sexta-feira, setembro 20, 2024
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Crítica: “Zé Colmeia – O Filme” por Edu Fernandes

Sinopse: O parque onde moram Zé Colmeia e Catatau corre o risco de ser fechado. Para evitar o pior, eles resolvem ajudar o guarda florestal a arrecadar fundos para recuperar as finanças do local.

A infância de gerações foram marcadas pelas aventuras de um urso guloso e muito inteligente. O desafio para Zé Colmeia – O Filme (Yogi Bear) fazer sucesso no cinema é grande: cativar as crianças de hoje em dia, ter uma linguagem de acordo com valores éticos atuais e ainda não desagradar os fãs mais antigos. A boa notícia é que todas essas tarefas foram cumpridas pela produção.

A opção de misturar personagens animados com atores de carne e osso leva a uma lembrança de Scooby Doo, que não emplacou nos cinemas. O melhor é deixar essas lembranças amargas para trás e embarcar nas peripécias de Zé Colmeia, sempre acompanhado pelo Catatau. Para os fãs brasileiros vale informar que a dublagem usou as mesmas vozes do desenho animado para os ursos.

As piadas de pastelão originadas pelos planos de Zé Colmeia para roubar cestas de comida dos visitantes do parque continuam presentes. Esses momentos foram muito bem inseridos em uma história que traz a preocupação ecológica como tema. Assim, constrói-se um roteiro verdadeiramente cinematográfico sem macular a aura do personagem.

 

 

Outro ponto engraçado é perceber que o vilão é o prefeito: um político que anseia cargos públicos mais altos, em campanha para ser governador. Uma das características mais malvadas dele está em não se preocupar com as contas da sua gestão e tentar cobrir os rombos com privatizações. Qualquer semelhança com a realidade pode deixar os espectadores mais conscientes um pouco tristes na sessão de um filme cômico.


Crítica por: Edu Fernandes (CineDude)

Crítica: “Zuzu Angel” por Edson Barros

O cinema brasileiro vem ganhando força com as cinebiografias. Depois de sucessos retumbantes como “Cazuza”, “Olga” e “2 Filhos de Francisco”, a produção nacional recebe mais exemplar de qualidade: “Zuzu Angel”. O filme é dirigido por Sérgio Rezende, que tem experiência no trato de personagens reais, como em “Mauá – O imperador e o Rei” e “Lamarca”. Estilista famosa, Zuzu Angel enfrentou o regime militar brasileiro dos anos 70 para descobrir o paradeiro do filho desaparecido e, depois, ter o direito de enterrar seu corpo. Para isso, foi bater incansavelmente nas prisões da ditadura militar, procurou aliados no exterior e denunciou a repressão através de sua moda.

Zuzu é interpretada com força por Patrícia Pillar. O filme abrange a vida da estilista no período de 1971 – quando o filho Stuart (vivido por Daniel de Oliveira, o “Cazuza”), militante do movimento de esquerda, desaparece – até sua morte em 1976, inicialmente divulgada como acidental, mas depois reconhecida como assassinato, nos anos 90.

O diretor Sérgio Rezende adotou uma narrativa contida, quase de documentário, para contar a história. Ao contrário de “Olga”, por exemplo, a produção não pende para o dramalhão. Apesar do cuidado, algumas cenas soam desnecessárias, como, por exemplo, o longo trecho em que Zuzu e uma das filhas lêem uma poesia de Stuart.
Com Patrícia Pillar praticamente o tempo todo na tela, os demais personagens
vão aparecendo em flash-backs. Por isso mesmo, as participações de Luona
Piovani como Elke Maravilha, de Leandra Leal, como a esposa de Stuart, e a
do próprio Daniel de Oliveira são breves.

Fique atento à ótima atuação do ator Nelson Dantas, morto recentemente, na
comovente cena como o pai do revolucionário Lamarca. Outro destaque é a bela
música “Angélica”, de Chico Buarque, feita em homenagem a Zuzu Angel em 1977
e tocada no momento em que sobem os créditos.


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Crítica por: Edson Barros

 

 

Crítica: “Zumbilândia” por Janaina Pereira

De tempos em tempos filmes trash ganham seu espaço no coraçãozinho dos cinéfilos. O escolhido da vez é o bizarro, mas divertido Zumbilândia (Zombieland). Misto de terror e comédia, o longa mostra a história de alguns americanos sobreviventes que tentam sobreviver em um mundo infestado de zumbis sedentos de sangue.

Isso mesmo! Os EUA viraram uma terra de ninguém, ou melhor, uma terra de zumbis. Poucos conseguem escapar da fúria dos seres bizarros, e um deles é o nerd Columbus (Jesse Eisenberg), que costuma fugir de tudo aquilo que o assusta. Em uma de suas fugas ele conhece o figuraça Tallahassee (Woody Harrelson), que não tem medo de nada.

No mundo repleto de zumbis, os dois são a dupla perfeita de sobreviventes. E tentando buscar um utópico lugar seguro, cruzam pelo caminho de duas irmãs trapaceiras (a bela Emma Stone e a eterna – e crescida – Miss Sunshine Abigail Breslin) e entre confusões, fugas e até um encontro inusitado com o ator Bill Murray – na melhor sequência do filme – eles vão se livrando dos zumbis que atravessam suas vidas. Mas, é claro, haverá um confronto final.

 

 

Zumbilândia pode virar série, franquia, ou ficar por aqui mesmo. É certo que garante diversão para todos as idades e dá uma força aos meninos nerds, atualmente os maiores galãs do cinema. Pois é, não disse que era um filme bizarro?

Crítica por: Janaina Pereira (Cinemmarte)

Crítica: “Zumbilândia” por Yndrews Filliph

Filmes de zumbi geralmente não saem do óbvio, já apresentado por George Homero, considerado o pai deste gênero.

No entanto, Zumbilândia – misto de terror com comédia – apresenta a ideia velha, com uma roupagem original e muito bem humorada.

Columbus (Jesse Eisenberg, de A Vila) aparece já na introdução do filme, revelando as regras básicas de sobrevivência de forma muito engraçada, já prometendo uma próxima hora de projeção valerá a pena. Sempre com medo de tudo, ele deveria ter uma vida medíocre se um vírus não transformasse todo o planeta Terra em um único lugar, chamado Zumbilândia, infestado de zumbis que sonham em devorar qualquer pessoa.

Sem perspectiva, ele retorna para sua casa e encontra pelo caminho Tallahassee (Woody Harrelson, de O Homem Duplo), um caçador de zumbi que revelará uma motivação bem depressiva.

Juntos, eles encontrarão duas mulheres dispostas a sobreviver: Wichita (Emma Stone, de A Casa das Coelhinhas) e Litlle Rock (Abigail Breslin, de Pequena Miss Sunshine). Com elas, passam a viverem hilárias situações, como a disputa da morte do zumbi da semana.

Além das regras básicas, existem outras que aparecem no decorrer do filme. A história fica mais engraçada com a presença de Bill Murray, que atua nas cenas mais impagáveis da produção.

