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Amor à Distância

 

 


Sem nenhuma dúvida, a comédia-romântica que mais agradou e surpreendeu o público em 2009 foi “A Proposta”, dos estúdios Walt Disney. Depois de assistir e me decepcionar com “Idas e Vindas do Amor” (Warner) e “Plano B” (Sony), este ano, achava que 2010 teria grandes chances de acabar sem uma boa produção do gênero, que sempre me declarei fã. Grande engano.

Amor à Distância” (Going the Distance) conta a história de Erin (Drew Barrymore), uma jornalista que passa uma temporada trabalhando num jornal de Nova York e que se apaixona pela franqueza perspicaz e o humor desengonçado do recém-solteiro Garrett (Justin Long). O encontro deles acontece num bar no dia que Garrett termina seu atual namoro. Eles passam a noite juntos, depois de alguns copos de cerveja, conversas e jogos dentro do bar.

Sem eles perceberem, a química rapidamente se tornou um delicioso amor de verão. Depois de algumas semanas juntos, Erin acaba tendo que voltar para sua casa em São Francisco, quando o tempo de seu trabalho acaba. Garrett, que mora e trabalha em Nova York, descobre que o relacionamento de ambos não tem sentido de acabar, assim eles resolvem começar um relacionamento, mesmo que a distância.

O grande problema acaba sendo o fato de ambos morarem em cidades opostas do país, mas eles tenta resolver o problema da distancia com muitas mensagens de texto, recados sensuais e telefonemas até altas madrugadas, mesmo com toda a gozação dos fieis amigos de Garrett, Box (Jason Sudeikis) e Dan (Charlie Day), e do pessimismo da família de Erin, que tem uma irmã (Christina Applegate) casada e superprotetora, que não concorda com esse tipo de amor.

Com um tema atual e uma história simples, sem precisar mostrar apelar para uma comédia nojenta com vômitos e outras coisas, o grande destaque do filme é a excelente trilha sonora, que conta com canções clássicas como a do filme “Top Gun: Ases Indomáveis” (1986), entre outros sucessos, que já embalaram muitos casais românticos da ficção e com certeza da vida real também.

Outro destaque é a química do casal principal. A atriz Drew Barrymore é veterana em filmes do gênero, sendo a queridinha do público depois de estrear filmes como “Ele Não Está Tão a Fim de Você”, “Nunca Fui Beijada” e “Como se Fosse a Primeira Vez”, além dos filmes de ação “As Panteras” e “As Panteras Detonando”. Já o ator Justin Long, pode não ser tão conhecido como Drew, mas ele já trabalhou em filmes de sucesso como “Herbie: Meu Fusca Turbinado” e “Duro de Matar 4.0”, além de ser a voz do Alvin, o esquilo simpático e bagunceiro da franquia “Alvin e os Esquilos”. Ambos formam um casal tão bonito, que é impossível que o público não se envolva e torça para o final feliz do casal, que acaba tendo vários problemas durante o relacionamento.

Com direção de Nanette Burstein (diretora de documentários vencedora do Oscar) e roteiro de Geoff LaTulippe, “Amor à Distância” (Going the Distance) chega aos cinemas com uma história simples de um amor que terá que enfrentar a distancia para dar certo. A história simples, as piadas na medida certa, a lindíssima e envolvente trilha sonora e o carisma e a química dos protagonistas são os ingredientes que conseguem conquistar o público fazendo com que ele se envolva totalmente com o filme.

 

 
Crítica por: Léo Francisco (PlanetaDisney)

 

 

Amor à Distância

 

 


Sinopse: Erin e Garrett se conhecem em Nova York e, depois de um descompromissado caso amoroso, decidem firmar um namoro quando ele volta a San Francisco para estudar. O desafio do casal é manter o relacionamento apesar da grande distância entre eles.

Drew Barrymore é atualmente um dos nomes fortes quando o assunto é comédia romântica. O que difere Amor à Distância (Going the Distance) dos outros filme do gênero em seu currículo é a espontaneidade do papel que ela defende. Mesmo sem se formar na faculdade depois dos 30 anos de idade, Erin é determinada e não teme mostrar o que quer.

A personalidade da moça pode ser conferida na cena em que Garrett vai para San Francisco visitá-la. Logo que vê o namorado, Erin saca uma piada sexual para deixar claro que romantismo e libido podem conviver em harmonia.

No entanto, esse mesmo grau de autenticidade está em falta em outro ponto do roteiro. Uma questão importante na grande maioria dos namoros à distância é a presença de tentações sexuais geograficamente mais próximas do que a pessoa amada. O tem é abordado muito de leve no enredo, o que poderia acrescer em dramaticidade e emoção se fosse aprofundado.

Como outras boas comédias românticas, Amor à Distância aposta em seus personagens secundários para criar situações cômicas. Mesmo com uma irmã super-protetora e neurótica casada com um sujeito estranho, o núcleo de Erin não consegue se igualar aos bizarros amigos de Garrett. Box ostenta um bigode a la Magnum para conquista mulheres maduras, enquanto Dan é participativo demais na vida pessoal de Garrett.

A cereja no topo do bolo é a escolha das músicas da trilha. Canções românticas e “rock de menininha” embalam a história de amor.

 

 

 

Crítica por: Edu Fernandes (CineDude)

 

 

Amor à Distância

 

 

De vez em quando, pode-se levar em conta as intenções de um filme, e não só seus resultados. Em um subgênero de raras e pequenas ambições, digamos, a comédia romântica, é comum esperar pouco. Se o roteirista tem a comédia e a bilheteria em vista, muito pior: as piadas sairão grosseiras e os personagens, caricatos. O desleixo é tão generalizado que, quando alguém mira um pouco mais alto, a simples tentativa já merece menção. E Amor À Distância bem que tenta.

Na mesma noite em que toma um pé na bunda, Garrett (Justin Long) vai beber com os amigos Dan (Jason Sudeikis) e Box (Charlie Day). No bar, conhece Erin (Drew Barrymore), que trabalha temporariamente num jornal em New York. O romance começa, mas tem data de validade: em seis semanas ela tem de voltar para San Francisco, onde mora com a irmã Corinne (Cristina Appegate). O amor é tanto que o casal decide namorar à distância.

Então, o que o roteirista Geoff LaTulippe busca de tão especial? Gente. Não falo dos rascunhos sem vida própria que às vezes recebem a alcunha de “personagens”, e sim de algo que existe além das piadas de sempre. Dizer que isso é simples ou até uma volta à simplicidade é um erro. Como construção narrativa, personagens assim demandam uma complexidade que caricaturas, estereótipos e lugares-comuns frequentemente enterram.

