórias de muitos, sentimentos de todos. Assim poderíamos definir bem todo o caminho de um transferidor até a marca máxima, o limite de 360 graus.

É o empresário que está em crise no casamento, uma mulher elegante que trai o marido com um fotógrafo brasileiro, uma jovem que tenta a vida em caminhos que levam à prostituição, um homem apaixonado que enfrenta o desafio de amar uma mulher casada, uma brasileira recém traída que tenta voltar ao Brasil, um senhor que viaja para reconhecer (ou não) o corpo de sua filha desaparecida e acaba sendo tocado pelo jeito alegre de uma brasileira e um ex-presidiário que tenta a todo custo segurar seus desejos.

Americanizar sequencias que tinham outra naturalidade vira quase um objetivo, o que nos leva a uma história sem alma, com muitos idiomas e em muitas partes, forçadas. Mesmo com as presenças sempre interessantes de Rachel Weisz (que já trabalhara com Fernando Meirelles em outro filme), Ben Foster (que fez o ótimo “O Mensageiro”) e Anthony Hopkins, o filme não consegue subir todos os degraus que precisava para agradar os cinéfilos.

É disparado o pior trabalho de Meirelles no mundo do cinema. O paulistano que nos brindou com o maravilhoso “Cidade de Deus” e o interessante “Ensaio Sobre a Cegueira” não consegue repetir o bom trabalho que fizera nesses. A trama poderia ter sido melhor contada e apresentada ao público. O espectador é surpreendido por um vazio quando o filme acaba, fruto também do esquisito roteiro de Peter Morgan (lembrando que Peter tem grandes roteiros no currículo mas que nesse longa não consegue acertar).

Decepções à parte, sempre vale a pena conferir o filme e tirar suas próprias conclusões. A grande questão é que temos pouco tempo para entrar nas salas de cinema e dentre muitos filmes do circuito (que entrarão junto com ‘360’ na sexta-feira (17/08)) esse não é nem a terceira melhor escolha, talvez a quarta.


Crítica por:
Raphael Camacho (Blog)

 

 

300

 

Se pensarmos apenas do ponto de vista técnico, de efeitos visuais e do quanto o filme acrescenta com isso, temos uma das mais belas experiências dos últimos tempos. As cenas de lutas entre os exércitos Persa e de Esparta são de uma beleza louvável. Na maioria das vezes não parecem cenas gravadas com um fundo azul e depois inseridas digitalmente, mas sim que o diretor Zack Snyder (Madrugada dos Mortos) construiu um novo conflito entre esses povos. Cada lança, cada luta, cada sangue jorrado é de uma realidade impressionante.

Mas como cinema é uma experiência onde principalmente a narrativa deve ser levada em consideração, “300” acaba sua exibição devendo e muito para o espectador. A história do exército liderado por Leônidas contra a tentativa de dominação do rei Xerxes é um de uma superficialidade que beira a ingenuidade no momento de se construir um roteiro. Mais preocupado em estabelecer logo as cenas de conflito, as cenas em que são explicadas as motivações da invasão a Esparta e a formação do exército de 300 pessoas é extremamente corrida, como sendo apenas um fiapo para justificar todo o sangue que transborda na tela. Diálogos que desvalorizam o excelente original de Frank Miller e a utilização de uma trilha extremamente melodramática só contribuem para enfraquecer esta que poderia ser uma excelente aventura, um excelente entretenimento.

Com personagens sem profundidade, nunca nos fica claro a real intenção de Leônidas: queria ele salvar seu povo ou apenas se afirmar como um soberano? Da mesma forma, qual a motivação de tantos o seguirem, já que nada fica estabelecido durante a projeção? O único que consegue ter um mínimo de coesão é Xerxes (vivido por Rodrigo Santoro), que demonstra ser “apenas” um ser desalmado que quer o poder pelo poder, tendo como objetivo a dominação dos povos. Ao mesmo tempo, em um mar de personagens masculinos-machões (sem qualquer vestígio de sentimento ou qualquer outra característica que os torna humanos), Xerxes consegue ser um personagem acima, já que transita entre todas as formas não se apresentado como homem, mulher, nem sequer um ser humano. Xerxes é um Deus, que nem sequer deve ser considerado humano como nós.