A direção de Ruben Fleischer soube lidar com um roteiro que seria, na verdade, para um seriado de televisão, segundo o co-roteirista Paul Wernick. Por fim, Fleischer acaba nos brindando com umas das melhores comédias do ano.

Zumbilândia quer mostrar o confronto de diferentes personalidades, que estão atrás de uma única coisa: serem uma família de novo. E é por isso que, mesmo com técnicas de sobrevivência diferentes, tudo que os personagens querem é vencer o medo de ficarem sós. Tudo sem pieguice alguma. Como é possível? Confira e se surpreenda!

Não me impressiona se logo estejamos assistindo a seqüência desse filme, que até depois dos créditos tem mais Bill Muray nos matando de rir.

Crítica por: Yndrews Filliph

Crítica: “Zohan – O Agente Bom de Corte” por Viviane França

Adam Sandler protagoniza mais uma comédia. Uma deliciosa comédia. Engraçada, com sátiras bem-humoradas sobre o povo e os costumes de Nova Iorque e suaves críticas sobre o eterno conflito entre israelenses e palestinos, Zohan – O Agente Bom de Corte (You Don’t Mess With the Zohan – EUA/2008 – Comédia – 113 min. – Sony Pictures) traz a história de um agente do alto comando de Israel que tem um grande sonho. Virar cabeleireiro em Nova Iorque. E para torná-lo realidade, Zohan finge sua própria morte. De malas feitas e com o livro de estilo de Paul Mitchell, com cortes da década de 80, embaixo do braço, ele parte para a grande cidade americana, com uma nova identidade.

Mas apesar do seu talento, nenhum dos grandes salões da cidade lhes dão uma chance. Seu jeito antiquado e comportamento nada convencional, o leva a vagar pelas ruas, até encontrar Michael. A única pessoa disposta a ajudá-lo. Mas quando Zohan tem sua identidade descoberta por um imigrante israelense, seu fã, sua sorte começa a mudar. Oori (Ido Mosseri) o convida a visitar sua loja de eletrônicos, localizada num bairro onde israelenses e palestinos vivem lado a lado. Com a ajuda do novo amigo, ele conhece o salão da palestina Dália. Uma bela cabeleireira que o ajuda a concretizar seu sonho. Mas o passado de Zohan não o deixará em paz.

Dirigido por Dennis Dugan, cineasta já familiarizado com o humor de Sandler – os dois trabalham juntos em Um Maluco no Golfe (1996), O Paizão (1999) e Eu os Declaro Marido e… Larry (2007) – ganha brilho com a atuação do elenco. Inspirados, os atores criam personagens bem caricatos, mas com personalidade.

John Turturro está perfeito como o arquiinimigo palestino O Fantasma. Um terrorista, aos olhos de Zohan, que assim como ele, luta pela liberdade de seu povo e que também guarda um segredo. Não há como torcer contra ele, assim como para o trio que descobre a identidade secreta do herói e planeja matá-lo para receberem a glória de seu povo. Sayed Badreya é Hamdi, um motorista de táxi que se une a Rob Schneider, Salim, que além de motorista de táxi é garoto de telemarketing, para o desespero de seus passageiros e Daoud Heidami, o alegre e nada maldoso Nasi. Juntos, eles criam situações divertidíssimas.

Fazendo par com Sandler, está Dália (Emmanuelle Chriqui), a bela palestina dona do salão de cabeleireiro, que apesar de insegura quanto ao talento de seu novo empregado, é a única a lhe dar uma chance. Completam o elenco Lainie Kazan e Nick Swardson. Ambos mãe e filho que ajudam Zohan oferecendo um lugar para ele morar.

Crítica por: Viviane França

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Crítica: “Zodíaco” por Viviane França

Em 1968 a população da Baía de São Francisco, EUA, foi aterrorizada por um serial killer. Um assassino conhecido pelo nome de Zodíaco que enviava aos jornais cartas cheias de escárnio. Escrita em códigos, as cartas traziam ameaças e detalhes sobre as vítimas. O rastro de destruição causado pelo Zodíaco não atingiu apenas suas vítimas, mas também a vida de quatro homens que prejudicaram suas carreiras e saúde em busca de um assassino que nunca foi capturado pelas autoridades.

Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal) seria um destes homens. Cartunista no jornal São Francisco Chronicle, Graysmith estava na sala, por acaso, quando o editor do jornal recebeu a primeira carta do Zodíaco. Desde aquele momento, ele se tornaria obsessivo em desvendar o caso. Mas sua chance viria mais tarde, quando os inspetores do Departamento de Homicídios da Polícia de São Francisco, Dave Toschi ( Mark Ruffalo) e Bill Armstrong (Anthony Edwards), afastaram-se do caso por motivos adversos, assim como o conceituado repórter criminalista do Jornal, Paul Avery (Robert Downey Jr.).

Dirigido por David Fincher, cineasta de Se7en – Os Sete Pecados Capitais, obra que se tornou um marco no gênero, Zodíaco é um filme narrado em um tom quase documental com passagens assustadoras, que apenas Fincher consegue criar. As cenas em que ele retrata alguns dos assassinatos são sombrias, diretas e cruas. Clima que o diretor impõem baseando-se na sua própria experiência. Na época dos assassinatos, Fincher, então com sete anos, viu seu ônibus escolar ser escoltado por carros da polícia de sua casa à escola.

Narrado sob o ponto de vista do cartunista e não do assassino, o filme traz grandes atuações, principalmente, as de Robert Downey Jr., como o talentoso jornalista em declínio de carreira por problemas de saúde. Como em todas suas atuações, Downey Jr. consegue ser original e criativo, destacando-se em papéis pequenos, mas que se tornam marcantes.

Para os cinéfilos mais árduos que não se contentarem com as duas horas e meia do filme e quiser maiores detalhes sobre o caso, a editora Nova Conceito, em parceria com a Warner Bros, lança no mesmo dia em que o filme entra em cartaz, o livro de Robert Graysmith. Publicado originalmente na década de 80, a obra já vendeu mais de 4 milhões de exemplares. São 416 páginas de textos detalhados, que apresenta cada assassinato registrado pela polícia, o teor completo das cartas do assassino, assim como as mensagens em códigos enviadas para os veículos de comunicação. Os depoimentos prestados pelas vítimas que sobreviveram aos ataques, a descrição das vestimentas do assassino, seu retrato falado, o cartão de ameaça que o repórter Paul Avery recebeu do Zodíaco, todos estas pequenas informações pesquisadas por Graysmith durante 20 anos, estão na obra.

O filme que recebeu elogios dos críticos na última edição do Festival de Cannes, estreia nesta sexta-feira, dia 1º de junho, nos cinemas do país.

