sexta-feira, abril 26, 2024

E aí, querido cinéfilo?! – Nossa Coluna de Entrevista | Parte 17: Andrea Cursino

O cinema não deixa de ser um reunião, um grande elo, de pessoas que amam entender os sentimentos que caminham pelo universo que vivemos. Pensando em entender melhor as origens do amado gosto pela sétima arte, esse humilde cinéfilo que vos escreve resolveu de maneira espontânea mandar um questionário de perguntas para uma incrível seleção de cinéfilos brasileiros com o objetivo de trocar experiências sobre tudo que já viveram nesses anos de amor ao cinema.

Nossa convidada de hoje é jornalista formada pela FACHA (Faculdades Integradas Hélio Alonso) e já foi repórter, assessora de imprensa, produtora de programas para webtv e crítica de cinema. É professora de crítica de cinema na FACHA e mediadora de debates em salas como: Cine Joia, MAM e Teatro Sesi. Fundadora e proprietária do site Cinema Para Sempre. Andrea é uma das pessoas mais carinhosas desse universo audiovisual sendo figura sempre presente nas diversas cabines de imprensa e eventos na cidade do Rio de Janeiro, principalmente.

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Eu sou do Rio de Janeiro e a sala de cinema que gosto mais é o UCI New York City Center. Eles têm várias salas com tecnologias diferenciadas. As salas são confortáveis e tem mais variedade de títulos em cartaz. Além disso, os filmes ficam em cartaz mais tempo e é a sala mais próxima da minha casa.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente?

Acho que desde que me entendo por gente eu sou cinéfila. Acho que é o melhor lugar do mundo para alimentar a mente humana. As histórias, as mensagens e as tantas formas de comunicação e aprendizado sempre me encantaram. Não exatamente da primeira vez que fui ao cinema, mas tenho lembrança de assistir Bernardo e Bianca aos 8 anos de idade. Mas tenho certeza que assisti outros filmes da Disney no cinema antes disso.

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Eu não consigo escolher um favorito para nada (risos). Mas tenho os preferidos na lista como: Steven Spielberg. Tenho dúvidas qual meu coração gosta mais entre os três filmes de Indiana Jones (A Arca Perdida / e o Templo da Perdição e a Última Cruzada), E.T. e The Post, embora ame muito outros filmes que ele dirigiu. Os outros dois diretores são: Tim Burton e Susana Garcia. Em relação ao Tim Burton eu gosto de quase todos os filmes, mas o favorito ainda é A Noiva Cadáver.  Acho que Suzana Garcia consegue transmitir histórias com muita delicadeza e bom humor e o filme favorito dela é Minha Mãe é Uma Peça 3.

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4) Qual seu filme nacional favorito e por quê?

Me quebrou de novo (risos). Vou de Minha Mãe é Uma Peça 3 porque já falei antes. Tenho uma listinha de filmes nacionais que amo muito! Porque é simples, a diretora soube contar uma história familiar que podemos identificar nos personagens pessoas conhecidas, até mesmo na nossa família de forma engraçada, mas respeitosa. Não é um deboche, não trabalha com piada, trabalha com situações engraçadas. Soube dar a delicadeza na hora certa e o exagero também na medida. Ela trabalha o exagero como forma de nos fazer pensar no absurdo da situação. Suzana Garcia tratou a história de Juliano com naturalidade sem bandeirismos de coitado, oprimido. Tem muitos gays como Juliano e o cinema nunca lembra de retratá-los. Gay que tem família, emprego, amigos e relacionamento estável. O texto que Juliano fala no fim do filme fecha com chave de ouro um filme que fala sobre família.

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é gostar de cinema, ou seja, dos filmes em si. Pode ser na sala ou na sobrevida de um filme: DVD, Streaming, TV, smartfone. Não é só assistir um filme, é entender o que ele quer dizer e para quem ele quer dizer. Nem todo filme é para todo mundo, mas o cinema é arte da generosidade, e isso é para todo mundo.

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Alguns cinemas sim, mas acho que falta essa visão de que as salas podem ser mais abrangentes com seus títulos e procurar conhecer mais seu público. Uma pessoa que entende de cinema tem mais possibilidades de fazer a sala funcionar melhor.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Nunca, nunquinha da silva as salas vão acabar. Podem modernizar, mas acabar nunca!

