sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica | MILF – Netflix lança Romance de Verão Protagonizado por Mulheres de 40 Anos

Uma história de amor de verão com muita azaração, peles bronzeadas e diversão dia e noite. Você já viu vários filmes assim, né? Quase todos centrados em protagonistas jovens, dando a entender que a curtição só acontece até determinada idade. Então, chega à Netflix o filme ‘MILF’, com três protagonistas mulheres, na faixa dos 40 e 50 anos, que mostram que não há idade para curtir a vida.

Cécile (Virginie Ledoyen, que esteve em ‘A Praia’, com Leonardo Di Caprio) é uma viúva recente que chama suas duas melhores amigas, Sonia (Marie-Joseé Croze) e Elise (Axelle Laffont) para lhe ajudar a empacotar os pertences de sua família em sua casa de praia em Marselha. Só que em vez de deixar a viagem ganhar um tom triste, Sonia e Elise decidem, além de ajudar a amiga, curtir um pouco a praia e o verão, e acabam conhecendo três rapazes – Julien (Matthias Dandois), Markus (Victor Meutelet) e Paul (Waël Sersoub) –, com quem vão se permitir aproveitar as férias intensamente.

O argumento de Jérôme L’hotsky e Stéphane Kramer se destaca em um mundo em que estamos buscando novas vozes narrativas: colocar o protagonismo de um amor de verão centrado em mulheres mais velhas. A partir desse início, o roteiro escrito por seis pessoas cumpre as expectativas que cria com relação à jornada do trio de amigas, deslizando algumas vezes com movimentações contraditórias (em uma cena, Cécile briga com as amigas e pede para elas irem embora, e, na cena seguinte, as três estão embalando as coisas da casa, como se nada tivesse acontecido; ainda que Cécile mude de ideia no final dessa sequência, a coisa toda gera estranhamento), mas, no geral, o roteiro entrega uma história de férias cheia de possibilidades, com diálogos naturais e estruturalmente similar ao juvenil ‘O Sol de Riccione’, também da Netflix.

Como um todo, o elenco parece sinceramente se divertir nesse verão de Marselha, ajudados por personagens carismáticos cujas histórias, calcadas em estereótipos, ajudam a refletir sobre os temas que permeiam a faixa dos quarenta anos do universo feminino – filhos, rejeição por causa dos filhos, abandono emocional, traição extraconjugal, tornar-se amante, o preconceito por serem vistas se envolvendo com homens mais novos. Porém, ‘MILF’ possui uma protagonista extremamente chata, que reclama de tudo, não curte nada, julga as amigas o tempo todo – ao ponto de sua história mesmo não ser desenvolvida pelo roteiro. É como se essa protagonista fosse apenas o ponto de partida para o desenvolvimento das coadjuvantes – não à toa, uma das amigas, Axelle Laffont, é também a diretora e roteirista do filme.

Você deve estar se perguntando o que significa ‘MILF’. Bom, o próprio filme explica: é um termo em inglês, que diz mother i’d like to fuck – traduzindo: uma mãe com quem eu gostaria de foder. Ou seja, um título bastante machista, que objetifica justamente as personagens que o filme busca empoderar. Contraditório, não?

Mas, se você não quiser refletir criticamente sobre a problemática do filme, está tudo bem. ‘MILF’ é um romance de verão leve, divertido e que transmite uma boa sensação de férias, entretendo o espectador.

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