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Crítica por: Viviane França

Crítica 2 » O Último Mestre do Ar

O Último Mestre do Ar


O filme é baseado nos animes Avatar, que nada têm a ver com o blockbuster de James Cameron. É sobre um mundo constituído de quatro povos distintos, que só ficam em harmonia quando regidos pela força dos avatares, espécie de monges (ou “xerifes cósmicos”, como ironizou um jornal alemão) que têm poder sobre os quatro elementos da natureza – fogo, terra, ar e água. Há algum tempo, esses mestres estavam desaparecidos, mas a suspeita de que uma de suas reencarnações teria retornado faz com que os povos iniciem uma corrida ao tesouro, uns querendo ajudá-lo a trazer a harmonia de volta ao mundo e outros querendo encontrar o tal mestre para prendê-lo e terem a possibilidade de eles dominarem o mundo com suas máquinas. Uma criatividade só, não?! Mas vamos ao que interessa…

M. Night Shyamalan já vinha apanhando da crítica com seus últimos filmes (A Dama na Água, que eu adorei e Fim dos Tempos, que não achei de todo ruim), mas nada pode ser comparado a esta tragédia cinematográfica. O longa obteve apenas 8% de aprovação no Rotten Tomatoes (site que contém a média de cotação da crítica) e nota 4,3 no IMDb (site que calcula a média de cotação do público em geral), um pesadelo para quem já esteve nas listas dos mais promissores diretores de cinema, quando do lançamento de O Sexto Sentido, uma preciosidade do suspense atual.

Tendo como protagonistas uma criança demoníaca (que da bondade de um avatar nada transparece), dois irmãos palermas (que deveriam ser os protetores do avatar, mas são incompetentes para tal) e um vilão sem expressão (Dev Patel, antes a revelação indiana em Quem Quer Ser um Milionário), o filme lota-se de clichês, elos mal desenvolvidos, um roteiro fraquíssimo – inacreditavelmente também assinado pelo Shyamalan – e diálogos tão redundantes que beiram o ridículo. A maior parte das falas nem precisava existir. Elas apenas explicam o óbvio, aquilo que já está sendo mostrado em imagens. As sequências e lições manjadas (sempre sabemos o que vem a seguir) subestimam a inteligência do espectador que, se não tiver paciência, ou contorcerá-se na poltrona do cinema ou dará risada das baboseiras explicitadas em tela – o que foi o meu caso. Até a trilha sonora consegue ser batida e sensacionalista, o que só aguça o problema.

A impressão é a de que o diretor tentou criar um novo Star Wars, mas fracassou em todos os quesitos. Não fez o dever de casa e distorceu os preceitos criados por George Lucas. As muitas influências, que vão desde Bollywood a samurais, budas e monstros de A História Sem Fim, não combinaram entre si e o resultado foi uma gororoba ultrapassada e de mal gosto.

Desta vez, nem eu consigo defender o Shyamalan. Tanto pediram para ele mudar o estilo que ele atendeu os clamores, mas não se deu bem. Antes ele continuasse dirigindo suspenses. Infelizmente, pelo recado dado ao final, a sequência de O Último Mestre do Ar pode estar a caminho, mas oxalá não mudem o diretor e a história e os personagens e a trilha e a montagem e… enfim, vocês entenderam.

Eis aqui um forte candidato a ganhar muitos prêmios… no Framboesa de Ouro!

 

Nota:

Crítica por: Fred Burle (Fred Burle no Cinema)

Percy Jackson e o Ladrão De Raios

 

Confesso que tenho uma bela queda por histórias mitológicas, principalmente as gregas. Esta paixão vem desde moleque, assistindo “Os Cavaleiros do Zodíaco”, na extinta TV Manchete, até os dias atuais onde sempre busco aprender um pouco mais sobre essa época de nossa história.

Em Percy Jackson e os Olimpianos: O Ladrão de Raios, tive a oportunidade de ler um pouco mais sobre este tema tão apaixonante, obviamente fantasiado e com algumas adaptações históricas. Mesmo assim, o livro me encantou e já comecei a ler suas sequências.

Pena que não posso dizer o mesmo do filme…

Como todos sabem, a saga de Percy Jackson, escrita por Rick Riordan, ganhou o seu primeiro capítulo nas telonas, em estreia no último dia 12 no Brasil. Em Percy Jackson e o Ladrão de Raios, o garoto Percy se vê preso em um universo muito aquém de suas expectativas. Desconhecendo sua real identidade, o garoto franzino e inquieto passa por verdadeiras aventuras mitológicas, outrora existentes apenas em seus livros de história. Deuses e monstros da Mitologia Grega passam a viver em meio às pessoas em pleno século XXI e, para piorar as coisas para Percy, parece que todos têm um objetivo em comum: matar Percy Jackson! Isso porque todos acreditam que Percy seja o Ladrão de Raios, aquele que roubou o raio mestre de Zeus, a arma mais poderosa do Olimpo.

Mas Percy não está sozinho nesta aventura. Junto com Rony e Hermio…. ops…. Anabeth, filha da deusa Atena, e Grover, seu sátiro protetor, Har… desculpem… Percy Jackson, filho de Poseidon, irá em busca da verdade e tentará recuperar o raio mestre de Zeus antes de que uma verdadeira guerra entre os deuses elimine todo o planeta Terra e a vida tal qual a conhecemos hoje.

A piadinha acima não foi à toa. De fato, Percy Jackson e o Ladrão de Raios lembra bastante Harry Potter e seus subtítulos derivados. Até porque a receita é a mesma. A saga mitológica reúne cinco capítulos já existentes na literatura – Percy Jackson e o Ladrão de Raios; Percy Jackson e o Mar de Monstros; Percy Jackson e a Maldição do Titã; Percy Jackson e a Batalha do Labirinto; Percy Jackson e o último Olimpiano – e também três personagens carismáticos, envoltos em diversas aventuras e com um belo final feliz como a cereja do bolo. Além disso, a adaptação para o cinema deste primeiro longa de Percy foi dirigido por Chris Columbus, diretor dos dois primeiros episódios de Harry Potter (A Pedra Filosofal e a Câmara Secreta) …. quanta coincidência!

Me engana que eu gosto…

Geralmente, as histórias adaptadas de livros para o cinema rendem boas críticas, a maioria delas referente à compilação da história que deve ser adequada para as poucas horas de um longa cinematográfico. No entanto, Percy Jackson foi esquartejado! Pior do que isso, teve a sua história alterada, praticamente reescrita. Para vocês terem uma ideia, vou utilizar uma comparação básica, resguardando as devidas proporções, claro:

Imaginem que, em “Titanic“, ao invés do transatlântico chocar-se com um iceberg, tenha sido alvo de um meteoro! Ou, seguindo o nível de comparação, em “Romeu e Julieta“, o casal protagonista não tenha falecido ingerindo veneno, mas sim assassinado por um grupo de neo-facistas…. Pois é… Em Percy Jackson, como o próprio nome já diz, existe um ladrão de raios. Mas enquanto no livro este personagem é um, na adaptação cinematográfica o trombadinha é outro completamente diferente. E isso, apesar de parecer um mero detalhe às vistas grossas, torna-se fundamental para todo o enredo do filme. Outros personagens essenciais foram simplesmente esquecidos, assim como outros detalhes absurdamente alterados. Outro detalhe à título de curiosidade: no livro, Percy Jackson e Anabeth têm doze anos cada. No filme, ambos possuem dezessete e já dão indícios de um novo romance… Além disso, analisando friamente o roteiro, podemos perceber alguns furos primários, independentemente da adaptação literária. Lamentável.