No roteiro, vê-se relances de pessoas que tratam a sexualidade com certa desenvoltura, como se fosse realmente algo presente em suas vidas. A amizade dos três homens também funciona, com um bom equilíbrio entre comentários estereotípicos e outros inesperados. Igualmente, ao apostar num misto de elementos mais e menos comuns, o namoro se torna satisfatoriamente humano. Na singela cena do tortellini, luzes naturais enquadram Barrymore (em atuação tipicamente irregular): é raro ver locações tão vivas.

Outra qualidade está no elenco, que, com a ajuda da diretora Nanette Burstein, consegue construir relações dinâmicas. Os momentos de estranheza até existem (o abraço de Box, o discurso sexual de Corinne), mas se conectam à intimidade dos personagens logo em seguida. É gratificante pelas risadas, que são momentâneas e pela sinceridade, que dura um pouco mais. Pena que não dura tanto quanto poderia.

A comédia aparece com estrondo para destruir algumas dessas bem-vindas surpresas. Por que mostrar o protecionismo afável de Corinne se sua importância logo se resume a piadas de neurose? De que adianta expor a vida sexual com naturalidade para, no momento seguinte, jogar tudo para o alto numa situação de constrangimento? A postura inicial perante o sexo é particularmente afetada por esse apego às mesmices do gênero.

Mesmo quando Garrett vai se bronzear, e não sai “comicamente” laranja, alguma brincadeirinha tem que ser enfiada, no pior dos sentidos, em algum momento. Não por acaso, ela surge em um momento de sexualidade grotesca. Por sorte, a maioria dos personagens sobrevive, resultando em momentos espirituosos, como a cena em que Erin tem a cara pintada. A situação não vira uma bola de neve de erros, mas tem sua graça.

Há ainda outro pequeno problema. Por mais que seja bom problematizar a distância, o futuro e as concessões, não basta abarrotar os diálogos de questionamentos amorosos. Muito já está presente nos próprios conflitos da narrativa, sem a obrigação explicar os obstáculos que aquele (ou qualquer) relacionamento enfrenta. Quanto mais o filme se assume romântico, mais a verbalização das ressalvas fica desconexa e até simplista.

Infelizmente para o gênero e felizmente para Amor À Distância, a busca pela humanidade já conta pontos. Infelizmente para ambos, a empreitada cambaleou e errou a mão. Como a própria Drew Barrymore, a produção é um conjunto de erros e acertos misturados em uma maçaroca.

 

 

 

Crítica por: Pedro de Biasi (Universo Animado)

 

 

Amor

 

O filmeAmor” põe em prova toda a fórmula americana de fazer filme. Não que todos sejam iguais, mas, até secretamente, seguem uma mesma linha. “Amor” foge de tudo o que foi visto, afinal, ele não é americano. Dirigido pelo austríaco Michael Haneke, o filme consegue criar um clima duvidoso, mas ainda assim, cheio de certezas.
O primeiro “problema” que é encontrado por quem está acostumado com a antiga fórmula é a dinâmica das cenas. De uma maneira singela, o diretor esquece os movimentos de câmera para que possamos focar nas profundas atuações adiante da tela. O ambiente criado por Michael requer que nós observemos os olhares e suspiros dos personagens. Nisso, o filme leva mérito pela direção que consegue exprimir palavras que não estavam escritas no roteiro. O roteiro, porém, mesmo criando cenas interessantes, não deixa de esticar as ocasiões – quem sabe também não foi decisão da direção?

Mas enfim, isso não pode ser considerado um problema, de fato. Pode ser que você não curta o estilo do filme, assim como eu reagi de primeira, mas, com cautela, ele vai se apossando. Nesse novo estilo não há muita história ou muito que raciocinar durante o filme; tudo está nos movimentos. No geral, o filme fala sobre um casal de velhos que moram sós numa casa relativamente grande. A senhora, Anne, é a que enfrenta mais problemas com a velhice, fazendo seu marido, Georges, botar em prova tudo o que ele confirmou há muitos anos atrás, no altar; “Na alegria, na tristeza, na saúde, na doença…”.

A ideologia de existência do filme, quero dizer, o motivo para que ele tenha sido feito é, como o título já indica, exemplificar até onde existe, de fato, amor. Quais os seus limites? Georges parece bem mais lúcido do que Anne, que sofre duas vezes com uma paralisia corporal. Até onde ele permaneceria cuidando de sua amada? Até que ela morresse? Ele se afetaria com isso? Portanto, o enredo tenta nos provar um ponto de vista pondo um exemplo à mostra. Consegue, de fato, mostrar realidade e fazer-nos pensar sobre o que faríamos. Faz-nos pensar até, eu diria, sobre a nossa própria vida; até onde amaríamos?

E pra completar toda a questão do filme, o elenco arrasador! Emmanuelle Riva é perfeita na pele de Anne. Algumas horas, quais eu bobeei, fiquei com muita pena da senhora doente que eu assistia deitada em sua cama, incapaz de falar, sussurrando besteiras, enlouquecendo, morrendo… [Espera, isso não está acontecendo! É um filme!] – Digamos que foi uma epifania… É surpreendente! A sua indicação no Oscar não foi à toa e, se ela ganhasse, eu aplaudiria de pé. Jean-Louis Trintignan não fica de fora, interpretando George, o marido, que não sabe mais o que fazer com Anne, mesmo seu personagem estando calmo quase todo o filme. Mérito? Merece, claro; não como Emmanuelle.

Por fim, “Amor” é um filme muito estranho. Quando os créditos finais começaram a subir, eu pensei: Nossa… Que maneira estranha de gostar de um filme… – Apesar de não fazer muito o meu estilo de filme, eu gostei. Ele, de uma maneira brutal, acaba conseguindo ensinar alguma coisa sobre o amor.

 

Crítica por: Arthur Gadelha (Blog)

 

 

Amor

 

É difícil saber o que nos atingiu ao final da projeção de “Amor”, uma obra tão forte e poderosa quanto um soco no estômago. Sucesso no Festival de Cannes de 2012, onde recebeu a honraria máxima, a Palma de Ouro, como o melhor filme do evento, a obra do diretor alemão Michael Haneke foi uma das grandes surpresas no Oscar 2013, recebendo nada menos do que 5 indicações, o que para uma pequena produção passada toda dentro de um apartamento, com basicamente dois atores apenas, sem dúvidas é um grande feito.
Amor” está indicado nas categorias de melhor diretor para Haneke, melhor filme, melhor filme estrangeiro, melhor roteiro original e melhor atriz para a octogenária Emmanuelle Riva. Na trama do roteiro escrito pelo próprio diretor, Georges e Anne são um casal de idosos franceses apaixonados e ativos. No auge de seus 80 anos os dois ainda saem sozinhos para ir ao teatro ou restaurantes, e se divertem com a volta para casa no ônibus à noite, onde ainda interagem com longas conversas.

