sexta-feira, abril 26, 2024

Crítica Netflix | Boo, Bitch: Minissérie da Netflix se inspira em Meninas Malvadas, mas se torna apenas um prazer culposo

Atemporal, Meninas Malvadas se tornou um dos ícones mais referenciados na cultura POP desde seu lançamento, em 2004. Inicialmente lançado como uma comédia teen que ironiza os clássicos clichês juvenis, a produção de Tina Fey adquiriu um status cult ao longo dos anos, se consagrando entre cinéfilos de todas as idades como um dos filmes mais autênticos do seu gênero. E Boo, Bitch…bem, não é nada disso. Mas nem por isso a nova minissérie original da Netflix perde o seu valor.

Se espelhando nos principais elementos da amada comédia dos anos 2000, a produção co-criada por Erin Ehrlich (Crazy Ex-Girlfriend), Lauren Iungerich (On My Block) e Tim Schauer tenta literalmente reproduzir algumas de suas cenas, com o acréscimo da era das mídias sociais em seu escopo. Apresentando duas melhores amigas introvertidas que decidem transformar os últimos dias do Ensino Médio em uma grande aventura, a adaptação da obra de Kim Petras apimenta essa jornada piegas com um elemento sombrio: a morte de uma das protagonistas, que acaba se tornando um fantasma com “assuntos inacabados” e que precisa descobrir qual é sua última missão antes de partir da Terra.

Esse detalhe é genuinamente o único aspecto que difere a trama de tantas outras produções dos anos 90 e 2000, com a produção ainda trazendo a mesma premissa do amado filme Fora de Série – de Olivia Wilde. Mas ainda que a fórmula seja repetitiva e seus personagens sejam exageradamente caricatos em seus dois primeiros episódios, Boo, Bitch é um prato cheio para os fãs de comédias teens. Conduzido pelo carisma inegável de Lana Condor e Zoe Margaret Colletti, o público consegue se divertir com as peripécias mirabolantes da dupla protagonista, à medida em que se engaja com essa jornada post mortem tão peculiar.

E ainda que Boo, Bitch convide a audiência para uma breve reflexão sobre a importância de valorizarmos o presente e tudo aquilo que temos, o roteiro assinado por Ehrlich e sua equipe é raso demais para chegar nesse ponto. Ao invés de abraçar o elemento pitoresco e bizarro de sua trama, a produção investe alguns poucos minutos em uma atmosfera existencial, mas tudo não passa de uma reflexão de porta de banheiro. Sem profundidade para tratar essa questão um pouco mais mórbida e sensível, o momento mais delicado do roteiro passa despercebido diante dos nossos olhos e não é bom o bastante para nos fazer se importar.

Mas mesmo em meio a todos esses problemas, a Netflix consegue despertar nossa atenção com a leveza e o absurdismo de sua narrativa. Nos deixando curiosos a cada episódio, a minissérie cumpre seu papel como uma diversão leve, despretensiosa – para ser consumida em menos de meia hora. Como um prazer culposo que nos leva a fazer vista grossa para as principais falhas e repetições de sua trama, Boo, Bitch é uma comédia gostosa que nada exige da sua audiência. De curta duração e com uma caracterização maravilhosa da queridinha Lana Condor, a original Netflix é como uma refeição instantânea. Pode não ser o melhor prato que você vai saborear no dia, mas consegue saciar o seu apetite temporariamente.

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