Em suma, Percy Jackson e o Ladrão de Raios é um bom filme, com efeitos especiais bem trabalhados e uma história contagiante para aqueles apaixonados por história (e para aqueles que já sentem falta de outro raio, aquele presente na testa de um certo bruxinho…). No mais, para quem já leu o livro, não aguardem muita coisa. Tenho certeza de que a indignação será a mesma.

 

Crítica por: Rogério Lagos (Blog)

 

 

Pequenos Espiões 3

Pequenos Espiões 3 (Spy Kids 3-D)

Quando Robert Rodriguez lançou ‘Pequenos Espiões’ anos atras, os críticos e o público abraçaram a idéia calorosamente. Hoje em dia, filmes com a mesma premissa estão transbordando nos cinemas (Agente Teen, por exemplo). Pensando nisso, o inovador escritor/ produtor/ diretor resolveu inovar para manter a franquia interessante: resolveu fazer o filme em 3-D.

So o elenco já faz você querer ver o filme: George Clooney (‘Solaris’, ‘Onze Homens e Um Segredo’), Salma Hayek (‘Frida’, ‘Um Drink no Inferno’), Antonio Banderas (‘Dupla Explosiva’, ‘Pecado Original’), Ricardo Montalban (do antigo seriado ‘Ilha da Fantasia’), Carla Gugino (‘O Confronto’), Sylvester Stallone (como o vilão Toymaker), Alan Cuming (‘X-Men 2’), Steve Buscemi (‘A Herança do Mr. Deeds’), Bill Paxton (‘Titanic’), Danny Trejo (‘Anaconda’), Carol Burtnet (do antigo seriado Mad About You) e, finalmente, Daryl Sabara e Alexa Vega como os espiões adolescentes.

Não estranhe se ao assistir o filme você perceber que tudo parece muito familiar. É porque, na verdade, o enredo é uma mistura de ‘Matrix’, ‘X-Men’, ‘Star Wars’ e ‘Hulk’. Pode parecer ridículo, mas a mistura funciona.

Carmem está presa no quarto nível de um videogame, e cabe a Juni, seu irmao, salvá-la. O videogame é, na verdade, um mundo paralelo (como em ‘Matrix’) criado pelo Toymaker para aprisionar a mente das pessoas que o jogam. Para entrar nesse mundo, a pessoa deve colocar óculos especiais. Dentro do videogame, o garoto forma uma turma com outros quatro “jogadores”, e cada um tem uma habilidade especial (como em ‘X-Men’).

Juni também conta com a ajuda de seu avô, que entra no videogame a seu pedido por ser o único que realmente conhece o Toymaker e sabe como combatê-lo. Na vida real, o velhinho é deficiente físico, mas no mundo paralelo ele usa uma armadura que o faz ser ultra-forte e saltar e pular como o ‘Hulk’.

Robert Rodriguez usa e abusa dos efeitos especiais (que são de primeira) e dos efeitos 3-D para fazer o espectador se divertir. Cada nível do videogame corresponde a um tipo diferente de jogo (luta, corrida, etc…), o que mantem a história interessante. O diálogo e as mensagens que o filme passa pode parecer meio bobinho e sem graça para os mais velhos, mas não se deve esquecer que o filme foi feito principalmente para crianças e pré-adolescentes.

Mais da metade do filme tem que ser vista colocando aqueles óculos com uma lente vermelha e uma azul (pelo menos aqui nos EUA). Muitos vão torcer o nariz, mas a experiência foi até legal, e divertidamente diferente. Leve toda a familia.

 

Nota:  
Crítica por: Ranny Oliveira Site Oficial : —

Crítica: “A Morte do Demônio”, por Renato Marafon

 

Nos últimos anos, o lado comercial tomou conta de Hollywood: Filmes começaram a ser feitos apenas para arrecadarem dinheiro, o que forçava os estúdios a remover cenas fortes para baixar a censura e não perder público.

O CGI (computação gráfica) se apossou dos estúdios, que começaram a criar quase todas as cenas com chroma-key e efeitos visuais, tornando algumas produções visualmente sofríveis.

O gênero que mais perdeu com essa nova era foi o terror: o sangre começou a ser criado em CGI e/ou cortado das produções, para que a censura permitisse menores desacompanhados irem aos cinemas, gerando mais lucro.

Foi o fim da era gore, daqueles filmes extremamente violentos e sangrentos, que deixaram muitos fãs órfãos. ‘A Morte do Demônio‘ chega para quebrar esse tabu: violento, sangrento, nojento, pesado. Uma verdadeira homenagem ao filme original e aos clássicos do terror.

O roteiro toma liberdades criativas e alterações gritantes na trama original, para justificar os 50 mil galões de sangue falso usados pelo diretor Fede Alvarez, e criar um suspense maior para aqueles que assistiram ao filme original. As alterações devem agradar até mesmo os fãs, pois deixam a nova versão muito mais violenta e sanguinária – porém, mais visual e menos suspense.

Nos EUA, o filme recebeu a alta classificação Rated R, que significa que menores de 17 anos só podem assistir ao filme acompanhados dos pais ou de algum responsável. A censura é explicada: decapitações, mutilação, linguagem chula, banho de sangue… Tudo está ali.

Após ficarem presos em uma afastada cabana, cinco amigos de 20 e poucos anos encontram o Livro dos Mortos, e sem saber dos perigos presentes, conjuram demônios adormecidos que vivem na floresta. Os demônios começam a possuir jovem por jovem, deixando apenas um para lutar pela sobrevivência.

O semi-desconhecido diretor uruguaio Federico Alvarez conquista o público ao preferir chocar a plateia, mesmo que isso causasse uma demanda menor de público. É um filme para pessoas fortes e apreciadoras do gênero terror.

Alvarez não quis usar efeitos em computação gráfica no filme. Tudo é explicito, e extremamente realista. Foram longos 70 dias de filmagens, com truques de mágica e ilusionismo para deixar as cenas mais próximas possíveis da realidade.

O elenco também demonstra um grande talento, com destaque para a nova protagonista, interpretada pela ótima Jane Levy (da série ‘Suburgatory’). Shiloh Fernandez (‘A Garota da Capa Vermelha’), Lou Taylor Pucci (‘Vírus’) e Jessica Lucas (‘Cloverfield – Monstro’) também se destacam, deixando apenas Elizabeth Blackmore (da série ‘Legend of the Seeker’) como o elo fraco em termos de atuação.
No roteiro, podemos ver o dedo de Diablo Cody (‘Juno’, ‘Garota Infernal’): falas irreverentes, uma protagonista falha e viciada em cocaína e alguns momentos bastante irônicos, porém não engraçados (positivamente falando).

Os fãs do original sentirão falta de algumas coisas, como a risada diabólica da garota possuída durante quase todo o filme, a interação dos jovens, o balanço se movendo sozinho… mas as novidades na trama consegue subverter a atenção para as novas viradas do enredo – e não são poucas.

A Morte do Demônio‘ chega para quebrar esse paradigma contra os filmes de terror, fazendo sucesso nas bilheterias norte-americanas (fez ótimos US$ 25,7 milhões em sua estreia) e agradando aos críticos – que geralmente torcem o nariz para filmes do gênero. E o melhor: é um filme chocante, que vai agradar aos ávidos pelo verdadeiro gênero terror, além dos fãs do clássico de Sam Raimi.