Até que num dia, Georges precisa finalmente lidar com a velhice quando sua companheira apresenta sinais de desgaste e severas enfermidades acarretadas pela idade avançada. O cineasta Haneke começou a carreira em seu país de origem dirigindo filmes para a TV ainda na década de 70, mas foi somente em 1997 que chamou verdadeiramente a atenção do mundo da sétima arte ao escrever e dirigir o subversivo “Violência Gratuita”. Exatamente dez anos depois o diretor tentaria sua única incursão no cinema americano refilmando ele mesmo a obra, com a versão americana de “Violência Gratuita”, com Naomi Watts como a protagonista, sem o mesmo impacto e extremamente criticada. Entre o repertório dos filmes mais elogiados do cineasta estão “A Professora de Piano” (sensação no Festival de Cannes de 2001), “Caché” (igualmente um chamariz em Cannes, 2005) e “A Fita Branca” (indicado para os Oscar de melhor fotografia e filme estrangeiro). Tudo isso faz de Haneke um dos cineastas mais prestigiados da atualidade.

Aqui Haneke cria tudo com maestria, seja na precisão dos diálogos mundanos que nos levam instantaneamente a participar da história como se estivéssemos vendo uma fatia da vida, e nunca uma representação dela. Ou na condução de sua direção, ritmo e narrativa. É inconcebível saber que nos EUA críticos de cinema dormiram na projeção dessa impactante obra. Em momento algum é possível se desligar de um filme que possui tamanha urgência como esse. É sufocante, desesperador e completamente emotivo. O casal de protagonistas daria um texto à parte. Emmanuelle Riva, que interpreta a enferma Anne foi lembrada no Oscar merecidamente, e em minha opinião (mesmo sem ter assistido ainda as performances de Jennifer Lawrence e Jessica Chastain) deveria levar o prêmio devido às limitações que sua idade avançada acarreta na interpretação, ela está esplêndida. A injustiça vem na forma do esquecimento de Jean-Louis Trintignant, o veterano ator francês possui um desempenho tão forte, e até mais difícil do que o de sua companheira de elenco. Ele é o receptor, e o que precisa reagir à atuação de Riva.

Amor” possivelmente é o melhor filme de 2012 que assisti até agora (ainda faltam alguns). Dizem que um filme precisa falar com você, precisa te dizer alguma coisa, penetrar para causar aceitação. E nada faz isso melhor do que o roteiro, a história apresentada na tela, por mais que todos os outros elementos entrem em cena. A história de “Amor” é muito forte, é muito poderosa para ser ignorada. Nos deixa fragilizados, indefesos, sabendo que tal situação é inevitável para todos nós. Nos mostra como a vida é cruel para os seres do planeta, como o arco de nossas vidas naturalmente se desfecha, sem pedir permissão, sempre causando dor. Saber lidar com ela é uma arte quase impossível, que poucos iluminados e esclarecidos dominam. É dentro desse parâmetro que “Amor” é tão importante, não existe fantasia, grandiosidade ou novidade, é apenas real. Um apartamento, duas pessoas, e um grande amor.

 

Crítica por: Pablo Bazarello (Blog)

 

 

Amizade Colorida

 

Quem disse que uma comédia romântica com uma trama batida e um final super previsível não pode ser divertida? O título já revela, “Amizade Colorida” traz um rapaz e uma moça que decidem adicionar a sua amizade o famoso sexo sem compromisso, mas é claro, os dois se apaixonam, o público no meio do caminho se apaixona por eles, o casal vive feliz para sempre e o espectador volta para casa quase tão feliz quanto eles.
É, é bem isso mesmo, mas o que faz de “Amizade Colorida” acima dos outros do gênero (como “Sexo Sem Compromisso”, com Ashton Kutcher e Natalie Portman, lançado neste ano e muito comentado por ter exatamente a mesma premissa de “Amizade Colorida”) é que neste, o filme tira sarro de si mesmo e do gênero em geral. Os protagonistas interpretados por Mila Kunis e Justin Timbelake (tão lindos e gostosos quanto Kutcher e Portman, porém mais engraçados) apontam e fazem graça de clichês como o tipo de trilha sonora usado em comédias românticas e como sempre tudo acontece perfeitamente certo e o casal revela o amor um pelo outro no final.

Mas como não podia deixar de ser, eles usam de outros clichês do gênero, como o parente ou amigo (no caso a mãe de Jamie) que envergonha e embaraça uma das partes e um drama familiar que “surpreende” o espectador, aqui sendo o Mal de Alzheimer que atinge o pai de Dylan, papel de Richard Jenkins.

Jenkins é um dos nomes na grande lista de participações especiais no longa. Ótimo truque para manter empolgado quem já assistiu esse tipo de história inúmeras vezes, especialmente quem gosta e assiste comédias americanas, pois é daí que saem e se destacam atores como Jenna Elfman, Bryan Greenberg, Emma Stone, Andy Samberg, Jason Segel, Rashida Jones e Woody Harrelson, o patrão de Dylan. Cada um chega em um momento do filme, trazendo frescor para a tela, não que seja muito difícil passar duas horas vendo Kunis e Timberlake.

Amizade Colorida” é atual, mantém um ritmo acelerado e é a típica comédia romântica com muito mais comédia do que romance, facilitando assim a vida dos casais. O filme pode agradar tanto os homens quanto as mulheres, o risco de levar o namorado ao cinema e ele sair reclamando é bem pequeno.

Crítica por: Maiara Tissi

 

 

Amizade Colorida

 

Você acredita que amigos podem ser parceiros sexuais sem afetar sua amizade?

Essa é a base de Amizade Colorida (Friends with Benefits), onde Dylan (Justin Timberlake) e Jamie (Mila Kunis) apostam que isso pode dar certo.

Ele é um blogueiro de Los Angeles que foi sondado por uma caça-talentos para trabalhar em uma empresa em Nova York. Por insistência de Jamie, acaba aceitando a proposta e se muda para a Big Apple. Juntos, farão uma grande amizade, sendo que ambos acabam de levar um fora de seus namorados.

Por estarem sozinhos e sentindo falta de sexo, propõe uma noitada onde só o que vale é o prazer. Nada de namoro, de cobranças, somente amizade e prazer no final do dia. E assim começa um envolvimento que a gente sabe muito bem onde vai dar…

Se você puxar pela memória, lembrará que em abril deste mesmo ano vimos algo parecido. “Sexo sem Compromisso” (No Strings Attached), com Ashton Kutcher e Natalie Portman, também teve o mesmo enredo, mas a história é um pouco diferente.

Aqui em Amizade Colorida, parece que o casal convence mais, e a história é bem mais realista. Tanto que o filme faz uma comparação com outra película que eles assistem sobre comédia romântica, que aborda beijos inusitados num shopping e final feliz a bordo de uma carruagem. Com eles, a coisa é mais verdadeira.