Recheado de polêmicas e discussões sobre sua profundidade, “300” demonstra ser algo bem menor do burburinho que gerou. Embora tenha acertos, é um filme que realmente poderia ter ido muito além, já que para isso tinha uma boa história, um elenco competente e um bom diretor. Mas às vezes (como neste caso), a vontade de se fazer um filme para a massa faz minar todas as características que fazem de uma obra (quadrinhos, livros) algo realmente considerável e acima da média de outros do gênero, fazendo com que alguns saiam bem feitos como “Sin City”, e outros que ficam pelo meio do caminho, como “300” (apenas para ficar na comparação entre obras de Frank Miller). Como grande vilão do filme Rodrigo Santoro consegue ser o que há de melhor no longa (o que não é difícil, já que é um excelente ator), mas pode contribuir muito mais (e escolher projetos melhores) do que aconteceu com “300”. De positivo fica toda a exposição que nosso “ator para exportação” conseguiu para efetivamente participar de bons projetos pelo mundo afora.

 


Crítica por:
Rodrigo Soares

 

 

300

 

Filmes de adaptações de quadrinhos ou livros são um problema e uma solução para o cinema. Problema porque sempre tem os fãs que não ficam satisfeitos ou não entendem a abordagem que o diretor quis para seu filme. Solução porque a falta de criatividade impera e tem mais um lugar para recorrer, e assim produzir novos filmes. Filmes baseados em fatos históricos também caem no mesmo problema, porém com uma conotação mais grave porque os fatos realmente aconteceram, então são reais. Nesse caso a fidelidade cobrada por todos fere ainda mais.

Mas julgar o filme por sua fidelidade é algo meio complicado que nem sempre deve se levar em consideração para analisar a obra, esse é o caso de “300”, mais novo longa do diretor Zack Snyder, baseado na sangrenta batalha dos Espartanos, liderados pelo rei Leônidas (Gerard Butler) contra os Persas, comandado pelo rei Xerxes (Rodrigo Santoro). Como o filme se baseou na história de Frank Miller “300 de Esparta”, já se anunciou que seria contada uma história fantasiosa.

O ponto alto do longa está na fotografia e nos efeitos especiais que conceberam bastante realidade as lutas dando destaque para o sangue bem vermelho contrastando com a o fundo fosco. O vermelho dá o tom do filme que além de ser o sangue do inimigo, ainda está na capa dos guerreiros espartanos conferindo vivacidade aqueles soldados. A opção de congelar a imagem em determinados momentos para frisar a força e a ferocidade de algumas matanças também funciona bem e acaba gerando uma espécie de beleza as batalhas. O figurino também pontua bem o filme e cria a idéia de estarmos na antiga Grécia.

Se um filme fosse feito somente de efeitos especiais e bela fotografia esse seria com certeza um dos melhores filmes do ano, mas não é assim. A narrativa do longa é muito fraca, não é bem explorada o que acaba gerando uma falta de profundidade da história, se limitando apenas a contar a história de apenas um lado da batalha e criando essa idéia de bom e mau. Se é que existem bons e maus, já que o Rei Leônidas é tão sanguinário e movido pela força que o Rei Xerxes fica até como um bom sujeito já que ele quer apenas que seus inimigos se rendam perante seus pés. A trama envolvendo a rainha Gorgo (Lena Heady), é dispensável e sem sentindo e, por vezes, corta a narrativa. A narração também é algo dispensável, os fatos falam por si. Há também os exageros do uso de contra-plongeé nos personagens Xerxes e Leônidas, ficando por vezes repetitivo e clichê. Sem contar a referência a Jesus Cristo e São Sebastião nas cenas finais do longa.

O filme ainda passeia por um universo de clichês do gênero como o pai que deixa o filho mais novo ir para a batalha, já anunciando o fim trágico, a dupla que aposta quem mata mais, a mulher desejada pelo inimigo que vê a única forma de salvar seu povo se entregando, o traidor é alguém rejeitado, a fúria do pai, entre tantos outros. Sem contar a forma preconceituosa como o povo persa é tratado, lá encontramos luxúria, homossexualismo, negros, deficientes físicos e gananciosos, já os espartanos são brancos, fortes e jovens. Além de diálogos clichês, por exemplo, Xerxes diz: “Ele mandou você se levantar, eu só peço que você se deite”.

Rodrigo Santoro ganha seu primeiro papel de destaque nos cinemas americanos, apesar das poucas falas, atua mais com expressões, confesso que o achei bem convincente nos sentimentos de ódio e alegria. E quem sabe agora ele deslancha sua carreira. Já Gerard Butler bem exagerado nas expressões e atitudes. Para um longa que prima pelos clichês e pela pouca história, os exageros fazem parte do pacote final.


Crítica por:
Cinara Patrícia
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