Crítica: “Homem de Ferro 3”, por Renato Marafon

Com a estreia de ‘Homem de Ferro’ em 2008, a Marvel Studios conquistou os críticos e o público, dando início à produção de seus próprios filmes de super-heróis com qualidade de roteiro e muita ação, como ‘Thor’ e ‘Capitão América – O Primeiro Vingador’, culminando no perfeito ‘Os Vingadores’.

Foi na sequência de ‘Homem de Ferro’, porém, que o estúdio realizou seu primeiro deslize: pecando pelo excesso, a sequência tentou agradar adicionando mais personagens e subtramas que deveria.

Homem de Ferro 3’ chega aos cinemas com o peso de manter o Universo da Marvel na ativa, iniciando a Fase 2 dos Vingadores. Apesar de ser levemente superior ao segundo filme, a produção peca justamente no mesmo aspecto: o excesso.

O roteiro adiciona várias armaduras novas (provavelmente para ganhar dinheiro com venda de brinquedos), personagens e subtramas, que acabam dividindo o enredo em três atos totalmente distintos, fazendo com que os espectadores se percam em meio a tantas histórias paralelas e informações. O problema maior está nos vilões: pessoas com DNA geneticamente alterado pela tecnologia Extremis que explodem e cospem fogo. A transição para as telas não consegue convencer, deixando tudo cartunesco e totalmente irreal.

Shane Black, que já havia dirigido Robert Downey Jr. em ‘Beijos e Tiros’, assume o lugar deixado por Jon Favreu. Em parceria com Drew PearceBlack também assina o roteiro da produção, baseado na série Extremis, dos quadrinhos de Warren Ellis Adi Granov. Apesar de não ter o talento de Favreu, Black não decepciona.

A história começa com um flashback explicando como era o comportamento de Tony Stark anos atrás. Em narração off, ele volta para os dias de hoje, quando vê seu mundo pessoal destruído pelas mãos de um inimigo oculto. Ainda afetado pelos eventos de ‘Os Vingadores’, Stark tem que combater crises de ansiedade enquanto embarca em uma jornada para encontrar os responsáveis pela destruição de sua casa e de um atendado à vida de seu amigo Happy Hogan. Pressionado, Stark tem que sobreviver lançando mão de seus próprios dispositivos, contando com sua engenhosidade e instintos para proteger aqueles que lhe são mais próximos.

Robert Downey Jr. é a personificação perfeita do personagem, novamente o grande ponto positivo. Ele é Tony Stark! Sua interpretação está melhor que os dois filmes anteriores, com um senso de humor indescritível e piadas inteligentes. Os melhores momentos são os que Tony Stark parte em sua jornada pessoal, permitindo aDowney Jr. trabalhar o personagem de maneira brilhante. A química do ator com o ótimo Ty Simpkin, que interpreta o garotinho Harley, é fantástica. Gwyneth Paltrowganha maior destaque para trabalhar sua Pepper Potts, tendo maior importância para a trama.

Ben Kingsley está ótimo no papel do Mandarim, mas ao contrário do que os produtores afirmaram em entrevistas, sua performance não é assustadora, e sim o alívio cômico – o que deve deixar os fãs dos quadrinhos bastante decepcionados. Guy Pearce Rebecca Hall, novas adições no elenco, convencem em seus papeis.

Voltando apenas como ator e produtor, Jon Favreau teve mais tempo para se dedicar ao seu Happy Hogan, sendo responsável por alguns dos melhores e mais engraçados momentos do filme, mesmo tendo pouco tempo em tela.

Enquanto os personagens são bem trabalhados, a trama peca ao não conseguir unir todas as histórias paralelas de uma maneira convincente. Quando se faz necessário o uso de flashbacks e narração em off para contar uma história nos cinemas, algo está errado. E é justamente aí que o enredo se perde. Correndo para condensar a história da tecnologia Extremis e do Mandarim, o roteiro deixa furos e pontas soltas, que acaba deixando as motivações do vilão extremamente rasas e superficiais.

Como entretenimento puro, ‘Homem de Ferro 3’ entrega um dos grandes blockbusters do ano. Porém, não consegue fazer jus ao primeiro filme e ao legado que ‘Os Vingadores’ deixaram no cinema, se tornando uma ponta solta no Universo que a Marvel trabalha brilhantemente para criar.

E não perca tempo com o 3D convertido, totalmente desnecessário e caça-níqueis.

Guerra é Guerra!

O que importa mais: Uma amizade de anos ou um grande amor? Seguindo este dilema, o novo filme da atriz (vencedora do Oscar) Reese Witherspoon é uma surpresa positiva, mesmo sendo recheado de clichês, diverte e tem boas sacadas. E já dá para cravar: Muita gente vai gostar desse filme! Tinha tudo para dar errado mas no final das contas acaba dando muito certo.

Na trama, dois agentes da CIA (que adoram se meter em confusão) são parceiros inseparáveis e melhores amigos até que ficam interessados pela mesma mulher. Assim, começa um jogo de gato e rato para saber quem conquista o coração da atraente jovem, que acaba afetando a amizade entre eles. A comedora de sushi, Lauren (Witherspoon) é a interseção desse triângulo, que tem em uma ponta o malandro sedutor FDR (interpretado pelo Jovem Capitão Kirk, Chris Pine) e na outra o romântico e bonzinho Tuck (papel do ótimo ator Tom Hardy, do excepcional “Bronson”).

A característica da dupla masculina é muito bem definida. Um conhece Lauren por um site de namoro, o outro, quando está ‘à caça’ em uma vídeolocadora. O primeiro citado é mais caseiro, tranqüilo e que gosta de estar em um relacionamento. O segundo, é o conquistador, que não sabe o valor de um relacionamento e vê em Lauren a grande oportunidade de viver um grande amor. Ambos embarcam nessa aventura pelo coração da loirinha simpática e cada um reúne uma equipe de analistas da Cia para saber os pontos fracos do alvo, nesse momento diálogos hilários acontecem, tornando essa fita muito divertida.

A história é simples e nem um pouco original mas o elenco é harmônico e se entende muito bem em cena. O foco no triângulo amoroso é peça fundamental para o sucesso da fita, se o objetivo fosse fazer uma hora e meia de cenas de ação, certamente não iria agradar tanto como agradou. Falando dessas cenas (de ação), são muito bem trabalhadas e sempre ao som de uma música que interage com o que se passa na tela dando um ritmo eletrizante, méritos para o diretor McG (que dirigiu também “O Exterminador do Futuro – A Salvação”), que sem dúvidas, faz o seu melhor trabalho no mundo do cinema.

Quanto mais a situação desse triângulo fica louco, mais divertido fica para o público. Com quem que ela fica no final?

 

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Ferrugem e Osso
08.10.2012
Pablo Bazarello

Exibido no Festival de Cannes desse ano (onde concorreu a Palma de Ouro, maior prêmio desse festival), e no de Toronto, “Ferrugem e Osso” chega ao Festival do Rio como um dos filmes mais importantes e prestigiados do evento. Infelizmente, para nós cinéfilos, a obra francesa estrelada pela maior representante do país em Hollywood atualmente, Marion Cotillard, só foi exibida num único dia, numa única sessão, já que as (apenas) outras duas foram canceladas.