Lógico que algumas cenas saem do contexto normal, mas ainda assim são válidas. O casal conseguiu uma boa química e deixou o filme bem agradável, sem ser piegas demais.

Se você é chegado numa comédia romântica, acho que vai gostar de Amizade Colorida. Para mim, surpreendeu.

 


Crítica por:
Silvia Freitas (Blog)

 

Amigos Inseparáveis

 

Um dos maiores representantes do cinema subversivo que tomou Hollywood nos anos 1970, o ator Al Pacino é ainda considerado por muita gente o maior ator de todos os tempos. Pacino vem de uma época onde cinema ainda não era espetáculo, era arte. Ele data previamente aos blockbusters iniciados em meados para o fim da mesma década em que o ator se consolidou. Era o cinema autoral em sua melhor forma, fossem diretores ou até mesmo atores.


Pacino criou grandes personagens que o mundo adorou, e adora, estudar, em filmes como “Um Dia de Cão”, “Serpico”, “Espantalho”, “Justiça para Todos”, e é claro, “O Poderoso Chefão”. Imagine o que Ryan Gosling significa para os fãs de cinema atualmente, e teremos um pequeno vislumbre do que foi a fama do jovem Al Pacino nos anos 1970, a diferença é que o intérprete de Michael Corleone participou de filmes que entraram para a história como os melhores de todos os tempos.

Assim como o talentoso Gosling, e também Leonardo DiCaprio, Pacino foi um grande esnobado pela Academia durante toda a sua carreira. Ele até recebia indicações, mas para um ator que era unanimemente considerado como um dos mais, ou o mais, proeminente de sua geração, Pacino só recebeu seu tão almejado Oscar de melhor ator em 1993, mais de duas décadas depois de já ter demarcado muito o seu território, pelo filme “Perfume de Mulher”, fato que Pacino brinca em “Cada um Tem a Gêmea que Merece”.

O cinema atual não trata bem nossos ídolos, geralmente renegados a papéis secundários em filmes de baixa qualidade. Com o grande Al Pacino não foi diferente, ainda muito relevante na década de 1990, foi esquecido pelo cinema na última década. Agora, com “Amigos Inseparáveis” tem a chance ao menos de se divertir um pouco. Pacino interpreta Val, um ex-criminoso que sai da cadeia após quase 30 anos encarcerado. Na porta da prisão para buscá-lo está Doc (Christopher Walken, outro veterano oriundo da mesma década), ex-parceiro no crime, enfrentando os mesmos problemas com a terceira idade.

Como o filme não faz a mínima questão de esconder ou criar suspense, logo que chegam ao apartamento de Doc, fica claro que o personagem de Walken tem como missão eliminar o velho companheiro. Sem coragem imediata, Doc resolve passar um último dia ao lado do amigo, antes de cumprir o prometido para mafiosos que o pressionam durante toda a exibição.

Para completar a gangue entra em cena Hirsch, o ex-piloto de fuga interpretado pelo indicado ao Oscar desse ano, Alan Arkin, que é resgatado de um asilo para se divertir mais uma vez ao lado de sua velha turma. Embora todo levado num tom cômico, o filme escrito por Noah Haidle, e dirigido pelo também ator Fisher Stevens, entrega momentos emotivos quando os protagonistas reconhecem que seu tempo chegou ao fim, e desenvolve bem a amizade, principalmente de Walken e Pacino.

Ele bota os velhos cães de guerra para se divertir em variados momentos, seja num prostíbulo, num bar tirando garotas para dançar ou jogando sinuca. O filme brinca com o aspecto “amadurecido” dos veteranos atores, embora em variados momentos não o reconheça (Pacino tira meninas, com a idade de serem suas netas, para dançar, e devemos acreditar que o septuagenário ainda as consiga levar no papo sem abrir sua carteira).

Deixando as liberdades poéticas de lado, o filme consegue entreter sem nos ofender muito. Temos plena consciência de que esses sujeitos em seus dias de glória fizeram coisas que a maioria de nós nem sonharíamos, e “Amigos Inseparáveis” os homenageia dando mais uma chance, mesmo que por apenas mais uma noite, para que eles deem sua última volta triunfal pela cidade. Paralelamente o diretor Fisher Stevens entrega uma homenagem singela a esses reis do cinema, que como seus personagens, estão bem longe de sua época de ouro.

 

 

Crítica por: Pablo Bazarello (Blog)

 

 

O Amigo Oculto

 

Após todas aquelas críticas negativas, você deve estar pensando que ‘O Amigo Oculto’ é uma das maiores bombas do ano. Nada disso: é um filme que pode não agradar os críticos, mas com certeza irá agradar os cinéfilos.

Com a junção do veterano Robert DeNiro e a brilhante Dakota Fanning, o filme consegue manter um clima sombrio, uma trama inteligente e ótimas atuações. Dakota já se transformou na melhor atriz mirim da década, e demonstrou que consegue segurar qualquer genêro (afinal, a atriz já fez a comédia ‘Grande Menina, Pequena Mulher’, o drama ‘Uma Lição de Vida’ e a ação ‘Chamas da Vingança’), e se saiu bem em todos eles. Neste filma, a atriz consegue expressar uma tenebridade em seu olhar, fazendo com que a cada minuto o filme dessa um nível no angustiante suspense em torno da garotinha.

“8…9…10… lá vou eu!” Essa frase é familiar para qualquer pessoa que tenha brincado de esconde-esconde na infância. As palavras e o jogo nos levam de volta a um momento inocente e despreocupado de nossas vidas, quando o objetivo era simplesmente encontrar nossos colegas escondidos. Muitas crianças até conseguiam se divertir bastante com seus amigos imaginários. Mas, às vezes, amigos imaginários podem parecer muito reais… Para a jovem Emily Callaway, suas brincadeiras de esconde-esconde com um amigo imaginário chamado Charlie tornaram-se algo que é tudo, menos simples e inocente. Ao contrário, ela se descobre em meio a uma de série de acontecimentos tão parecidos com um pesadelo que nem mesmo seu pai David consegue impedir. Quem – ou o quê – é Charlie? David imagina. Como uma entidade imaginária pode ter tal controle sobre a menina? Talvez Charlie não seja nem um pouco imaginário, mas quem sabe uma presença malévola, de carne e osso? O vencedor do Oscar® Robert De Niro estrela como David Callaway, um pai viúvo com um grande problema no filme de suspense sobrenatural O AMIGO OCULTO, e Dakota Fanning interpreta sua jovem filha Emily, que esconde um terrível segredo. Quando a história começa, a esposa de Callaway, Alison (Amy Irving) morre repentinamente, traumatizando Emily. Pai e filha se mudam para a região ao norte de New York para separar Emily das memórias de sua vida em Manhattan com sua mãe. Logo depois, Emily desenvolve uma amizade com Charlie. A princípio, David vê Charlie como um modo positivo de Emily se expressar, mas uma série de acontecimentos horríveis o leva a pensar em algo inimaginável: Charlie pode mesmo ser real… e, se for, tem de ser impedido.

