sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica | O Ninho – TERROR italiano surpreendente é um ‘O Jardim Secreto’ bizarro

Um bom filme de terror ou de suspense consegue manter uma porcentagem de sua história envolta em um mistério que só se revela no final ou perto do fim. É esse não-saber que boa parte dos fãs desses gêneros busca na maioria das produções que chegam aos cinemas e às plataformas de streaming, porém, a manutenção desse clima de mistério é justamente o ponto certo de ebulição que essas produções tentam alcançar, mas que, porém, boa parte não consegue alcançar. Há, porém, uma porcentagem considerável de histórias que conseguem atingir o grau certo de envolvimento do espectador, e um bom exemplo desse tipo chega essa semana aos cinemas brasileiros: o longa de terror italiano ‘O Ninho’.

Samuel (Justin Korovkin) é um jovem adolescente, na faixa dos doze anos, paraplégico, que vive com a mãe, Elena (Francesca Cavallin), e os funcionários da família em um casarão, e esses funcionários fazem a segurança, a limpeza e a alimentação de todos que ali vivem. Embora se sinta entediado por não ter com quem conversar e por não conseguir andar, Samuel vive bem em sua bolha, seguindo todas as orientações de sua mãe super rígida. Porém, a chegada da jovem Denise (Ginevra Francesconi), uma adolescente de quinze anos que é deixada na propriedade pelo pai para ser cuidada por Elena, irá abalar a postura obediente do inocente Samuel, e o contato com essa moça que veio de fora poderá expandir o mundo do infeliz garoto.

Escrito por Roberto De Feo, Lucio Besana e Margherita Ferri, o roteiro traz um olhar diferente sobre o conceito do “menino bolha” – aquela criança que é superprotegida por um parente, que não o deixa sair de casa por algum motivo –, colocado em um ambiente de suspense e terror com uma ameaça invisível aos olhos, mas presente em todas as cenas. Para favorecer essa ambientação, a direção de arte e de fotografia dão um show à parte, posicionando a câmera em ângulos que favoreçam a dúvida e o contraste dos atores com as estampas de fundo dos cômodos antigos do casarão, reforçando a ideia de prisão na mansão.

Em cerca de uma hora e quarenta de duração, o diretor Roberto De Feo transporta o espectador para uma história bem vagarosamente desenvolvida, mas cujo final dá uma reviravolta bem interessante em tudo que veio sendo construído – e a coisa toda é revelada de maneira tão rápida, que, se você piscar, capaz acabar perdendo. Então, é para ficar atento e, quando a coisa toda se revelar, você ainda vai ficar um bom tempo sentado na sala de cinema refletindo como o longa foi deixando pistas sutis – tão sutis – ao longo da história, e você provavelmente nem percebeu.

Para quem gosta de um filme com uma história simples que te pega de surpresa inesperadamente, ‘O Ninho’ é a melhor opção dentre as estreias nos cinemas brasileiros. Bem-feito, com uma boa argumentação e personagens bizarrinhos, é um filme de terror surpreendente, que se assemelha a outras produções do gênero que fizeram bastante sucesso com o público, as quais não podemos mencionar para não dar spoiler. ‘O Ninho’ é uma aposta certa de um bom suspense.

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