Escorregadas da organização a parte (que esse ano sofreu com um grande número de dificuldades e problemas técnicos, em sua maioria devido à transposição de exibições digitais), o filme do diretor Jacques Audiard precisa ser encontrado e visto. Audiard possui certo status atribuído a seu nome recentemente, fato que se deve por ter em seu currículo o excelente “O Profeta”. Escrito e dirigido por ele, esse filme de prisão já foi comparado ao “Poderoso Chefão”, e recebeu a indicação de melhor filme estrangeiro no Oscar de 2010 (perdendo para o igualmente fantástico filme argentino, “O Segredo dos Seus Olhos”).

Ferrugem e Osso” é um filme forte e igualmente marcante, que poderia muito bem representar a França no Oscar do próximo ano. Isso é, se não fosse um pequeno grande empecilho em seu caminho chamado “Intocáveis”, a maior bilheteria do ano em seu citado país de origem, e o escolhido para uma vaga na categoria de melhor filme estrangeiro. Seja como for, a obra do diretor Audiard é garantida de agradar mais a alguns cinéfilos, do que o agradável e carismático “Intocáveis”. Na trama, co-escrita pelo próprio diretor, um sujeito luta para criar seu filho pequeno. Nos primeiros minutos de projeção já conseguimos ter um senso da grande dificuldade enfrentada pela dupla, que precisa recorrer aos restos deixados por outros passageiros no trem a fim se alimentar. O protagonista Ali (o ótimo belga Matthias Schoenaerts) então decide como última opção fazer uma visita (de tempo indeterminado) para sua irmã mais velha. Sua relação com Anna (a irmã), papel de Corinne Masiero, é perceptivelmente abalada sem que saibamos exatamente o motivo, assim também como nunca fica claro o paradeiro da mãe do menino Sam (Armand Verdure).

Aqui isso não importa, e a obra deixa-nos tirar as conclusões, assim como a maioria dos filmes adultos europeus não mastigam suas informações ao público. Seu foco é na futura relação de Ali, que arruma emprego como segurança de boate, com a problemática Stéphanie, papel de Cotillard, uma treinadora de baleias orcas, numa espécie de Sea World. Os dois se conhecem na tal boate após uma briga, e faíscas contraditórias são soltas logo de início quando as personalidades ingenuamente sincera e egoísta (dele), e traumatizada e danificada (dela) colidem. O que acontece a seguir é um dos pontos-chave da trama, que é mostrado pelo trailer, mas caso não queira saber pule esse parágrafo direto para o último. O que acontece a seguir, é que após um grande acidente envolvendo a criatura marinha, a personagem de Cotillard tem as pernas amputadas e precisa reestruturar toda a sua vida. Ao mesmo tempo, Ali se envolve em lutas undergound ilegais, por dinheiro.

Nem é preciso elogiar a atuação da sempre eficiente Cotillard, que como tido, se não é a melhor atriz francesa da atualidade (ou talvez seja), é sem dúvidas a de maior prestígio, e o maior chamariz para a obra, acima até mesmo do diretor. Cotillard, que já tem a estatueta de melhor atriz da Academia enfeitando sua casa, justamente por um filme feito em sua terra (“Piaf”, 2008), seguiu se consolidando como o nome mais proeminente do cinema francês em Hollywood, atuando em grandes produções, e ao lado de personalidades consagradas, em filmes como “Nine”, “Inimigos Públicos”, “A Origem”, “Contágio”, “Meia Noite em Paris”, e no recente “O Cavaleiro das Trevas Ressurge”. Isso tudo sem esquecer de suas origens atuando também em projetos como “Até a Eternidade”. A química da dupla protagonista é ótima, tanto que os dois repetem a parceria, e fazem parte do elenco de “Blood Ties”, thriller americano dirigido pelo francês Guillaume Canet, programado para 2013.

Embora dramático e emotivo, “Ferrugem e Osso” nunca chega a marca do massacre de sentimentos. É uma história onde coisas ruins acontecem aos personagens, que como em toda trama de superação, precisam lidar e vencer seus problemas. Mesmo mais inclinado ao drama, a produção guarda diversas cenas cômicas, principalmente as que dizem respeito ao relacionamento inicialmente prático da dupla protagonista. Os holofotes aqui ficam para Schoenaerts (de “A Espiã” e do inédito e elogiado “Bullhead”, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro desse ano), que possui uma forte presença nas telas. É uma grande qualidade para um ator se tornar imprevisível em seu personagem, e o belga Schoenaerts desperta igualmente compaixão, sensibilidade, repulsa e certo terror. Nunca sabemos qual desvio seu personagem irá sofrer, e o ator incorpora essa ambiguidade de forma incrivelmente eficiente. O diretor Audiard (um nome para seguirmos de perto agora) consegue criar uma obra crua em seus sentimentos, aplicando em doses uma doçura florescente, cuja guinada final consegue satisfazer os adeptos de ambos desfechos, crus e realísticos, ou satisfatórios e agradáveis.

 

Nota:

 

Crítica por: Pablo Bazarello (Blog)

Burlesque

 

Se você gosta da Christina Aguilera, da Cher ou do gênero musical (ou de tudo isso junto) não pode perder o filme Burlesque.

Dirigido e roteirizado por Steve Antin, este romance musical traz a cantora Christina Aguilera no papel principal (sua estreia no cinema) como a jovem e sonhadora Ali, que larga tudo para ir a Hollywood a procura da fama. Em sua caça à emprego, Ali encontra um bar burlesco no comando de Tess (Cher) onde sexies dançarinas fazem coreografias ousadas ao som de grandes divas como Marilyn Monroe, por exemplo. Ali logo se infiltra no bar, no inicio como garçonete, mas sua grande voz a faz ter destaque do dia pra noite e sua busca por fama fica cada vez mais perto de ser conquistada.

A pergunta que não quer calar: Aguilera se saiu bem como atriz? Bom, se fomos comparar com os fracassos das suas companheiras de profissão (Britney Spears em Crossroads e Mariah Carey em Glitter), eu diria que sim. Por mais que na maioria das cenas ela está cantando e dançando (coisas que ela já tirava de letra), por ser principiante ela está bem à vontade com seu personagem, elenco e tudo em volta. O diretor infelizmente não deu muito espaço para a Aguilera realmente atuar, mas, no que lhe foi proposto, ela tira de letra.

É um filme divertido, com excelentes músicas e danças bem elaboradas e executadas. Melhor que muito musical que já vi (Nine é um exemplo recente, inclusive). Ok que o roteiro não é lá essas coisas. É bem “mais do mesmo”, mas o filme foi produzido com essa ideia. O diretor não queria revolucionar a história do cinema ou algo do tipo, e sim fazer um filme agradável, legal e, de quebra, unir duas gerações de divas: Cher e Aguilera. Precisa de mais?