O roteiro bem escrito e estruturado entrega a este filme um suspense diferente, sutil, inteligente, que leva a platéia a um dos finais mais inovadores desde ‘O Sexto Sentido’. É claro que, para entender ou gostar do filme, você tem que deixar se envolver.

O Amigo Oculto’ pode ser definido com apenas uma frase: “Um ótimo suspense com dois dos maiores atores do cinema atual e um final surpreendente”. Precisa dizer mais?


Crítica por:
Renato Marafon

 

 

American Pie – O Reencontro

 

A franquia adolescente American Pie teve seu inicío em 1999, seguida de American Pie – A segunda vez é ainda melhor (2001) e American Pie – O Casamento (2003) – sem contar em quatro filmes lançados em DVD , sem o elenco original. Quase 10 anos depois, os produtores lançam mais um longa mostrando as aventuras de Jim e seus amigos. American Pie – O Reencontro conta com o elenco original e o humor que fez sucesso no final dos anos 90.
Na trama, os amigos de Jim decidem se reunir no reencontro dos formandos da turma de 1999. Mas o presente dos amigos não parece tão interessante como eles imaginavam que seria quando jovens. Jim, está casado com Michelle e com filho, sua vida sexual não é tão ativa quando era jovem; já o casal Heather e Oz estão separados; Kevin também está casado e com uma vida um tanto domesticada; Finch é o grande aventureiro e Stifler continua o mesmo.

O retorno à pequena cidade de East Great Falls, mostra o choque entre duas gerações e o quanto os 13 anos depois da formatura transformaram os jovens amigos em adultos responsáveis. O conflito entre duas gerações é mostrado através de festas e encontros. Daí surge o humor que tornou a franquia tão poderosa e que não é facilmente encontrado em comédias adolescentes ultimamente.

De humor fácil, ágil e típico da juventude noventista o longa não se perde por ser uma continuação. Seu roteiro possui a mesma agilidade cômica dos demais, tendo o sexo ainda como a problemática dos amigos de Jim. O timming dos atores continua afinado. Destaque para Sean William Scott e seu famoso Stifler – continua o mesmo e mais engraçado. A comicidade de suas piadas continuam vivas, podendo atingir os jovens dos anos 2000 que não vivenciaram as aventuras de Jim e seus amigos.

O contrataste entre a geração dos anos 90 e dos anos 2000 são o alvo não apenas das piadas, mas também a justificativa da trama. Além disto, seu final promete mais continuações. American Pie – O Reencontro resgata um humor que fez sucesso no final da década de 90 , aposta na nostalgia e no choque cultural entre os adolescentes. Que as continuações mantenham o frescor desta quarta sequência.

 


Crítica por:
Thais Nepomuceno (Blog)

 

 

American Pie – O Reencontro

 

Com um ar de nostalgia, as boas e velhas piadas do grupo comandado por Jim Levenstein estão de volta.

Dirigido pela dupla Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg, ‘American Pie – O Reencontro‘ é talvez, o grande reencontro de um elenco em uma sequência que deu certo.

Amores do passado, confusões envolvendo sexo, sentimentos antigos (assim como canções antigas) ressurgem nesse retorno da turma original. Muitas outras produções tentaram imitar os personagens de Jason Biggs e companhia, porém, raramente surgirá algo melhor que o original.

É um bom presente ao fãs da ‘série’, que estavam totalmente decepcionados com os últimos quatro filmes inexpressivos (após “American Pie: O Casamento”) lançados direto em DVD e sem os astros principais.

Na trama, o famoso grupo de amigos se reúne para uma festa de comemoração, um reencontro entre os formandos do “High School” de anos atrás.

Um está com problemas sexuais no casamento (Jim), o outro virou celebridade de um programa esportivo (Oz), o arranjador de confusões Stifler virou um temporário em uma empresa, um viajou pelo mundo (Finch) e o outro é praticamente um ‘dono de casa’ (Kevin).

Entre uma confusão e outra, muitas menções ao Facebook (provando que eles estão em um novo século), reflexões sobre a vida e reencontros que marcarão para sempre esses jovens que estavam sumidos da telona.

O pai de Jim, sempre interpretado pelo hilário Eugene Levy, ganha bastante evidência nesse reencontro e tem cenas ótimas com o restante do elenco. O bom roteiro, com diálogos competentes para o gênero, é um dos pontos altos da produção. A piada com Ricky Martin, além de genial, leva o espectador às gargalhadas de maneira contagiante. O impagável Stifler é o grande personagem destaque, novamente. Seann William Scott nasceu para interpretar esse cômico papel.

A cena da panela transparente onde aparece o dito cujo de um dos atores é totalmente desnecessária e realmente não acrescenta nada à sequência, os exageros nesse tipo de comédia são compreensíveis, mas nessa cena específica houve um exagero tremendo.

O contraponto do longa fica por conta da dúvida sobre o que fizeram com suas vidas adultas até aquele momento.

Relacionamentos, profissões e muitas outras questões são levantadas e até certo ponto dão um ar de drama em meio à comédia propriamente dita.

 


Crítica por:
Raphael Camacho (Blog)

 

 

American Pie – O Casamento

 

 
American Pie’ pode não ser um filme amado por todos, mas o sucesso do filme deu início a safra de comédias sacanas, que teve filhotes como ‘Tudo Para Ficar com Ele’ e ‘Recém-Casados’, filmes no mesmo estilo, e que agradaram a muitos jovens à procura de diversão.

O segundo filme pode não ter inovado em nada mostrando a mesma turma de amigos após a festa de formatura em que eles deveriam perder a virgindade, mas conseguiu ser ainda mais engraçado que o primeiro, mesmo tendo os mesmos elementos e quase as mesmas piadinhas.

Se o segundo filme não teve muitas inovações, o terceiro está repleto delas. Pelo menos metade da turma dos dois primeiros filmes ficaram de fora da terceira sequência, mas o melhor de tudo é que eles não fizeram diferença alguma.

O ator responsável por quase todas as piadinhas desta vez é Seann William Scott, que interpreta com gosto o desmiolado Stifler, uma das razões para o filme ser tão engraçado.

Com o elenco mais adulto e o fim da faculdade, desta vez o filme centra no casamento de Michelle e Jim. A história já se inicia com uma cena memorável.