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram, mas é ótimo.

Artistas e Modelos com Jerry Lewis e Dean Martin.

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acho uma temeridade uma sala de cinema abrir antes da doença estar totalmente controlada. Sala de cinema já um ambiente fechado, com ar condicionado e sem ventilação. É um foco de contaminação que coloca em risco a vida do público e dos funcionários que trabalham nas salas.

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O Cinema Nacional evoluiu muito. Hoje tenho orgulho do nosso cinema e pode ser exibido em qualquer lugar parte do mundo porque fazemos um cinema mais diversificado para atender todos os públicos. É preciso investir mais e tenho certeza de que podemos colher bons frutos de novas produções. Incentivar o estudo e aperfeiçoamento de novos profissionais do mercado cinematográfico, assim também como reciclagem de aprendizado e aperfeiçoamento de profissionais veteranos é fundamental para o Brasil estar entre os melhores produtores de cinema do mundo.

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernanda Montenegro.

 

12) Defina cinema com uma frase.

Cinema é a Soma de Todas as Artes!

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Eu fui assistir Star Wars VII – O Despertar da Força que foi uma corrida para compras antecipadas de ingressos para as sessões de 00:01. Eu na verdade comprei o último ingresso da sala 4 do Kinoplex Leblon. Era na cara da tela, que não gosto, mas fazer o que? A minha cadeira era ao lado do espaço do cadeirante. O cadeirante chegou com o filho e pediu para trocar de lugar. Aceitei na hora. Fiquei três fileiras depois. Ufa!  Visão melhor. Tinham quatro jovens sentados ao meu lado. Super gente boa. E de repente entra o gerente avisando que eles estavam com problema de KDM, confesso que ri. O rapaz ao meu lado perguntou O que é KDM? Eu respondi que é o código do filme. Isso acontecia muito em cabines de imprensa (exibição para os Críticos de Cinema). As vezes demoooora para funcionar o novo código. E foi o que aconteceu. Enquanto esperamos, o cinema liberou refil de pipoca e o estacionamento para quem estava ali naquela situação. De repente todo mundo começou a conversar e parecia uma festa de amigos se divertindo. Muito surreal mesmo. De repente todos tomamos um susto com um cara que surtou na sala, chutou a lixeira e disse que não era palhaço e foi embora deixando todos estarrecidos.  O gerente disse que quem quisesse o ingresso de volta ou um outro para assistir o filme em outro dia que se dirigisse à bilheteria. Ninguém foi. Já estávamos ali há horas, então ficamos para ver a nova trilogia de Star Wars. No fim das contas o novo KDM não funcionou também e ficamos para assistir na outra sala que funcionou a sessão das 03h01m. E eu tinha que acordar às 5h30m para me arrumar e falar sobre o filme na Rádio Roquette Pinto, onde eu era comentarista de cinema. Saímos de lá às 05h30m até liberar todos os carros do estacionamento, e ainda ganhei uma carona para casa com meus novos amigos. Fui para rádio e depois voltei para casa morta com farofa. Mas pelo menos foi divertido apesar de confuso. Cheguei no Shopping Leblon às 21h e saí de lá às 05h30m com uma história para contar, além da crítica para escrever.

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras…

Confesso que só vi o trailer, é tão ruim que chega a ser engraçado!

 

15) Você é professora de cinema. A maior parte dos alunos que busca especialização em cinema são cinéfilos? O que você acha?

Por incrível que pareça, em geral são alunos que gostam de assistir filmes, mas alguns tem um conhecimento muito limitado a filmes de sua época. Não são muitos que conhecem os clássicos, os antigos e os novos. Isso também se deve com o fim das locadoras de DVD que tinham uma variedade enorme de filmes. Outro fator é que as emissoras de TV pararam de passar filmes antigos. Sem que sejam devidamente alimentados, podem cair no esquecimento porque uma geração inteira não tem conhecimento e não pode passar esse conhecimento para geração seguinte.  Quem me dera ter condições de ter um centro cultural com umas quatro salas de cinema só para passar filmes antigos e reprises.

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