Kristen Bell, Cam Gigandet, Stanley Tucci, Julianne Hough, Eric Dane e Alan Cumming também fazem parte do elenco.

 

 


Crítica por:
Janis Lyn Almeida Alencar (Blog)

 

 

Budapeste

 

Sinopse: José Costa é um escritor anônimo que viaja para Budapeste. Ele sente um amor incondicional pela cidade e envolve-se cada vez mais com seu idioma.

O primeiro ponto de atração que Budapeste criará com o público será o fato de ser baseado no comentado romance de Chico Buarque – referências a sua obra podem ser vistas no trailer. As mulheres se interessarão pelos escritos do homem que mais próximo chegou de entender o sexo frágil, é o que dizem. Já os homens podem se contentar com tórridas cenas sensuais com belas curvas femininas expostas na tela.

Tais cenas podem ser colocadas no rol dos bons momentos desse filme irregular. A todo momento o espectador se sentirá em um vai-e-vem de admiração: quando está quase no ponto de perder-se totalmente o interesse pela fita, chega uma imagem impactante ou criativa que faz com que a relação público-filme volte a se aproximar. Por essa razão, é necessário uma boa dose de cautela ao indicar o longa. Um bom tanto de pessoas aplaudirá ao final da projeção, mas outra leva terá impressões finais negativas.

Para quem gosta de pontos turísticos, Budapeste é um convite para viagem. Enquanto a questão da autoria é discutida pelos dilemas de José Costa, as belas paisagens europeias são apresentadas com um olhar quase de endeusamento da cidade. Dessa forma, a Budapeste utópica do filme torna-se a Pasárgada do protagonista.

Colabora para o embelezamento da experiência do escritor anônimo a bela fotografia em tons dourados de Lula Carvalho (Feliz Natal). Budapeste é dirigida por Walter Carvalho, mais conhecido no meio por seus trabalhos como diretor de fotografia (Chega de Saudade), por isso a expectativa visual dessa produção era grande. Nessa caso temos uma rara oportunidade em que expectativas elevadas são plenamente satisfeitas.

 
Crítica por: Edu FernandesSite: www.homemnerd.com.br

 

 

A Bruxinha e o Dragão

 

 


Misturando personagens reais com personagens feito em animação, a Europa Filmes lança nos cinemas nacionais o longa-metragem de aventura “A Bruxinha e o Dragão” (Hexe Lilli: Der Drache und das Magische Buch/ Lilly the Witch: The Dragon and the Magic Book), co-produção Disney na Alemanha, Itália e Áustria.

Voltado exclusivamente para o público infantil e para os admiradores de longas de fantasia, “A Bruxinha e o Dragão” pega carona nos sucessos de “Harry Potter” e “Sabrina, a Bruxa Adolescente” e traz para as telonas a história de uma bruxinha chamada Lilli e um dragão feito totalmente em computação gráfica, animação 3D.

O premiado diretor Stefan Ruzowitzky (Os Falsários), Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2008, surpreende mudando seu foco e partindo para seu primeiro longa voltado para o público infanto-juvenil.

Com uma história simples e repleta de efeitos especiais, conhecemos Lilli (Alina Freund), uma garotinha bonitinha, inteligente e animada, como qualquer outra, mas que tem sua vida alterada, quando o Hector, um divertido dragãozinho verde, aparece em sua casa com o propósito de treiná-la para ser a nova guardiã do livro dos feitiços.

Isso acontece, pois a bruxa boa Surulunda (Pilar Bardem) está velha demais e não poderá mais proteger o livro das garras do malvado mago Hieronymus (Ingo Naujoks), que fará de tudo para colocar suas mãos no livro e conseguir realizar seu sonho de construir uma máquina para dominar o mundo.

Claro que esse tipo de roteiro você já deve ter visto em diversos outros filmes de fantasia, mas a criançada que conferir o filme poderá se divertir com uma história que prega o poder da amizade, como tema principal.

Uma coisa que vale destacar é a dublagem nacional, que deixa o filme mais leve e faz com que ele consiga fluir melhor, pois as vozes já conhecidas acabam preendendo a atenção do público e causando uma sessão de nostalgia, para os que prestam a atenção nos trabalhos dos dubladores.

Vale lembrar, que mesmo não vindo com a marca Walt Disney no Brasil, quem assistir ao longa e foi criança na década de 70, com certeza vai se lembrar de outra produção na qual o estúdio trazia um dragão feito em animação tradicional como melhor amigo de um garoto (personagem real), isso mesmo, por diversos momentos, acabei relembrando do ótimo “Meu Amigo, o Dragão” (lançado recentemente em DVD), que mesmo com um roteiro completamente diferente de “A Bruxinha e o Dragão”, poderá gerar comparações entre os dragões animados.

Baseada na personagem dos livros de Knister, “A Bruxinha e o Dragão” (Hexe Lilli: Der Drache und das Magische Buch/ Lilly the Witch: The Dragon and the Magic Book) apresenta belos cenários e uma animação acima da média para o dragão Hector. Mesmo com o fraco roteiro e com alguns momentos cansativos no filme, sem duvida nenhuma é um sessão da tarde que agradará a garotada.

 


Crítica por:
Léo Francisco (PlanetaDisney)

 

 

A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras

 

 

Só pra comparar: o primeiro não tinha NENHUM susto mas conseguia dar medo. O segundo não dá nem susto e não dá medo nem numa criancinha de 3 anos. Roteiro batido, lotaaaaaaado de clichês, reviravoltas previsíveis e atuações sofríveis. Ainda bem que fracassou nos EUA. Merecia. A Bruxa de Blair 2 é um filme bobo, sem nenhum nexo. O diretor quis fazer algo tão original quanto o primeiro e se deu mal. O excesso de estilo (ou a a falta dele) acabaram com o filme. Se bem que o roteiro também é uma porcaria…

Se você estiver indeciso entre um dos dois filmes, não tenha dúvida: FIQUE COM O PRIMEIRO !! O segundo só foi feito pra ganhar dinheiro em cima.


Crítica por:
Diego Sapia Maia

 

 

A Bruxa de Blair

 

 

Assustador é pouco pra definir esse filme semi-independente que ganhou os cinemas do mundo todo em poucas semanas. Acompanhamos Heather, Josh e Mike durante as filmagens na floresta e compartilhamos cada gota de suor frio escorrendo pela testa, cada grito de pavor e desespero dos personagens. O clima de tensão e suspense criado é tão grande que chega a deixar os espectadores sufocados. A direção (em clima de vídeo amador) colabora pra essa sensação.

E tudo culmina naquele final (sem dúvida o ponto alto do filme), de deixar intrigado até o mais cético espectador. Tanto é, que a cena final foi indicada como Melhor Cena de Ação no MTV Movie Awards 2000.

Blefe ? Farsa ? Mentira ? Não… A Bruxa de Blair é “apenas” um filme de terror genial com uma campanha de marketing idem (e simples também, cujo único meio de propagação foi a Internet).