Jim leva Michelle para um restaurante chique tentando pedi-la em casamento. É claro que ela não entende seu pedido e acha que ele está querendo um sexo oral em meio ao restaurante. Mas isto só piora quando o pai de Jim chega com as alianças e o faz pagar o primeiro mico do filme.

Após esta cena somos bombardeados com cenas e mais cenas constrangedoras: algo como pelos pubianos no bolo de casamento, sexo com cachorros e até comer cocô achando que é trufa de chocolate, mas contar mais que isto é estragar as piadas do filme.

American Pie – O Casamento’ pode não ser o melhor filme da trilogia, mas com certeza é divertimento garantido!


Crítica por:
Renato Marafon

 

 

Americano

 

Como superar a perda de uma pessoa que marcou a sua vida? Dirigido e escritor por Mathieu Demy (que também interpreta o papel principal na trama), “O Americano” fala sobre a dor de uma perda e as conturbações que ocorrem com a mente de um homem viajando atrás de respostas. O argumento era muito interessante mas a história é arrastada e se distancia do espectador a todo segundo.
O filme foi exibido no último Festival de Cinema do Rio, o diretor é filho dos grandes diretores franceses, Jacques Demy e Agnès Varda.

O filme tende ao depressivo. Na trama, um homem fica abalado ao saber da morte da mãe que mora nos EUA, quando voltas à sua antiga casa para resolver toda a burocracia dos bens de sua mãe, descobre que ela deixou um apartamento para uma outra mulher muito ligada a ela. Nesse retorno à América, flashbacks envolvem a mente do personagem, quando o mesmo chega na casa da mãe se depara com momentos de sua infância americana: roupas, desenhos, fotos… é um momento tenso na trama, o personagem tem um espécie de surto que leva dali pra frente até o desfecho da história.

É um longa que demora a envolver o público, muito por conta de não sabermos o porquê daquele grande sofrimento que o protagonista despeja na tela. A relação que Martin (protagonista) teve com sua mãe é contada apenas com lembranças. É tudo muito superficial, o que caracteriza uma tristeza que não dá para entender sua origem. O personagem, assim como o filme, andam sem rumo, viajando por Tijuana (México) sem dinheiro, sem carro e sem história. Quando a personagem Lola (Salma Hayek) entra na trama, o longa parece que pegará no tranco mas não é isso que acontece.

Alguns personagens coadjuvantes não são bem aproveitados e conseguiriam, talvez, dar o ritmo que a trama precisava para se tornar interessante. Linda (Geraldine Chaplin) e Claire (Chiara Mastroianni) deveriam ter papéis mais preponderantes na história, isso poderia enriquecer o espectador com informações necessárias para entendermos melhor o porquê daquela dor.

É difícil ficar acordado vendo esse filme, o olho parece querer sair correndo do cinema a todo instante. É quase um alívio quando a fita acaba. Mathieu Demy tenta, mas não consegue dirigir, roteirizar e atuar bem.

Crítica por: Raphael Camacho (Blog)

 

 

Amelia

 

Sinopse: A vida da aviadora Amelia Earhart desde seu primeiro voo sobre o Atlântico, como passageira. Ela teve sua chance no ramo graças a George Putman, com quem depois se casou.

Quando o assunto não é a Grande Depressão, o período entre-guerras normalmente é retratado no cinema com muita elegância. Em Amelia, a situação não é diferente tanto no figurino quanto na fotografia. Especial atenção deve ser reservada para as cenas em que se mostra como a imagem dela era usada para vender produtos. Nessas passagens, há um belo colorido preenchendo a tela.

Assim como em Coco antes de Chanel, o filme gira em torno de uma importante figura feminina do século XX. Diferente da produção francesa, a cinebiografia da piloto foca-se no que interessa: os aviões e longos voos da protagonista.

Se não há amarras para mostrar tudo que há de bonito e tudo que há de condenável nos primórdios da aviação, há um certo melindre nas cenas em que a viada privada de Earhart é colocada na berlinda.

Um exemplo disso está na relação íntima de Amelia e George. Há um primeiro beijo, mas algumas sequências anteriores sugerem que eles já tinham encontros amorosos antes. Amelia tinha ideias bem liberais no campo dos relacionamentos amorosos e um pouco mais de precisão poderia ser aplicada nessa questão.

Quando um filme traz personagens reais, o maior desafio é tornar uma história pública e conhecida em um roteiro animador. Quebrando a linha do tempo, Amelia ganha unidade e ainda consegue criar um bom clímax no desfecho.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (CineDude)

 

 

Amarelo Manga

 

 

Amarelo Manga vem fazendo barulho por onde passa,e não é para menos, é uma obra chocante que não deixa ninguém indiferente. Até agora arrebatou todos os prêmios de longa-metragem do Cine Ceará realizado na semana passada, foi o vencedor do Festival de Brasília em 2002 e foi premiado como melhor filme na mostra paralela Forúm de Cinema em Berlim deste ano.

Independentemente das premiações, merece ser visto com cuidado, pode chocar e repugnar os mais sensíveis, não é um filme para ser visto com a familia. Ele é forte sim temos que nos munir de coragem para acompanhá-lo até o fim. Amarelo Manga fala sobre personagens marginalizados da periferia do Recife. A exemplo de outros recentes filmes brasileiros, não há protagonistas e nem uma história muita definada, apenas a vida destes seres que de vez em quando se entrecruzam.

Canibal (Chico Diaz) trabalha num abatedouro de bois, tudo é mostrado muito detalhadamente, sente-se o cheiro de sangue que transpira através de tela. Ele é casado com uma crente que não suportaria a idéia de ser traída. Dunga é uma bichinha (Matheus Nachtergaele) apaixonado por Canibal e que trabalha como cozinheiro numa espelunca fedorenta onde vários outros personagens se encontram como o fanático religioso que tem como fiéis cachorros vagabundos e o personagem de Jonas Bloch, um pervertido que sente
prazer em atirar em pessoas já mortas. Tudo é muito forte e visceral, mostrado com todas as cores, todos os ângulos.O diretor, Cláudio Assis não quer facilitar nada para a gente, e assume isso sem pudores. Tanto é que numa parte, a cor é citada como exemplo de tudo o que há de ruim, feridas purulentas, hepatite, dentes podres, etc..


Este é o típico filme que se odeia ou se adora, não há meio termo, mas uma coisa te garanto, você não vai sair da sala do cinema da mesma maneira que entrou.


Crítica por:
Andrea Don

 

 

Amantes

 

 


Sinopse: Leonard ficou muito devastado depois do fim de seu noivado. Dois anos depois, morando novamente com seus pais, ele se vê dividido entre duas mulheres. Sandra, filha de amigos da família, é a certeza de um futuro. Michelle, sua nova vizinha, é muito volátil e fascinante.

