sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica | O Rei da TV – Série sobre Silvio Santos ajuda a manter viva a memória do entretenimento nacional

Quem tem 30 anos ou mais possui vívidas memórias do apresentador Silvio Santos. Proprietário de uma das principais emissoras de televisão do país, a SBT, e com uma fortuna que gira em torno de 2 bilhões de reais, Silvio Santos, hoje com 91 anos, há alguns anos está afastado da TV, mas continua em atividade, gerenciando seus negócios. E agora ganha uma bela homenagem à sua carreira: a série ‘O Rei da TV’, produção da Gullane que chega hoje à plataforma da Starplus.

Em 1945 o jovem Silvio (Guilherme Reis) se frustra por não ter geleia para comer em casa, enquanto vê o pai voltar de manhã após gastar o dinheiro da família no jogo. Certo dia, ao ir para a escola no Centro do Rio de Janeiro, esbarra com um camelô português (Augusto Madeira), que lhe encanta com seus truques de mágica. Fascinado com a possibilidade de fazer dinheiro fácil e rápido, Silvio gruda no comerciante, de olho em aprender sua técnica. Não demora muito até o rapazote (Mariano Mattos) conquistar seu próprio espaço na rua, e aos poucos, calcar seu caminho na comunicação. Toda essa trajetória é analisada pelo Silvio (José Rubens Chachá) de 1988, que começa a ter problemas de voz e precisa decidir se se afasta da TV de vez e deixa Gugu Liberato (Paulo Nigro) em seu lugar.

Dividida em oito episódios com aproximadamente quarenta minutos cada, ‘O Rei da TV’ é uma série nostálgica que presta a devida homenagem a este que é um dos principais responsáveis pelo entretenimento televisivo dos anos 1980 e 1990 no país. Tendo lançado a carreira de diversos artistas que até hoje fazem sucesso – como Sérgio Mallandro, que aparece na série, interpretado por Gui Santana – o que chama a atenção na produção é o empenho artístico da Gullane em criar e recriar um cenário de quarenta e oitenta anos atrás. A direção de arte de Rafael Ronconi, a direção de fotografia de Rodrigo Monte, o figurino por Davi Parizotti, a caracterização de Mafê Torrezani e a cenografia de Carol Montoia preenchem a tela com beleza e fidelidade, tornando crível e belo tanto a realidade quanto as memórias do protagonista, em especial atenção à época da Caravana do Peru, com os personagens de Yakko Sideratos e Giovanni Venturini numa espécie de ‘O Rei do Show’.

Embora muito bem caracterizado e ambientado, falta conexão em ‘O Rei da TV’. Se por um lado Silvio Santos é conhecido no país, os jovens de hoje pouco sabem de sua trajetória, e, na ausência de uma pegada mais pop na produção, os espectadores millenials podem pouco se conectar com a série; por outro lado o público na faixa dos quarenta pra cima terão uma sensação extremamente nostálgica em ver, em detalhes, a criação do aviãozinho do Silvio Santos, que distribuía dinheiro pra plateia, e do Baú da Felicidade, um programa de carnês que se tornou extremamente popular tanto nas capitais quanto no interior do país. Em contraponto, a não linearidade do roteiro de André Barcinski, Ricardo Grynszpan, Mikael de Albuquerque, Henrique Melhado e Marcela Macedo faz com que a história o tempo todo vá e volte no tempo, tornando o Silvio do passado – aquele que ainda está descobrindo o caminho do sucesso – muito mais carismático e interessante do que o Silvio do presente, às vésperas de descobrir um câncer na garganta.

Com uma atenta direção de Marcus Baldini, ‘O Rei da TV’ é uma produção que ajuda a manter viva a memória do entretenimento nacional ao jogar luz nos altos e baixos, nas qualidades e defeitos deste que é um dos principais entretainers da história do Brasil. Definitivamente uma série que despertará a memória afetiva dos mais velhos, cujas infâncias foram embaladas pelos programas matinais nos domingos na SBT.

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