É um filme único, onde o medo impera 

 

Crítica por: Diego Sapia Maia

 

 

Brüno

 

Previsível mas interessante. Brüno, novo longa metragem do ácido Sacha Baron Cohen chegou aos cinemas do Brasil recentemente. Mesmo repleto de cortes, a versão exibida em nosso país é amplamente corrosiva, assim como o humor do protagonista, roteirista e diretor. Satirizando o mundo das celebridades, Sacha Baron Cohen abusa da escatologia, piadas infames e ancora nos estereótipos para fazer rir: por vezes a produção funciona, mas em alguns momentos nos faz sentir como verdadeiros idiotas diante da tela. Funcional em sua primeira metade (hilariante) e descontrolado em seu segundo momento: Bruno é uma das produções mais equivocadas dos últimos meses.

Sacha Baron Cohen apresenta aos cinéfilos o novo personagem de sua série premiada: um fashionista gay que é o apresentador do programa noturno de moda de maior audiência em todos os países de fala germânica… excetuando-se a Alemanha. A missão de Bruno? Tornar-se a maior celebridade austríaca desde Hitler. A sua estratégia? Cruzar o planeta na esperança de encontrar a fama e o amor.

Percebe-se as dificuldades que o ator britânico encontrou para atacar as suas vítimas dessa vez. Se em Borat (2007), o interessante da trama era apresentar as vítimas em entrevistas genuínas, em Bruno a situação se torna amplamente artificial: na cena em Paula Abdul esta discursando sobre questões da humanidade, ela esta sentada num mexicano, trazendo a tona uma ironia artificial. Seria esse o artifício de todo o filme? Provavelmente não iremos saber, e a produção, focada na baixaria ao nível máximo também não nos deixa claro.

As ditas vítimas da saga de Sacha não são poucos: piadas ácidas com Britney Spears, o casal Brangelina (Angelina Jolie + Brad Pitt), Madonna, Gisele Büdchen, o seriado Sex and the City e muitas gozações ao mundo homossexual estão estampadas no filme. Infelizmente nem toda a platéia consegue filtrar a parte boa e separar a parte ruim do filme. Em sua primeira metade, temos uma critica coerente ao mundo fútil das celebridades. O problema de Bruno é a sua segunda metade, que perde totalmente o rumo, apelando ao riso barato: órgãos sexuais, vômitos, fezes, piadas grosseiras sobre sexo e estereótipos gays.

Mesmo que o resultado não seja satisfatório, Bruno pelo menos nos serve para mostrar o talento excepcional (e a coragem) do ator Sacha Baron Cohen. Em poucos 88 minutos de projeção, somos forçados a codificar uma enorme onda de piadas políticas também, aquelas que em 2007 tornaram Borat um sucesso de critica e bilheteria.

 


Crítica por:
Leonardo Campos

 

 

A Viagem

 

A Viagem” é sem dúvidas um dos filmes mais pretensiosos de 2012. Lançada no final de Outubro nos EUA, essa obra produzida e dirigida pelos irmãos Wachowski Tom Tykwer chega nesse fim de semana no Brasil com um dos maiores hypes gerados em um filme no ano passado, isto é, até o filme finalmente ser exibido lá fora, e as críticas desfavoráveis surgirem aos montes.
O que acontece aqui é que os diretores e produtores da obra, os irmãos Wachowski (agora Andy e Lana – não mais Larry) são os responsáveis pelo sucesso megalomaníaco conhecido como a trilogia “Matrix”, que parou o mundo no final da década de 1990 até meados da década de 2000. Com apenas o ótimo “Ligadas Pelo Desejo” no currículo antes da mania Matrix, os Wachowski pareciam determinados a provar que não eram fogo de palha, e daí assinaram projetos como “V de Vingança”, “Speed Racer” e “Ninja Assassino”, na direção e produção. Nenhum atingiu o esperado.

Com o alemão Tom Tykwer algo parecido aconteceu, e nenhum de seus filmes seguintes atingiram o status de sua primeira obra, o cult “Corra, Lola, Corra”. A união de mentes tão criativas parecia não ter como errar. Aqui, temos sem dúvidas uma ideia de alto conceito para uma produção cinematográfica, e os audaciosos cineastas ganham pontos por tentar. O que foi planejado para “A Viagem” é o seguinte: variadas histórias de inúmeros personagens através de diversas linhas temporais, mas que de uma forma ou de outra estão conectadas por outras vidas. A mensagem é estamos todos conectados com o universo. Parece clichê e piegas? Não se preocupe, é muito pior. A pseudo-filosofia rasa de boteco não incomodaria tanto caso o filme fizesse por onde, ou seja, se alguma coisa mostrada na tela fizesse algum sentido. Todos já conhecíamos a estrutura fragmentada da narrativa por sua sinopse e seu trailer, então não é surpresa para ninguém o fato de que “A Viagem” são seis pequenos filmes intercalados.

O problema é que a maioria dessas histórias não é minimamente interessante, e seus personagens são tão mal desenvolvidos que simplesmente não nos importamos com eles. Outro ponto negativo e irritante é que nenhuma história dura mais do que cinco minutos seguidos, e o que temos são cortes e transferências consecutivas de tramas. Nada é novo ou urgente aqui, e ficamos nos perguntando se alguma dessas subtramas realmente funcionaria como um todo num filme. Temos o trecho com Halle Berry nos anos 70, Ben Whishaw (o novo Q de 007) como um aspirante a compositor, Jim Sturgess como um recém abolicionista, e Jim Broadbent como um sujeito aprisionado numa espécie de asilo, que são todas histórias simplesmente mornas demais, sem nada que as impulsione verdadeiramente. Mas sem dúvidas o ponto baixo é a história futurística passada numa floresta com Tom Hanks como o líder de uma tribo, e Halle Berry como uma espécie de alienígena, eu acho. Essa é simplesmente ridícula e deixaria envergonhado o mais fraco episódio de Star Trek.

A maquiagem usada por todos os atores, para distingui-los de uma história para a outra (cada um dos atores famosos interpreta inúmeros personagens), é péssima, e em muitas cenas causam vergonha. Não estamos vendo uma pessoa ali, e sim algum tipo de mutante. É ofensivo, de péssimo gosto, e sem sentido tentar transformar atores em pessoas de outra raça, ainda mais porque não possuem o que é preciso para realizar tal façanha ainda (a maquiagem, principalmente nesse filme, ainda não chegou lá satisfatoriamente). O resultado é algo simplesmente bizarro. Tom Hanks em todas as suas maquiagens fica parecendo algo saído de um desenho animado do Pica-pau. Por falar em Hanks, se achávamos que o ator tinha atingido o ponto baixo de sua carreira com “Matadores de Velhinha” dos irmãos Coen, ainda não tínhamos visto nada. Aqui o ator paga o mico de sua carreira. Algumas cenas são apenas desconfortáveis, outras causam risos involuntários.

O resultado é que “A Viagem” fica parecendo apenas uma brincadeira para que possamos distinguir tal ator debaixo de tanta maquiagem, e sem dúvidas o público terá algumas surpresas quando subirem os créditos. A melhor coisa do filme é a gracinha sul-coreana Doona Bae (de “O Hospedeiro” e “Mr. Vingança”), e sua trama de um futuro totalitário é a única com uma faísca de originalidade e criatividade.

 

Crítica por: Pablo Bazarello (Blog)