Sempre que uma distribuidora nacional altera muito o título de um filme e o resultado é desastroso, faço questão de ressaltar esses tristes acontecimentos em meus textos. Nada mais justo do que parabenizar quando o oposto acontece. Esse é o caso de Amantes (Two Lovers), que poderia ser traduzido como “Dois Amantes”, mas que recebeu por aqui um nome mais apropriado já que vários de seus personagens entregam-se totalmente ao amor.

A forma intensa como eles se atiram a esse sentimento acaba fazendo com que atitudes estúpidas sejam tomadas. O que poderia ser uma falha que afastaria os espectadores acaba sendo um aspecto positivo do filme, uma vez que dessa forma seus personagens parecem-se mais com pessoas reais, que cometem erros e tomam decisões equivocadas.

Tratando de sentimentos e relacionamentos entre pessoas, o papel dos atores é essencial. Joaquin Phoenix – reprisando a parceria com o diretor James Gray de Os Donos da Noite – consegue transmitir os problemas e conflitos que acontecem na mente do protagonista. O elenco feminino também merece elogios, mas o fato de Amantes ser (a princípio) a última atuação de Joaquin acaba fazendo com que prestemos mais atenção nele.

Mesmo com tantos aspectos positivos, uma pequena falha recorrente no cinema estadunidense pode ser apontada no roteiro dessa produção: tentar explicar demais e fechar todas as questões. Infelizmente o deslize está bem no final do filme, quando há uma cena a mais, passando do que seria o ponto ótimo para acabar essa história cheia de coração.

 


Crítica por:
Edu Fernandes (HomemNerd)

 

 

O Amante da Rainha

 

Indicado ao Oscar na categoria filme estrangeiro, o dinamarquês O Amante da Rainha é um típico filme de época, com bela direção de arte, figurino impecável e boas atuações. Mesmo assim, o filme passou despercebido durante o Festival de Berlim 2012 – e causou surpresa sua dupla premiação no festival, como melhor roteiro e ator para Mikkel Boe Følsgaard. Exibido na Mostra de São Paulo do ano passado, agora o filme chega aos cinemas brasileiros.
A trama se passa no século 18, quando a jovem britânica Carolina Matilde (Alicia Ikander), da Grã-Bretanha, se casa com o insano rei Christiano VII (Mikkel Boe Følsgaard), tornando-se rainha da Dinamarca. Quando Johann Struensee (Mads Mikkelsen), um intelectual alemão, se torna médico da corte, Christiano faz dele seu confidente e posteriormente ministro-chefe. Carolina também começa a se aproximar de Struensee. e logo os dois iniciam um romance. Idealistas e corajosos, o casal de amantes arrisca tudo em busca da liberdade do povo, e começam a propor reformas que acabam mudando a Dinamarca.

Como toda história de bastidores de família real, o filme é recheado de puxadas-de-tapetes, traições, loucuras e rancores. Tudo filmado corretamente, sem grandes surpresas e com destaques para as interpretações do trio protagonista Mikkel Boe Følsgaard, Mads Mikkelsen e Alicia Ikander.

O Amante da Rainha é um filme que não inova em seu formato, mas ainda assim não deixa de ser uma boa produção de época.

 

 

 

Crítica por: Janaina Pereira (Cinemmarte)

 

 

Amanhecer Violento

 

Refilmagem de uma produção cult de 1984 escrita por Kevin Reynolds e John Milius, dirigida por Milus (de “Conan, o Bárbaro”, 1982), e estrelada por jovens promissores do cinema da época como Patrick SwayzeC. Thomas HowellCharlie SheenJennifer Grey e Lea Thompson. Na trama do original, os russos invadiam os EUA da maneira mais improvável possível, ou seja, caindo literalmente de paraquedas nos quintais dos tranquilos subúrbios, e tomando as ruas com seus tanques.
O latente medo da Guerra Fria ainda era um fator na década de 1980, que influenciavam desde os filmes de James Bond do período, até o retrato da era Reagan, “Rambo”. Além disso, os anos 1980 entraram para a história como década “farofeira”, de gostos duvidosos nos mais variados quesitos, e no cinema não foi diferente. O que talvez torne o “Amanhecer Violento” original perdoável, mesmo que para a época o filme não fosse visto assim. Chegamos até 2012, na verdade 2011, já que o filme foi adiado por um ano (nunca um bom sinal) possuindo inclusive diversos cartazes que estampavam a data original.

Para nós brasileiros o remake aparece no início de 2013 nos cinemas, quando um lançamento para vídeo seria mais adequado. O filme foi ignorado solenemente nos EUA, de forma merecida. O roteiro é de Carl Ellsworth, dos eficientes “Paranoia”, “Voo Noturno” e “A Última Casa”, e a direção ficou com Dan Bradley, diretor de segunda unidade de diversas superproduções, em sua estreia no comando de uma obra.

A essência da trama é a mesma, e no lugar dos atores originais temos Chris Hemsworth (“Thor”), Josh Hutcherson (“Jogos Vorazes”), Adrianne Palicki (“G.I. Joe 2 – Retaliação”), Isabel Lucas (“Imortais”) e o canastrão Josh Peck (o ex-gordinho da série de TV da Nickelodeon, “Drake & Josh”), como os jovens de uma pequena cidade americana, que torcem para o time “Wolverines” (apelido que irão ganhar dos inimigos) e representam toda a resistência quando tropas da Coreia do Norte (e não mais os russos) caem novamente de paraquedas em seu quintal.

Os jovens treinam seu próprio pelotão, já que o personagem de Hemsworth é um militar que serviu na Guerra do Iraque. Dentre os recrutas está o filho adotivo de Tom Cruise e Nicole Kidman, Connor Cruise, numa pequena participação. Obviamente, a única forma em que “Amanhecer Violento” irá funcionar é como escapismo de ação, o tipo de filme em que se deve deixar o cérebro do lado de fora do cinema, se isso é o que se pode chamar de diversão.

E o único quesito em que podemos dizer que é superior ao seu original é justamente nas cenas de ação frenéticas, tiroteios, explosões e perseguições de carro, em que o diretor se sai bem, justamente por seu currículo. De certa forma o novo “Amanhecer Violento” se assemelha ao novo “Duro de Matar”, dois produtos cujos originais datam dos anos 1980, cuja nova roupagem merecia muito mais conteúdo.

 

 

Crítica por: Pablo Bazarello (Blog)

 

 

Amanhã Nunca Mais

 

Esta comédia estrelada pelo competente Lázaro Ramos é o exemplo fiel da repetição exaustiva: a mesma piada é retomada durante o filme todo, uma avalanche de clichês invade a tela e enche a paciência do espectador. O que fazer com as recentes comédias do cinema nacional? Acredito que seja válido apostar em comédias despreocupadas com críticas sociais incisivas, despreocupadas com o perfil monotemático do cinema nacional de alguns anos atrás: sertão, pobreza, favela.
Mas focar em novos estilos sem o mínimo de cuidado e decência é algo complicado. Amanhã nunca mais não chega a ser um Cilada.com, mas correu o risco de ganhar o troféu da maior bobagem do ano.

Amanhã Nunca Mais explana a aventura de Walter, um anestesista de 35 anos, numa noite de sexta-feira, cheio de complicações no trabalho e com a incumbência de buscar o bolo de aniversário da sua filha. Não é preciso muito esforço do roteiro para nos mostrar que Walter é um fracassado, de estima muito baixa, frustrado com o emprego e colecionador de mancadas no casamento com a sua bela esposa Solange (a ótima Fernanda Machado, de Tropa de Elite).

No que tange à edição e montagem, Amanhã Nunca Mais não apresenta problemas, assim como a eficiente direção de arte e performance dos protagonistas, que tentam dar dignidade ao péssimo roteiro. Outro ângulo a iluminar é a participação dos coadjuvantes: estereotipados em excesso, não ajudam na fluência da narrativa. Geraldo (Milhem Cortaz) é o colega de trabalho de Walter, mulherengo e antipático. Dulce (Imara Reis) é a doceira responsável pelo bolo da festa da filha de Walter e Miriam (Maria Luiza Mendonça) é um antigo caso de amor do anestesista, que surge para atravancar seu caminho. A travesti e a filha da doceira são outras coadjuvantes que não dizem muita coisa.

A direção assinada pelo iniciante Tadeu Jungle é eficiente. Já a música tema, nem tanto: Arnaldo Antunes pode ser um ótimo compositor, mas desafina demais e irrita os ouvidos dos mais preocupados com os rumos sonoros do filme. Há mais um detalhe importante nesta análise: a tendência contemporânea de mais de uma pessoa assinando roteiros cinematográficos tem se mostrado uma experiência frustrante. No caso de Amanhã Nunca Mais, temos três roteiristas responsáveis por um fiapo de roteiro. Há poucas situações exploradas e mesmo não sendo originais, deveriam capitalizar em cima de boas ideias, o que nem de longe acontece. São gags das frequentes comédias hollywoodianas, sem alguma inovação que venha fazer de Amanhã Nunca Mais um filme diferenciado. O argumento do filme é assinado por Victor Knijick, Maurício Arruda e pelo diretor Tadeu Jungle. Já o roteiro, tem Marcelo Muller incluído, excluindo Victor Knijick, que só ficou no argumento. Três profissionais para o argumento, três para o roteiro. E o resultado? Sem dúvida, frustrante.

Curioso é ler o press book do filme e perceber que Lázaro Ramos esconde a sete chaves suas origens. O material que nos apresenta o enredo, aspectos do roteiro e outros detalhes importantes para a composição da análise fílmica alega que Ramos estreou no cinema em Sabor da Paixão (2000), mas ganhou destaque como o protagonista de Madame Satã (2003). Será que ele esqueceu que largou o seu emprego de técnico de laboratório no Hospital Santa Isabel em Salvador, para se dedicar ao personagem Chico, do tosco e clássico Cinderela Baiana (1998)? Muito feia essa atitude do Lázaro Ramos, que merece outro puxão de orelha: depois de tantos papeis mais interessantes na cinematografia nacional, por que achar que os espectadores são pessoas que não pensam e dialogam com o filme, tentando empurrar estes subprodutos de qualidade questionável? Acredito que hajam projetos mais interessantes esperando ganhar as telas do cinema nacional.


Crítica por:
Leonardo Campos

 

 

Looper – Assassinos do Futuro

 

Diante de tantos remakes, adaptações e continuações, é sempre um refresco ver um filme novo surgindo nas telas. Ainda mais uma ficção científica bem feita que utiliza a viagem no tempo de uma maneira inteligente. Looper: Assassinos do Futuro é assim.
A trama é simples e complexa ao mesmo tempo. E o roteiro joga muito bem com essa confusão temporal e empresarial. Estamos em um tempo futuro onde pessoas, conhecidas como loopers, são contratadas por uma empresa, que está em um tempo mais a frente ainda, para assassinar aqueles que eles enviam de volta no tempo. Entre esses contratados, está Joe, personagem de Joseph Gordon-Levitt. Um homem prático, que tem um plano próprio para sua vida, mas que se vê em uma situação delicada quando o seu novo alvo é o seu eu futuro que volta para lutar contra o sistema.

A construção do personagem Joe por Gordon-Levitt e Bruce Willis é bem planejada. A própria maquiagem é pensada para que os atores se tornem mais próximos fisicamente e em muitos momentos chegamos a acreditar mesmo nessa semelhança. Mérito também de Joseph Gordon-Levitt que assume vários trejeitos de Willis, preparando o terreno para quando o outro surgir.

A preparação, aliás, é uma parte importante do filme. A cena inicial é impactante, nada explica, mas já nos deixa muitas questões e suposições. Temos muitas pistas e recompensas, muito clima de suspense, e a explicação do mundo é feita em uma narração over bem pontual, sem muito didatismo e fluida com a ação. A construção do personagem chave do presente / futuro também é cuidadosa, desde suas primeiras aparições sem mostrar muito, até as revelações que vão sendo dadas aos poucos.

Rian Johnson não ofende a nossa inteligência e capacidade de compreender os acontecimentos. Toda a situação que acontece com o personagem Seth, interpretado por Paul Dano, é muito bem realizada. Na ideia do que acontece, na execução em si e nos efeitos especiais e maquiagens necessários para ela. Looper não explica mais do que o necessário para que o espectador se localize dentro do universo ficcional. Nos deixando espaço para pensar, tirar conclusões e criar teorias.

Até porque, apesar de sempre gerar controvérsias, histórias com viagem no tempo já não são novidade. E a própria ideia de o futuro ir sendo transformado aos poucos na mente de Willis, é um trunfo para que não haja incoerências. Claro que, ao ver Bruce Willis fazendo um homem que vem do futuro para tentar mudar um sistema, nos dá um déjà vu de Os Doze Macacos, mas não chega a ser prejudicial. Pelo contrário, nos ajuda nas diversas referências que o filme traz, que não são poucas. Tem até uma referência à Akira em um dos desdobramentos da trama.

Looper: Assassinos do Futuro é um filme de ação como deve ser. Com uma história bem embasada, cenas bem realizadas, uma tensão bem construída e muito assunto para discutir após a sessão. É bom ver que Hollywood ainda não perdeu a capacidade de nos surpreender em uma época onde a crise criativa parece nos envolver em sua teia interminável de tramas requentadas.

 

Crítica por: Amanda Aouad (Blog)